quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Pimentel age rápido e impede despejo de sem-teto em BH

Por Hélcio Zolini, em seu blog


O governador Fernando Pimentel demonstrou que está atento e sensível às questões sociais que afetam Minas Gerais.

Foi a campo nessa segunda-feira (12) e com habilidade conseguiu desarmar uma “bomba” colocada no seu caminho pela Prefeitura de Belo Horizonte: o despejo de 70 famílias de sem-teto que há cerca de um ano ocupam irregularmente uma área pertencente ao município no bairro da Serra e conhecida como ocupação Nélson Mandela.

A operação de reintegração de posse seria realizada na manhã desta terça-feira pela Polícia Militar (PM) em cumprimento a ordem judicial expedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas foi abortada na segunda à noite após a intervenção do governador mineiro.

Com a manobra, o governador matou três coelhos de uma só vez: 1) ganhou tempo para buscar uma saída política para o caso a ser negociada junto à PBH; 2) impediu a criação de uma situação vexatória para aquelas famílias, que poderiam simplesmente ser jogadas nas ruas; e 3) evitou a criação de uma possível crise social na capital do estado e que poderia se transformar no primeiro desgaste político de seu governo, já que vários movimentos sociais já haviam se solidarizado com os sem-teto da Nélson Mandela e prometido ir para as ruas a fim de parar a capital mineira com manifestações.

O caso agora está nas mãos da Advocacia-Geral do Estado que ficou encarregada de negociar junto à PBH. Por enquanto, não há definição sobre a nova data para o cumprimento do mandado judicial por parte da PM.

O local onde estão os sem-teto é considerado de risco e eles não pretendiam resistir à ordem judicial, desde que a PBH lhes desse algum local digno para se instalarem.

A Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) que ajuizou a ação pedindo a reintegração de posse, não ofereceu nenhuma alternativa de moradia às famílias, pois, segundo ela, os sem-teto não se enquadrariam na política habitacional da PBH.

Após muita discussão chegou, contudo, a cogitar levá-los para abrigos públicos na capital, mas solução foi considerada “desumana” pelos sem-teto, pois separaria as crianças de seus pais e os homens das mulheres.



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