Vídeo sobre Mantega:
tucano faz o que FHC prega
A próxima fase é quebrar vidros e cristais ! Por Paulo Henrique Amorin
Por Altamiro Borges
Ou as autoridades públicas tomam alguma atitude ou a onda de ódio fascista em São Paulo – centro das elites reacionárias do país – ainda resultará em tragédias. Na noite do sábado (23), o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi novamente hostilizado num restaurante na capital paulista. Segundo relato da Folha, um dos jornais que mais estimula o antipetismo doentio na sociedade, o economista e a sua esposa foram vítimas de provocações gratuitas ao deixarem o local após o jantar.
"Ao ouvir as primeiras provocações, o petista parou e perguntou quem havia falado com ele. Um senhor assumiu a autoria do comentário e disse que só não falaria mais em 'respeito' à mulher de Mantega. O ex-ministro tentou responder, mas foi interrompido por vaias. Dois clientes saíram em defesa do petista, pedindo 'educação' aos demais. O primeiro pediu que Mantega voltasse ao restaurante e o cumprimentou. O ex-ministro foi vaiado novamente e então deixou o local. Em seguida, uma senhora pediu que parassem com a provocação", descreve a jornalista Daniela Lima.
Esta é a segunda vez, em curto espaço de tempo, que o ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma (2006-2014) – responsável pelas menores taxas de desemprego da história do Brasil e pela viabilização de inúmeros programas sociais – é hostilizado por ricaços reacionários e elitistas. Em fevereiro passado, numa cena ainda mais detestável e macabra, ele sofreu provocações quando levava a sua esposa para um sessão de tratamento do câncer no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Alguns fascistóides gritaram "vai para o SUS" e "vai para Cuba", fazendo o casal deixar o local para evitar mais traumas. Na ocasião, nada foi investigado e ninguém foi punido pelo gesto odioso.
O presidente da instituição privada – um sionista famoso por suas posições direitistas – até procurou atenuar a ação criminosa. Em uma nota lacônica, o hospital – que abocanha recursos milionários do SUS – afirmou que "recebe igualmente a todos... e rechaça qualquer atitude de intolerância em seu ambiente". Nem os vídeos internos do hospital foram analisados para descobrir os fascistóides. Para piorar, a mídia "privada" – nos dois sentidos da palavra – ainda tratou o lamentável episódio como algo natural. O jornalista Merval Pereira, o “imortal” da Globo, ainda justificou o ato criminoso.
Em seu ódio doentio ao “lulopetismo”, ele publicou um artigo repugnante no jornal O Globo, em que afirmou que a hostilidade ao ex-ministro Guido Mantega e a sua esposa é “reflexo do estilo agressivo de fazer política que o PT levou adiante no país nos últimos 12 anos”. Para ele, a cena corroborou a tese das forças golpistas. “O importante a notar é que o impeachment já se tornou um tema inevitável nas análises sobre o futuro do país, e seria hipocrisia tratá-lo como algo de que não se deve falar. O país está convulsionado, e sem uma liderança com grandeza que possa levar a acordos políticos indispensáveis para a superação do impasse que se avizinha”.
Será que agora, após a nova hostilidade ao ex-ministro da Fazenda – uma semana antes, outro dirigente petista, Alexandre Padilha, também foi vítima de provocação de um empresário falido e picareta num restaurante em São Paulo –, o "imortal" da Globo dará novamente seu apoio aos fascistas? Será que as chamadas autoridades públicas vão tomar alguma atitude para conter a onda de ódio que se alastra em São Paulo? Cadê a reação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo? O ovo da serpente está sendo chocado e poderá resultar em cenas ainda mais lamentáveis para a jovem e frágil democracia brasileira.
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