Emmanuel Lévinas
A constituição do sujeito não se dá pelo conhecimento, não é a tematização, não é a conceitualização do mundo e, também, do outro. Nós nos constituímos como seres humanos, como sujeitos a partir das outras pessoas, do rosto do outro. Ele é um grande crítico da tradição moderna, da teoria do conhecimento. A alteridade constitui a subjetividade humana. A origem do sujeito é ética, é uma origem de responsabilidade, responder ao chamado do rosto do outro. E qual é o chamado que estampa deste rosto? É o chamado mesmo do cuidado, do ¨cuida de mim¨, e o ¨não me mate¨, esse se mostrar frágil. É a partir do rosto do outro que a gente pode se constituir como sujeito ético.
Antes da liberdade estaria a responsabilidade. A ética da responsabilidade caminha para nos questionar e possibilitar que haja menos injustiça, menos violência. É um limite para nossa cultura.
Nesse sentido, Lévinas sinaliza para um outro modo de ser em que o eu assumi sua responsabilidade para com o outro.
Na linguagem levinasiana a ética deve ser entendida a partir do serviço profético no qual a justiça e a igualdade social são estabelecidas na relação em que o eu é sempre o primeiro a responder pelo outro e por toda a humanidade. Nessa ótica a ética passa a ser entendida como religião e o rosto do outro como aquele que manifesta o vestígio de Deus que vem à ideia sem que esta consiga tematizá-lo ou conhecê-lo.
Assista os vídeos do programa Religare que abordam o tema da subjetividade e o outro a partir do pensamento de Emmanuel Lévinas.
A filosofia de Emmanuel Lévinas (1906-1995) filósofo de origem judaica, nascido em Kaunas na Lituânia e naturalizado francês destaca-se pela primazia da ética em relação à ontologia que desde a origem da filosofia na Grécia Antiga, reinou absoluta sobre todas as outras formas de saber. Ao propor esta inversão sua proposta além de reconhecer o outro em sua alteridade, possibilita ao eu romper com a prisão de si mesmo. Nesse sentido, Lévinas sinaliza para um outro modo de ser em que o eu assumi sua responsabilidade para com o outro de forma desinteressada, numa abertura para o infinito na sua separação e exterioridade que desvela a transcendência da ética. Na linguagem levinasiana a ética deve ser entendida a partir do serviço profético no qual a justiça e a igualdade social são estabelecidas na relação em que o eu é sempre o primeiro a responder pelo outro e por toda a humanidade. Nessa ótica a ética passa a ser entendida como religião e o rosto do outro como aquele que manifesta o vestígio de Deus que vem à ideia sem que esta consiga tematizá-lo ou conhecê-lo. O sentido ético da religião, portanto, origina-se na socialidade cuja transcendência e glória do infinito estão no outro que liberta o eu de seu egoísmo e a filosofia de seu dito ontológico.
Religare recebe Luciane Martins
O Religare recebeu Luciane Martins Ribeiro para falar sobre a subjetividade e o outro, a partir do pensamento de Emmanuel Levinas. A filósofa aborda questões sobre a ética da responsabilidade e como ela problematiza a constituição da subjetividade a partir da relação vivida com o outro.
A professora lançou, pela editora Ideias&Letras, um livro sobre o assunto. Na obra, ela expõe a constituição da subjetividade como chave hermenêutica investigativa da ética da alteridade. No pensamento do filósofo francês E. Levinas, observa-se as linhas fundamentais de compreensão sobre o tema da subjetividade.
Emmanuel Lévinas (1906-1995) foi um filósofo francês nascido numa família judaica na Lituânia.
Bastante influenciado pela fenomenologia de Edmund Husserl, de quem foi tradutor, assim como pelas obras de Martin Heidegger e Franz Rosenzweig, o pensamento de Lévinas parte da ideia de que a Ética, e não a Ontologia, é a Filosofia primeira. É no face à face humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do Outro, o sujeito se descobre responsável e lhe vem à ideia do Infinito.
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