
Do Portal vermelho:
Dia 15 - a passeata do ódio fascista manobrada espertamente
Passeatas contra ou a favor de qualquer governo são fatos que devem ser encarados com absoluta tranquilidade. São mesmo fundamentais para o aprofundamento da democracia. O que não deve ser encarado como fato normal é a pregação despolitizada, de um ódio cego, de uma histeria verdadeiramente fascista que o discurso anti-Dilma assumiu e que é a marca principal da passeata do dia 15 de março.
O “mar de lama”

Guerra midiática
Se fosse só até aí, já seria bastante grave, mas vai muito além. Coloca-se a convivência democrática em risco. Poucas vezes a manipulação midiática atingiu este ápice. As forças progressistas convocam um ato em defesa da Petrobrás, em local fechado no Rio de Janeiro, a ABI. Meia dúzia de provocadores, um deles um policial federal armado (como mostrou a reportagem do jornal O Dia), agride um militante do PT, e quando os petistas reagem o que se vê no dia seguinte na mídia foi apenas a reação

Quem incentiva o ódio
Estas e outras mentiras alimentam um clima de ódio que assume contornos explosivos. Em Chapecó (SC) um homem invadiu um apartamento onde mãe e filha tinham na varanda bandeiras do MST e do PCdoB (painel acima). Agrediu as duas moradoras sobre os aplausos de uma pequena turba. Apesar da violência as duas mulheres resistiram e não deixaram as bandeiras serem levadas. Um guarda municipal publica a foto de uma reconhecida liderança do MST, João Pedro Stédile, oferecendo uma recompensa para que Stédile seja entregue “vivo ou morto” (painel acima). No dia 05 de março o menino Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, foi agredido na porta de uma escola em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, na última quinta-feira e faleceu. Tudo indica que o motivo do assassinato foi o fato de Peterson ser filho adotivo de um casal homossexual. O que isso tem a ver com o dia 15? Tudo. Ilude-se quem acha que este clima de ódio – divulgado por fãs de Bolsonaros e outros trogloditas - atinge só a esquerda e o PT.
De quem é a passeata do ódio fascista
Se alguém pensa que o dia 15 será a passeata anticorrupção, é melhor marcar outra e com alvos diferentes. O dia 15 será a passeata de Jair Bolsonaro e do apelo à volta da ditadura, de Rachel Sheherazade e da justiça pelas próprias mãos. Será a passeata do obscurantismo e pode entrar para a história como mais sombria do que a famigerada passeata da TFP com “Deus, pela família” realizada em 1964, que com a desculpa da “defesa da constituição”, clamou na verdade pela instalação de um regime militar. Na época, como hoje, a mídia hegemônica apoiou de forma unânime os golpistas.
Quem manipula a passeata do ódio fascista
Por trás de tudo, manobrando espertamente, os caciques do PSDB e de outras siglas se preparam para dois movimentos coordenados: insuflar as manifestações de ódio o mais que for possível para depois aparecerem com apaziguadores, buscando tirar todo o proveito político que puderem. Como diz o editorial de hoje do Portal Vermelho, “o momento é de alerta máximo e prontidão absoluta em defesa da legalidade, da democracia e do mandato da presidenta Dilma Rousseff”.
Noblat e o orgulho branco
Os nazistas e neonazistas fazem camisetas e fundam organizações com o nome de “orgulho branco”. O argumento deles é que se existe “orgulho negro”, por que não existir “orgulho branco”? Tal sofisma busca esconder o óbvio: todas as organizações que ostentam o orgulho branco são racistas fanáticas. O resgate do orgulho negro é fundamental para aqueles que tiveram os seus antepassados escravizados durante 388 dos 515 anos da nossa história e que até hoje sofrem com a discriminação e sustentam sobre seus ombros o peso maior da injustiça social. Os brancos no Brasil nunca sofreram discriminação racial e, portanto, o “orgulho branco” é uma forma, consciente ou inconsciente, de reforçar o estereótipo do dominador (branco) frente ao dominado. Mas no jornal O Globo desta quarta-feira (11), na página 8, um dos mais graduados colunistas amestrados do jornal golpista, Ricardo Noblat, publica um artigo onde, tentando usar de certa ironia reveladora, reclama que uma pessoa branca e rica não pode protestar que é logo tachada de golpista. E a “discriminação” fica pior, segundo Noblat, se o branco e rico em questão for paulista. Realmente, os brancos, ricos (principalmente se forem paulistas) sofrem muito preconceito e precisam do braço amigo do Noblat. O argumento é tão patético que a pretensa ironia não o redime. Registro apenas que em passado recente Noblat escreveu uma coluna onde, em nome da liberdade de expressão, defendia o deputado Jair Bolsonaro que havia naquela oportunidade ofendido negros e homossexuais. Os momentos de enfrentamento político mais agudo têm mesmo estas características. As coisas vão ficando mais nítidas e cada ator do confronto tem sua identidade relevada. Mas no caso do Noblat, nem precisava.
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