No cardápio, redução do salário mínimo, diminuição de aposentadorias, pensões e outros benefícios previdenciários, desvinculação das receitas orçamentárias obrigatórias para saúde e educação, erosão da proteção trabalhista, entrega do pré-sal e privatização de "tudo o que for possível". Inclui-se também, como sobremesa, a volta do foco estreito das políticas sociais, as quais passariam a atingir somente os 5% mais pobres, para que a fome volte a atingir 36 milhões de brasileiros e 12 milhões de crianças que estão agora no Bolsa Família saiam das escolas e voltem às ruas.
Trata-se de cardápio tão indigesto que jamais seria aprovado nas urnas. É necessária essa eleição indireta do golpe, assegurada por uma maioria parlamentar circunstancial, para que tudo isso seja jogado goela abaixo do povo.
Será uma grande tragédia que aprofundará a crise política do Brasil.
Mas tragédia maior será a dos golpistas. Em sua arrogância de quem julga poder prescindir do povo, em sua vaidade de golpistas bem-sucedidos, eles acreditam que venceram. Na realidade, já estão derrotados.
As aparências enganam. Na ópera-bufa do golpe tudo está invertido. Golpe vira impeachment. Retrocesso vira progresso. Passado vira futuro.
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