sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Conhecendo mais sobre Guimarães Rosa : Parte IV (final)

A última parte da matéria sobre Guimarães Rosa : a posse na Academia Brasileira de letras e seu falecimento após três dias da cerimônia de consagração literária. 

Do site elfikurten.com.br


ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
É o dia 16 de novembro de 1967. João Guimarães Rosa, aos 59 anos, veste o fardão e prepara-se para ir à Academia Brasileira de Letras tomar posse na cadeira n.º 2, que tem como patrono o escritor Álvares de Azevedo, e pertenceu a seu amigo e antigo chefe no Itamarati, João Neves da Fontoura.

Eleito em 6 de agosto de 1963, há quatro anos adia esta posse. Rosa pensa que seu coração não irá agüentar tanta emoção. Mas agora, deve enfrentar a cerimônia e receber a consagração. Na época, seu nome era cogitado para o prêmio Nobel de Literatura. A indicação vinha por iniciativa dos seus editores alemães, franceses e italianos.
João Guimarães Rosa, posse na ABL, nov/1967.


A notícia de sua posse na Academia foi dada por mim.”, conta Otto Lara Rezende. “Uma vez um jornal mencionou seu nome como possível candidato ao Prêmio Nobel. Procurou-me aflito e pediu-me que, por favor, evitasse associar o seu nome ao Nobel. Por quê? “O Nobel mata” – disse ele, brincando a sério. E pediu-me ainda que desse uma nota sobre a candidatura de outro brasileiro ao mesmo Prêmio Nobel....”Pode dar, com ele não acontece nada” – disse. Esse mesmo temor da morte estava associado à sua posse na Academia, talvez porque tomasse a Academia como “consagração”, isto é, fim de uma obra e portanto fim da vida.”

Neste dia, Rosa almoça com a mãe na casa de seu tio, o também escritor Vicente Guimarães Rosa, que atribui o adiamento da posse a uma outra causa: “De seus sete tios amigos, quatro morreram quando viviam os 58 anos. Posse na Academia só mesmo depois dos 59 anos completos e ainda com alguns meses distanciados, me disse, temeroso”.

Já o escritor Antônio Callado pergunta-lhe sobre o porquê de tanto empenho em se eleger para a Academia, ao que Rosa responde:

"O enterro, meu querido, os funerais. Vocês, cariocas, são muito imprevidentes. A academia tem mausoléu e quando a gente morre cuida de tudo."

“Quando se candidatou à Academia pela primeira vez, (continua Otto Lara Rezende) disse-me, num almoço no Itamarati, que só se candidatava por duas razões:

1) porque sua mãe só acreditaria que ele era um grande escritor se entrasse para a Academia;

2) porque não podia negar a glória acadêmica à sua pequena cidade de Cordisburgo”.

Bom seria uma banda, um dobrado fogoso e meia dúzia de foguetes, pedia ele.

A seu amigo Geraldo França de Lima, que vai buscá-lo em casa, Rosa revela o temor de desmaiar na tribuna, de perder a voz, de chorar e sobretudo de o coração parar!

“- Parar, Rosétis (assim ele o chamava), que é isto? Você vai fazer bonito na tribuna. ....

João Guimarães Rosa, posse na ABL, nov/1967.
“ - A Academia é muito para mim. Sou tão pequeno como a cidade em que nasci - disse-me”.

Na quinta-feira, noite de 16 de novembro, não escurecera e lá eu estava”, conta França de Lima. Jantamos. Ele nada comeu. Beliscou uma lingüiça, que eu lhe trouxera de Araguari. Dois ou três goles de chá. Nada mais. Percebi que havia anormalidade. ...Vi que não se apressava em vestir-se... Pediu-me que escolhesse o sapato, pontudo ou de bico quadrado. Abotoei-lhe o fardão. Não descobríamos a alcinha em que ficava a espada. Rosa perdeu a calma, até conseguirmos achá-la. De repente começa a tremer. Chorava. Hesitava em sair. Tinha medo.... Ao entrarmos no automóvel, tremia e rezava. Pediu ao chofer que andasse devagar, e perguntou-lhe:

- Ubirajara, estou bonito?

