sábado, 2 de abril de 2016
Até agora quem mais perdeu foi a Globo, por Rudá Ricci
Rudá Ricci
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DEPOIS DA HISTERIA
O Brasil acordou mais equilibrado. Foram meses de panelas histéricas. Marmanjos se divertindo com um novo brinquedinho que fez lembrar aquela terapia da busca do grito primitivo.
O STF apeou o juiz Sérgio Moro da fantasia de xerife do Brasil. Extrapolou, de fato. E imagino que seja questão de tempo para ser punido. O judiciário é o esteio da democracia. O último bastião.
Nenhum jurista renomado apoiou a proposta de impeachment formulada por um advogado filho de integralista, uma advogada desconhecida e um senhor que já teve seus dias de glória. As corporações, umas três, ficaram isoladas no seu apoio ao trio. A OAB rachou. A palavra golpe se consagrou até internacionalmente.
Michel Temer teve o dom de revelar que o PMDB não é unido, o que depõe contra sua liderança.
As últimas manifestações contra o impeachment uniram forças políticas que estavam divididas, algumas declaradamente críticas ao governo Dilma.
O impeachment/golpe passará?
Difícil cravar um prognóstico sem ficar envergonhado com a falta de juízo. Mas o jogo ficou mais equilibrado. E o país ficou menos histérico.
Arriscaria dizer que quem perdeu mais até agora foi a Rede Globo. Se expôs ao ridículo. Perdeu colaboradores. Voltou ao panfletarismo de 1989. E revelou que é acometida por uma doença contagiosa que faz jornalistas respeitados virarem chacotas nacionais.
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