(Dom Total):
Cézanne, a arte da filosofia e da forma pura
Paul Cézanne ( 1839-1906) foi um pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX. Matisse e Picasso disseram sobre ele: “Cézanne é o pai de todos nós".
Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.
O homem que em sua solidão encontrou a arte da filosofia e da forma pura, precursor do cubismo estandarte do naturalismo, criador do pós-impressionismo, é protagonista de uma extraordinária retrospectiva do seu trabalho, inaugurada no Museu Nacional de Belas Artes de Budapeste em 2013 e que agora é apresentada no Museu Thyssen-Bornemisza, de Madrid, de fevereiro a maio. A ironia da mostra é dupla, por reconstituir a memória do criador rechaçado, além de fazê-lo desde uma perpectiva radicalmente diferente daquela que permite compreender, ainda que postumamente a contribuição fundamental do artista à abertura à modernidade.
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Maçãs e Laranjas (1900): durante toda a sua vida, Cézanne pinta naturezas mortas, tornando seus elementos entidades pictóricas, e estudando suas formas e cores. Para Cézanne, a pintura não trabalha com a semelhança, mas com a equivalência. Não se copia a natureza, mas se tornam reais as sensações. Na obra “Maçãs e Laranjas”, os objetos parecem retratados em diferentes planos, como se o pintor mudasse constantemente o seu ponto de observação. Tais estudos, mais tarde, seriam retomados por Picasso no início do cubismo.( abstraçãocoletiva.com.br)
Do abstraçãocoletiva.com.br:
Os Jogadores de Cartas de Paul Cézanne, em suas cinco versões
O tema dos jogadores de cartas é explorado por Paul Cézanne nos anos 1890, em cinco obras. É bastante difícil precisar com exatidão o ano em que cada quadro foi pintado, pois Cézanne não assinava nem datava suas obras. Mas a ordem das obras pode ser estipulada.
O trabalho foi precedido de inúmeros esboços e estudos, pela complexidade da composição. Tradicionalmente, na escola francesa de pintura, jogos e cartas eram retratados de forma anedótica, em tavernas à luz de velas, com personagens ruidosos em torno de uma mesa – bebendo, tocando, discutindo, blefando, trapaceando. Cézanne mergulha seus personagens em uma atmosfera de silêncio e concentração. Nossa atenção é dirigida para a pintura em si, sua composição formal e especificidades pictóricas.
A primeira obra é realizada por volta de 1892, na residência da família, em Jas de Bouffan, utilizando como modelos trabalhadores da propriedade. Há três jogadores, mas quatro lugares na mesa. O quarto lugar poderia pertencer a um jogador desistente ou ao próprio observador da pintura. Outros dois personagens assistem a partida, sólidos e absortos.
A segunda obra traz tons mais azulados, e menos objetos compondo o quadro – a estante e o quadro são eliminados. Também, um dos observadores da partida é excluído. Com menos elementos dispersivos, nos concentramos ainda mais nos jogadores, cuja tensão é quase palpável.
No terceiro quadro, só dois personagens são retrataos e suas identidades parecem diferentes. Possivelmente, o personagem do observador nas duas primeiras pinturas, com um cachimbo nos lábios, é agora um dos jogadores. O ambiente também parece outro. As tonalidades de azul se intensificam tornando ainda mais opressiva a concentração dos jogadores. A mesa, mais simples, traz uma garrafa em sua extremidade, mas não há copos.
Até pouco tempo atrás, a obra fazia parte da coleção de arte do milionário grego Goerge Embiricos, que a vendeu em 2011 para a família real do Qatar. O valor pago é a maior quantia já oferecida por uma obra de arte em leilão ou transação privada: cerca de 430 milhões de reais.
Na quarta tela, os tons se tornam mais vivos, com uma paleta rica de amarelos, laranja, vermelhos e marrons, com sombreamento verde. Os elementos gerais da composição são mantidos.
Uma curiosidade é que no filme estadunidense “Onze Homens e um Segredo”, de 2011, a obra aparece rapidamente em uma cena, desfocada, mais ainda reconhecível.
A última versão do quadro é a mais conhecida. Não há mais qualquer presença dos tons de azul característicos das primeiras telas, a cor varia entre amarelos e tons castanhos. É a menor de todas as obras, com 47,5cm x 73cm. A primeira versão possuía 134,6cm x 180,3cm.
O artista foi o criador de obras com os maiores preços do mercado de arte, nos últimos anos. Cézzane é considerado a ponte entre o impressionismo do fim do século XIX e o cubismo do início do século XX. Entre as suas pinturas estão: paisagens, representações de naturezas mortas, figuras humanas em grupo e retratos, além de fenômenos óticos.
Cézanne serviu também de inspiração para Picasso, Braque, Gris e outros, que experimentaram visões complexas. O artista tornou-se assim um grande influenciador do desenvolvimento da Arte Moderna.