- Sim , embaixador. ....

Ao aproximar-se da Academia principiou a ficar emocionado.

- Geraldo, não tenho segredo para você. Mas guarde reserva: eu não chego ao fim deste ano.

Senti-me esmagado, mas levei a revelação em brincadeira:

- Me faça o favor de chegar ao fim do discurso, porque gente de sua família não morre antes dos 80.

Ele apertou a minha mão. Sua mão estava fria e suava”.

Caía forte chuva na cidade. Mesmo assim o Salão da Academia estava repleto.

Minutos antes de entrar, Rosa, mentalmente, repassa trechos de seu discurso. Faz longas pausas e respira fundo para controlar a ansiedade. Revê momentos de sua vida. Relembra Cordisburgo, seu vilarejo natal, e o mundo por onde andou como diplomata e escritor...


O presidente Juscelino Kubitschek e João Guimarães Rosa,
na cerimônia de posse na Academia Brasileira de Letras, 1967.
[foto Acervo Família Tess]



O DESEJO NÃO REALIZADO
"No dia em que completar 100 anos, publicarei um livro, meu romance mais importante: um dicionário. E este fará as vezes de minha autobiografia."
- João Guimarães Rosa, em entrevista a Günter Lorenz - "Dialogo com Guimarães Rosa".

Aracy e João Guimarães Rosa, com seus gatos no apartamento, no Rio de Janeiro.

O DESAPARECIMENTO PREMATURO 
Ainda no vigor de seus 59 anos intensamente vividos, ao anoitecer de um domingo de novembro de 1967, Rosa surpreendeu mais uma vez sua família, seu círculo de amigos e a multidão de leitores de sua obra, pouco após o dobre dos sinos, anunciando a Hora do Ângelo. "As pessoas não morrem, elas ficam encantadas", dissera o romancista apenas três dias antes, em concorrida cerimônia na Academia Brasileira de Letras. E naquele ocaso - acaso? - de um 19 de novembro, Rosa ficou para sempre encantado - tornou-se um mito, talvez o maior e mais duradouro dos mitos da cultura brasileira.


João Guimarães Rosa
 

CRONOLOGIA DA VIDA E OBRA DE JOÃO GUIMARÃES ROSA
1908 - No dia 27 de junho, em Cordisburgo, pequeno vilarejo de Minas Gerais, nasce o futuro diplomata-romancista, uma pessoa marcada por forte religiosidade e misticismo. Primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa e Francisca Guimarães Rosa.
1918 - O menino prodígio, que já conhece a língua francesa e holandesa, inicia seus estudos em uma escola de Belo Horizonte, Minas Gerais. Em seus momentos de lazer, escreve inúmeras cartas em forma de logogrifos e charadas.

