Cidade que queremos BH
Do facebook
A Izidora, conjunto das ocupações-comunidades Esperança, Rosa Leão e Vitória, resiste desde junho de 2013, período concomitante às mobilizações populares que tomaram todo o país. Trata-se da maior ocupação urbana da América Latina, reunindo 8 mil famílias e 30 mil pessoas. A região abriga ainda o último cinturão verde da região.
As 5 mil casas de alvenaria presentes ali foram erguidas pelo próprio povo e organizadas de modo superior ao trabalho de inúmeros gestores públicos. O terreno é dividido em lotes modestos, que acomodam as residências e pequenos quintais, nos quais os moradores cultivam hortas e criam animais – configurando-se também como espaços de trabalho e comércio para a população.
No último dia 28, as dezenas de milhares de ocupantes da comunidade assistiram à 6ª Vara da Fazenda de Belo Horizonte derrubar o mandado de segurança que inibia despejos na Izidora pela PM do governo de Minas e, entre outros pontos, versava sobre a sua (in)capacidade de realiza-los sem colocar em risco a segurança das famílias. Desse modo, ações truculentas da polícia voltam a ser uma ameaça iminente.
Em contrapartida, o Estado não se mostra disposto a oferecer alternativas a toda essa gente. A PBH vem afirmando que, no local, serão construídas 13 mil unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida. No entanto, não explica como isso será feito, tendo em vista os cortes no programa realizados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Além disso, a proposta arquitetônica e urbanística apresentada pelo Estado não leva em consideração os modos de vida do povo dali, uma vez que prevê o empreendimento em blocos de apartamentos.
Não obstante, o caso Izidora é considerado, pela Comissão Especial de Moradia da ONU, como um dos sete mais graves conflitos humanitários do mundo. Será apresentado pela advogada popular Thais Lopes na Conferência das Nações Unidas Habitat III, que acontecerá em Quito, no Equador, dia 17 de outubro de 2016. Sua apreciação se dará na quinta sessão do Tribunal Internacional de Despejo, parte das “Jornadas Mundiais Despejos Zero” e do “Fórum Social Urbano Mundial Alternativo”. Mais informações aqui: http://migre.me/vaLCb
As Muitas estão juntas com a Izidora nesta luta, pois entendem que o direito à moradia é primordial à sobrevivência da população. Os imóveis desocupados, como rege a Constituição, devem cumprir a sua função social! Só assim poderemos construir uma Belo Horizonte em que caibam todas e todos.
#ResisteIzidora
Nenhum comentário:
Postar um comentário