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E lá se foi Cincunegui: nossa homenagem ao jogador que mais exaltou a sua paixão pela massa do Galo!
Normandes, Humberto, Grapete, Vanderlei, Mussula e Cincunegui. Agachados: Ronaldo, Oldair, Dario, Vaguinho e Tião, formação de muitas alegrias e campeão brasileiro de 1971, com poucas mudanças.
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Não tive a honra de entrevistá-lo como jogador do Atlético, porque ainda era criança quando ele era o lateral símbolo da raça alvinegra. Morreu quinta-feira, em Montevidéu, e através de três grandes jornalistas (Luiz Carlos Alves, Walter Luiz e Antônio Melane), lembranças e a nossa homenagem a este uruguaio que marcou época no futebol brasileiro.
Luiz Carlos era como irmão do Cincunegui e foi o primeiro a dar a notícia, através do facebook, inclusive publicando esta foto, uma das últimas do grande jogador:
* “Não está mais fisicamente entre nós Hector Carlos Cincunegui de Los Santos. O grande ídolo atleticano, também jogador da Seleção Uruguaia, cheia de craques, faleceu há duas horas no Hospital Gremca, em Montevideu, vitimado por um segundo AVC e outras complicações como infecção urinária e em um dos pulmões, que se estendeu. O comunicado a mim veio por internédio de seu filho, também meu amigo, Fernando, aliás, uma semelhança incrível com o pai. Muitos dignificaram a camisa do Atlético, mas ninguém que eu tenha visto jogar, e já são décadas de pesquisa e beirada de campos do mundo inteiro, ninguém vestiu a camisa do Galo como ele. Raça, determinação, respeito à torcida, honra. Adeus, Cincunegui! Adeus, Piolin!”
* Walter Luiz era repórter setorista do Atlético naqueles bons tempos da Rádio Guarani. Aliás, ele e o Paulo Celso, que cobria o Cruzeiro, foram duas inspirações para que eu me tornasse repórter de rádio. Fantásticos.
Escreveu o Walter sobre o Cincunegui:
Careca, Humberto Monteiro, Vanderlei Paiva, Grapete, Vanutir e Cincunegui; Vaguinho, Oldair, Dario, Laci e Tião.
* “Em minha profissão, tive a grande honra de ser o repórter de cobertura jornalística esportiva do Atlético, na época desse e de outros profissionais que tinham naquilo que sabiam fazer – e bem – o respeito, consideração e amor verdadeiro a camisa do Clube Atlético Mineiro. Descanse em Paz Hector Carlos Cincunegui de Los Santos.
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Nos anos 1990 a revista Placar elegeu o “Atlético de todos os tempos” e Cincunegui está no time. Em pé, da esquerda para a direita: Nelinho, João Leite, Luizinho, Vantuir, Cincunegui e Cerezo. Agachados: Oldair, Paulo Isidoro, Reinaldo, Dario e Éder. Técnico: Telê Santana
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Antônio Melane:
* “Cincunegui era terrível. Vejam como ele tratava a torcida atleticana nos momentos de desespero ou de alegria: “Me querida massa”. Por não ter uma técnica muita apurada, não diferenciado, mas se alinhava entre os melhores laterais do futebol brasileiro e, ainda, do Uruguai, onde foi titular da Seleção. Em um item Cincunegui superava a todos: a raça. Impressionante como partia para as jogadas. Perdida ou não, em sua cabeça, tinha a convicção de sucesso. A torcida delirava. Um estilo do Galo. Ele chegou em Belo Horizonte em uma sexta-feira de 1968 para disputar um clássico contra o Cruzeiro, no domingo. Dura missão: Marcar Natal. O Galo tentava neutralizar o ímpeto celeste que dominava com as conquistas nos primeiros anos do Mineirão. O América estava estacionado e o Atlético se sentia na obrigação de aproximar-se do grande rival. Então, depois de algumas contratações que não surtiram efeito, o clube foi buscar Héctor Carlos Cincunegui de Los Santos. Era tudo que a torcida desejava. Incorporou 100% do espírito das necessidades daquele momento e virou ídolo.Cincunegui era boêmio. Muitas vezes ia da noite para o campo e era repreendido principalmente pelo técnico Yustrich. Seus outros treinadores ficaram inibidos diante da grandeza que ele representava para o clube. Não perdia a condição de titular devido ao seu lado profissional: a aplicação em campo. Suas arrancadas moviam os companheiros.
Ontem, em Montevidéu, um AVC apagou a sua luz. Suas últimas notícias foram passadas pelo facebook do nobre jornalista Luiz Carlos Alves, um dos grandes amigos que ele fez em Belo Horizonte. Há 20 anos, Cincunegui me recebeu em Montevidéu, com o mesmo carinho que era tratado por todos os torcedores, até os rivais. Homem grande. Que descanse em paz.”
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