1925 - Aos 16 anos, ingressa na Faculdade de Medicina. Durante esse período de estudos universitários, o jovem estudante conquista diversos prêmios com seus contos, entre os quais se destaca "Chronos Kai Anagke", a misteriosa história de um enxadrista que conclui um pacto com o demônio para receber... um prêmio - o tema do pacto será retomado em Grande sertão: veredas, romance que, por sua vez, receberá... diversos prêmios.
1928  Em 27 de dezembro é nomeado para o cargo de Agente Itinerante da Diretoria do Serviço de Estatística Geral do Estado de Minas Gerais/ Secretaria da Agricultura.
1929 – Tomando posse em 03 de janeiro, no cargo de Agente Itinerante da Diretoria do Serviço de Estatística Geral do Estado de Minas Gerais/ Secretaria da Agricultura, percebendo o salário anual de quatro contos e oitocentos mil-réis. E em 7 de dezembro, publica o conto “Mistério de Highmore Hall” na revista O Cruzeiro, que fora selecionado em concurso promovido pelo mesmo periódico.
1930 – Em 9 de fevereiro, publica o conto “Maquiné” no suplemento dominical de O jornal; - Em 27 de março, é designado para Auxiliar Apurador da Diretoria do Serviço de Estatística Geral do Estado de Minas Gerais/ Secretaria da Agricultura, em caráter de substituição; - Em 21 de junho, publica, na revista O Cruzeiro, o conto “Chronos Kai Anagke (Tempo e destino)", “a mais extraordinária história de xadrez já explicada aos adeptos e não-adeptos do tabuleiro, num conto de João Guimarães Rosa”; No dia 27 de junho, casa-se com Lygia Cabral Penna; Dia 12 de julho, publica, na revista O Cruzeiro, o conto “Caçadores de camurças”. E em 21 de dezembro, forma-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, tendo sido o orador da turma. Nesse ano, Getúlio Vargas comanda a célebre Revolução que muda radicalmente o destino nacional e marca o espírito de uma geração de brasileiros.
1931 - Em 5 de fevereiro, solicita extração e registro do diploma de médico e inicia a carreira de médico em Itaguara, município de Itaúna (MG). No dia 5 de junho, nasce Vilma, primeira filha de JGR e Lygia Cabral Penna.
1932 - É nomeado para o cargo de Inspetor da Secretaria da Educação e Saúde Pública, no distrito de Itaguara, município de Itaúna (MG), em 28 de abril. Neste ano atua como voluntário da Força Pública, durante a Revolução Constitucionalista, indo servir no setor do Túnel.
1933 - Entra para a Força Pública, por concurso, integrando como Oficial-Médico o 9º Batalhão de Infantaria, sediado em Barbacena (MG). Aprende o russo e o japonês. Em companhia de Geraldo França de Lima, Rosa sonha com as cerimônias de gala da prestigiosa Academia Brasileira de Letras, à época, um prestigioso reduto de intelectuais.

1933 a1935 - Trabalha no Serviço de Proteção ao Índio.
1934 – No dia 17 de janeiro nasce Agnes, a segunda filha de JGR e Lygia Cabral Penna. Em abril, solicita documento de reservista do Serviço Militar, a fim de prestar concurso para o Ministério das Relações Exteriores. E em maio, é nomeado para o cargo de Capitão-Médico do Serviço de Saúde da Força Pública do Estado de Minas Gerais, com vencimentos anuais de 10:200$000. No dia 6 de julho, presta concurso para o Itamarati, sendo aprovado em segundo lugar, graças ao leque de conhecimentos de Rosa que é vasto: do Direito à Geografia, da Filosofia à Botânica. Nomeado Cônsul de Terceira Classe, ingressando então na carreira diplomática, no dia 11 de julho.
1936 - Participa e recebe o primeiro lugar no concurso de poesia da Academia Brasileira de Letras, com o volume de poesias Magma.
João Guimarães Rosa
1937 - Escreve os contos de Sagarana e concorre ao Prêmio Humberto de Campos, da Livraria José Olympio, obtendo o segundo lugar. Nota de pesquisa: O título original do volume inscrito no concurso era Contos; continha 12 histórias. Pseudônimo de JGR: Viator.

1938 - É nomeado Cônsul-Adjunto em Hamburgo, onde conhece sua segunda esposa, Aracy Moebius de Carvalho. Ajudam a salvar dezenas de judeus do extermínio nazista.
1941 - Em 20 de maio, vai a Lisboa na qualidade de correio diplomático da Embaixada do Brasil em Berlim.
1942 - De 28 de janeiro a 23 de maio, é internado, junto com Cícero Dias e Cyro de Freitas Vale, em Baden-Baden, em conseqüência da ruptura de relações entre o Brasil e a Alemanha. E no dia 1 de julho é enviado para a Embaixada em Bogotá, como Segundo Secretário.
1944 - Em junho volta ao Rio de Janeiro, para a Secretaria de Estado.

