sexta-feira, 19 de junho de 2015

O vexame internacional do Aécio e sua turma para criarem um factoide

 ¨A viagem dos senadores oposicionistas a Caracas é parte do programa de confrontação incessante com o governo petista, com a criação sucessiva de situações de crise. A tentativa de produzir um incidente internacional tem o propósito de alimentar a cultura do ódio no campo político e minar a governabilidade¨
 ( Luciano Martins Costa: Observatório da Imprensa)

A história há de registrar o dia em que  alguns parlamentares do Brasil protagonizaram um enorme vexame internacional.
¨Não surpreende que figuras como Aécio Neves, Aloisio Nunes Ferreira e Ronaldo Caiado, que exalam ódio e intolerância por todos os poros e defendem abertamente o golpe contra o mandato constitucional da presidenta Dilma, não tenham a menor noção de uma regra básica da diplomacia, que é o princípio da não ingerência em assuntos internos de outros países.
E pagaram caro por isso. A viagem, cercada de ampla pirotecnia midiática, longe de expressar solidariedade real aos golpistas encarcerados de lá e a seus familiares, tinha o único objetivo de constranger a presidenta Dilma e questionar os fundamentos da política externa do governo brasileiro.
Desde quando tem cabimento uma ação política de parlamentares brasileiros em outro país, sem nenhuma visita marcada aos presos e, tampouco, qualquer audiência prevista com as autoridades da Venezuela ?¨
(Bepe Damasco, Brasil 247)


Luís Nassif, em seu blog:

El Universal  é um jornal de oposição na Venezuela que cobriu a visita dos senadores brasileiros a Caracas. Entrevistou a ex-deputada Maria Corina Machado - que acompanhava a comitiva - que explicou que a viagem foi frustrada devido a um congestionamento provocado pela manutenção de um túnel e protestos de um grupo de funcionários da empresa de manutenção (http://www.eluniversal.com/nacional-y-politica/150618/senadores-brasilenos-retornaron-a-maiquetia-por-mantenimiento-en-tunel).

Diz ela que "en menos de 3 horas los Senadores brasileros ya saben lo que significa vivir en dictadura hoy en Venezuela", luego de publicar "totalmente trancada la autopista Caracas - La Guaira porque están limpiando los túneles y por protesta carretera vieja".
O que ocorreu com a comitiva é simples de entender.
A van que a conduzia foi acompanhada por batedores da polícia venezuelana. A comitiva parou no congestionamento. A presença de batedores despertou a curiosidade de populares. Alguns cercaram o ônibus e deram murros na lataria. Em nenhum momento houve ameaças à sua integridade física, porque os batedores estavam lá garantindo a comitiva.
É um episódio da mesma dimensão dos ataques de populares na Paulista a pessoas que vestiam camisas vermelhas. E menos grave do que os tais Revoltados Online atiçando a malta contra repórteres de uma revista tida como de esquerda. Onde existe malta ocorrem problemas típicos de ajuntamento de malta. Simples assim.
Esta é a história real.
A tentativa de transformar um episódio banal em incidente diplomático é indigna para o parlamento brasileiro. Que o governo da Venezuela pague o desgaste da prisão de oposicionistas. Pretender responsabilizá-lo por problemas de trânsito em Caracas é desmoralizante para o parlamento brasileiro.
Valeram-se do mesmo estratagema de José Serra no episódio da bolinha de papel. Seleciona-se uma região claramente hostil ao candidato, já que agrupando ex-funcionários da Funasa demitidos por ele quando Ministro. A comitiva entra provocando e a reação serve de pretexto para a farsa da bolinha.
Desde o início os parlamentares pretenderam "causar". A começar do fato de terem sido acompanhados por repórteres da Globo, prontos a registrar qualquer incidente e da denúncia canhestra de que o voo tinha sido proibido pelas autoridades venezuelanas. Só faltava! Depois de um estadista de dimensão internacional, como Felipe Gonzales, ter visitado os prisioneiros políticos, a troco de quê proibir uma comitiva liderada por um ex-candidato à presidência do Brasil que tem uma imagem internacional de playboy, acompanhado de um conjunto de brucutus que, pela idade e aspecto vociferante, mais se assemelham a um bando de Hell´s Angels que acabaram de chegar de Woodstock.
Admitia-se esse jogo de "causar" na mídia.
Mas nessa manipulação, foi-se longe demais. Valendo-se da perda de dimensão do Congresso - como as eleições do inacreditável Eduardo Cunha e do repaginado Renan Calheiros - levaram esse factoide ridículo para a casa, provocaram o Itamarati e até exigiram rompimento de relações diplomáticas com a Venezuela.
Onde se pretende chegar com essa fabricação irresponsável de factoides?

Imagens

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