"De acordo com informações diretas, a comitiva brasileira foi libertada depois de um julgamento e o pagamento de uma fiança. Segundo Frei Rodrigo, eles estariam sendo acompanhados à capital, Harare, a fim de deixarem o país. (Rádio Vaticano)
BBC Brasil
Por Ricardo Senra
Após quase 24 horas detidos em uma prisão de Mutare, no Zimbábue, três brasileiros foram liberados depois de um julgamento no tribunal local de pequenas causas, que foi acompanhado por emissários do Itamaraty.
O frei católico Rodrigo Peret, da Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia (MG), os ativistas Maria Julia Gomes Andrade e Jarbas Vieira, do Movimento de Atingidos pela Mineração, acompanhavam um grupo de 22 estrangeiros em uma visita a comunidades afetadas pela mineração de diamante na região de Marange, onde estão algumas das maiores reservas da pedra preciosa no planeta.
O governo local afirma que as atividades foram realizadas em áreas de acesso proibido nas minas de Marange. Todos os presentes foram levados de ônibus pela polícia local até a de prisão da cidade de Mutare, que fica a 4 horas da capital do país, Harare.
Segundo o Itamaraty, a embaixada brasileira no Zimbabue destacou um diplomata para acompanhar a situação dos brasileiros, que já tinham apoio jurídico local. O diplomata acompanhou o julgamento e, após pagamento de fiança, os brasileiros estão sendo levados à capital em carro oficial.
De acordo com informações do Vaticano, o frei e os demais brasileiros estão bem. O deputado estadual mineiro Durval Ângelo (PT), pai de uma das presas, afirmou que os brasileiros foram mantidos por oito horas na prisão sem comunicação.
Além dos brasileiros, 19 ativistas da África do Sul, Zâmbia, Quênia e Uganda que acompanhavam a missão também foram liberados após o julgamento, mas aguardam apoio de suas embaixadas para se descolarem em segurança até a capital do país.
Tensão Política
Na última sexta-feira, a BBC Brasil falou com a sul-africana Mercia Andrews, do movimento internacional de direitos humanos People's Dialogue (Diálogo dos Povos), que estava no local no momento das prisões.
Ela acompanhava a missão de ativistas às minas de Marange, cujas licenças de exploração são alvo de controversia com antigos moradores da região, que atribuem importância espiritual à área.
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