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sábado, 31 de agosto de 2013

Fazenda Boa Esperança: importante monumento histórico e paisagístico


A Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale, possui um valor singular para a reflexão sobre a história das políticas de patrimônio histórico. 

Tendo pertencido ao Barão do Paraopeba, importante figura política da então Província de Minas Gerais, a fazenda pertence, desde a década de 70, ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG) que, logo depois da aquisição, efetuou o tombamento do Conjunto paisagístico, artístico e histórico da Fazenda da Boa Esperança.

FOTO: Izabel Chumbinho
Detalhe da pintura parietal na capela atribuída ao Mestre Ataíde
Detalhe da pintura parietal na capela atribuída ao Mestre Ataíde


Uma das mais antigas fazendas do Brasil Império, a edificação foi construída com influências arquitetônicas do Norte de Portugal. Uma obra-prima é a pequena capela localizada à esquerda da varanda de entrada da sede. Nela estão belos trabalhos atribuídos ao Mestre Athayde. Também chamam atenção as ruínas da antiga senzala, próximas ao casarão.

A sede da fazenda foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (hoje Iphan), ainda nos anos de 1950, com pareceres de ninguém menos do que o arquiteto Lúcio Costa, o historiador Salomão de Vasconcelos e o escritor Carlos Drummond de Andrade. A inscrição no seu Livro de Tombo de Belas Artes é de 27 de agosto de 1959 e a justificativa do tombamento remetia-se sobretudo ao valor “dos trabalhos de talha dourada e valiosíssimos painéis, nos tetos e nas paredes laterais” presentes na sua pequena capela e  atribuídos ao artista Manoel da Costa Ataíde (Citação retirada do Parecer de Tombamento da Fazenda Boa Esperança, de 1 de julho de 1974).

Tratava-se, portanto, de um tombamento diverso ao feito pelo Iepha posteriormente (em fevereiro de 1975), que considerava o Conjunto paisagístico, artístico e histórico da Fazenda da Boa Esperança. Nas palavras do então diretor do Instituto, Luciano Amedée Peret o tombamento abrangia “não só a sede, mas também todos os seus anexos e suas terras, onde há pequenas matas, cursos d água e cachoeiras, procurando assim manter o seu aspecto paisagístico, além de conservar suas condições ecológicas” (Estado de Minas, 1º de dezembro de 1974).
FOTO: Izabel Chumbinho
Vista panorâmica do jardim interno

Uma fazenda, dois tombamentos diversos. Um deles, federal, apenas da sede, e voltado, sobretudo, para o valor artístico dos elementos presentes em sua capela. O outro tombamento, estadual, estende para outro valor: o da paisagem e da natureza. 

Do site: www.iepha.mg.gov.br


foto: Glauco Umbelino

Situada de frente para a Serra, ao leste, onde na entrada uma varanda larga e artística acolhe os primeiros raios de sol matinal, a sede da Fazenda Boa Esperança conseguiu sobreviver, resistindo ao tempo e às intempéries, guardando os indícios da opulência de outrora e mantendo o caráter do tratamento adotado para as construções mineiras da época. 

Em seu pátio, logo à frente bem plantadas as centenárias e silenciosas sapucaieiras escutam  o tempo passar. 

¨CULTURA E NATUREZA NÃO ESTÃO DISTANTES, PAISAGEM CULTURA e PAISAGEM NATURAL SE CONFUNDEM.
 CONCEITO JÁ COMPREENDIDO NA DÉCADA DE 70, POR LUCIANO AMÉDÉE PÉRET. O TOMBAMENTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E NATURAL DA FAZENDA BOA ESPERANÇA É UM EXEMPLO INTERESSANTE¨.      

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