quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Assis Horta: 100 anos - O fotógrafo do patrimônio cultural de Minas

Iepha-MG


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Fotógrafo que integrou a primeira equipe do Iepha-MG completa 100 anos hoje, 28/02
O Iepha-MG celebra hoje, 28 de fevereiro, o centenário de Assis Horta, que fez parte da primeira equipe do Instituto nos anos 1970 e é dono de uma expressiva produção fotográfica relevante no Brasil.  O acervo do fotógrafo nos arquivos do Iepha-MG guarda registros históricos, que revelam um período importante da história do patrimônio cultural em Minas Gerais.  Por meio do olhar sensível de Horta, este legado também ocupa um lugar na memória afetiva dos mineiros. Como funcionário do quadro seminal do órgão, fotografou momentos relevantes em Minas.
Registrou, dentre outros, o paisagista Burle Marx (1909-1994) e o arquiteto Luciano Amédee Péret  - que foi presidente do Iepha-MG de 1979 a 1983 - em campo, durante a requalificação dos jardins dos Passos do Santuário Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas. As fotos trazem os dois trabalhando no local, em registros singulares, que contam parte da história da preservação do patrimônio mineiro.
 foto Peret com B M 001
Horta registrou, dentre outros, o paisagista Burle Marx (1909-1994) e o arquiteto Luciano Amédee Péret trabalhando juntos
Nascido em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, onde começou a  fotografar ainda adolescente, Horta manteve na cidade  um estúdio fotográfico, o Photo Assis, de 1936 até 1967, mas parte de sua carreira esteve diretamente ligada ao patrimônio. Na década de 1930, paralalamente ao seu trabalho no estúdio, ele foi contratado por Rodrigo Melo Franco de Andrade, então presidente Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan (na época, chamado de Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Sphan) para acompanhar a proteção do patrimônio cultural na região diamantinense. O material reúne imagens raras e históricas. No final dos anos 1960, Assis Horta mudou-se para a capital mineira, onde mora até hoje.
O trabalho do fotógrafo ganhou mais visibilidade ainda quando, em 1943,  o então presidente da República Getúlio Vargas tornou obrigatória,  com a Consolidação das Leis do Trabalho, a carteira profissional com foto. Assim, a classe operária foi registrada pela primeira vez, por Horta, em fotos tamanho 3 x 4 centímetros ou mesmo de corpo inteiro. As séries de retratos, feitos de centenas de pessoas, tornam Assis Horta um precursor do registro e salvaguarda da memória do trabalhador brasileiro e coloca seu nome, definitivamente, na história da nossa fotografia.



 Estas séries de retratos já foram reunidas em exposição, que passou com êxito por várias cidades brasileiras.
Eu acrescento:
Algumas fotos registradas por Assis , durante a restauração do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Congonhas nos anos 1973 - 1974.
Nas fotos: o arquiteto Luciano Amédée Péret, na época diretor executivo do Iepha-MG e o paisagista Roberto Burle Marx. 



Abaixo imagem de Assis, dando uma pausa em seu trabalho, para ser fotografado. Em Congonhas, na época da restauração.


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

É PRECISO FALAR SOBRE DIREITOS HUMANOS

Robson Sávio Reis Souza
Do seu  facebook

Programa do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro) sobre direitos humanos.

O programa pode ajudar na motivação de debates sobre direitos, democracia, igualdade, diversidade, etc..

É muito importante no momento atual conversarmos sobre DIREITOS numa sociedade que não percebe que o golpe é, antes de tudo, uma violência principalmente contra aqueles(as) que mais precisam de políticas de defesa, proteção, reparação e promoção de direitos.
Direitos humanos estão relacionados às garantias mínimas que visam a construção de uma sociedade justa, humana, igualitária e fraterna.

Assista o vídeo:



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Um Deus que toma partido, por Fabrício Veliq

Dom Total:

