segunda-feira, 10 de abril de 2017

Outro sonho, outro pensamento, outra prática para saírmos da crise provocada pelo neoliberalismo mais radical

Por Leonardo Boff



No mundo inteiro há uma ascensão da direita. E a direita não tem sonhos, só tem força e violência.

Uma sociedade não pode viver sem utopia, se não ela atola no brejo dos seus próprios interesses.

O que move uma sociedade é um sonho, uma utopia, um projeto de país e de povo e hoje nós sentimos falta disso no Mundo.
Não sabemos que mundo nós queremos.
Só sabemos que o mundo enterra o sistema vida, o sistema terra. Eles estão altamente ameaçados.

Há um risco de uma grande crise ecológico social.

Para mim, a utopia não pode vir do sistema.
Já Einstein dizia: o pensamento que cria a crise, não pode ser o mesmo que nos tira da crise.

Então, temos que ter outro pensamento, outro sonho, outra prática.
Para mim, ela só pode vir da base.

Quero lembrar a frase do Papa, que se reuniu quatro vezes, três em Roma e outra vez na Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra, com os movimentos sociais: " vocês tem que lutar pelos 3 Ts, Trabalho, Terra e Teto. Segundo, não espere nada de cima, porque o sistema reinante é um sistema de morte. Vocês tem que ser protagonistas, ter um sonho novo. Organizar em cooperativas, com outra forma de produzir e de consumir.
Unam-se e articulam todos os movimentos para apresentar uma alternativa que tenha um sonho grande não só para vocês, mas para a humanidade. "

Só assim nós vamos salvar a Casa Comum. De outra maneira, vamos ao encontro do pior.
E repita-se sempre isso: vocês são aqueles condenados a ter sonhos, porque vocês são violados, desprezados, humilhados e a defesa de vocês é sonhar um outro mundo, não só diferente, mas necessário.

E vocês tem que começar a construir, tem quer ser uma semente.
A semente contém dentro de si tudo: a raiz, o tronco, as folhas, as flores, contém o fruto.
Imagine essa semente, que tem essa virtualidade.

Então,  eu confio em todos os movimentos de base: na CUT, no MST, na Via Campesina.
Essa rede enorme de movimentos que são protagonistas e os que mais poderão fazer frente ao avanço do neoliberalismo radical.
Porque no Brasil não é só o neoliberalismo, é o mais reacionário, o mais radical, que quer levar o projeto até o fim.

Nós temos que cortar esse caminho por amor ao povo e pelos que mais sofrem.




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