Bob Fernandes
O Brasil segue se suicidando. Ou sendo suicidado. Há um ano, em nome do combate à corrupção, corruptos tomaram o Poder. Foi, como se viu, se vê e se vive, uma Farsa.
Não se duvide das boas intenções de muitos que à época se manifestaram. Mas não se duvide, também, da ingenuidade. Ou da hipocrisia e cinismo.
Resta agora ressentimento, perplexidade, desencanto... E silêncio. Por constrangimento, vergonha, ou cumplicidade.
Na quarta-feira, 2, a Câmara tem denúncia para julgar, contra Temer. Que, para tentar salvar-se, só com deputados e emendas já torrou R$ 4 bilhões.
Seguem manchetes e comemorações sobre Lava Jato e combate à corrupção -a passada. E seguem governo e ministros - do presente - atolados em denúncias de corrupção.
Um ano depois do impeachment, três anos de Lava Jato, e o procurador Carlos Fernando, candidamente, admite e diz:
-Muitos queriam o fim do governo Dilma, e não da corrupção...
...Isso enquanto a Polícia Federal cobra: falhas nas delações da Odebrecht, acordo esse feito por procuradores, dificultam a obtenção de provas.
Provas têm sido vistas como mero detalhe. À Folha o juiz Moro defendeu o uso de “provas indiretas” no caso Lula. Leia-se: condenação sem a existência de prova cabal.
Enquanto isso o silêncio vai enterrando notícia cabal: quatro meses depois de já ser ministro da Fazenda, Meirelles recebeu R$ 50 milhões em contas no exterior.
Parte disso pagos por Joesley Batista.Temer, Chefe de Meirelles, diz que Joesley é “bandido notório”. Joesley diz que Temer é Chefe de “organização criminosa”.
E segue o silêncio... Porque o tal “Mercado”, suas vozes, porta-vozes e manchetes não querem riscos para o dinheiro grande.
Só 10 das empresas citadas na Lava Jato demitiram mais de 600 mil funcionários ou terceirizados. Na chamada “cadeia de petróleo e gás” sumiram 3 milhões de empregos...
...Mas qualquer observação a respeito será vista como “oposição à Lava Jato”.
Os que tomaram o Poder trabalham para mantê-lo, a qualquer custo, após 2018. Eleição ainda sem regras. E sem projeto algum para o país, que segue sendo suicidado.
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