Um Deus que toma partido

A Eucaristia tem também o intuito de nos fazer lembrar que a vida de Jesus deve ser a nossa meta de vida.
O Deus bíblico é sempre aquele que se coloca do lado do pobre, da viúva, dos sem terra, dos marginalizados, dos que sofrem perseguição em nome da justiça.
O Deus bíblico é sempre aquele que se coloca do lado do pobre, da viúva, dos sem terra, dos marginalizados, dos que sofrem perseguição em nome da justiça. (Reprodução/ Pixabay)
Por Fabrício Veliq*
É muito comum, hoje em dia, cristãos e cristãs desenvolverem uma postura indiferente com relação aos problemas que assolam a humanidade, sob a desculpa de uma preocupação com a salvação dessas pessoas por meio do Evangelho. Com isso, não é difícil encontrar os que se dizem seguidores de Cristo e, ao mesmo tempo, consideram sem sentido as lutas sociais, classificando-as como algo “comunista”, “esquerdista”, ou qualquer outro adjetivo que as desmereçam. Em outras palavras, a preocupação com a salvação envolve somente o plano espiritual e é medida por meio das práticas rituais dos cultos e das missas. Assim, o momento da Eucaristia, para citarmos um exemplo dentre vários, é, na visão de muitos, um momento meramente espiritual, de alimento do espírito para fortalecer a fé em Cristo e para, magicamente, “tornar a pessoa santa” por mais uma semana, ou no caso da maioria das igrejas protestantes, por mais um mês.
Aos que vêem dessa forma, na maioria das vezes, não passa pela cabeça que esse momento eucarístico vai muito além de um mero fortalecer espiritual da fé. Esse momento representa o corpo e o sangue de Jesus que é dado pela humanidade e pelo cosmos. Ou seja, trata de relembrar o gesto amoroso de Deus em enviar Seu Filho para restaurar e libertar Sua criação da opressão e morte que a assola. Dizendo de outro modo, a Eucaristia tem também o intuito de nos fazer lembrar que a vida de Jesus deve ser a nossa meta de vida, que seu modo de viver deve ser o nosso e que suas atitudes devem ser aquelas que tomamos na vida diária.
Compreender o momento eucarístico se torna então, assumir para si a tarefa da encarnação, ou seja, a de se envolver com a carne do mundo, assumir para si que os problemas da humanidade e da natureza também são de nossa responsabilidade e que somos chamados a intervir neles, levando a boa notícia de que esse mundo não está desamparado e deixado por si mesmo.
Fazer isso implica abrir mão de uma postura indiferente em relação às situações econômicas e sociais que tanto assolam nosso país e o resto do mundo. Implica entender que o Deus bíblico é sempre aquele que toma partido por um lado. Ele não é indiferente, deixando simplesmente que o mais forte domine sobre o mais fraco. Muito pelo contrário, o Deus bíblico é sempre aquele que se coloca do lado do pobre, da viúva, dos sem terra, dos marginalizados, dos que sofrem perseguição em nome da justiça, rejeitando os poderosos que usam seu poder para enriquecimento próprio e condena os que lhes são subordinados a condições de fome, miséria e ausência de dignidade.
Colocar-se ao lado dos mais pobres e lutar por sua causa se mostra, então, não como agenda esquerdista ou comunista, mas antes de tudo, se mostra como proposta cristã, ancorada no exemplo de Jesus de Nazaré, aquele que tomou partido pelos marginalizados da sociedade de seu tempo, ao invés de ficar vislumbrando somente uma pátria celestial, desconectada dos problemas reais nos quais ele estava inserido.
Ficar indiferente é sempre tomar o lado do mais forte como sendo o seu. O Evangelho, por sua vez, chama a todos e todas para se posicionarem contra as situações de morte que assolam a humanidade e a natureza, tomando o partido daqueles e daquelas que não têm como se defenderem sozinhos.
Compreendendo isso, fica fácil para nós, ancorados no Evangelho, identificar de qual lado Jesus estaria caso vivesse em nossos dias. Quem acha que é do lado dos poderosos, ainda não compreendeu a profundidade da transformação social proposta pelo Evangelho.
*Fabrício Veliq é teólogo. Mestre e doutorando em teologia pela Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte (FAJE), doutorando em teologia na Katholieke Universiteit Leuven - Bélgica, formado em matemática, graduando em filosofia pela UFMG e graduando em Teologia pela UMESP. Membro do grupo de pesquisa Fundamental and Political Theology em KU Leuven e do Grupo de Pesquisa Estudos de Cristologia da FAJE. Ministra cursos de teologia no cursos de Teologia para Leigos do Colégio Santo Antônio, ligado à ordem Franciscana, no Centro de Formação e Cultura em Divinópolis e é também professor voluntário no CITEP na Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte. É protestante e ama falar sobre teologia em suas diversas conversas por aí, tanto presenciais, como online. Seu blog, caso queiram conhecer mais de seus textos, é www.fveliq.blogspot.com. 

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Intervenção: Abusos e violações nas favelas do Rio

Ricardo Kotscho




GUERRA DO RIO É SÓ CONTRA OS FAVELADOS? E OS BACANAS DO ASFALTO?

GUERRA DO RIO É SÓ CONTRA OS FAVELADOS? E OS BACANAS DO ASFALTO?



