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terça-feira, 29 de agosto de 2017

"O Aleijadinho revelado": livro revela importantes pontos da sua biografia

No dia do nascimento (29 de agosto) de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho , vou lembrar do livro " O Aleijadinho revelado " (2014) de Marcos Paulo de Souza Miranda.
O autor da obra é Promotor de Justiça e professor  de Direito do Patrimônio Cultural, que se dedica há mais de 20 anos à pesquisa da História  de Minas Gerais.
Este livro contribui para o melhor conhecimento sobre o nosso maior artista cultural,  através  de revelações importantes da sua biografia a partir de uma pesquisa criteriosa.

Conheça mais sobre o livro:



" Impossível se falar de arte colonial em Minas Gerais sem fazer menção  ao "Mestre Aleijadinho", que é  um dos personagens da história mineira mais explorados pela literatura que se formou acerca das coisas  e das gentes das Alterosas.

Paradoxalmente, a biografia de Antônio Francisco Lisboa ainda é permeada de muitas lacuna, apesar dos primeiros esforços para se descobrir detalhes sobre a vida do genial mulato se recusarem a meados do século COX, quando Rodrigo José Ferreira Bretas publicou "Traços biográficos relativos ao finado  Antônio Francisco Lisboa", distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho" no Correio Oficial de Minas.

Depois da obra de Rodrigo Bretas e dos notáveis esforço empreendidos  pelo Serviço  do Patrimônio Histórico e Artístico  Nacional  na primeira metade  do século XX, quase nenhum avanço  se verificou a respeito, apesar de terem proliferação obras sobre o assunto, mas limitando -se,  na imensa maioria das vezes, a citar os dados biográficos levantados preferentemente.

Não bastasse, a atenção dos pesquisadores que se dedicaram ao tema ao longo dos anos focou-se muito mais na produção artística de Aleijadinho do que na própria biografia do artista.

Entretanto, para melhor compreender as obras e os feitos do Mestre  Antônio Francisco Lisboa , torna-se imprescindível conhecer com maior profundidade o próprio homem, despido da aura de mito que lhe foi sendo conferida ao longo dos tempos.

Por meio da pesquisa, análise, confronto e interpretação de dados históricos e genealógicos fidedignos sobre Aleijadinho e sua família, está obra reúne elementos de valor para elucidar melhor quem foi  esse personagem, envolto em tantas lendas e rodeado de supostos mistérios. "

Na apresentação do livro Angelo Oswaldo de Araújo Santos, atualmente Secretário de Cultura de Minas Gerais, afirma que o livro vem esclarecer pontos importantes da biografia de António Francisco Lisboa.
O historiador focaliza áreas de sombra somente então penetraram. Dados desconhecidos surpreenderão os estudiosos da vida e da obra do mestre, e clarificarão trechos de uma trajetória da qual restaram raros testemunhos documentais.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Aleijadinho: morte de artista mineiro completa 200 anos nesta terca-feira(18)

EBC:

Por Edgard Matsuki - Portal EBC


Nesta terça-feira (18), a morte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, completa 200 anos. Considerado um dos maiores gênios da arte mundial, o artista plástico morreu no dia 18 de novembro de 1814.
Nascido em Ouro Preto (Minas Gerais), Aleijadinho ficou conhecido por suas esculturas e obras entalhadas em pedra que são patrimônios históricos da humanidade.
Por ter se tornado famoso apenas após a sua morte, muito da biografia do artista se perdeu no tempo. Nem ao mesmo se tem certeza de sua data de nascimento. A versão mais aceita (retirada da sua certidão de óbito) aponta o nascimento em 1738. Porém, a biografia do artista, escrita em 1858 por Rodrigo José Bretas, apontaria que seu nascimento teria acontecido no ano de 1730.
Aleijadinho tinha este apelido por causa de uma doença degenerativa que começou a se manifestar, segundo Bretas, no ano de 1777. Nem mesmo a limitação física após a doença (Aleijadinho perdeu dedos das mãos e dos pés enquanto ainda estava na ativa) fez com que ele deixasse de criar obras históricas.
Apesar de ter o nome ligado ao estilo barroco, Aleijadinho caminhou muito mais próximo ao estilo rococó. Entre as obras de maior destaque do artista estão a Igreja São Francisco de Assis (em Ouro Preto), a obra Passos da Paixão e a obra 12 Profetas, que estão no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo (MG).
Para relembrar a trajetória do artista plástico, o Programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, fez um especial que foi ao ar no último dia 13. No vídeo abaixo, você pode ver um pouco a mais da vida, obra e legado de um dos maiores brasileiros de todos os tempos.




segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Promotor de Justiça move ações para devolver peças sagras a Minas Gerais


Programa exibido em 15/07/2014
Tema: Ano Barroco e Bicentenário de Aleijadinho
Promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador das Promotorias de Jusitça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico.