1945 - Viaja a Cordisburgo e Paraopeba, com o Dr. Pedro Barbosa. Em 25 de outubro, torna-se Sócio Titular da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro.
1946  Publica Sagarana, coletânea de contos que recebe o Prêmio Felipe de Oliveira. Consagração literária. O escritor afirma ter escrito certos contos em estado de transe hipnótico, mediúnico - semeia-se o enigma; - Em 19 de maio, José César Borba publica no Correio da manhã (Rio de Janeiro), entrevista de JGR; - Em 26 de maio, Ascendino Leite publica, em O jornal (Rio de Janeiro), reportagem sobre JGR; - É nomeado Chefe de Gabinete do Ministro João Neves da Fontoura. Enviado a Paris como Secretário da delegação brasileira à Conferência de Paz.
1947 - Em carta a seu tio Vicente Guimarães, Rosa anuncia o início de uma "guerra literária"; - Recebe o Prêmio da Sociedade Felipe d’Oliveira, com Sagarana; - Viaja ao pantanal mato-grossense – Nota de pesquisa: Dessa viagem resulta “Com o Vaqueiro Mariano”, publicado no Correio da manhã, de 26 de outubro de 1947 a 7 de março de 1948.
1948 - Segue para Bogotá, em 19 de março, como Secretário-Geral da delegação brasileira à IX Conferência Pan-Americana. E no dia 10 de dezembro é nomeado Primeiro Secretário da Embaixada do Brasil em Paris.
1949 - É promovido a Conselheiro da Embaixada do Brasil em Paris.
1951 - É promovido a Ministro de Segunda Classe. No dia 29 de março, volta ao Brasil e é, novamente, nomeado Chefe de Gabinete do Ministro João Neves da Fontoura. Em 10 de novembro é aceito como Sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Geografia, antiga Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro.
1952 – Em Maio, viaja a Sirga, fronteira de Minas Gerais com a Bahia, acompanhando uma boiada, com Manuelzão; - Viaja à Bahia, com Assis Chateaubriand; e publica em edição restrita, Com o Vaqueiro Mariano.
1953 - É nomeado Chefe da Divisão de Orçamento do Ministério das Relações Exteriores.
1954 - Getúlio Vargas executa a corajosa decisão de escolher o momento para sua travessia final: "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
1956 - Publicação de Corpo de Baile e Grande sertão: veredas. São 1.400 páginas impecáveis publicadas em um único ano. O romancista declara que concluiu sua obra prima em três dias e duas noites, em estado de possessão, sem dormir. O romance recebe três grandes: “Machado de Assis”, Instituto Nacional do Livro; “Carmen Dolores Barbosa”, São Paulo; “Paula Brito”, Municipalidade do Rio de Janeiro.

1957 - Rosa candidata-se à Academia, mas é preterido na eleição. 
1958 - É nomeado Embaixador por seu amigo e conterrâneo Juscelino Kubitschek.
1960 a 1961 – Publica, na página literária de O globo, uma série de narrativas, que depois formariam o livro Primeiras estórias.
1961 Recebe o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra. Publicação de poemas sob os pseudônimos anagramáticos de Soares Guiamar, Sá Araújo Segrim e Meuriss Aragão. Sob forma de logogrifos, o conjunto de seus personagens traz nomes que sugerem desdobramentos ficcionais do próprio autor: Moimeichego (moi-me-ich-ego), Rosendo, Dona Rosalina, Orósio, João Porém... Neste ano é publicado em Portugal pela Ed. Livros do Brasil, o livro Sagarana. E na França, é traduzido parte de Corpo de baile, sob o título Buriti, Editions du Seuil, tradução de J. J. Villard.