Créditos da Foto: Folha de S. Paulo/Reuters
Em tempo: na entrevista à BandNews hoje, em Brasília, o presidente Michel Temer falou a José Luiz Datena sobre o que podemos esperar daqui para a frente:
“Não sei se vai haver confronto, mas, se houver confronto entre o marginal, o bandido armado, dando tiro, o militar não vai se deixar matar, não vai deixar a segurança ficar impune, não vai. Se houver necessidade, ele parte para o confronto”. 
***
A guerra declarada pelo governo brasileiro ao crime organizado no Rio de Janeiro mostrou até agora que tem um alvo prioritário: as 700 favelas da cidade onde vivem 1,1 milhão de cariocas.
Ali está, segundo nossas mais altas autoridades civis e militares, todo o mal a ser combatido com soldados armados até os dentes, tanques e blindados, o que for preciso.
Os bacanas do asfalto da zona sul, onde vivem os grandes consumidores e seus fornecedores, podem continuar cheirando e traficando à vontade, sem medo.
Até crianças estão sendo revistadas nos morros, mas não vi até agora nenhum soldado importunar algum morador dos prédios de luxo da Vieira Souto.
“Como saber quem é do seu time e quem é contra? Não sabe. Você vê uma criança bonitinha, de 12 anos de idade, entrando em uma escola pública, não sabe o que ela vai fazer depois da escola, é muito complicado”, explicou o inacreditável ministro da Justiça Torquato Jardim em entrevista ao Correio Braziliense.
Quem responde às dúvidas existenciais do ministro, em carta aberta ao general Braga Netto, publicada no Globo desta sexta-feira, é Frei Betto, o frade dominicano que sobreviveu à ditadura militar de 64 sem nunca fugir à luta contra os poderosos de plantão:
“Os problemas não estão apenas nos morros. Estão sobretudo no asfalto, onde residem os que alimentam o narcotráfico, os políticos corruptos, os que permitem que nosso sistema carcerário seja sede do comando do crime”.
Dirigindo-se diretamente ao general interventor, meu velho amigo Betto lança-lhe um libelo:
“Não autorize seus soldados a se transformarem em assassinos fardados que, ao ingressar nas comunidades, primeiro atiram e depois interrogam”.
Frei Betto não é o único representante da Igreja Católica a romper o vergonhoso silêncio da CNBB diante do que acontece no Rio. Nas redes sociais, dom Mauro Morelli, que também enfrentou de peito aberto os arbítrios da ditadura, e conhece bem a tragédia carioca, escreveu:
“O que será que os soldados descobriram revistando as crianças a caminho da escola? Devem ter notado as olheiras de quem não dorme bem e se alimenta muito mal. Te espero na esquina antigamente era briga de moleques. Na temeridade em que vivemos no século 21, é parada militar”.
Por enquanto, trata-se apenas de uma intervenção militar-midiática, um grande show para as câmeras de TV sempre a postos para registrar a Guerra do Rio para uma população amedrontada, como se fossem correspondentes estrangeiros cobrindo a Guerra da Síria.
Pode-se imaginar o que vai acontecer se forem colocadas em prática as elucubrações do ministro Torquato Jardim que anda muito preocupado com as crianças inimigas nas favelas, como revelou na mesma assustadora entrevista ao CB, citando os Estados Unidos como exemplo:
“Você está no posto, mirando a distância, na alça de mira aquele guri que já saiu quatro, cinco vezes, está com a arma e já matou uns quatro. E agora? Tem que esperar ele pegar a arma para prender em flagrante ou elimino à distância? Ele é um cidadão sob suspeita porque não está praticando o ato naquele momento ou é um combatente inimigo? Os Estados Unidos enfrentaram esse tema como um inimigo combatente”.
Sob o título “Tem que prender o guri ou elimino à distância?”, a jornalista Marina Amaral publicou um editorial na Agência Pública comentando a entrevista de Torquato.
“Além de deixar claro que o governo está jogando tropas em áreas onde vivem 1,1 milhão de pessoas sem ideia do que fazer, escancara a visão do ministro sobre os moradores das favelas: todos, a princípio, são inimigos. Até as crianças bonitinhas”.
O que mais me deixa indignado diante do autoritarismo desde governo civil cada vez mais militar é a omissão, não só da CNBB, mas de outros setores da sociedade civil que se mobilizaram na resistência ao regime de 1964 e foram às ruas pedir Diretas Já vinte anos depois.
Com raras exceções, como as acima citadas, tudo é visto como se estivéssemos na mais absoluta normalidade institucional, com o Executivo, o Legislativo e o Judiciário seguindo os seus rituais e discutindo o que é melhor fazer para garantir a vitória nas eleições de outubro e manter o atual status quo.
Começo a acreditar que a intervenção militar no Rio é apenas parte de uma estratégia mais ampla para melar o jogo eleitoral e prorrogar o mandato do atual governo para “garantir a ordem e o progresso”.
Espero estar errado.
E vida que segue.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Geopolitica do Vaticano e do Papa Francisco - Entrevista com Mauro Lopes

