sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Guido Mantega (valorização do salário e mais empregos) x Armínio Fraga ( revisão de subsídios e ajuste fiscal): a disputa de dois projetos de país

   
O debate promovido pela Globonews entre o Ministro Guido Mantega Armínio Fraga, conselheiro econômico de Aécio Neves, deixou claro para o eleitor as diferenças entre a política econômica defendida por Dilma e aquela professada por Aécio e seus aliados.


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O debate promovido pela Globonews entre o Ministro Guido Mantega Armínio Fraga, conselheiro econômico de Aécio Neves, deixou claro para o eleitor as diferenças entre a política econômica defendida por Dilma e aquela professada por Aécio e seus aliados. 
Armínio Fraga, anunciado como Ministro da Fazenda em um possível governo de Aécio, pouco respondeu às perguntas sem fugir da crítica à política econômica atual. Quando saiu da repetição, foi para criticar o papel dos bancos públicos na economia, e defender a manutenção do tripé
macroeconômico a todo custo, para reduzir a inflação que, para Guido, será conquistado às custas do aumento da taxa de juros.
Como já explicamos aqui, além de termos, com Dilma, a menor inflação desde o Plano Real, os subsídios oferecido pelos bancos públicos - BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – são essenciais para a manutenção de programas como o Minha Casa Minha Vida e o Plano Safra, por exemplo.
Merece destaque a fala de Armínio Fraga sobre a Previdência Social. “Hoje, se dá 'pedalada' com o dinheiro para a Previdência”. Ele quer dizer que quando falta dinheiro para pagar a Pevidência, o governo tira da União para cobrir o déficit. Pensar na população brasileira e fazer o que é preciso para garantir seu bem estar parece ser um problema para os tucanos.
O governo Dilma, por outro lado, tem a população brasileira como sua preocupação principal. E não faz isso fugindo da responsabilidade. Tanto é que, enquanto FHC entregou uma dívida pública de 60,4% (link is external), o governo Dilma tem uma dívida pública de 35,1%, mesmo cobrindo os gastos que Aécio e seus correligionários acham absurdos.
Mantega também lembrou que, apesar do discurso de Armínio Fraga parecer muito bonito no papel,  Fernando Henrique Cardoso entregou a economia enfraquecida, em 2002 (ano em que também terminou o mandato de Armínio no Banco Central), com altos índices inflacionários, altos índices de juros, sem reservas monetárias e devendo para o FMI.
Um dos argumentos mais usados por Aécio Neves e seu conselheiro Armínio Fraga para atacar a presidenta Dilma Rousseff é dizer que o Brasil apresenta, hoje, baixa produtividade. “O Brasil vive hoje um quadro de recessão e crescimento baixo", declarou ao Estado de Minas. (link is external) Para ele, “O país tem investido pouco e exibe um desempenho fraco na produtividade”.
Apesar do que afirma o conselheiro de Aécio, entre 2003 e 2009 (último dado disponível) – período em que Lula estava na presidência -, em meio à crise econômica internacional, a produtividade do trabalho batia R$ 9.200. Para fazer a comparação, de acordo com dados do Sistema de Contas Nacionais (IBGE), no período de 1999 a 2002, durante o governo Fernando Henrique, em que Armínio esteve à frente do Banco Central, a produtividade do trabalho permaneceu estável na casa dos R$ 8.500. Por produtividade do trabalho, entende-se a capacidade das empresas de produzir mais, em menos tempos e com menos custos.
Todos concordamos que o Brasil reúne, hoje, todas as condições para ser mais produtivo. No entanto, os moldes defendidos pelos tucanos para aumentar a nossa capacidade produtiva é reduzir os salários, o que geraria menos custos com o trabalhador. Qualquer um que defenda os direitos trabalhistas sabe que isso é impensável. Para Dilma, a melhor forma de aumentar a produtividade nacional é justamente investindo no trabalhador. Dilma quer qualificar o trabalhador brasileiro para otimizar a produção, por isso fez programas como o Pronatec (link is external). Isso é casamento de economia e social, coisa que os tucanos desconhecem.
E essa diferença ficou bastante evidente no debate entre Fraga e Mantega. Enquanto o conselheiro de Aécio prega que devemos a “atrair capital privado para obras de infraestrutura”, professando sua linha neoliberal, Mantega explica que o Brasil investe em infraestrutura, sim, por isso tem o PAC e políticas de subsídios e por isso fez as concessões para melhoria dos serviços públicos, mas que, acima de tudo, o foco principal do governo hoje é a educação. “Nós triplicamos ao recursos (link is external)(para educação), criamos escolas técnicas e temos o Pronatec”. Isso é revolução de verdade, por meio do ensino. Porque um país que promoveu tanta inclusão social, como o Brasil, tem que garantir que a população permaneça fora da pobreza e, como já explicou a presidenta Dilma, a chave para isso é a educação.
É fato que todos os países do mundo ainda sofrem os efeitos devastadores da crise econômica de 2008, que quebrou as maiores economias mundiais e desempregou mais de 100 milhões de pessoas. Apesar das grandes proporções da crise, o Brasil sofreu muito pouco os seus efeitos, porque construiu, ao longo dos governos Lula e Dilma, uma economia sólida, que permitiu que criássemos empregos e gerássemos renda eum ritmo de crescimento. Guido Mantega, o ministro da Fazenda do governo Dilma, explicou que “é difícil crescer quando não há comércio internacional. Se você pegar o crescimento do Brasil, de 2008 a 2013, dentre os países do G-20, somos uma das economias que mais cresceu (link is external)”.
Enquanto eles continuam afirmando que o modelo vigente não deu certo, a gente tem muito resultado positivo pra exibir. Como bem disse o Ministro Guida Mantega, ao fim do debate, “a crise afetou menos o Brasil e nós chegamos ao final dela com uma economia muito mais sólida do que no passado”. Isso, para o Ministro, permite que prestemos atenção a um novo ciclo de desenvolvimento, por meio de investimentos em infraestrutura e do foco em educação. Assim, o Brasil retomará o seu ritmo de crescimento alinhado com a inclusão social. Essa é a visão política de um bom governante. Porque esse discurso tucano que gosta de falar de riscos, investimentos, privatizações, arrocho salarial e desemprego não soa nada bem para os brasileiros.

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