 À frente da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, Marcos Paulo de Souza Miranda ajudou a devolver aos altares mais de 600 peças sacras. Capítulos da história de luta pela preservação do barroco também são narrados no livro O Aleijadinho Revelado, o 19º da sua carreira.


A paixão de Miranda pelo patrimônio começou muito antes de ele vestir terno e gravata e assumir vaga no Ministério Público. Adolescente, ao participar de expedições a cavernas, mobilizou-se para ajudar a criar, em Andrelândia, o Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio, com 600 pinturas rupestres. Mais tarde, já formado em direito e aprovado no concurso para promotor, foi atuar em Piranga, na Zona da Mata, sede de uma das paróquias mais antigas de Minas. Foi ali que, em 2003, ele atuou pela primeira vez em processos criminais contra quadrilhas paulistas acusadas de saquear peças sacras. O trabalho deu origem ao Grupo Especial de Proteção ao Patrimônio Cultural das Cidades Históricas de Minas, que atuava em trinta comarcas do circuito do ouro e dos diamantes. Em 2005, Miranda se mudou para a capital e fundou a promotoria especializada em patrimônio.

“Estimamos que 60% das peças sacras do estado tenham se perdido”, lamenta Miranda. Segundo ele, há registros de furtos em igrejas desde o século XVIII, quando o principal alvo era a prataria. Mas a Semana de Arte Moderna de 1922 foi um divisor de águas. “Em busca de uma identidade nacional, o barroco e Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, se tornaram ícones, e ficou chique ter uma peça dessas em casa”, conta, ressaltando que os saqueadores passaram a procurar o valor artístico das obras, e não apenas o material. Para resgatar objetos, o promotor coordenou, junto com a Polícia Federal e institutos de defesa do patrimônio, dezenas de operações, como a Pau Oco e a Senhora do Rosário. Paralelamente ao trabalho de guardião, Miranda desenvolveu, durante vinte anos, um estudo sobre a vida do maior mestre barroco e patrono das artes no país, Aleijadinho. O resultado da pesquisa, realizada no Brasil e em Portugal, é tema do seu novo livro. Uma das revelações é sobre a real data de nascimento de Aleijadinho. “Não foi nem em 1730 nem em 1738, como se pensava, mas em 1737”, diz Miranda. “Também conto sobre uma exumação clandestina em sua ossada, feita por ingleses, e as influências da família, composta de carpinteiros de corporações medievais.” Uma lição de história
.