1962 - Publica Primeiras estórias; - É traduzida, na França, a segunda parte de Corpo de baile, sob o título Les nuits du sertao, Editions du Seuil, tradução e nota de J. J. Villard. E assume, no Itamarati, a Chefia do Serviço de Demarcação de Fronteiras.
1963 - Candidata-se, pela segunda vez, à Academia Brasileira de Letras, na vaga de João Neves da Fontoura, e visita acadêmicos, em campanha eleitoral, firmemente decidido a obter vitória. É eleito, em 08 de agosto, por unanimidade, membro da Academia Brasileira de Letras. Misteriosamente, começa a adiar, sine die, a cerimônia de posse; - É traduzida, na Itália, parte de Sagarana, sob o título Il duelo, Nuova Accademia Editrice, tradução de Edoardo Bizzarri e P. A. Jannini, apresentação de P. A. Jannini; - E nos Estados Unidos, é traduzido Grande sertão: veredas, sob o título The devil to pay in the Backlands, Alfred A. Knopf, tradução de James L. Taylor e Harriet de Onis, prefácio de Jorge Amado, “The place of Guimarães Rosa in Brazilian Literature”. Neste ano ainda é premiado pelo livro Primeiras estórias pelo Pen Club Brasileiro.
João Guimarães Rosa e seus gatos de 
estimação em 1944.
1964 - É traduzido, na Alemanha, Grande sertão: veredas, sob o título Grande sertão, Kiepenheuer & Witsch, tradução de Curt Meyer-Clason, com quem Rosa, troca intensa correspondência, pois deseja fazer dessa versão uma matriz para futuras traduções em outros idiomas. - É editada, em Portugal, parte de Corpo de baile, sob o título Miguilim e Manuelzão, Ed. Livros do Brasil.

1965 - É adaptado para o cinema Grande sertão: veredas, sob o título Grande sertão, adaptação, produção e direção de Geraldo Renato Santos Pereira. Neste ano, é traduzido, na França, Grande sertão: veredas, sob o título Diadorim - Le diable dans la rue, au milieu du tourbillon, Editions Albin Michel, tradução de J. J. Villard; O conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, com o mesmo título, é adaptado para o cinema com produção e direção de Roberto Santos.
1965 a 1967 - Colabora no jornal Pulso, até 1967, quando recolhe sua produção para editar em livro: Tutaméia.
1966 - Recebe do governador Israel Pinheiro a Medalha da Inconfidência; - É traduzido, na Tchecoslováquia, o conto “A terceira margem do rio”, Svetová Literatura, Ed. Odeon, tradução de Pavla Lidmilova. E em 2 de dezembro, recebe a condecoração da Ordem de Rio Branco. Meyer-Clason anuncia o fim próximo da tradução do conjunto da obra, espaçando-se a correspondência entre ambos. O romancista fixa, por fim, a data da cerimônia de posse da Academia Brasileira de Letras. Estranhamente, o dia escolhido é uma quinta-feira, 16 de novembro de 1967 - no fim do ano seguinte.
1967 – Em abril, vai ao México, representando o Brasil no II Congresso Latino-Americano de Escritores, no qual atua como vice-presidente, até apresentar renúncia motivada pelas críticas feitas pelos delegados de Cuba e do Panamá ao governo dos Estados Unidos. Pronuncia seu único discurso em castelhano. Em julho, publica Tutaméia ("tudo meu"), uma forma de guia de leitura para o conjunto da obra, segundo Assis Brasil. Em julho é adaptado para teatro o conto “Conversa de bois”, sob o título Boi de carro, apresentado pelo Teatrinho Chique-Chique (BA), no II Festival de Marionetes e Fantoches da Guanabara; - Integra a comissão julgadora do II Concurso Nacional de Romance Walmap. Em outubro, elabora, como membro do Conselho Federal de Cultura, extenso pronunciamento sobre o acordo ortográfico. É traduzido, na Espanha, Grande sertão: veredas, sob o título Gran sertón: veredas, Editorial Seix Barral, tradução, nota e glossário de Angel Crespo. Na quinta-feira, 16 de novembro, dia da cerimônia de posse na Academia Brasileira de Letras, adiada durante quatro anos. E no domingo, 19 de novembro, terceiro dia após a cerimônia de consagração literária, falece em sua casa, no Rio de Janeiro.

1968 É publicado o volume Em Memória de João Guimarães Rosa, pela Editora José Olympio.
1969 - Publica-se, postumamente, Estas estórias.
1970 - Publica-se, postumamente, Ave, palavra.
1997 - Publica-se, postumamente, Magma.


 
"... às vezes quase acredito que eu mesmo, João,
sou um conto contado por mim mesmo. É tão imperativo..."
- João Guimarães Rosa, em entrevista a Günter Lorenz - "Dialogo com Guimarães Rosa".

 
 

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