Com o Papa Francisco, a geopolítica do Vaticano é marcada por aproximação com a China, a Rússia, a América Latina e as periferias. E distância dos EUA e dos governos de direita na Europa e no mundo. Vira-se a página tanto da visão geopolítica de João Paulo II de alinhamento com os EUA numa dinâmica anticomunista e antiesquerda como da visão do “eurocentrismo frouxo” de Bento XVI

Clique abaixo para assistir a análise de Mauro Lopes



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Para MPF, intervenção no Rio é duvidosa e decreto viola leis

Procuradores avaliam que decreto tem várias irregularidades e defendem que intervenção não pode ser realizada à margem dos direitos fundamentais
por Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
DANILO VERPA/FOLHAPRESS
Intervencao Rio
Militares revistam moradores, inclusive crianças, na entrada da favela Kelson's, zona norte do Rio de Janeiro
São Paulo – A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e a Câmara Criminal do Ministério Público Federal (MPF) divulgaram ontem (20) uma nota conjunta criticando severamente a intervenção federal no Rio de Janeiro, decretada pelo presidente Michel Temer (MDB). Para os órgãos do MPF, o decreto possui várias irregularidades. Além disso, repudiaram as falas dos ministros da Justiça, Torquato Jardim, da Defesa, Raul Jungmann (PPS), e do comandante do Exército, general Villas Boas. Este último defendendo a garantia de que os militares possam agir sem risco de terem de responder a processos por abusos e violações de direitos humanos.
Jardim disse ontem, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, que é muito difícil prevenir a letalidade em uma região com 700 favelas e 1,1 milhão de habitantes. "Você vê uma criança bonitinha, de 12 anos de idade, entrando em uma escola pública, não sabe o que ela vai fazer depois da escola", afirmou. Já Jungmann declarou que o Rio está em guerra e que "os militares não estarão exercendo papel de polícia". Ou seja, vão atuar como em um conflito armado e não como força de segurança.
"Essas declarações são de extrema gravidade, pois podem produzir o efeito de estimular subordinados a praticarem abusos e violações aos direitos humanos, atingindo de modo severo a população do Rio de Janeiro, que historicamente suporta a violência em geral e a violência estatal em particular. A intervenção não pode ser realizada à margem dos direitos fundamentais", defenderam os procuradores. "Guerra se declara ao inimigo externo. No âmbito interno, o Estado não tem amigos ou inimigos. Combate o crime dentro dos marcos constitucionais e legais que lhe são impostos", completaram.
Um dos principais pontos de crítica da nota é a possibilidade de emissão de mandados de busca e apreensão coletivos, sem definição de quem ou que está sendo buscado. Na prática, as Forças Armadas poderiam invadir qualquer moradia ou estabelecimento dentro uma determinada área. "Tal procedimento é ilegal, uma vez que o Código de Processo Penal determina a quem deve se dirigir a ordem judicial. Mandados em branco, conferindo salvo conduto para prender, apreender e ingressar em domicílios, atentam contra inúmeras garantias individuais", argumentaram os procuradores.
Os órgão do MPF defendem ainda que o interventor federal, general Walter Souza Braga Netto, deve respeitar as leis estaduais do Rio de Janeiro e submeter-se às regulações e regimentos civis, e não militares, durante a vigência do decreto. "A intervenção federal no Poder Executivo estadual é, por definição constitucional, de natureza civil e não pode um decreto instituir uma intervenção militar, sob pena de responsabilidade do próprio Presidente da República que o emitiu", definiram os procuradores, destacando ainda que este é também o entendimento do Conselho de Direitos Humanos da ONU, da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
A PFDC e a Câmara Criminal do MPF ainda apontam que o decreto não esclarece quais as medidas serão adotadas, qual a autonomia de sua ação, quais serão os poderes estaduais limitados, formas de controle. "O decreto ressente-se de vícios que, se não sanados, podem representar graves violações à ordem constitucional e, sobretudo, aos direitos humanos", pontuam os procuradores. O documento é assinado pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat; pela subprocuradora-geral da República e coordenadora da Câmara Criminal, Luiza Frischeisen; e pelos procuradores adjuntos dos Direitos do Cidadão, Domingos Sávio Dresch da Silveira e Marlon Weichert.
No fim da noite de ontem, o Comando Militar do Leste, responsável pelo Rio de Janeiro, emitiu nota informando que a equipe do interventor será divulgada em dez dias e pedindo apoio e sacrifício da população. "Salienta-se que a intervenção é federal; não é militar. A natureza militar do cargo, à qual se refere o Decreto, deve-se unicamente ao fato de o interventor ser um oficial-general da ativa do Exército Brasileiro", informa um trecho da nota. "O interventor destaca a necessidade da participação da sociedade fluminense nesse esforço conjunto. O processo demandará, de todos e de cada um, alguma parcela de sacrifício e de colaboração, em nome da paz social e da sensação de segurança almejadas." 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Intervenção é a jogada eleitoral de Temer

