terça-feira, 16 de outubro de 2018

Paulo VI, o Santo da Justiça e Paz

Do Fala Chico

Paulo VI santo da Justiça e Paz

São Paulo VI criou a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz, na Igreja Católica, em 1967. Seu foi marcado pelo diálogo, pela abertura,  por sua incansável sede por Justiça e Paz no mundo (justiça social, justiça nas relações de trabalho, justiça nas relações entre nações e Estados).

Foi canonizado pelo Papa Francisco no dia 14 de outubro, em cerimonia no Vaticano.

Com nome civil Giovani Batista Montini, Paulo VI, enquanto era cardeal de Milão, foi a referência de professores católicos e estudantes universitários durante o fascismo.  Animou o movimento estudantil universitário ao espírito democrático e ao antifascismo.

Paulo VI foi um papa muito atento à América Latina. Ele participou, em 1968, da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellín, que assumiu a opção preferencial pelos pobres, chamando a atenção para importância da doutrina social da Igreja e de uma igreja dos pobres e para os pobres. Nessa conferência a Igreja assuniu um rosto latinoamericao

Por em prática o Concílio Vaticano II

Em 1967, pouco mais de um ano do termino do Concílio Vaticano II, Paulo VI criou a “Comissão Pontifícia Justiça e Paz”, com representantes de todos os continentes e na mesma mensagem em criou também o “Conselho dos Leigos”. O "conselhos dos leigos" foi proposta do decreto de Concílio Vaticano II sobre o apostolado dos leigos: Apostolicam Actuositatem, n. 26. 

Ele estabeleceu como função da Comissão Justiça e Paz o “estudo dos grandes problemas da justiça social, com vistas ao desenvolvimento das nações jovens e especialmente quanto à fome e à paz no mundo”. Paulo VI colocava assim em prática a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n.90, do Concílio Vativano II, que indicou julgar “muito oportuna a criação de um organismo da Igreja universal, com o fim de despertar a comunidade dos católicos para que promovam o progresso das regiões indigentes e a justiça social entre as nações”.

Em seu pronunciamento ao instituir a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz, Paulo VI, definiu o que seria sua missão:

“Representais ante nossos olhos a realização da último voto do Concílio (GS 90). Como em outros tempos, uma vez construída a igreja ou a torre do sino se colocava no alto do telhado um galo, como símbolo de vigilância da fé e de todo o programa da vida cristã; da mesma forma, sobre o edifício espiritual de Concilio foi colocado este Comitê, cuja missão não é mais que manter abertos os olhos da igreja, o coração sensível e a mão pronta para a obra da caridade que está chamada a realizar com o mundo, com objetivo de promover o progresso dos povos mais pobres e a justiça entre as nações.“

Ainda em 1967, Paulo VI lançou sua Encíclica sobre o Desenvolvimento dos Povos (Populorum Progressio), na qual fez uma dura crítica ao capitalismo liberal:

[…] construiu-se um sistema que considerava o lucro como motor essencial do progresso econômico, a concorrência como lei suprema da economia, a propriedade privada dos bens de produção como direito absoluto, sem limite nem obrigações sociais correspondentes. Este liberalismo sem freio conduziu à ditadura denunciada com razão por Pio XI, como geradora do "imperialismo internacional do dinheiro".

Paulo VI nasceu em 1897 e Exerceu o seu ministério sacerdotal durante 58 anos. Foi ordenado em 29 de maio de 1920. Foi Papa de 1963 à 1978.

Doutor em filosofia, direito civil e direito canônico, serviu a diplomacia da Santa Sé e a pastoral universitária italiana, e a partir de 1937, foi colaborador direto do Papa Pio XII. Durante a II Guerra Mundial trabalhou no Vaticano com os refugiados e os judeus.

Após o conflito, em 1954, foi nomeado arcebispo de Milão. Foi criado cardeal pelo Papa João XXIII em 1958, e participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II. Cinco anos depois, em 21 de junho de 1963 foi eleito Papa. 


Foi o primeiro Papa que visitou a Terra Santa. Em Jerusalém, em 1964, encontrou-se com o patriarca ortodoxo Atenágoras I e celebraram juntos o levantamento das mútuas excomunhões impostas depois do Grande Cisma entre o Oriente e o Ocidente, em 1054. O Papa Francisco visitou a Terra Santa em 2014 para celebrar os 50 anos deste acontecimento.

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