Brasil pós-Impeachment piora todos índices econômicos, que podem ficar cada vez piores
Vendido para a opinião pública e para os agentes econômicos como um passo necessário para retomar a confiança e o crescimento da economia brasileira, o golpe parlamentar de 2016 fracassou, como demonstra a manchete desta segunda-feira do Valor Econômico; no terceiro trimestre deste ano, a receita líquida das 278 empresas de capital aberto do País apresentou queda superior a 10%, na comparação com o mesmo período do ano passado; afetadas pelo desemprego e pela inadimplência, as empresas estão faturando menos; o tombo é inédito e revela a incapacidade do governo de Michel Temer e da equipe econômica de Henrique Meirelles, no poder há mais de seis meses, de apresentar saídas para a crise, que teve três etapas: a sabotagem ao segundo mandato de Dilma, a concessão de favores para viabilizar seu afastamento definitivo e, agora, a mera aplicação de medidas recessivas. (Brasil 247)
O desemprego da “retomada” e o desmonte do Brasil
Os apologistas do ajuste econômico guiado pela “mão invisível do mercado” são como aqueles médicos da Idade Média que tinham como “receita” para os doentes as sangrias e as amputações a granel.
Os dados do desemprego divulgados hoje pelo IBGE mostram a face cruel da “retomada do crescimento” e da “enxurrada de investimento” que os golpistas prometeram, assim que caísse o governo eleito. Mais cruel ainda porque estão recaindo com mais força sobre os pobres. A região Nordeste registrou, no 3º trimestre de 2016, uma taxa de desemprego de 14,1%; enquanto a Região Sul teve 7,9%.
O desemprego cresceu 0,5% no Brasil, de agosto do segundo para o terceiro semestre; o do Nordeste, quase o dobro, 0,9%. Em relação a um ano atrás, mais 739 mil pessoas sem trabalho, 3,3% a mais. E a renda média, já miserável, caiu 3,9%, para R$ 1.348.
Esse número é, porém, referente apenas ao chamado desemprego aberto, ou seja, às pessoas que estão procurando emprego. Os próprios jornais destacam que eles quase dobram quando se consideram as pessoas que desejam trabalhar e já não buscam empregos ou não têm condições de empregar-se.
A resposta do Governo para isso é como as navalhas do obscurantismo: a navalha, cortando o que não lhes parece muito sadio. Empregos, empresas, investimentos, consumo. Intocáveis só os juros, o bezerro de ouro de sua adoração.
Só que gente não é como ramos de uma árvores que se poda para que rebrote com viço. Ainda não é possível apenas queima-las numa fogueira.
Vai piorar.
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