Um ano após a criação do programa Mais Médicos no Brasil, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, deu nesta terça-feira (1) por cumprida a distribuição de médicos para Minas Gerais. Ao fazer um balanço da ação no Estado, em seminário realizado em Belo Horizonte, ele disse que 100% da demanda solicitada foi atendida em todo o país, inclusive nos municípios mineiros, e que novas vagas não serão abertas por enquanto.
O representante do governo federal comemorou os resultados da iniciativa, como o aumento de 54,2% no número de consultas eletivas feitas nas unidades básicas de saúde da capital e região metropolitana.
O programa Mais Médicos foi criado em julho de 2013 pela presidente Dilma Rousseff como forma de suprir o déficit de profissionais nos municípios, principalmente nos mais distantes dos grandes centros. No Brasil, 14.462 médicos participam atualmente da ação, sendo 79% deles cubanos.
Para Minas, foram distribuídos 1.235, sendo que, nas primeiras e segundas etapas de inscrição do programa, 1.920 foram solicitados pelas cidades mineiras. No entanto, o Estado teve o maior número de prefeituras que desistiram do programa – foram 117,de acordo com o Ministério da Saúde.
Balanço
Pelos dados apresentados nesta terça-feira, o número de consultas eletivas na capital e região metropolitana passou de 67.823 em janeiro de 2013 para 104.597 no mesmo período deste ano, um aumento de 54,2%. Em Minas, o crescimento foi de 25,6%. Já o número de consultas imediatas, como quando, por exemplo, o paciente procura um centro de saúde com uma forte dor no peito, cresceu 14%.
“O Mais Médicos consegue reduzir em 20,8% o número de encaminhamentos para hospitais”, completou o ministro. Como os profissionais atuam na atenção básica, ele diz que já houve um aumento no número de atendimentos de doenças graves no país, como diabetes, que teve um aumento de 44,6% e de hipertensão, com 5%.
Repasse de recursos
Para dar estrutura à atuação de profissionais da saúde, inclusive do Mais Médicos, o ministro Arthur Chioro anunciou que Minas vai receber R$ 46,6 milhões neste ano. Do total, R$ 5 milhões vão para o Estado, para investimentos em cirurgias agendadas. Outros R$ 20,4 milhões vão para as prefeituras no custeio da rede de urgência e emergência e mais R$ 4,1 milhão para o Hospital Municipal de Ibirité, em crise financeira. O destino do restante do dinheiro não foi revelado.
Agência Saúde:
Em menos de um ano, o Programa Mais Médicos já impacta na assistência à população dos municípios de Minas Gerais. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde em cidades mineiras que participam do programa aponta crescimento de 21,6% no total de consultas nas unidades básicas de saúde. Em janeiro de 2014, foram contabilizadas 546.279 consultas no estado contra 449.126 no mesmo período do ano anterior, quando à população ainda não contava com o reforço dos profissionais do Mais Médicos.
Por meio do Programa, o estado de Minas Gerais ampliou em 1.235 o número de médicos atuando na atenção básica de 463 municípios e um distrito indígena. O Ministério da Saúde atendeu 100% da demanda por médicos apontada pelos municípios mineiros e superou a meta inicialmente estabelecida. Atualmente, o Mais Médicos garante assistência médica nas unidades básicas de saúde para 4,2 milhões de mineiros.
Os impactos do Programa no estado foram apresentados pelo ministro da saúde, Arthur Chioro, durante o Seminário Mais Médicos para o Brasil, Mais Saúde para os Brasileiros, realizado em Belo Horizonte (MG) nesta terça-feira (01). O evento reuniu prefeitos e secretários de saúde de 148 municípios de regiões próximas a capital do estado. Juntos, esses municípios contam com 545 médicos beneficiando 1,8 milhões de pessoas. O ministro ressaltou a importância dos médicos para todo Sistema Único de Saúde e não apenas na atenção básica. “Estamos vivendo um momento muito diferente no âmbito do SUS no País, porque pela primeira em 25 anos podemos ter, de fato, equipes completas com médicos trabalhando nas unidades de saúde para fazer atenção básica com qualidade para a nossa população”, afirmou Artur Chioro.
Esse é um dos vários seminários que estão sendo realizados pelo governo federal em todo país para debater com gestores públicos os primeiros impactos do Mais Médicos na assistência da população que vive nas cidades beneficiadas pela iniciativa. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde em mais de dois mil municípios que contam com pelo menos um médico do Programa serviram de base para a discussão. São dados dos sistemas de acompanhamento da atenção básica (Siab e eSUS), alimentados pelas secretarias de saúde de todo o país.
Mais assistência – No estado de Minas Gerais, houve aumento de 34,8% no atendimento a usuários de álcool (3.264 em janeiro de 2013 contra 4.400 em janeiro de 2014) e 18,6% a pessoas com problemas de saúde mental, foram 24.986 em janeiro de 2014 contra 21.071 em janeiro de 2013. Também foi registrado aumento de 17% nas consultas de pré-natal e 7,5% no acompanhamento a pacientes com diabetes.
“A presença de um médico na equipe de saúde da família cria vínculo, compromisso e disponibilidade no atendimento, e isso está fazendo a diferença. O Programa Mais Médicos está proporcionando isso em todos os municípios brasileiros. A prova são os primeiros resultados em menos de um ano de Programa”, completou o ministro.
Em todo o país, o número geral de consultas realizadas na Atenção Básica cresceu quase 35% no mesmo período – foram 5.972.908 em janeiro de 2014 contra 4.428.112 em janeiro de 2013. Entre esses atendimentos, teve destaque o de pessoas com diabetes, que aumentou cerca de 45% - passou de 587.535, em janeiro de 2013, para 849.751 em janeiro de 2014. Os atendimentos de pacientes com hipertensão arterial aumentaram em 5% no mesmo período, e as consultas de pré-natal, em 11%. O encaminhamento a hospitais diminuiu em 20%, passando de 20.170 para 15.969.
O governo federal já superou a meta de levar médicos para os municípios de todo o país que aderiram ao Programa Mais Médicos. Atualmente mais de 14 mil profissionais atuam em cerca de 4 mil cidades. A maioria (75%) dos médicos está em regiões de grande vulnerabilidade social, como o semiárido nordestino, periferia de grandes centros, municípios com IDHM baixo ou muito baixo e regiões com população quilombola, entre outros critérios de vulnerabilidade.
Mais Médicos - Lançado em julho de 2013 pela presidenta Dilma Rousseff, o Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com o objetivo de aperfeiçoar a formação de médicos na Atenção Básica, ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país e acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde.
Os profissionais do programa cursam especialização em atenção básica, com acompanhamento de tutores e supervisores. Para participar da iniciativa, eles recebem bolsa formação de R$ 10,4 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos participantes.
Além da ampliação imediata da assistência em atenção básica, o Mais Médicos prevê ações estruturantes voltadas à expansão e descentralização da formação médica no Brasil. Até 2018, serão criadas 11,4 mil novas vagas de graduação em medicina e mais de 12 mil novas vagas de residência médica.
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