segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mais solidaridade ao Frei Cláudio: ¨mãos à obra¨

Cerca de 300 pessoas se reuniram neste domingo (2) em frente à Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Belo Horizonte, para protestar contra a suspensão das missas de frei Claudi van Balen

Manifestantes deram as mãos, num abraço simbólico ao templo, e percorreram o quarteirão formado pela Avenida Nossa Senhora do Carmo, ruas Passatempo e Grão Mogol.

Cerca de 200 católicos ligados à Igreja Nossa Senhora do Carmo, na zona sul de Belo Horizonte, rezaram na avenida de mesmo nome, em frente à entrada principal do templo, às 11h deste domingo (2), em protesto contra a decisão da Arquidiocese de Belo Horizonte e da Província Carmelita de Santo Elias em proibir as missas de Frei Cláudio Van Balen, 80 anos.
As duas entradas da igreja, uma das mais tradicionais da capital mineira, permaneceram fechadas neste domingo (2).

Os fiéis entoaram cantos católicos, rezaram a "Ave Maria", leram um manifesto, deram-se as mãos e caminharam até o salão paroquial, na entrada detrás da igreja, na rua Grão Mogol, aplaudiram e gritaram o nome de frei Cláudio van Balen.


Mais mensagens de solidariedade:

A decisão em fechar a igreja e proibir as missas de frei Cláudio van Balen é uma decisão autoritária e que culminou no protesto e tem gerado inúmeras mensagens de solidariedade ao Frei Cláudio:

André Luiz Martns:
¨Ele professa, há muito tempo, os ensinamentos do Papa Francisco. Tirá-lo da missa é um absurdo.¨ 

Jonas Vilela Carvalho:
¨Frei Cláudio  é um teólogo da inclusão, pessoa libertária, pronto para servir aos irmãos. Vive o cristianismo de forma diferente, sem repressão. Com ele somos uma corrente. Frei Cláudio somos nós.¨

Glória Maria Arreguy Maia:
"Fomos atraídos (pelo Frei Cláudio van Balen) por seu jeito direto, franco e amoroso de um pescador. Por seu testemunho, fé libertária e concepção de poder como serviço. Hoje, esse homem não tem mais espaço neste templo grandioso. (...) Se não há lugar aqui para o Frei Cláudio (van Balen), também não há lugar para nós".
"Também não há lugar para nosso serviço, nossa disponibilidade, nosso tempo, nosso dinheiro", afirmou o manifesto lido pela socióloga Glória Maria Arreguy Maia, 71, bancária aposentada, na manifestação deste domingo em frente à Igreja do Carmo.
¨Estamos dispostos a ir até o Papa Francisco¨, disse certa de que ¨ser cristão é ser peregrino¨. E concluiu com o ¨mãos à obra¨, termo muito usado pelo Frei nas homílias e boletins.

Ao fim da leitura, o texto foi aplaudido pelas pessoas que se aglomeravam em frente ao gradil do santuário. A assinatura dos presentes para um manifesto contra o afastamento do frei começou a ser recolhida. Algumas mulheres começaram a entoar cânticos católicos, a multidão acompanhou. As pessoas foram dando-se as mãos. Rezaram a "Ave Maria". Diversos homens e mulheres choravam. As pessoas caminharam até o salão paroquial, após as homenagens e aplausos para o frei ausente, se dispersaram.


André Wolff:
O engenheiro civil André Wolff, 45, estava inconformado. "Tinha vergonha e constrangimento de vir à igreja porque me separei há seis anos e casei novamente. Frei Cláudio me fez ver que não era isso. Que Cristo veio para incluir, que ele está de braços abertos para todos. Hoje frequento a Igreja por causa dele. Se ele (frei Cláudio) sair, eu, minha atual esposa (Adriana) e minha filhinha (Laura, cinco meses) deixaremos de frequentar a igreja. "Ele é a minha igreja. Se ele não voltar, eu também não volto", afirmou Wolf.

Leopoldina Andrade:
"Ele (frei Cláudio) é o nosso reflexo. Ele é a nossa comunidade. Ele nos representa", disse a fisioterapeuta Leopoldina Andrade, 41. Acompanhada do marido, o também fisioterapeuta Luiz Felipe Mindello, 47, e dos dois filhos Pedro, 16, e Rebeca, 10, ela diz que não volta à igreja, caso haja afastamento definitivo do frei. "Não vou voltar. Não tenho interesse nenhum".


Murilo Carneiro Pereira:
"Estou profundamente arrasado. Frei Cláudio é um homem iluminado, formado na teologia da libertação. Ele escreveu mais de 50 livros. É um intelectual", afirmou o economista Murilo Carneiro Pereira, 73. Há 45 anos, o empresário frequenta as missas de frei Cláudio na Igreja Nossa Senhora do Carmo. "Ele é o catalisador da comunidade. Somos adultos, mas precisamos que ele esteja presente. Senão vamos nos dispersar", disse o economista.
¨Somos adultos conscientes. Uma comunidade não pode ser dispensada por uma ordem, muito menos um religioso pela sua idade, sob alegação de que deve ser aberto espaço para padres novos.¨

Raquel Nogueira Duarte:
¨Mais respeito e menos poder e autoritarismo.¨

Murilo Pires de Alcântara:
¨Queiram ou não. Frei Cláudio é uma instituição na Paróquia do Carmo, que deve ser respeitada e preservada. Religioso com ideias totalmente afinadas com as do Papa Francisco, não merece ser punido após exercer suas funções na paróquia do Carmo por mais de 40 anos. A grande perdedora nesse embate é a Igreja Católica, já tão combalida e a cada dia mais vazia de frequentadores e de bons religiosos.¨

Vamos continuar com  nossas ações e mensagens de solidariedade ao Frei Cláudio:
¨ Mãos à obra¨  

Fonte:
Jornal Estado de Minas
noticias.bol.uol.com.br
 

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