Proteção
 “Podemos chamar a atenção da mídia para alguns bens que precisam de cuidado e proteção”, advertiu Miranda, lembrando da Fazenda Jaguara, em Matozinhos, que está “completamente abandonada”. Outro exemplo é a matriz de Caeté, onde o pai de Aleijadinho, o projetista Manuel Francisco Lisboa, “comprovadamente atuou e onde supõe-se que tenha aprendido escultura.”
Mas como a pesquisa, a restauração e a preservação de um bem histórico e artístico tem um alto preço e nem sempre os recursos estão disponíveis para essa reparação, há que se buscar meios de viabilizá-los.  Na avaliação de Miranda, essa responsabilidade é do Estado e também da Igreja, “que é proprietária da maior parte dos bens tombados em Minas”.
O momento de celebrações favorece a integração.  “Na primeira reunião da Comissão,  vou sugerir que a Igreja seja parceira em projetos. É muito importante que a arquidiocese esteja conosco”, convida. Trata-se, segundo ele, de uma comissão de curadores que vai definir os caminhos básicos”, explicou, ressaltando a necessidade de interlocução e compartilhamento.
Estarão juntos outros organismos como o Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), a Superintendência de Museus, os municípios e instituições como a Faculdade de Ouro Preto (Faop) e o Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (CECOR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Lei de Incentivo
Para que se cumpra a meta de se difundir as ideias e a estética do barroco mineiro ao longo de 2014, a programação será aberta a produtores e programadores culturais. “Uma das propostas desta comissão pode ser justamente a abertura de editais para projetos”, indicou Miranda.
Segundo ele, “com certeza haverá linhas de financiamento para investir em produção científica, com publicações sobre o barroco, e ênfase em educação patrimonial”. Para Miranda, este será um momento único também para empresas e empreendedores que querem assumir a sua responsabilidade social por meio de patrocínios culturais. “As comemorações alcançarão visibilidade nacional e internacional”, projeta.
Rota
Uma outra proposta, que deve ser lançada pela comissão é uma Rota de Aleijadinho. Seria, segundo Miranda, um roteiro turístico, a exemplo do que é feito na Europa, com indicações da passagem do artista por um determinado local. O viajante teria em mãos um passaporte, que seria marcado em cada local visitado.
“Deste modo, podemos chamar atenção para lugares onde a presença de Aleijadinho é quase desconhecida, como por exemplo, Rio Espera”, na região do Alto Paraopeba, onde há documentos comprovando a produção de obras como o retábulo igreja de São Francisco de Assis, de Ouro Preto, por volta de 1792. “Podemos informar a fazenda onde ele residiu, e amarrar essas informações”, anuncia.
Para a implementação dessa rota, Miranda acredita que não haverá necessidade de tantos recursos.  “É mais uma questão de gestão do que de investimento”, pontua, lembrando que a Comissão é presidida pela Secretaria de Estado da Cultura, com  participação da Secretaria de Turismo.  “Vamos chamar também os municípios, a Secretaria de Educação, para que também se apropriem desse conteúdo”.
Imagem
Nessa perspectiva de difundir o conhecimento referente ao barroco mineiro e suas principais personagens, as escolas terão um papel fundamental, Pois além de promoverem atividades especiais, que podem feitas de forma integrada entre as diversas disciplinas, as instituições poderão trabalhar com uma série de símbolos e signos,  entre eles, a própria imagem de Aleijadinho
 “Quase ninguém consegue visualizar a imagem dele”,  observa Miranda, lembrando que no Museu Mineiro, sediado em Belo Horizonte, há um quadro do século XVIII retratando o artista. “Muita gente pode se surpreender”, acredita o promotor, que defende a exposição da imagem do patrono das artes e da cultura em toda instituição pública de ensino. “E isso pode ser feito por medida legal”, indica.
Fonte:
Programa ¨A Voz do Ministério Público¨
Veja BH
Revista Sagarana
 
 

domingo, 9 de março de 2014

Barroco mineiro e Aleijadinho no programa Expedições

Documentário do programa Expedições com Paula Saldanha sobre o Barroco Mineiro e o Aleijadinho. Assista ao vídeo.
Imagem2 bARROCO MINEIRO

Programa Expedições
Paula Saldanha:


Por mais de três séculos, o estilo barroco cobriu toda a Europa e a América Latina. Nestas grandes áreas geográficas, as formas de expressão artística são bastante diversificadas.

As aventuras marítimas trouxeram o barroco para as Américas: o barroco da América espanhola e o barroco português. No Brasil, esse estilo teve um ambiente farto para se desenvolver.

Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais, em 1670, esta arte ganhou todo o esplendor e se desenvolveu plenamente na região de onde se extraiu a maior quantidade de ouro em todos os tempos: Villa Rica ou Ouro Preto.

A região de Villa Rica se tornou um manancial de artistas de grande importância na arte mundial. As maiores expressões do barroco brasileiro foram Mestre Ataíde e o grande Aleijadinho.

Paula Saldanha entrevista uma das maiores especialistas em  barroco e no estilo rococó: a historiadora e professora Myriam de Oliveira, que há décadas se dedica à investigar e difundir esses estilos em nosso país. Myriam explica que o barroco e o rococó são completamente diferentes.

Seu discípulo, o historiador Milton Teixeira, faz uma análise da era áurea do barroco mineiro, mostrando como o ouro dinamizou a sociedade da época.

Clique abaixo para assistir o documentário:

sábado, 5 de outubro de 2013

PÉRET E BURLE MARX (PARTE FINAL) NA RESTAURAÇÃO DO SANTUÁRIO DE CONGONHAS (1973 - 1974)


Por Luiz Ricardo Péret

 


Ao centro, o arquiteto e diretor-executivo do IEPHA/MG Luciano Amédée Péret, responsável pelas obras de restauração e à direita, o paisagista Burle Marx.