Tudo isso tem um nome: candidatura Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Michel Temer e sua turma não vão largar o poder assim facilmente, depois de tê-lo tomado com um golpe de mão parlamentar. Para isso, o que precisar ser feito eles farão, sem a menor hesitação. A intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro e a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública são medidas improvisadas, que não foram planejadas e não têm a menor chance de produzir o resultado prometido, a derrota do crime organizado no Rio e a contenção da violência no país. Não importa, não se trata de políticas públicas mas de fazer política com um objetivo central não declarado, a viabilização da candidatura de Temer à reeleição. Objetivos secundários também são atendidos, como a redução do desgaste com a não-votação da reforma previdenciária, derrotada de antemão.

Afinal, faltando oito meses para a eleição, a centro-direita não conseguiu vitaminar com índices de preferência de mais de um dígito nenhum de seus possíveis candidatos, como Alckmin, Meirelles ou Rodrigo Maia. A invenção do “novo” também fracassou, com Luciano Huck jogando a toalha depois de mais uma pajelança de Fernando Henrique para fazer do apresentador insosso e oco um candidato crível. A Presidência, com tudo que ela representa em matéria de máquina e instrumentos para fazer votos, não é um recurso que a direita iria se dar ao luxo de desprezar. Poderia fazer uso dela, a favor de um candidato seu, se Temer tivesse caído com uma das denúncias. Rodrigo Maia o sucederia e poderia ser este candidato, disputando a reeleição no cargo. Mas Temer não brincou em serviço, jogou pesado para ganhar e Maia amarelou. Agora o tempo ficou curto demais para a invenção ou turbinação de um candidato de continuidade. Não tem tu, vai Temer mesmo.

E mais uma vez, ele não medirá consequências na defesa de seus interesses, que incluem permanecer no cargo para não ser alcançado pela Justiça, após tantos crimes revelados. Vai cometer as pedaladas constitucionais que forem necessárias, e a mais importante já foi cometida. No decreto da intervenção, ele inovou sobre a Constituição, como denuncia o jurista Dalmo Dallari, ao impor que o cargo de interventor deve ser ocupado por um militar. À luz da Carta, poderia ser um civil mas aí não teríamos a intervenção militar que, na prática, será feita no Rio e poderá ser aplicada a outros estados. Pois agora, Temer está inventando a sua “agenda positiva”. Vai se livrar da antipática reforma previdenciária com uma boa desculpa e se apossar de uma parte do discurso de Bolsonaro. Está ditando a agenda da campanha. Nada de discutir a recessão ou a corrupção. O negócio será debater a segurança. E se tiver o mínimo êxito, o Temer candidato dirá que precisa continuar para concluir seu Plano Real da segurança, como fez FH em 1998.

Muito se disse hoje que a jogada é de alto risco para o governo, para Temer e companhia. E é mesmo, porque as chances de fracasso no Rio são grandes e a exposição das Forças Armadas é perigosíssima. É por demais conhecida a resistência dos militares ao emprego das tropas como polícia. Mas risco maior corre o país e sua frágil democracia, diante do avanço do autoritarismo e das pedaladas constitucionais para atender ao projeto da candidatura Temer, que pegou embalo nos últimos dias. No meio político sempre se disse que um governo precisa ser muito ruim, mas muito ruim mesmo para que o presidente não consiga 20% dos votos numa disputa. É nisso que apostam os palacianos que convenceram Temer de que pode ser ele mesmo o candidato do sistema do golpe. Com a intervenção no Rio o crime se inibirá, pelo menos no primeiro momento, e ele conquistará alguns pontos de aprovação. No Rio, segundo pesquisa do Idea Big Data, divulgada por O Globo, 75% acham que a violência deve ceder com a intervenção mas 81% acham que ela não resolverá o problema. Mas até à eleição, prevalecerá a percepção otimista. Com Lula impedido, e Bolsonaro beliscado, o caminho iria se abrindo para Temer daqui para agosto, quando serão registradas as candidaturas. Estes são os cálculos.

