Darcy Ribeiro foi um antropólogo, escritor e político brasileiro conhecido por seu foco em relação aos índios e à educação no país.
Nascimento: 26 de outubro de 1922, Montes Claros, Minas Gerais
Falecimento: 17 de fevereiro de 1977, Brasília
Considerações sobre Darcy Ribeiro:
Darcy Ribeiro fez parte de uma geração de brasileiros que deixaram como marca uma engajada militância em torno de um projeto diferente de país.
Por Paulo Kliass (cartamaior.com.br):
Se ainda estivesse vivo em 26 de outubro passado, Darcy Ribeiro teria completado 91 anos de idade. Lamentavelmente, porém, ele nos deixou em fevereiro de 1997, ainda com 74 anos. Uma grande perda, de alguém que deixou um expressivo legado para as futuras gerações, contribuições elaboradas ao longo de um vida de muita luta e de muita criação. Entre livros acadêmicos, romances e os resultados de sua ação na esfera política e governamental, o mestre plantou sementes essenciais para a conformação da brasilidade.
Darcy é autor de algumas dezenas de livros. Mas muitos analistas consideram “O povo brasileiro”, publicado em 1995, como sua obra síntese. Ali ele busca as raízes da formação popular da nacionalidade e, na tradição do pensamento crítico, os vetores básicos para a construção de um projeto desenvolvimentista inclusivo e soberano. Algo que ele chamava, com graça e vigor, de “socialismo moreno”.
Por Eric Nepomuceno:
(cartamaior.com.br)
Descalço.
Darcy Ribeiro, até nisso, foi embora como viveu. Chegava em casa e tirava os sapatos. Dizia que era por causa de seu sangue índio. Eu sempre achei que não: que era para sentir o chão nos pés.
Muito diferente que sentir os pés no chão: sentir o chão nos pés, porque era aquele chão, o da realidade, que ele quis mudar, transformar, como quis transformar o Brasil e a América Latina. O mundo.
Darcy Ribeiro, até nisso, foi embora como viveu. Chegava em casa e tirava os sapatos. Dizia que era por causa de seu sangue índio. Eu sempre achei que não: que era para sentir o chão nos pés.
Muito diferente que sentir os pés no chão: sentir o chão nos pés, porque era aquele chão, o da realidade, que ele quis mudar, transformar, como quis transformar o Brasil e a América Latina. O mundo.
Também assim quero me lembrar de Darcy Ribeiro para sempre. Também assim: Darcy acreditando profundamente na capacidade transformadora do bicho humano, rejeitando limites, desafiando barreiras, convocando desafios. Não era homem de sonhar com pouco. Sonhava grande, e se lançava aos sonhos para transformá-los em realidade e assim, mudar essa realidade que estava ali, cercando, imposta.
E lembrar também o que ele disse certo dia de santa ira e lúcida rebelião: “Na América Latina só temos duas saídas: ser resignados, ou ser indignados; e eu não vou me resignar nunca”.
Não fez outra coisa na vida além de traduzir essa frase-guia em cada ato, cada ousadia, cada sonho.
Frases de Darcy Ribeiro:
¨O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso¨.
Darcy Ribeiro
“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
Darcy Ribeiro
“Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando como um cruzado pelas causas que me comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolaridade das crianças, a reforma agrária...”
Darcy Ribeiro no livro Testemunho (Ed. Apicuri)
Darcy Ribeiro no livro Testemunho (Ed. Apicuri)
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