 
 

Em 1974, foram concluídas as obras da segunda grande restauração do Santuário Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), em convênio com o IPHAN , onde foram privilegiados os aspectos arquitetônicos e paisagísticos, com a implantação do projeto dos Jardins dos Passos de Roberto Burle Marx, em substituição ao antigo jardim da década de 1930. 


¨Apesar da construção da Basílica ter sido iniciada em 1757 e as capelas construídas a partir de 1808, não houve nenhum ideário de ocupação do espaço da praça, seja como ambiente de convívio, seja como ornamentação até a década de 1920. A ideia de embelezamento do local surgiu somente com a chegada dos padres Redentoristas a Congonhas em 1923, que se preocuparam com o desenvolvimento da cidade
A partir daí, diversas foram as formas adquiridas pelo jardim, contando, inclusive, com o projeto de Roberto Burle Marx, que modificou o paisagismo com a retirada de plantas que ofereciam um visual carregado e prejudicavam a visibilidade do conjunto do Santuário, seguindo a ideia do anteprojeto de reforma do Santuário de 1933, porém, com linhas mais sinuosas e modernas.
Atualmente, a concepção paisagística da praça é baseada no projeto de Burle Marx, mas com muitas diferenças do original, incluindo as espécies existentes e a delimitação dos caminhos, que dificultam a correta apreciação do sítio.¨


A seguir, fotos da conclusão das obras (1974) :






                                     Fotos: Assis Alves Horta (conclusão das obras, 1974)


 As obras do conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário e as obras barrocas de Aleijadinho, graças a algumas reformas que se fizeram e se fazem ao longo do tempo, ainda se encontram em bom nível de conservação. 


 
Conheça, agora, o significado da Via Crucis  do Santuário de Congonhas:

 
 
O significado religioso da Via Crucis da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas

Por Luiza de Castro Juste

A partir do século XV foi instituído na Europa, o tema do “Sacro Monte”. As dificuldades de peregrinação aos Lugares Santos incentivaram certas pessoas a reproduzi-los em sua própria pátria. Assim, no caso do Cristianismo, a Terra Santa, Jerusalém, começou a ser importada através de jardins religiosos, na chamada “peregrinação de substituição”. Em geral, buscavam encenar a tragédia humana e divina, imaginando o tema original do Calvário em Jerusalém. Criava-se, então, o Caminho da Cruz – ou via crucis -, representando as etapas da via dolorosa de Jesus Cristo, transpostas desde a Última Ceia, até a Crucificação no Calvário. Um aspecto bastante valorizado era a reprodução exata das distâncias entre as estações verdadeiras, calculadas em passos. Privilegiavam terrenos elevados, onde o culto da Paixão de Cristo se associava a uma paisagem onde pudesse ser simulada a ¨subida ao Calvário¨, criando o chamado Sacro Monte, ou montanha sagrada.

A construção desses jardins, incluindo estátuas e capelas, era comum em Portugal desde o século XVII e, no século XVIII, essa devoção foi difundida : as via-crúcis espalharam-se por quase todos os lugares. Sem dúvida, o conjunto mais expressivo em Portugal é o Santuário do Bom Jesus do Monte, próximo à cidade de Braga, que possui dezessete capelas de Passos e um maior número de estátuas de pedra, constituindo-se em um dos mais belos conjuntos barrocos da Europa. Em Congonhas é apresentado um resumo daquele santuário.

Em Congonhas, o Santuário é circundado por uma bela paisagem , composta de exuberantes montanhas. 




Na área externa, as capelas brancas com os Passos da Paixão foram construídas de forma alternada, formando um zigue-zague. esse formato representa não só a difícil subida de jesus ao Calvário, se desequilibrando com a cruz às costas, como também características específicas do barroco, como o ritmo e o antagonismo.



Terminada a série das capelas, há a Igreja setecentista e o Adro dos Profetas. Aqui, o Velho Testamento é valorizado pela presença dos profetas, que trazem lições dogmáticas e profecias.
Além disso, há uma relação intrínseca entre os profetas e os apóstolos.  Assim, Congonhas se destaca em comparação a qualquer outro Santuário Europeu por ser o único ¨Sacro Monte¨ que oferece essa completa união dos dois Testamentos.    

O Novo Testamento está apresentado em Congonhas através de inúmeros quadros que recobrem as paredes da Igreja, organizados em séries sobre a vida da Virgem antes do nascimento de Cristo, a infância e vida pública de Jesus e, finalmente, sua Paixão e Morte, as quais foram mais bem representadas nas capelas dos Passos do que nos quadros da igreja.