Mas por conta deles, agora estamos todos num piquenique à beira do abismo. Estas jogadas arriscadas e perigosas, com o objetivo de preservar o golpe no poder, podem cumprir seu objetivo eleitoral, que o Brasil não merece, mas podem levar também aos dias piores, que costumo aqui prever que virão, e estão sempre vindo. Podem levar à completa transfiguração do regime originário do impeachment numa ditadura também reconfigurada, em que o presidente é civil mas os militares mandam e o mercado dá as cartas. Afinal, com quebras do Estado de Direito, censuras esporádicas e repressão intermitente estamos nos acostumando.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

O papel da Globo na intervenção militar no Rio de Janeiro , por Luís Nassif


Xadrez da segunda etapa do golpe político

Luís Nassif
GGN

Peça 1 – a falsa legalidade

A ideia de que a intervenção no Rio é democrática, porque segue os preceitos da Constituição é tão falsa quanta a da legalidade o impeachment.
Segundo o Ministro da Justiça Torquato Jardim (que foi jogado para escanteio nesse planejamento) "é importante repetir que a intervenção na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro cumpre estritamente o ordenamento jurídico brasileiro e servirá para aperfeiçoar a democracia no nosso País."
Michel Temer decretou uma intervenção no Rio de Janeiro. Mas não se contentou com uma intervenção qualquer. Foi uma intervenção militar com um interventor das Forças Armadas, respondendo diretamente ao Presidente da República.
Não há sinais estatísticos de uma situação fora de controle.
Entrevistada pelo Estadão, a diretora presidente do Instituto de Segurança do Rio (ISP), Joana Monteiro, informou que os dados de segurança mostram que não houve uma onda de violência atípica ( clique aqui),
Segundo ela, “foram registradas 5.865 ocorrências policiais no total no Rio, entre os dias 9 e 14 de fevereiro, enquanto no carnaval do ano passado (quando a Polícia Civil ainda estava em greve), foram 5.773. Em 2016, 9.016 ocorrências foram registradas e, em 2015, computaram-se no total 9.062”.
Esse mesmo sentimento foi manifestado pelo próprio interventor, General Walter Braga Neto, que atribuiu o clima de fim de mundo aos excessos da mídia ( clique aqui).

Peça 2 – o papel da Globo

Temer não é dado a jogadas de risco. Ë figura menor. Assim como no impeachment, sua adesão ao golpe foi estimulada diuturnamente pela cobertura de carnaval da Globo, em tom francamente alarmista. Em cima desse quadro, um grupo de assessores tratou de convencê-lo a endossar o golpe.
Fica claro que, daqui para diante, o novo fantasma nacional será a violência do crime organizado.
Agora à noite, a comentarista Natuza Nery, também da Globonews, falava de um clima de violência que ameaça envolver o país inteiro. E atribuiu ao fracasso da política.
É fácil entender as estratégias da Globo porque há sempre um alinhamento total de seus comentaristas com as ordens que vêm de cima. Agora à noite, além da unanimidade de comentaristas da Globo News, insistiu-se no clima de fim de mundo para o Rio, com a seleção de entrevistados endossando as medidas.
Como não houve pontos fora da curva entre os comentaristas, reafirma-se a suspeita de que as medidas já eram de conhecimento da Globo, que, assim, teve tempo de alinhar seus solados – ao contrário do que ocorreu nos primeiros momentos das delações da JBS.
Trata-se, portanto, de um novo golpe, com papel central das Organizações Globo. Carregou no noticiário, criou um quadro de escândalo, deu ênfase a violências urbanas deploráveis, mas antigas, visando criar o clima de pavor. Da mesma maneira como cobriu arrastões armados, no governo Leonel Brizolla.

Peça 3 – a luta contra o crime

Para que o golpe se sustente, há a necessidade de manter um clima permanente de catarse.
Há dois caminhos delineados.
O primeiro, de forte apelo popular, de intervenção no orçamento do Rio de Janeiro, reduzindo as benesses do Judiciário e outros setores privilegiados. Essa possibilidade fio aventada por autoridade de Brasília que tem sido consultada frequentemente por Michel Temer.
A segunda é partir para a luta aberta contra organizações criminosas, visando elevar a temperatura ainda mais.
São Paulo já tem experiência dessa maluquice, quando, em 2006, o governo Geraldo Alckmin, e um Secretário de Segurança pirado, Saulo Queiroz, decretaram guerra contra o PCC.
Houve a invasão da cidade pelo PCC, seguido de um massacre da PM, matando indiscriminadamente jovens de periferia sem antecedentes criminais. Foram mais de 600 mortes em uma semana.
O que as Forças Armadas poderiam fazer no Rio? Montar barricadas, trincheiras? Invadir casas? As organizações criminosas não estão situadas em territórios próprios, como na guerra convencional. Estão misturados às pessoas, aos cidadãos comuns, vítimas dele. O que ocorreria com esses cidadãos, em caso de confrontos diretos entre Exército e organizações criminosas?

