sexta-feira, 6 de abril de 2018
Contra o arbítrio, em defesa da democracia e as garantias contra o abuso de autoridade
Por Luís Felipe Miguel
Professor de Ciência Política na UnB
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Lula é muito mais do que seu partido, seus governos, suas políticas, suas declarações. Lula é o símbolo de que as hierarquias sociais no Brasil podem ser desafiadas. Lula é a prova de que o Estado brasileiro pode agir para minorar as privações dos mais pobres. Lula é a encarnação da esperança de um país melhor.
Podemos e devemos discutir, à esquerda, os limites e equívocos do lulismo, mas não podemos esquecer qual é o alvo do arbítrio. A prisão de Lula é a forma de anunciar aos dominados, uma vez mais, que eles não podem erguer a cabeça.
Defender Lula contra a prisão injusta e arbitrária é defender os direitos de um cidadão perseguido por um aparelho repressivo discricionário e violento. E é também defender a democracia, defender as garantias contra o abuso de autoridade e afirmar a legitimidade da presença popular na política.
Nesse momento, cresce a estatura do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que sempre manteve uma apreciação crítica sobre o legado dos governos petistas, mas hoje se posiciona na linha de frente da solidariedade a Lula. Para a esquerda, o radicalismo não reside em empunhar slogans vazios, mas em entender quais são as batalhas fundamentais a serem travadas em cada circunstância.
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