Há, portanto, uma forte ligação entre os Passos e o Adro dos Profetas, tanto em se tratando da arquitetura quanto em relação ao significado de sua intenção.

Os passos da Paixão de Cristo representados em Congonhas são: a Ceia; o Horto das Oliveiras ; a Prisão; a Flagelação e Coroação de Espinhos; a Cruz às Costas e a Crucificação. 
Destaca-se que a policromia das esculturas tem um papel de suma importância na composição das cenas. Mestre Ataíde faz uso de cores fortes como vermelho e azul escuro para os algozes ou carrascos de Cristo. Ao contrário, Cristo e os apóstolos são pintados de cores mais discretas, singelas. Essa diferença causa impressões  e sentimentos opostos a quem observa: indignação e raiva pelos algozes de Cristo; admiração e compaixão pelos apóstolos e por Jesus. 

Dispostas em seis capelas, o conjunto foi planejado para que os fiéis subissem ao Monte Maranhão em zigue-zague, revivendo o sofrimento dos momentos finais de Jesus.

 A idéia original era que fossem implantados sete passos, em sete capelas. Por questões econômicas, foram construídas apenas seis capelas e, em uma delas, acoplados dois passos : A Flagelação e a Coroação.
  
A rigor, a visitação deverá iniciar-se ao pé do jardim, pelo ¨passo¨ da Ceia e seu vizinho , o¨passo¨ do Horto e assim de capela em capela até alcançar a esplanada e depois o Adro dos Profetas.


Fotos das capelas do jardim dos Passos e o Adro dos Profetas:      



Aleijadinho:

Os trabalhos de Aleijadinho em Congonhas tiveram início em 1796 com a confecção das 66 estátuas de madeira dos Passos da Paixão e as 12 estátuas em pedra-sabão, representando os Profetas Bíblicos. A grandiosidade desse trabalho, não só pelo número de esculturas, mas pela qualidade, beleza e significado religioso, tornou o Santuário de Congonhas a obra-prima de Aleijadinho, que o tornou conhecido em todo mundo como o principal artista da época colonial e um dos maiores escultores do Brasil.





SEGREDOS  E MISTÉRIOS :



¨O acervo da Basílica Bom Jesus de Matozinhos encerra muitos segredos. As histórias e lendas que envolvem as estátuas geram um delicioso fascínio.
O próprio Aleijadinho, o mestre maior, era um personagem envolto em mistérios. Um gênio desfigurado pela doença, mulato, filho bastardo de português com uma escrava. O ouro escasseava, num movimento inversamente proporcional à fé daqueles homens mineiros.
Minas vivia a frustração pelo fim trágico do movimento da Inconfidência. Estas e outras histórias aumentam ainda mais o interesse despertado pelas imagens de pedra e cedro. Procure os guias que ficam na Basílica e desvende um pouco desse espírito¨. ( flickr.com)




Fontes:

 - Acervo Luciano Amédée Péret

- htp://repositório.ufla.br. Evolução Histórico Cultural e Paisagístico da Praça da Basílica de Bom Jesus de Matozinhos, Congonhas-MG. Dissertação de Mestrado de Luiza de Castro Juste. Universidade de Lavras.

 
  

sábado, 28 de setembro de 2013

PÉRET E BURLE MARX ( Parte II ) NA RESTAURAÇÃO DO SANTUÁRIO DE CONGONHAS (1973-1974)



Por  Luiz Ricardo Péret



Dando sequência a matéria sobre a segunda grande restauração do Conjunto Arquitetônico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos (1973-1974), nesta segunda parte, apresento fotos que registraram momentos importantes das obras de restauração do Santuário.

 O arquiteto e diretor executivo do IEPHA/MG  Luciano Amédée Péret (ao centro), responsável pelas obras de restauração do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos com o paisagista Roberto Burle Marx, responsável pelo ajardinamento (à direita) e o funcionário Rafael (à esquerda) - Foto: Assis Alves Horta -








As fotos, a seguir, são de autoria do fotógrafo Assis Alves Horta.
Ao lado, Assis dá uma pausa em seu trabalho para ser fotografado - Congonhas, 1973.

 












Início do calçamento no Jardim dos Passos 






Obras no Jardim dos Passos e vista dos andaimes nas capelas







 







Jardim do Passos, terraplanagem para grama. Observa-se também capela em reforma e as casas do Beco dos Canudos, uma das vias do entorno do Santuário, que passou também por reforma. 
















