sábado, 3 de junho de 2017

NASSIF: DORIA É O PERFEITO GESTOR IDIOTA LATINO-AMERICANO



"A intenção única do prefeito foi o efeito estético nas ruas, esvaziar o local, derrubar pequenos prédios que serviam de abrigo para dependentes químicos para abrir espaço para a indústria imobiliária entrar e tornar a Cracolândia seu cartão de visitas", diz o jornalista Luis Nassif, ao comentar a ação de João Doria na Cracolândia; "em apenas uma operação, Doria conseguiu reeditar todos os princípios que marcaram o Perfeito Gestor Idiota Latino-Americano: improviso, acientificismo, arrogância, teimosia, falta de planejamento"

Peça 1 – manual do perfeito idiota latino-americano
Anos atrás ficou famoso o livro "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", de Plinio Apuleyo Mendoza, acerca dos vícios do continente. Valeria uma versão sobre uma das variáveis, o "Perfeito Gestor Idiota Latino-Americano".
Dos anos 90 para cá houve enormes avanços nos modelos de gestão no Brasil, graças ao trabalho dos consultores de qualidade, de gestão, de planejamento estratégico.
Mas persistem vícios do velho modelo fechado, como ectoplasmas pairando no atraso do continente.
Os princípios do "Manual do Perfeito Gestor Idiota Latino-Americano" seriam os seguintes:
1.    O idiota bala de prata.
Um caso clássico dos anos 80 foi a Sharp. Assumiu um novo presidente. Seu único foco era colocar a empresa no azul. Em três meses alcançou seus objetivos. E matou a empresa. Para equilibrar as contas desmontou o departamento de desenvolvimento de novos produtos, o comercial, o de marketing.
2.    O idiota monofásico.
Uma organização é um organismo vivo, com áreas que se interligam, ações que precisam ser integradas. Mas o gestor monofásico só consegue enxergar uma dimensão da estrutura.
3.    O idiota fim da história.
Tudo o que veio antes estava errado. Logo, não precisa entender a lógica da política anterior, as razões de sua implementação, nem analisar os casos de fracasso, para não repetir experiências. É o especialista em repetir os mesmos erros passados.
4.    O idiota do eu-sozinho.
Todos os grandes gestores – dos grandes conquistadores do passado aos CEOs do presente – se destacam por ideias claras sobre onde chegar e capacidade de informar e convencer sua tropa sobre a estratégia adotada. O gestor eu-sozinho é o que coloca uma ideia na cabeça e a tropa que trate de adivinhar qual é ela.
5.    O idiota que não erra.
É o sujeito que acredita que a persistência no erro é o melhor caminho para se atingir o acerto. Para sustentar a ignorância, a contrapartida é uma enorme dose de arrogância.
No caso Cracolândia, João Dória Jr conseguiu se enquadrar nos cinco pontos do Manual do Perfeito Gestor Idiota Latino-Americano.
Movimento 1 - o foco estético
A intenção única do prefeito foi o efeito estético nas ruas, esvaziar o local, derrubar pequenos prédios que serviam de abrigo para dependentes químicos para abrir espaço para a indústria imobiliária entrar e tornar a Cracolândia seu cartão de visitas.

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