Foto: A arqueóloga Annette Laming Emperaire e o diretor do Iepha/MG Luciano Amédée Péret na época dos trabalhos arqueológicos na região de Lagoa Santa.
Annete Emperaire chefiou missão franco-brasileira que encontrou o fóssil humano mais antigo do país na região de Lagoa Santa, conhecida como Luzia.
A missão franco-brasileira em Lagoa Santa, sob a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), ficou na região entre 1974 e 1976 e concentrou as escavações principalmente na Lapa Vermelha de Pedro Leopoldo.
Foi nessa caverna que Annette encontrou Luzia, cujo crânio estava no Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 1998, a primeira mulher da América, como entrou para a história, ganhou um rosto e uma história. Ao fazer o levantamento de coleções de fósseis no museu, o antropólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), fez estudos aprofundados sobre os ossos e providenciou a datação, que é de 11,4 mil anos.
O arqueólogo e antropólogo Walter Neves, coordenador do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), não foi o responsável por ter resgatado esse antigo esqueleto de um sítio pré-histórico, mas foi graças a seus estudos que Luzia, assim batizada por ele, tornou-se o símbolo de sua teoria de povoamento das Américas: o modelo dos dois componentes biológicos.
Formulada há mais de duas décadas, a teoria advoga que nosso continente foi colonizado por duas levas de Homo sapiensvindas da Ásia. A primeira onda migratória teria ocorrido há uns 14 mil anos e fora composta por indivíduos parecidos com Luzia, com morfologia não mongoloide, semelhante à dos atuais australianos e africanos, mas que não deixaram descendentes. A segunda leva teria entrado aqui há uns 12 mil anos e seus membros apresentavam o tipo físico característico dos asiáticos, dos quais os índios modernos derivam.
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