30 de julho de 2014
Vai na fé, Ronaldinho Mineiro
Pouco mais de dois anos de mágica, títulos e invencibilidade no Horto. Assim foi a vitoriosa passagem de Ronaldinho pelo Atlético, de onde o craque se despediu na tarde desta quarta-feira, em entrevista coletiva na Cidade do Galo, após rescisão amigável de contrato.
O eterno ídolo atleticano foi homenageado com a honraria maior do clube, o Galo de Prata, contendo uma placa com os seguintes dizeres:
“A união entre Atlético e Ronaldinho ficará eternamente marcada na História. Para o Galo, você agora é Ronaldinho Mineiro. Nossa Homenagem e Agradecimento”.
Cidade do Galo 30/07/2014
Alexandre Kalil – Presidente do Clube Atlético Mineiro
“Achei muito importante fazer esse tipo de despedida com o Ronaldinho porque, há dois anos e pouco, eu sentado aqui, neste mesmo lugar, disse para o Brasil inteiro que eu queria saber quem era o bagunceiro, se era o antigo clube dele, que tinha outra gestão, ou o Ronaldo. E, hoje, sabemos quem era. Então, esse menino veio e, aqui, nos fez muito felizes. Trouxe para nós, atleticanos, uma
valorização e uma geração de novos atleticanos com os títulos que conquistou com todo esse grupo.
Quero deixar para todo o Brasil que tive o orgulho de presidir um dos maiores jogadores de todos os tempos do futebol mundial e um dos maiores ídolos da história do Atlético”, declarou o presidente Alexandre Kalil.
“Ele cumpriu um ciclo, sai feliz, só deixou amigos aqui, inclusive o presidente. Chegou aqui chorando e vai embora às gargalhadas, falando para o Brasil inteiro que aqui é Galo”, completou Alexandre Kalil.
Ronaldinho exaltou os momentos felizes com a camisa atleticana, afirmou ter cumprido a meta de entrar para a história do clube que, segundo ele, tornou-se a sua segunda casa.
“Aqui, marcou muito. Entrar para a história de um clube dessa forma é muito marcante. Por tudo isso, posso estar morando em qualquer lugar do mundo que vou poder sempre dizer que tenho uma segunda casa. Aqui, vai ser sempre minha segunda casa”, disse o craque.
“Deu tudo muito certo. Foram títulos e muitas alegrias. Poucos têm o privilégio de sair em um momento de alegria e é assim que eu gostaria que o torcedor do Atlético lembrasse de mim, como um jogador que fez história, ganhou os títulos mais importantes da historia do clube e nunca perdeu dentro do Horto”, acrescentou o ídolo, que deu apenas um até logo para a Massa.
“Para a torcida do Galo, não é um adeus, é um ate breve porque vou continuar vindo aqui, visitando meus amigos. A torcida do Galo, para mim, é eterna e vou com eles até o fim. Para a torcida, o meu mais sincero muito obrigado, por todo o carinho que demonstraram por mim, a cada jogo, a cada dia.
O que vivi aqui nunca tinha vivido em nenhum outro clube. Estou emocionado e fico sem palavras para demonstrar todo o carinho que tenho por essa torcida. O momento mais emocionante foi quando tive o problema com a minha mãe e pensei em parar, então, por muitas coisas, o Galo é inesquecível para mim”, disse R10.
Ronaldinho revelou ter sentido que sua passagem no Galo seria vitoriosa logo que teve o primeiro contato com o presidente Alexandre Kalil.
“Começou quando conversei com o presidente, senti firmeza no cara e, para mim, ele é o cara. Senti que seria bem quisto e poderia dar a volta por cima em um grande clube”, contou.
Ronaldinho chegou ao Galo de maneira discreta. Antes que todos percebessem, ele já estava uniformizado e treinando na Cidade do Galo, que era sobrevoada por helicópteros. A mídia mundial voltava os olhares para Belo Horizonte.
E, como um meteoro, o craque caiu rapidamente nas graças da torcida. As grandes atuações, jogadas geniais, dribles desconcertantes, assistências precisas e golaços logo elevaram Ronaldinho à condição de ídolo da Massa.
Com a camisa alvinegra, Ronaldinho fez 28 gols em 88 jogos e conquistou os títulos da Copa Libertadores da América (2013), Campeonato Mineiro (2013) e Recopa Sul-Americana (2014), além de ter retornado à Seleção Brasileira.
Mas a recíproca também foi verdadeira. Ronaldinho sentiu-se em casa no Atlético, onde recuperou a boa forma e o desejo de jogar futebol. Teve na torcida o apoio necessário para superar momentos difíceis, como o problema de saúde que sua mãe, Dona Miguelina, enfrentou em 2012.
Na figura do presidente Alexandre Kalil, a quem trata por “papai” tamanha a relação de carinho existente entre eles, o camisa 10, que no Galo também vestiu o número 49, encontrou a liderança necessária para voltar a brilhar nas quatro linhas.
Atlético e Ronaldinho se completaram, fizeram bem um ao outro e o resultado foi um período extremamente vitorioso para ambos e uma parceria que será lembrada por toda a eternidade.
Fotos: Bruno Cantini / Atlético
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