Peça 4 – os fatores de risco

Nos próximos dias, a Globo vai ampliar o discurso de caos na segurança, visando legitimar a segunda etapa do golpe.
Por outro lado, as Forças Armadas foram jogadas no meio da fogueira. O fracasso da operação será o fracasso da intervenção. Qual seria a reação das Forças Armadas? Assimilar o desgaste ou exigir ampliação da sua interferência?
A tomada de decisão, logo após o Carnaval, teve um objetivo adicional: impedir o desfile das campeãs, com os carros alegóricos da vice-campeã Paraiso da Tuiuti, com um vampiro representando Temer.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Pedro Casaldáliga: 90 anos, o defensor intransigente dos pobres e da dignidade humana






Pedro Casaldáliga completa 90 anos: bispo, poeta e defensor intransigente dos pobres e da dignidade humana

Unisinos:
Diante das críticas contra Dom Casaldáliga, o Papa Paulo VI exclamou: “Encostar no bispo de São Félix do Araguaia é como encostar no papa”.
Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix, no Brasil, e grande defensor dos pobres, completa 90 anos, hoje. Para a ocasião, foi organizada em Madri, na quinta-feira, 1º de fevereiro, por iniciativa das associações Mensajeros de la Paz e Tierra Sin Males, e do sítio Religión Digital, uma coletiva de imprensa e uma série de atividades culturais para prestar homenagem à figura de Dom Casaldáliga.
Nascido na Catalunha no dia 16 de fevereiro de 1928, durante 38 anos, viveu e trabalhou no Brasil, primeiro como missionário da Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria, ou Congregação Claretiana, depois como prelado de São Félix a partir 1971, ordenado bispo em outubro do mesmo ano por Paulo VI.
Obstinado e corajoso, coerente e firme nas suas convicções, simples e aberto, Dom Pedro trabalhou em um dos lugares mais infelizes e pobres do mundo, o Mato Grosso. Da prelazia de São Félix, da qual foi primeiro bispo e fundador, Dom Casaldáliga tornou-se o porta-voz para dar a conhecer ao Brasil e ao mundo inteiro as condições de vida de agricultores e índios.
A partir desse canto perdido do mundo, injustiças foram denunciadas, sacudindo consciências e instituições, atraindo o interesse de muitas pessoas, contribuindo para o desenvolvimento social do país, constituindo um ponto firme para a retomada da democracia após o período sombrio da ditadura militar.
Por causa do seu compromisso religioso, social e político, ele foi hostilizado dentro e fora da Igreja. Em alguns ambientes, era considerado como um bispo “subversivo e extremista”, “impertinente e incômodo”, cujo magistério “era perigoso por estar embebido demais na teologia da libertação”.
A vocação evangélica de Dom Casaldáliga foi totalmente voltada aos últimos e aos esquecidos.
É importante lembrar que o próprio Papa Paulo VI, para conter os ataques políticos (a ditadura militar tentou várias vezes expulsar Dom Casaldáliga do país) e eclesiásticos contra o bispo de São Félix, o defendeu abertamente com as seguintes palavras: “Encostar no bispo de São Félix do Araguaia é como encostar no papa”. Um fato que fala muito sobre as divisões dentro da própria Igreja acerca da obra daqueles padres que lutavam e ainda lutam para melhorar as condições dos pobres na África ou na América do Sul, e que algumas hierarquias eclesiásticas, apressadamente demais, indicam como “subversivas” ou “heréticas”.
A partir de 2 de fevereiro de 2005, quando São João Paulo II aceitou sua renúncia, Dom Pedro não é mais bispo de São Félix, mas ficou vivendo no Brasil, na sua cidade, no seu bairro e entre seu povo, com humildade e modéstia.

Araguaia Notícia
Maria Clara Lucchetti Bingemer / Jornal do Brasil
Ele lutou pelos pobres e oprimidos e se tornou uma lenda viva em Mato Grosso










A Igreja do Brasil e de vários pontos do mundo volta seu olhar ao longo desta semana para um ponto perdido do estado do Mato Grosso à beira do rio Araguaia.  Ali está a prelazia de São Felix do Araguaia, onde vive o poeta e profeta Pedro Casaldáliga, que completa noventa anos de idade neste dia 16 de fevereiro.

Eu o conheci primeiramente pela escuta dos que sobre ele testemunhavam.  Tocados por sua poesia, inspirados por sua profecia, referiam-se a ele de tal maneira que desejei conhecer pessoalmente seus textos.  Seu livro autobiográfico “Yo creo en la justicia y en la esperanza”, com a introdução intitulada “La vida que ha dado sentido a mi credo”, tocou-me sobremaneira. Ali eu encontrava e apalpava a mística que dava sustentação à teologia que pretendia fazer.  Cheia de jovens e imoderados desejos, os textos de Pedro me revelavam a seriedade de um compromisso que tomava por inteiro uma vida: a dele.