Vida
O francês Paul Cézanne estudou desenho na Academia de Desenho de Aix entre 1846 e 1848. Em 1852, ingressou no Collège Bourbon, de Aix. Em seguida, Cézanne candidata-se à Escola de Belas Artes, mas é recusado e volta à sua cidade. Retorna à Paris, matriculando-se no Ateliê Libre Suisse, onde conhece Pissarro, Monet, Sisley e Renoir. Pinta várias obras de inspiração romântica. A primeira obra-prima é "A casa do enforcado" (1873), seguida de uma série de "naturezas-mortas", tema que se torna uma constante.
Sempre rejeitado no Salão Anual, onde estavam os principais artistas, participou de exposições impressionistas. Após a morte dos pais, se instalou, em Aix, onde viveu solitário. Neste período, a sua arte atingiu o auge da depuração nas paisagens como: "O grande pinheiro", que pode ser admirado na coleção permanente do Museu de Arte de São Paulo - MASP.
¨O grande pinheiro¨
O trabalho foi precedido de inúmeros esboços e estudos, pela complexidade da composição. Tradicionalmente, na escola francesa de pintura, jogos e cartas eram retratados de forma anedótica, em tavernas à luz de velas, com personagens ruidosos em torno de uma mesa – bebendo, tocando, discutindo, blefando, trapaceando. Cézanne mergulha seus personagens em uma atmosfera de silêncio e concentração. Nossa atenção é dirigida para a pintura em si, sua composição formal e especificidades pictóricas.
A primeira obra é realizada por volta de 1892, na residência da família, em Jas de Bouffan, utilizando como modelos trabalhadores da propriedade. Há três jogadores, mas quatro lugares na mesa. O quarto lugar poderia pertencer a um jogador desistente ou ao próprio observador da pintura. Outros dois personagens assistem a partida, sólidos e absortos.
A segunda obra traz tons mais azulados, e menos objetos compondo o quadro – a estante e o quadro são eliminados. Também, um dos observadores da partida é excluído. Com menos elementos dispersivos, nos concentramos ainda mais nos jogadores, cuja tensão é quase palpável.
No terceiro quadro, só dois personagens são retrataos e suas identidades parecem diferentes. Possivelmente, o personagem do observador nas duas primeiras pinturas, com um cachimbo nos lábios, é agora um dos jogadores. O ambiente também parece outro. As tonalidades de azul se intensificam tornando ainda mais opressiva a concentração dos jogadores. A mesa, mais simples, traz uma garrafa em sua extremidade, mas não há copos.
Até pouco tempo atrás, a obra fazia parte da coleção de arte do milionário grego Goerge Embiricos, que a vendeu em 2011 para a família real do Qatar. O valor pago é a maior quantia já oferecida por uma obra de arte em leilão ou transação privada: cerca de 430 milhões de reais.
Na quarta tela, os tons se tornam mais vivos, com uma paleta rica de amarelos, laranja, vermelhos e marrons, com sombreamento verde. Os elementos gerais da composição são mantidos.
Uma curiosidade é que no filme estadunidense “Onze Homens e um Segredo”, de 2011, a obra aparece rapidamente em uma cena, desfocada, mais ainda reconhecível.
A última versão do quadro é a mais conhecida. Não há mais qualquer presença dos tons de azul característicos das primeiras telas, a cor varia entre amarelos e tons castanhos. É a menor de todas as obras, com 47,5cm x 73cm. A primeira versão possuía 134,6cm x 180,3cm.
O artista foi o criador de obras com os maiores preços do mercado de arte, nos últimos anos. Cézzane é considerado a ponte entre o impressionismo do fim do século XIX e o cubismo do início do século XX. Entre as suas pinturas estão: paisagens, representações de naturezas mortas, figuras humanas em grupo e retratos, além de fenômenos óticos.
Cézanne serviu também de inspiração para Picasso, Braque, Gris e outros, que experimentaram visões complexas. O artista tornou-se assim um grande influenciador do desenvolvimento da Arte Moderna.
Vida
O francês Paul Cézanne estudou desenho na Academia de Desenho de Aix entre 1846 e 1848. Em 1852, ingressou no Collège Bourbon, de Aix. Em seguida, Cézanne candidata-se à Escola de Belas Artes, mas é recusado e volta à sua cidade. Retorna à Paris, matriculando-se no Ateliê Libre Suisse, onde conhece Pissarro, Monet, Sisley e Renoir. Pinta várias obras de inspiração romântica. A primeira obra-prima é "A casa do enforcado" (1873), seguida de uma série de "naturezas-mortas", tema que se torna uma constante.
Sempre rejeitado no Salão Anual, onde estavam os principais artistas, participou de exposições impressionistas. Após a morte dos pais, se instalou, em Aix, onde viveu solitário. Neste período, a sua arte atingiu o auge da depuração nas paisagens como: "O grande pinheiro", que pode ser admirado na coleção permanente do Museu de Arte de São Paulo - MASP.
¨O grande pinheiro¨
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