Monjas abrem campanha para arrecadar recursos e recuperar a parte interna do monumento, afetada por cupins e rede elétrica obsoleta, entre outros problemas
IRMÃS CONTRA A DEGRADAÇÃO
30/08/2017
Matéria do caderno Gerais, do jornal Estado de Minas, anuncia o lançamento oficial da campanha Abrace Macaúbas.
No texto do jornalista Gustavo Werneck são apresentados alguns dos pontos críticos do importante patrimônio cultural brasileiro, que conta com o apoio da sociedade para sanar algumas situações irregulares, sendo a mais grave delas, a inadequação do sistema elétrico.
Mais informações sobre a campanha no site:
www.abracemacaubas.com.br
Estado de Minas
Na manhã de ontem, a abadessa Maria Imaculada de Jesus Hóstia, que chama o mosteiro de “casa de Nossa Senhora”, mostrou os lugares de maior preocupação, entre eles o “coro baixo”, na capela de Nossa Senhora da Conceição, aberta todos os dias a moradores e visitantes para missas das 7h e, aos domingos, na acolhida da tradicional celebração das 10h30 com um coral da região. Ajudando a arrastar um banco, ela mostrou o rombo no piso de madeira. E falou da sua confiança e esperança no sucesso da campanha: “Aqui não é um lugar de luxo, mas de muita história de Minas e do Brasil. A parte elétrica já foi condenada pelo Corpo de Bombeiros. Tenho certeza que muitos vão colaborar”.
Basta olhar para o madeirame e ver a necessidade urgente de conservação do prédio que abrigou uma das primeiras escolas femininas das Gerais. Em alguns cantos, os cupins deixaram seu rastro em montinhos de madeira devorada, enquanto, ao pisar as tábuas corridas, ouve-se o estalo de perigo. O forro da capela, pintado no início do século 19, por Joaquim Gonçalves da Rocha, de Sabará, também demanda ação urgente para não sair de cena. Os olhos atentos vão descobrir gambiarra de fios, colunas com perdas de reboco, buracos em madeiras, como se fosse um queijo suíço e outros sinais de deterioração. “Vamos conseguir o dinheiro. Deus está conosco”, repete a abadessa ao lado da irmã Maria de São Miguel. Logo depois, ao meio-dia, ouvem-se as vozes das religiosas entoando os cânticos na “hora sexta”.
RECOLHIMENTO Conhecer o Convento de Macaúbas, como é carinhosamente chamado, representa experiência única: ali estão freiras, roseiras para fazer vinho, muitas orações e trabalho duro. Na entrada principal, onde se lê a palavra clausura, vê-se em destaque a pintura de um personagem fundamental nesta história tricentenária: o eremita Félix da Costa, que veio da cidade de Penedo (AL), em 1708, pelo Rio São Francisco, na companhia de irmãos e sobrinhos. Demorou três anos para chegar a Santa Luzia, onde construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, de quem era devoto. Mas, antes disso, bem no encontro das águas do Velho Chico com o Rio das Velhas, na Barra do Guaicuí, em Várzea da Palma, Região Norte do estado, ele teve a visão de um monge com hábito branco, escapulário, manto azul e chapéu caído nas costas. Conforme o relato da madre superiora, “ele se viu ali” e “foi o ponto de partida para a fundação do Recolhimento de Macaúbas”.
No século 18, quando as ordens religiosas estavam proibidas de se instalar nas regiões de mineração por ordem da Coroa portuguesa, para que o ouro e os diamantes não fossem desviados para a Igreja, havia apenas dois recolhimentos femininos em Minas: além de Macaúbas, em Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha. Conforme os estudos, tais espaços recebiam mulheres de várias origens, as quais podiam solicitar reclusão definitiva ou passageira. Havia, portanto, uma complexidade e diversidade de tipos de reclusas, devido à falta de estabelecimentos específicos para suprir as necessidades delas. Assim, os locais abrigavam meninas e mulheres adultas, órfãs, pensionistas, devotas, algumas que se estabeleciam temporariamente, para “guardar a honra”, enquanto maridos e pais estavam ausentes da colônia, ou ainda como refúgio para aquelas consideradas desonradas pela sociedade da época.
Em 1847, foi instalado oficialmente em Macaúbas um colégio feminino, com orientação dos padres do Caraça. Novos tempos chegaram em 1933, quando a escola foi desativada e instalado o mosteiro, hoje com 14 freiras.
SERVIÇO
Para participar e fazer doações
de qualquer quantia
Campanha Abrace Macaúbas
Caixa Econômica Federal – Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição Macaúbas – Agência: 1066 – Operação 013
Conta poupança: 75.403/4 – CNPJ: 19.538.388/0001-07
Informações no site: abracemacaubas.com.br
de qualquer quantia
Campanha Abrace Macaúbas
Caixa Econômica Federal – Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição Macaúbas – Agência: 1066 – Operação 013
Conta poupança: 75.403/4 – CNPJ: 19.538.388/0001-07
Informações no site: abracemacaubas.com.br
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