Início do calçamento da Praça da Basílica









           Reforma do telhado da Basílica 

















Vista de outro ângulo a reforma do telhado da Basílica.
 Reconstrução do muro divisório com o Beco dos Canudos                Reforma da Capela 6
Muro que liga o 1º Passo ao 2º visto pelo Beco dos Canudos 



Calçamento e ajardinamento dos Passos





No próximo artigo, a última parte sobre a segunda grande restauração do Santuário de Congonhas, com fotos da conclusão das obras.

O trabalho de especialistas e de vários outros trabalhadores, muitos no anonimato (aqui representados pelo Rafael)  vem ao longo dos anos contribuindo para a conservação, proteção e preservação do patrimônio histórico.    


Fonte: Acervo Luciano Amédée Péret            


sábado, 21 de setembro de 2013

PÉRET E BURLE MARX NA RESTAURAÇÃO DO SANTUÁRIO DE CONGONHAS (1973-1974) - PARTE I -




Por Luiz Ricardo Péret



                                      Péret e Burle Marx  -  foto: Assis Alves Horta (1973)
                                        
Em razão de seu expressivo acervo de arte barroca, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, pertencente ao município de Congonhas-MG, foi inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes, em 1939, pelo  antigo SPHAN, hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. O conjunto foi construído em várias etapas, nos séculos XVIII e XIX, por vários  mestres, artesãos e pintores,  como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde. O Santuário é um conjunto arquitetônico  e paisagístico formado por uma Basílica, um Adro com esculturas de Doze Profetas, em pedra sabão,  e Seis Capelas que compõem  o Jardim dos Passos, que representam a Via Sacra com belíssimas imagens esculpidas em cedro por Aleijadinho.  O Santuário é testemunho vivo de um Brasil que foi colonial e se fez um estilo de arte.

No decorrer desses anos, o conjunto arquitetônico e de imagens, conseguiu preservar a memória de tão importante período histórico. As obras  do conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário e as obras barrocas de Aleijadinho, graças a algumas reformas que se fizeram e se fazem  ao longo do tempo, ainda se encontram em bom nível de conservação.

A primeira grande restauração do Santuário foi realizada pelo SPHAN, em 1957, focada no interior das Capelas dos Passos e em suas esculturas, a restauração conseguiu remover camadas superpostas de tintas que mascaravam a obra original de Aleijadinho e Mestre Ataíde. Em julho de 1957, o Santuário foi elevado à condição de Basílica Menor, oferecendo maior incentivo à devoção a Bom Jesus de Matozinhos.

Em 1973, iniciou-se uma segunda grande restauração pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA/MG, em convênio com o IPHAN.
Foram realizadas obras de conservação, restauração e proteção do conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos de Congonhas. O responsável pelas obras de restauração foi o arquiteto e diretor executivo do IEPHA/MG  Luciano Amédée Péret e o projeto de  ajardinamento na Praça da Basílica a cargo de Roberto Burle Marx  ( fotos : Péret e Burle Marx no Santuário de Congonhas).  
As obras de restauração do Conjunto Arquitetônico e o novo Jardim dos Passos foram concluídas em junho de 1974. 

A década de 70, portanto,  foi marcada  pela atuação conjunta de dois grandes especialistas, para preservar a imponência da arquitetura, arte e beleza do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, reunindo  a obra prima de Aleijadinho e constituindo-se em um museu a céu aberto.



                                         Roberto Burle Marx e Luciano Amédée Péret
     supervisionando as obras de restauração do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos  
                                              foto: Assis Alves Horta  ( 1973)


No próximo artigo sobre este tema leia mais informações e veja mais fotos das obras da 2ª grande restauração do Santuário de Congonhas (1973-1974).



   Em 1985, o conjunto arquitetônico  e escultórico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos foi           elevado pela Unesco a Monumento Mundial e Patrimônio Histórico da Humanidade.

                                                                                
    Capelas de Congonhas e a Basílica do Bom Jesus
         de Matozinhos ao fundo  -   foto: wiki.org  



Fontes:

- Acervo Luciano Amédée Péret

-iphan.gov.br

 - htp;//repositório.ufla.br . Evolução Histórico Cultural e Paisagístico da Praça da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas-MG. Dissertação  de Mestrado de Luiza de Castro Juste. Universidade Federal de Lavras. 

- wikipedia.org/wiki/congonhas