quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Fim do eurocentrismo e a centralidade do pobre: síntese da Exortação de Francisco



Do site Radio Vaticano:

Dom Baldisseri destacou o caráter universal do documento, elaborado a partir dos estímulos pastorais provenientes de várias Igrejas locais. “A esta experiência, deve-se o amplo espaço dedicado à religiosidade popular na América Latina – uma verdadeira espiritualidade encarnada na cultura dos mais simples”, acrescentou o Arcebispo.

Algumas sínteses da Primeira Exortação Apostólica do Papa  Francisco:

Abordando o tema da inculturação, o Papa lembra que "o cristianismo não dispõe de um único modelo cultural" e que o rosto da Igreja é "multiforme". "Não podemos esperar que todos os povos ... para expressar a fé cristã, tenham de imitar as modalidades adotadas pelos povos europeus num determinado momento da história" . O Papa reitera "a força evangelizadora da piedade popular" e incentiva a pesquisa dos teólogos convidando-os a ter "a peito a finalidade evangelizadora da Igreja" e a não se contentar "com uma teologia de escritório".

Precisamos de uma "uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como elas são" e uma "reforma das estruturas" eclesiais para que "todas se tornem mais missionárias" . O Pontífice pensa também numa "conversão do papado", para que seja "mais fiel ao significado que Jesus Cristo lhe quis dar e às necessidades atuais da evangelização". A esperança que as Conferências Episcopais pudessem dar uma contribuição para que "o sentido de colegialidade" se realizasse “concretamente” – afirma o Papa - "não se realizou plenamente". E’ necessária uma “saudável descentralização". Nesta renovação não se deve ter medo de rever costumes da Igreja "não diretamente ligados ao núcleo do Evangelho, alguns dos quais profundamente enraizados ao longo história".

¨ Peço uma Igreja pobre para os pobres. Eles têm muito a ensinar-nos". "Até que não se resolvam radicalmente os problemas dos pobres ... não se resolverão os problemas do mundo". "A política, tanto denunciada" - diz ele - "é uma das formas mais preciosas de caridade". "Rezo ao Senhor para que nos dê mais políticos que tenham verdadeiramente a peito ... a vida dos pobres!" Em seguida, um aviso: "qualquer comunidade dentro da Igreja" que se esquecer dos pobres corre "o risco de dissolução".

Falando dos desafios do mundo contemporâneo, o Papa denuncia o atual sistema económico: "é injusto pela raiz". " Esta economia mata" porque prevalece a "lei do mais forte". A atual cultura do "descartável" criou "algo de novo": “os excluídos não são ‘explorados’, mas ‘lixo’, 'sobras'. Vivemos uma "nova tirania invisível, por vezes virtual" de um "mercado divinizado", onde reinam a "especulação financeira", "corrupção ramificada", "evasão fiscal egoísta".

No que diz respeito ao tema da paz, o Papa afirma que é "necessária uma voz profética" quando se quer implementar uma falsa reconciliação "que mantém calados" os pobres, enquanto alguns "não querem renunciar aos seus privilégios".

A missionariedade é o coração do texto, em que o Papa convida todos os fiéis cristãos a uma nova etapa evangelizadora, caracterizada pela alegria.

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