segunda-feira, 20 de março de 2017

Em grande festa popular, Lula e Dilma inauguram transposição do rio São Francisco



Multidão acompanha inauguração popular da transposição do rio São Francisco


Uma multidão se concentrou o longo do canal do rio Paraíba, perene devido à transposição do São Francisco, para participar da inauguração popular da transposição do rio São Francisco, com a participação dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. 
Lula chegou a mergulhar nas águas do Velho Chico, que chegaram ao sertão da Paraíba. "A matemática é simples. Já provamos no meu mandato que o pobre não é problema. O pobre é a solução", frisou o ex-presidente. "Eu nunca tirei nada de ninguém. E eu quero que o povo nordestino seja tratado com dignidade e respeito", completou.
Idealizada desde o tempo do Império, a obra saiu do papel no governo Lula e foi construída na gestão de Dilma Rousseff.


Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff viajaram para Monteiro-PB ao lado do governador Ricardo Coutinho para a “Inauguração Popular da Transposição do São Francisco” (Fotos: Ricardo Stuckert /Instituto Lula)
Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff viajaram para Monteiro-PB ao lado do governador Ricardo Coutinho para a “Inauguração Popular da Transposição do São Francisco” (Fotos: Ricardo Stuckert /Instituto Lula)
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"Não é possível sobreviver sem esperança. Acabou o tempo de dizer que o Nordeste só tem pobre e analfabeto", destacou Lula.
Dilma: "Obra estava praticamente concluída quando eu saí do governo"
Dilma Rousseff, após uma pausa entre gritos de "Fora, Temer!" da multidão, voltou a chamar a atenção para o "impeachment sem crime de responsabilidade". "Até as pedras deste país sabem que eu nunca cometi nenhum crime, e que eles deram este golpe para tirar os direitos que nós demos durante os nossos governos."
A ex-presidente ressaltou que o governo Lula, quando assumiu o poder em 2003, interrompeu um processo de retirada de direitos e de privatizações, que estaria de volta agora em 2016, com o impeachment, para aumentar a "desigualdade da nossa população. "Quando nós, contra a corrente do mundo, reduzimos a desigualdade, era importante para reduzir a desigualdade do país fazer a transposição das águas do São Francisco."
A hashtag #ComLulaOSertaoVirouMar estava entre os trending topics do Twitter no Brasil.


Em discurso marcado pelas lembranças da seca na infância e do enfrentamento por meio das políticas de seu governo, o ex-presidente criticou o governo Temer e o chamou para briga pelo voto nas ruas
por Redação Rede Brasil Atual
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O ex-presidente Lula e a presidenta deposta, Dilma Rousseff, em festa com a população do interior da Paraíba
São Paulo – Diante da praça lotada pela população de Monteiro, interior da Paraíba, e de cidades vizinhas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta deposta, Dilma Rousseff, comandaram a festa da inauguração popular da transposição do rio São Francisco. Participaram ainda governadores, senadores e outros políticos.
Em discurso emocionado, marcado por lembranças da infância difícil vivida no sertão de Pernambuco, até que mãe, dona Lidu, se mudou para São Paulo para seus oito filhos não morrerem de fome, Lula destacou a importância da obra para a população nordestina. .
O ex-presidente agradeceu políticos como Ciro Gomes, seu ministro da integração nacional, e seu então vice, José de Alencar, pelo apoio ao projeto e por terem enfrentado muita “cara feia” e as dificuldades burocráticas e políticas impostas à obra de construção do canal que leva 3% da vazão do rio São Francisco para beneficiar sobretudo a população mais pobre, que cultiva lavouras de subsistência.
Lula alertou o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), da necessidade de cobrar o governo federal para que construa adutoras e estação de tratamento para as águas. E alfinetou: “O que não pode é deixar fazendeiro pegar toda água só para ele, com bomba. Esse projeto tem função social. O eixo norte está parado desde que essa mulher foi golpeada. É preciso terminar a obra para que o nordestino, se tiver de ir para São Paulo, que seja para passear”.
O ex-presidente mencionou o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, lembrando a criação do ProUni (Programa Universidade para Todos). “Nós não queremos mais ser ajudante de pedreiro, ou pedreiro. Sem querer desmerecer esses profissionais, nós queremos ser engenheiro, queremos ser doutor, ganhar o pão de cada dia com dignidade”.
Lula criticou também o fim de programas como o Ciência sem Fronteiras, que nas suas palavras, permitia exportar estudantes e cientistas, e não só de commodities. E lembrou um passado recente em que os brasileiros eram mais felizes e respeitados em todo o mundo. “Dava orgulho ser brasileiro pela democracia, pela alegria do povo. Hoje quem viaja tem vergonha. Deram golpe numa mulher foi eleita democraticamente."
Sempre fazendo um paralelo entre a vida sofrida do nordestino, marcada pela seca, ele falou da importância da aposentadoria rural para a essa população. E mandou recado para Michel Temer e seus aliados, que comandam a impopular reforma da Previdência: “Se eles não tiverem ouvidos moucos, que escutem o conselho: Só tem uma solução para resolver o problema da Previdência, em vez de cortar o benefício das pessoas. No meu governo, a previdência era superavitária porque criamos emprego, valorizamos o salário mínimo. Esse é o único jeito”, disse, ressaltando que “essa gente não sabe o sofrimento do povo trabalhador”.
E que, apesar de governar o país há 500 anos, e nunca aprenderam a cuidar desse povo. “Aqui tem de ter universidade, indústria, escola técnica, mestres e doutores, crianças de barriga cheia.”
Em referência aos ataques diários e à perseguição que sofre por setores da mídia, reafirmou estar à espera de da denúncia de algum empresário. “Eu aprendi a andar de cabeça erguida nesse país não por arrogância, mas por necessidade de viver. Criem vergonha. Não prejudiquem a população para me prejudicar. Não sei se estarei vivo pra ser candidato, porque está longe para a definição de candidaturas. Mas eu digo que eles torcem para eu não seja candidato para o povo voltar a sonhar por emprego e salário”.
Mencionando novamente a mãe, que segundo ele nunca perdeu a esperança mesmo quando não tinha nada para cozinhar para os filhos, disse ter aprendido com ela a acreditar  em tempos melhores. “Apesar do que eles tentam fazer comigo, e do que fizeram com Dilma, meu recado é que eles vão ter de brigar comigo nas ruas desse país, e nas ruas o povo vai ser o senhor da razão.”

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