sábado, 11 de julho de 2015

Conhecendo um pouco de Emmanuel Lévinas - Veja a entrevista com o filósofo -




Assista abaixo entrevista com o filósofo.

Emmanuel Lévinas (Kaunas, 30 de novembro de 1906 — Paris,25 de dezembro de 1995) foi um filósofo francês nascido numa família judaica na Lituânia.

Bastante influenciado pela fenomenologia de Edmund Husserl, de quem foi tradutor, assim como pelas obras de Martin Heidegger e Franz Rosenzweig, o pensamento de Levinas parte da ideia de que a Ética, e não a Ontologia, é a Filosofia primeira. É no face-a-face humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do Outro, o sujeito se descobre responsável e lhe vem à ideia o Infinito.

Para uma melhor compreensão do pensamento de Emmanuel Lévinas é necessário contextualizá-lo no horizonte dos acontecimentos do século XX.

As duas guerras mundiais, a crise da razão e das ciências humanas, o avanço científico e tecnológico, a banalização do mal, a indiferença e o desrespeito à vida levaram Emmanuel Lévinas a repensar a ética - tema que surge progressivamente em sua obra.

Historicamente, está impressa na sua obra a memória dos seis milhões de judeus assassinados pelo nazismo durante a Shoah (Holocausto), aos quais dedica seu livro Autrement qu’etre (1974). Traz consigo, portanto, a inquietação de um século marcado pela dominação do homem sobre o outro homem. Nas palavras dele, "Século que, em trinta anos, conheceu duas guerras mundiais, os totalitarismos de direita e de esquerda, hitlerismo e stalinismo, Hiroshima, o goulag, os genocídios de Auschwitz, do Camboja. Século que finda na obsessão do retorno de tudo o que estes nomes bárbaros significam. Sofrimento e mal impostos de maneira deliberada, mas que nenhuma razão limitava na exasperação da razão tornada política e desligada de toda a ética".


Filosoficamente, Levinas percebe que o pensamento ocidental, a partir da filosofia grega, desenvolveu-se como discurso de dominação. O Ser dominou a Antiguidade e a Idade Média, sendo depois substituído pelo eu desde a época moderna até os nossos dias, porém sempre sob o mesmo sinal: a unidade unificadora e totalizante que exclui o confronto e a valorização da diversidade, entendida como abertura para o Outro. A obra de Levinas transmite o alerta de uma emergência ética de se repensar os caminhos da filosofia a partir de um novo prisma, de se partir do eu já em direção ao Outro. Uma tal inspiração Levinas buscará na sabedoria bíblico-judaica.
Confrontando a filosofia ocidental, dialoga constantemente com os pensadores da tradição, como Platão, Descartes, Kant, Hegel, Bergson, Husserl, e Heidegger. Esses dois últimos estão sempre presentes em sua obra, seja partindo deles, seja já tentando superá-los. A propósito, afirma: “quase sempre, começo com Husserl ou em Husserl, mas o que digo já não está em Husserl” e, em outro lugar: “Apesar do horror que um dia veio associar-se ao nome de Heidegger — e que nada poderá dissipar — nada conseguiu desfazer em meu espírito a convicção de que Sein und Zeit, de 1927, é imprescritível”. De Descartes, Levinas guarda a descoberta da ideia do infinito, tomada como orientação metafísica para a sua ética. Contudo, é com Franz Rosenzweig que comunga suas maiores intuições, autor esse "presente demais para ser citado" segundo Levinas.

Após elaborar uma crítica radical à ontologia - que ele denomina de filosofia da injustiça por reduzir o outro ao Mesmo - Emmanuel Lévinas proclama que a ética é a filosofia primeira e se traduz na responsabilidade infinita do Eu pelo outro.

Disso decorre que a justiça para Lévinas se expressa numa responsabilidade incondicional e irrecusável do Eu não só pelo outro, mas também por todos os outros, capaz de romper com o egoísmo e o ensimesmamento contemporâneo e proporcionar condições de que a humanidade atinja sua verdadeira essência de solidariedade e fraternidade.


Veja a entrevista  com Emmanuel  Lévinas:



  1. Lévinas parte 1 - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=jIZnjFLpZ_A
    15 de mai de 2015 - Vídeo enviado por mar
    Lévinas parte 1 ... Cogito et phénoménologie : Husserl, Sartre etLevinas • Philippe Cabestan - Duration ...

Lévinas Parte 2 - YouTube

www.youtube.com/watch?v=IhapQ8kZu2o
15 de mai de 2015 - Vídeo enviado por mar
Lévinas Parte 2 ... Cogito et phénoménologie : Husserl, Sartre etLevinas • Philippe Cabestan - Duration


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