O caderno Mercado, da Folha, traz uma matéria que, em qualquer país, seria manchetão na primeira página. De todos os jornais. Aqui, não mereceu uma mísera chamadinha na capa de nenhum, nem mesmo da Folha, que deu a matéria.
O cálculo é o seguinte. Tirando a Vale e a Petrobrás do páreo, as empresas brsileiras listadas na bolsa tiveram um desempenho extraordinário! O EBtida, que é o lucro antes dos impostos, disparou 25% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2013. O lucro cresceu 20,7%.
Ora, ora!
Um país cujas empresas registram um crescimento tão incrível do lucro está mesmo vivendo uma crise profunda, não é?
É o fim do mundo!
Do Tijolaço:
As duas maiores empresas brasileiras têm um imenso potencial, que só os tolos podem desconhecer.
Mas também têm, no curto prazo, de atravessar um período de menos lucros sem parar de investir.
A Vale, por conta da queda da demanda – e do preço – do minério de ferro no mercado internacional, que caiu de 180 dólares por tonelada métrica, em abril de 2011, para 115 dólares, hoje.
A Petrobras porque tem um período de maturação da exploração das reservas do pré-sal que só agora começa a produzir numa escala mais significativa, embora esteja exigindo, há sete anos, um volume de investimentos que leva às alturas as despesas da companhia.
Mas e o resto das empresas brasileiras, que choram miséria e só fala em desaquecimento e pessimismo?
Hoje a Folha faz uma conta muito interessante.
Calcula o comportamento da bolsa sem o peso que representa a falta de apetite dos investidores nas duas grandes empresas, que não podem devolver – ou por queda nos preços ou por necessidade de investir – resultados gordos e rápidos.
E conclui que “o lucro somado das 62 companhias presentes no Ibovespa dispara quando as duas empresas são excluídas do cálculo”.
Elas tiveram um crescimento de 13, 3 % nas receitas e de 20,7% nos lucros.
Nada mau para uma país em que, segundo a imprensa, a economia “está se desmanchando”.
E choram, chiam, pedem isso e aquilo.
Qualquer um sabe que os problemas da Vale e da Petrobras são de curto prazo e, no médio e longo prazos serão de novo as “estrelas” do mercado.
Mas quem é que quer saber de médio e longo prazo no Brasil?
O “negócio” é apostar faminto nas tais “medidas impopulares” para o capital encher as burras e fazer as malas.
Do Tijolaço :
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