Reunido com bispos, o Papa Francisco disse estar preocupado com "golpes suaves" na América Latina. Sua Santidade referia-se ao Brasil, também.
E o Papa manifestou tal opinião antes de conhecida parte das reveladoras conversas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
As gravações de Machado com Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, são tomografia da derrubada de Dilma Roussef.
O que o PMDB articula nas conversas vazadas é um "acordo". Um "pacto" para derrubar Dilma de qualquer jeito e fazer "Michel" presidente.
Escancarado na expressão "estancar a sangria", motivo óbvio é tentar conter a Lava Jato, que ameaça todos estes envolvidos.
Além do desespero de alvos da operação, o que esse converseiro mostra?
Mostra entranhas do topo do Poder.
Entranhas da Política, do PMDB de Eduardo Cunha -personagem oculto das gravações.
Todos manobrando para depor Dilma e tentar salvar seus pescoços.
Os vazamentos buscam desobstruir o caminho da Lava Jato em direção a alvos secundários. E alargá-lo rumo ao alvo primordial.
O vazamento das conversas entre Lula e Dilma havia contraído a Lava Jato. Por que ilegal ao menos parte da gravação e o vazamento.
Contraído por gravação e vazamento terem atiçado ruas até então encolhidas.
Ruas cada dia mais ocupadas por oposições que hoje estão adiante e para além de partidos e movimentos sociais tradicionais.
Oposições agora ao governo interino.
As gravações de Machado foram em março. O procurador Janot teve acesso ao teor das conversas, e a essa trama, antes do afastamento de Dilma ser autorizado, só em maio?
Governo Temer, terceira semana. Balançava, e caiu na noite desta segunda, 30, o segundo ministro. Como Romero Jucá, vitimado pelo mesmo delator, Sérgio Machado.
Fabiano Silveira, ministro da Transparência, foi gravado aconselhando Renan sobre como driblar a Lava Jato...
Haja transparência.
A propósito de conselhos... Em editorial, a Folha de São Paulo recomenda a Gilmar Mendes "evitar atitudes que destoem das práticas do judiciário".
O ministro preside o TSE. E a Segunda Turma do Supremo Tribunal, que julga processos da Lava Jato.
Sábado à noite Gilmar Mendes foi ao Palácio do Jaburu. Diz o ministro do Supremo que foi discutir com o interino Temer o "orçamento do TSE".
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