Alguns anos depois, quando já me encontrava na pós-graduação em teologia da PUC-Rio, pude ouvi-lo falar.  Assim também em Itaici, por ocasião de um congresso organizado pelos padres passionistas.  A primeira impressão ao ver aquela figura magrinha e aparentemente frágil foi transformada pela primeira palavra que saiu de sua língua de fogo.  Falando de justiça e de esperança, fazia todos estremecerem pela força de suas palavras. Agigantava-se e alcançava dimensões impensáveis com sua fé e profecia.

Em minhas aulas de teologia usei vários de seus poemas que inspiravam os alunos e os conduziam à reflexão sobre a Revelação e a Palavra de Deus. Pois, com toda o fogo de seu testemunho e sua profecia, Pedro é também poeta. Dedica poemas ao rio.  Sua sensibilidade é capaz de extasiar-se com a beleza do Araguaia “que pulsa sob seus pés como uma artéria viva”, com a mata verdejante e expressa seu louvor em versos ao Criador de toda essa maravilha. E seus versos andam “cheios de Deus como pulmões cheios do ar vivo”.

Como profeta, sua língua de fogo não hesitou em proclamar ao longo desses muitos anos os direitos dos pobres como direitos de Deus.  E ao tomar progressiva consciência da dura servidão à qual não poucos proprietários de terras reduziam aqueles que desejavam apenas uma terra para cultivar e plantar, não poupava denúncias e críticas.  Tudo isso lhe valeu perseguições e ameaças as mais diversas e violentas. Mas jamais deixou de explicitar o que o impulsionava ao viver sua vocação profética, admitindo não saber “se seria capaz desses caminhos se não estivesse Deus como uma aurora rompendo sua névoa e seu cansaço”.

A união com Deus é o que configura a vida de Pedro, o místico. Trata-se de alguém que experimenta a comunhão íntima e ardente com o Mistério que é o Sentido de sua vida.   Em suas andanças pelo Mato Grosso, pelo Brasil, pela América Latina, sobretudo na explosiva região da América Central, sempre contemplou Deus presente no rosto dos pobres.  E, no entanto, humildemente, sempre confessou não saber se poderia conviver com essas vítimas da injustiça “se não tropeçasse com Deus em seus farrapos; se não estivesse Deus como uma brasa queimando seu egoísmo lentamente”.

Esse extraordinário profeta, poeta e místico elabora com sua vida e suas palavras uma profunda teologia.  Embora sempre haja sido missionário e não docente ou pesquisador da ciência sacra, seus escritos, seus poemas, mas sobretudo sua vida e sua prática são uma teologia consistente e em constante movimento. Ele a tem pensado e feito ao lado dos pobres, cada dia partilhando sua “noite escura” que só a esperança ilumina.  Por isso proclama que apenas vivendo a noite escura dos pobres se pode viver o Dia de Deus, “pois as estrelas só se veem de noite”. Sua teologia afirma que que tudo é relativo, menos Deus e a fome. Olhando para esses dois absolutos tem caminhado com coragem e firmeza.

Como se pode ver, Pedro – esse jovem de noventa anos vergado pelo mal de Parkinson -  é uma testemunha.  Sua vida atesta a verdade maior do mistério da encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, a Testemunha Fiel por excelência. Em sua fragilidade carrega e comunica a vocação e a missão do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.  E procura fazer verdade a construção de seu Reino, projeto do Deus da vida para todos. Com isso dá sentido a muitas vidas e faz muitos descobrirem o sentido de suas existências.

Fiel ao Evangelho, boa notícia que um dia o fez deixar a Catalunha e estabelecer-se para sempre ao sul do mundo, onde o conforto é escasso e a injustiça abundante, Pedro celebra seus noventa anos fiel ao lema que escolheu quando ordenado bispo: Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar.

Reverente e amante da vida prepara-se para este aniversário que mobiliza tantos com simplicidade e alegria.  O aniversário é dele, mas o presente é nosso.  Presente que é ele mesmo, com esta vida dada em serviço, inspiração e fidelidade.  Feliz Aniversário, querido irmão, amado mestre, grande pastor.  Que sua vida continue dando sentido à nossa e, mais ainda, continue ensinando a nós todos o caminho da vida em plenitude.

* professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. A teóloga é autora de “Teologia latino-americana – Raízes e ramos” (Editoras Vozes e PUC-Rio).

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Tuiuti e o sociólogo Jessé de Souza

Paraíso do Tuiuti: vice na apuração e campeã do povo.

O desfile da Paraíso do Tuiuti fez da Globo uma gigantesca manifestoche.
E uma das obras que Jack Vasconcelos, o carnavalesco da escola, e a equipe de compositores estudaram é "A Elite do Atraso - Da Escravidão à Lava Jato", do sociólogo Jessé Souza.
O livro que, como lembra Jessé, "toca na escravidão e e em como ela é utilizada e percebida nos dias de hoje"
Veja entrevista concedida por Jessé ao DCM: