quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Retrocesso da Saúde Bucal no governo Dilma, afirma ABOPREV
Da página do facebook da Aboprev:
O MISTÉRIO da saúde do Brasil:
Odontologia "abre a boca" através do CAT, com o qual nos solidarizamos!
"Governo Dilma: retrocesso na Saúde atinge a Saúde Bucal
Embora a atual Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), definida em 2004 e conhecida como Brasil Sorridente (BRS), seja um dos mais bem sucedidos programas implantados pelo governo federal, sofreu um duro revés em novembro de 2015, com a nomeação de Ademir Fratric Bacic para a Coordenação-Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde. Diretor financeiro da empresa Prodent Assistência Odontológica Ltda, Bacic é um desconhecido dos movimentos sociais de saúde, das entidades odontológicas e das organizações de saúde coletiva. Sabe-se, porém, que participa do financiamento privado de campanhas eleitorais e mantém vínculos com o SINOG – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Saúde Suplementar). Ainda assim foi nomeado para coordenar uma política que tem seu esteio no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao assumir a coordenação da Política Nacional de Saúde Bucal no segundo governo Dilma, Rozangela Fernandes Camapum, uma liderança historicamente posicionada ao lado dos movimentos e entidades do setor saúde na construção da PNSB, constituiu uma Comissão de Assessoramento Técnico (CAT) e fomos convidados a integrá-la. Cabe registrar que todos participamos da CAT sem qualquer tipo de remuneração.
Entendemos que a exoneração de Rozangela e a nomeação de Ademir constitui um grave retrocesso nos rumos do Brasil Sorridente, um verdadeiro ato de agressão à política de saúde bucal que o País deve à sensibilidade do Presidente Lula e ao empenho de dezenas de milhares de profissionais de saúde que, diariamente, em todo o Brasil, dão concretude às diretrizes dessa política, aprovadas no Conselho Nacional de Saúde e pelos Conselhos Nacionais de Secretarias Municipais (CONASEMS) e Estaduais (CONASS) de Saúde, as quais vêm tendo o apoio das entidades nacionais de odontologia e de saúde coletiva.
A mudança no comando do Brasil Sorridente indica também um risco iminente ao princípio ético da saúde bucal como direito de cidadania ao identificar-se uma clara opção por modelos privatistas e pelo vale-tudo do mercado, em que cuidados odontológicos são apenas mercadorias a serem comercializadas por empresas que fazem negócios com doença, sofrimento e morte. Tais modelos privatistas propõem substituir os serviços públicos odontológicos com gestão participativa e sob controle público, que defendemos, por empresas controladas e gerenciadas por proprietários privados. Rejeitamos essa mudança e repudiamos essa nova orientação. Por essa razão, estamos nos afastando do Ministério da Saúde, assumindo, perante os movimentos sociais e as entidades de saúde coletiva e de odontologia, um compromisso ético-político de seguir na luta para refazer o que está sendo desfeito neste momento, que marca uma importante inflexão histórica na PNSB.
Não nos move qualquer sentimento pessoal a quem quer que seja, pois compreendemos as circunstâncias políticas que levaram a Presidenta Dilma Rousseff a fazer mudanças em seu ministério, envolvendo o da Saúde. Temos motivos, porém, para não acreditar que o coordenador recém-nomeado reúna as credenciais mínimas necessárias para o cargo do qual passou a ser titular. Assinalamos, ainda, que sua experiência profissional à frente de um plano de saúde conflita frontalmente com as propostas que comungamos com amplos setores da sociedade bras ileira para o SUS e o Brasil Sorridente. Por entendermos que a decisão do ministro Marcelo Castro implica a negação de tudo em que cremos, decidimos nos afastar da coordenação da PNSB, com a expectativa de que, em breve, as forças políticas que possibilitaram criar o Brasil Sorridente, retornem ao comando do Ministério da Saúde para, então, retomar para a Saúde Pública os rumos dessa importante política pública.
Saímos como entramos, com a certeza do dever cumprido e a convicção de que todas as ações que desenvolvemos foram sempre orientadas pelo interesse público, visando à construção do SUS, e em respeito aos compromissos que marcaram nossas trajetórias, cuja referência política é o Movimento da Reforma Sanitária, na perspectiva das Conferências Nacionais de Saúde e de Saúde Bucal.
NÃO À MERCANTILIZAÇÃO DA SAÚDE!
VIVA O SUS!
VIVA O BRASIL SORRIDENTE COMO DIREITO DE CIDADANIA!
Brasília, DF, 20 de novembro de 2015.
Antonio Carlos Nascimento – PR, Celso Zilbovicius – SP,Cleber Ronald Inácio dos Santos – AC, Cristiana Leite Carvalho – MG,
Elisete Casotti – RJ, Guadalupe Sales Ferreira – SE, Helder Henrique Costa Pinheiro – PA, Helenita Corrêa Ely – RS,
José Carrijo Brom – GO, Luiz Roberto Augusto Noro – RN,
Marco Manfredini – SP, Maria Cristina Teixeira Cangussu – BA,
Moacir Tavares Martins Filho – CE, Paulo Capel Narvai – SP"
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Brizola é incluído no "Livro dos Heróis da Pátria"
Dilma inclui Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria
A presidenta Dilma Rousseff sancionou lei aprovada pelo Senado que inclui o político gaúcho Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, que homenageia brasileiros que se destacaram na defesa e construção da história nacional. A lei foi publicada hoje (29) no Diário Oficial.
O livro, com páginas de aço, fica exposto no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Fundador do PDT, Leonel de Moura Brizola nasceu em 1922, em Carazinho, no Rio Grande do Sul, e morreu no Rio de Janeiro, em 2004. Foi o único político brasileiro a governar dois estados diferentes: o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Também foi prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e deputado federal.
Brizola, teve participação expressiva na luta contra a ditadura militar e, após o golpe de 1964, viveu no exílio no Uruguai, Estados Unidos e Portugal até voltar ao Brasil com a Lei da Anistia. Foi candidato à Presidência da República por duas vezes e candidato à vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 1998, quando foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso.
O nome do político gaúcho vai aparecer no livro ao lado de nomes como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Dom Pedro I, Duque de Caxias, Alberto Santos Dumont, Chico Mendes, Getúlio Vargas, Heitor Villa Lobos e Anita Garibaldi, entre outros.
Prazo
A lei sancionada por Dilma também altera o tempo necessário para que uma personalidade possa ser homenageada no Livro dos Heróis da Pátria após sua morte, de 50 para dez anos. “A distinção será prestada mediante a edição de lei, decorridos 10 (dez) anos da morte ou da presunção de morte do homenageado”, diz a nova redação.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Natal, hoje e sempre: Frei Cláudio Van Balen
Frei Cláudio Van Balen :
Natal convoca todos para integrar o
sagrado no profano.
Motivar para a cidadania é o sentido do Natal.
Servir a Deus no próximo é valorizar o Natal.
Semear bênçãos no cotidiano faz
acontecer o Natal.
Natal: em infância e velhice, Deus se faz oferta.
Confraternizar o viver é partilhar o amor do Natal.
Natal se atualiza em gestos de promover excluídos.
Exercer a dignidade de cidadão é valorizar o Natal.
Natal se realiza no socorro aos esquecidos
e ignorados.
Natal se festeja ao aquecer relações fraternas.
Ao nos solidarizar em desafios
celebramos o Natal.
Ternura no serviço do poder enobrece o Natal.
Conscientizar da responsabilidade é
ensaiar o Natal.
Natal se realiza por unir pessoas e partilhar bens.
Assumir a vida em seus desafios é concluir o Natal.
Ao envolver outros no perdão, acontece o Natal.
Celebrar a gratidão é aplaudir o Natal.
Natal convoca e educa para construir igualdade.
Natal é braço estendido, horizonte ampliado.
Ao se promover amor e justiça, anuncia-se o Natal.
Natal nos mobiliza a fim de investir nossos dons.
Natal pede que, zelosos, demos rumo ao viver.
Sem diminuir oposições, deturpamos
o sentido do Natal.
Reconciliados no bem fazer, solenizamos o Natal.
Natal confraterniza pacíficos e pacifica adversários.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
A fúria daqueles que saíram do armário
Brasil 247:
O jornalista e escritor Eric Nepomuceno, que acompanhava o cantor e compositor Chico Buarque, quando ele foi agredido por jovens de comportamento fascista na última segunda-feira (21), aponta três preocupações diante do fato: "a extrema fúria dessa direita desgarrada que acaba de sair do armário embutido, sua facilidade com que repetem o que dizem os grandes meios de comunicação, e a incapacidade para qualquer gesto minimamente civilizado"; Nepomuceno ressalta que "essa direita troglodita ataca à traição e sabe que figuras públicas como as que foram atacadas à sorrelfa não costumam reagir, para não alimentar a sede mesquinha dos escrevedores de intrigas"; "Há poucos registros, que eu me lembre, de alguém que tenha saído do armário com tanta sede de ação. Cuidado com eles: tantas ganas reprimidas, quando subitamente liberadas, desconhecem limites", alerta; texto na íntegra
23 DE DEZEMBRO DE 2015 ÀS 11:16
Eric Nepomuceno, da Carta Maior - O que mais impressiona – e preocupa – na agressão verbal que um grupo de garotões cuja profissão principal é ser filho de pai rico lançou contra Chico Buarque na noite da segunda-feira, 21 de dezembro? Três coisas. Primeiro, a extrema fúria dessa direita desgarrada que acaba de sair do armário embutido. Segundo, a facilidade com que repetem o que dizem os grandes meios de comunicação. E terceiro, a incapacidade para qualquer gesto minimamente civilizado.
Chico saía de um jantar com amigos quando, ao buscar um táxi, passou a ser chamado de ‘petista’. Ouviu a repetição de clichês idiotas repetidos à exaustão pelos meios de incomunicação e pelos deformadores de opinião. A um dos garotões ele respondeu com humor. Dizia o valentão que defender o PT quando se mora em Paris é fácil. ‘Você mora em Paris?’, perguntou Chico. E o rapaz respondeu: “Não, quem mora em Paris é você!’. Chico, então, perguntou: ‘Você andou lendo a Veja?’. A ironia continua sendo uma válvula de escape. Mas para ter ironia é preciso inteligência, artigo definitivamente raro na praça.
Não foi a primeira nem a décima agressão verbal que ele e seus amigos ouvem, todas relacionadas ao PT, a Lula e a Dilma. O mais recomendável é, sempre, fazer ouvidos moucos. Mas também essa regra tem suas exceções. O episódio de segunda-feira foi inevitável: Chico estava no meio da rua, é pessoa pública, reconhecível a milhas marítimas de distância.
Mais grave é saber que não foi a primeira nem a decima ocasião, e também não terá sido a última. O país está polarizado como poucas vezes esteve nos últimos 50 ou 60 anos. O grau de agressividade, de furiosa intransigência dessa direita recém-saída de um imenso armário – certamente embutido – é o que mais chama a atenção. E preocupa. Muito. Dizer na cara de alguém ‘Você é um merda’ pode ter consequências sérias. Chico sabia e sabe que qualquer reação à altura não faria outra coisa que atiçar ainda mais a fúria dessa direita desembestada, fartamente alimentada pela grande imprensa. Até nisso a direita recém assumida em sua verdadeira essência é covarde. Até quando?
O país se acostumou às tristes cenas de violência entre torcidas organizadas no futebol. Elas pelo menos têm a decência de se uniformizar, ou seja, é fácil identificar o adversário à distância.
Essa direita troglodita, não. Ataca à traição. E sabe que figuras públicas como as que foram atacadas à sorrelfa não costumam reagir, para não alimentar a sede mesquinha dos escrevedores de intrigas.
Há poucos registros, que eu me lembre, de alguém que tenha saído do armário com tanta sede de ação. Cuidado com eles: tantas ganas reprimidas, quando subitamente liberadas, desconhecem limites.
Não foi a primeira nem a décima agressão verbal que ele e seus amigos ouvem, todas relacionadas ao PT, a Lula e a Dilma. O mais recomendável é, sempre, fazer ouvidos moucos. Mas também essa regra tem suas exceções. O episódio de segunda-feira foi inevitável: Chico estava no meio da rua, é pessoa pública, reconhecível a milhas marítimas de distância.
Mais grave é saber que não foi a primeira nem a decima ocasião, e também não terá sido a última. O país está polarizado como poucas vezes esteve nos últimos 50 ou 60 anos. O grau de agressividade, de furiosa intransigência dessa direita recém-saída de um imenso armário – certamente embutido – é o que mais chama a atenção. E preocupa. Muito. Dizer na cara de alguém ‘Você é um merda’ pode ter consequências sérias. Chico sabia e sabe que qualquer reação à altura não faria outra coisa que atiçar ainda mais a fúria dessa direita desembestada, fartamente alimentada pela grande imprensa. Até nisso a direita recém assumida em sua verdadeira essência é covarde. Até quando?
O país se acostumou às tristes cenas de violência entre torcidas organizadas no futebol. Elas pelo menos têm a decência de se uniformizar, ou seja, é fácil identificar o adversário à distância.
Essa direita troglodita, não. Ataca à traição. E sabe que figuras públicas como as que foram atacadas à sorrelfa não costumam reagir, para não alimentar a sede mesquinha dos escrevedores de intrigas.
Há poucos registros, que eu me lembre, de alguém que tenha saído do armário com tanta sede de ação. Cuidado com eles: tantas ganas reprimidas, quando subitamente liberadas, desconhecem limites.
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
“Saúde é um instrumento de politização da sociedade”, avalia a presidenta da Associação Latino-americana de Medicina Social
Cebes:
A presidenta da Associação Latino-americana de Medicina Social (Alames), Ana Costa, fez uma avaliação da XV Conferência Nacional de Saúde (CNS), ocorrida de 1 a 4 de dezembro em Brasília, e ressaltou que o envolvimento de organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de movimentos como o Grito dos/as Excluídos/as Continental é de extrema importância para consolidar caminhos que fortaleçam a saúde pública no país. Falou também que a saúde é, sim, uma via de politização da sociedade e que, para isso, é preciso tecer políticas públicas fortes, afim de garantir os direitos sociais sem retrocessos.
Ana Costa esteve presente na reunião de parceiros da Agência Católica de Cooperação Internacional da Inglaterra e país de Gales (CAFOD), realizada dias depois da XV CNS. Numa participação bem esperada, a presidenta da Alames, com muita desenvoltura, compartilhou com os/as integrantes do projeto Direitos Sociais e Saúde: Fortalecendo a Cidadania e a Incidência Política, executado pelo Programa Justiça Econômica, cofinanciado pela União Europeia e com apoio da CAFOD, suas opiniões e reflexões sobre o atual momento em que se encontra o país e como o tema da saúde se situa nessa conjuntura.
“A saúde é uma expressão que não é só setorial. Aliás, quando a gente fala que a política institucional interfere na saúde nós estamos reafirmando que a saúde é uma condição de qualidade de vida e bem-estar social. Se a gente pensar em saúde só como assistência médica, nós estamos pensando com uma visão curta, porque nós temos todas as evidências de que a saúde é muito mais. Saúde é riqueza de pobre. E quando pobre diz isso, ele está dizendo que ele pode trabalhar, produzir, sobreviver. Nesse contexto, a saúde precisa ser um instrumento de politização da sociedade”, disse.
A presidenta da Alames elencou os vários pontos positivos feitos pelo Governo Dilma, como o programa Mais Médicos [Atualmente 18.240 médicos contratados, a maioria, 11.429, são cubanos]. Mas as implementações de ajustes econômicos colocou a saúde numa situação ruim.
“A gente não tá aqui para dizer que o copo está completamento vazio, mas o copo não está cheio . Então nessa perspectiva a gente precisa manter a capacidade crítica não só para fazer críticas ao governo, mas para apontar e avançar no caminho”, comentou.
A própria Conferência Nacional de Saúde serviu de palco para a expressão democrática que o momento exige, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, que compareceu ao evento um dia após o pedido oficial para abertura de processo de impeachment [em processo de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, iniciado neste dia 16 de dezembro]. Em seu discurso, Rousseff afirmou que é muito importante, neste momento, “a saúde democrática do país”. Ovacionada por uns e hostilizada por poucos, a presidenta teve na plenária do Centro de Convenções Ulysses Guimarães grande apoio dos participantes.
Ana Costa falou deste momento e ressaltou a dinâmica democrática que a conjuntura nos pede. “Nós estamos fazendo uma disputa no campo político, precisamos ter essa clareza. Nós não temos dúvida que nesse contexto, desse último ano, nós saímos perdedores com essa política de ajuste que foi praticada e com esse abandono das políticas sociais. Então até nesse contexto, podemos dizer que a Conferência foi muito vitoriosa politicamente porque teve uma posição política acerca disso. Conseguimos uma unidade. Apesar de um grupo ter resistido e feito democraticamente a sua demarcação de posição, a grande massa que estava na Conferência teve uma posição muito firme contra o impeachment e a favor da democracia”, disse.
Fez menção aos e às companheiros/as latino-americanos/as que participaram do I Encontro Latino-americano sobre Saúde que terminaram aprendendo muito com a dinâmica democrática do povo brasileiro. “Eles questionavam: como é que vocês criticam e, ao mesmo tempo, defendem?”. Com uma resposta sempre enfática, Ana dispara: “Nós estamos defendendo um projeto, um campo. Mas na hora que a gente vê o que está dentro e o que está desviado, é nossa obrigação política apontar os rumos”.
As Conferências
Se referindo ao processo das Conferências Nacionais de Saúde, disse estar ciente de que nestes espaços há, sem dúvida, um verdadeiro momento de práticas e celebração da democracia participativa na saúde. Mas é preciso se renovar. Rememorando a célebre VIII Conferência, quando se propõe o Sistema Único de Saúde (SUS) de uma forma mais ampliada, como direito social e, portanto, com mais vida política, as Conferências seguintes se limitaram muito a isso.
“Então tivemos muitas Conferências repetitivas, pesadas, contraditórias, cujos relatórios não ganham a força política que deveriam. E o próprio momento das Conferências termina não tendo a expressão política que deveria ter – diferente desta, que me pareceu, pelo contexto, que ela ganhou um novo momento político”, falou.
Sobre aspectos positivos, agregou que “pela primeira vez vejo a Conferência não só aprovar propostas efetivas, mas que apontam rumos, propostas que são factíveis e que têm caminho. Não foi propor só mais financiamento. Mas financiamento com a taxação de grandes fortunas, com uma outra lógica de política econômica que invista em saúde. Isso é diferente”.
Parcerias
“Eu queria valorizar a presença de todos vocês, da CNBB, do Grito dos/as Excluídos/as Continental, de todo esse movimento das Pastorais, de todo esse esforço que vocês tiveram de adotar uma tese, de sair formando delegados, de construir não a expressão de um delegado que vai lá, senta, ou que acompanha uma liderança e que vota com todo mundo…mas de ajudar na construção daquele delegado ou delegada que vota com consciência. O processo que vocês fizeram foi extremamente positivo”, disse, ressaltando todo o trabalho desenvolvido pelo Programa ao longo de toda a Conferência.
Acrescentou que toda esta parceria não é de hoje, já que o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), do qual foi presidenta também, realiza as formações do projeto Direitos Sociais e Saúde nos bairros em São Paulo. O mesmo acontece com a articulação e incidência política junto à Alames.
“Queria chamar atenção para que essa relação não pare no momento desta Conferência. Acho que se nós pudemos incidir e aprovar um conjunto de propostas muito consequentes, temos força para continuarmos juntos”.
De acordo com ela, se conseguiu avançar no debate da saúde nesta Conferência – o que foi distinto das anteriores, que tinham muitas reivindicações e poucas proposições. Ela acredita que esse caminho de reivindicações propositivas é um caminho que constrói com mais responsabilidade, mais cidadania, participação efetiva. “Essa parceria bonita que fizemos, com todo mundo em unidade, faz com que avançamos nesse sentido”, falou.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
O trimestre decisivo para Dilma, por Luis Nassif
A guerra mundial de Dilma em três meses decisivos
Na medida em que Barbosa consiga definir com clareza sua estratégia, haverá uma reação cada vez maior da opinião pública contra os oportunistas.
A primeira rodada do golpe paraguaio foi a tentativa de glosar a campanha de Dilma Rousseff no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), uma manobra envolvendo o presidente Dias Toffoli e seu líder Gilmar Mendes. Falhou no último instante graças ao recuo do Ministro Luiz Fux.
A segunda foi a de abrir o ritual do impeachment com base nas pedaladas, obra do presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Com os índices de popularidade de Dilma em patamares mínimos, pensava-se que a mera abertura do rito do impeachment seria suficiente para derrubar a presidente.
A manobra expôs de modo imprudente o perfil da frente de conspiradores: Aécio Neves, José Serra, FHC, Gilmar Mendes, Paulinho da Força, Michel Temer, Eduardo Cunha, Paulo Skaf, Ronaldo Caiado, Agripino Maia. Pela primeira vez se via, de forma panorâmica, o que seria a partilha do bolo e quem seriam os novos vitoriosos.
Pelo efeito comparação, estão criando um movimento de reversão da imagem negativa de Dilma.
O segundo movimento termina com alterações em relação ao cenário de 2015:
1. O STF projeta-se, de fato, como poder mediador, pouco propenso a endossar aventuras caudilhescas.
2. A reação geral comprovou que não existirá impeachment indolor, como foi no caso de Fernando Collor. A gana com que os conspiradores se atiraram ao pote despertou um movimento de proteção à presidente. Ficou claro quem representava os vícios do modelo político vigente.
3. A crise interna do PMDB demonstrou também que a frente PMDB-PSDB não seria nenhuma garantia de aglutinação e estabilização política.
A segunda rodada termina com a alternativa Michel Temer queimada e com o impeachment via Câmara inviabilizado. Todo o trabalho de construir a imagem de Temer mediador virou pó com alguns dias de exposição ao sol.
A próxima rodada será novamente no TSE. Com as últimas revelações da parceria Camargo Correia-Cunha-Temer, o vice-presidente será jogado ao mar pela mídia. Restará ao PSDB – liderado por Gilmar Mendes – o protagonismo solitário da próxima tentativa de golpe. O ápice do jogo acontecerá ainda no primeiro trimestre.
O cenário do golpe paraguaio
A substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa permitirá um recomeço na política econômica. Ambos têm como meta a recomposição fiscal. Mas há diferenças radicais nos estilos e propósitos.
Levy tem a mentalidade do Tesouro, de analisar os gastos apenas do lado quantitativo, sem se preocupar com os efeitos sobre a economia. Para ele, bastaria um superávit consistente para imediatamente os investimentos voltarem. Nada de pensar em criar demanda.
Barbosa tem uma visão sistêmica. Sabe que o ajuste não pode ser o único fator motivador dos investimentos. Há desafios na manutenção da demanda, no destravamento de setores baleados.
Essa diferença de visão manifestava-se nas conversas com parlamentares. Levy limitava-se a repetir a retórica do fim do mundo para sensibilizar os parlamentares. Barbosa mostra um todo lógico e acena com a volta do desenvolvimento calçada em uma série mais ampla de fatores: das concessões à recuperação da capacidade de investimento do Estado.
Finalmente, há uma diferença crucial na maneira de analisar o orçamento. Levy preferiria que as vinculações orçamentárias desaparecessem e que oi superávit surgisse da redução dos gastos com educação e saúde. Já Barbosa considera os gastos sociais como indissociáveis com o atual nível de avanço político do país. Aliás, esta é a posição de Dilma, que não permitiu que avançassem as ações visando a desvinculação.
O trimestre decisivo
Mesmo assim, Barbosa enfrentará desafios de monta pela frente.
No primeiro trimestre a crise econômica estará no auge. Haverá ainda pressões inflacionárias e um aumento substancial das taxas de desemprego. A sensação de mal-estar chegará ao auge.
Barbosa terá que atravessar esse período tendo que administrar duas expectativas até certo ponto conflitantes.
Do lado direito, o mercado, que terá que ser convencido de sua responsabilidade fiscal. Do lado esquerdo, os desenvolvimentistas e movimentos sociais terão que conter a impaciência.
O primeiro bicho a ser domado será o mercado.
A ideia de que o mercado é inimigo de Barbosa só se sustenta nas manchetes de jornais. O mercado quer regras claras e previsibilidade. E previsibilidade se consegue com um programa factível que exponha claramente os custos da travessia e o cenário a ser perseguido.
A grande bronca do mercado com o primeiro governo Dilma não foi a queda da taxa de juros. Naquele primeiro momento o mercado acreditou e iniciou uma realocação de recursos para o longo prazo, em infraestrutura. Quando Dilma inverteu a mão e passou a aumentar os juros, quebrou as pernas dos que apostaram no novo ciclo.
No intervalo entre um golpe paraguaio e outro, o desafio do governo será:
1. Acertar o ajuste fiscal com a aprovação da CPMF e demais micro-reformas fiscais anunciadas.
2. Destravar o setor de petróleo e gás em cima da nova Lei de Leniência.
3. Acelerar as concessões. Nesse campo, a indicação de Valdir Simão para o Planejamento é boa escolha. Trata-se do melhor gestor do governo.
4. Convencer o Banco Central a amenizar essa política monetária suicida.
Serão três meses de chumbo grosso. Sabendo que, completada a travessia, a economia terá condições de reagir no segundo semestre, o PSDB junto com parte da mídia apostará todas as fichas na estratégia da terra arrasada.
Mas, ao contrário de 2015, desta vez não haverá a mesma complacência com que suas diatribes foram tratadas pela opinião pública.
Na medida em que Barbosa consiga definir com clareza sua estratégia, e coloca-la em prática, haverá uma reação cada vez maior da opinião pública contra o oportunismo dos incendiários.
A segunda foi a de abrir o ritual do impeachment com base nas pedaladas, obra do presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Com os índices de popularidade de Dilma em patamares mínimos, pensava-se que a mera abertura do rito do impeachment seria suficiente para derrubar a presidente.
A manobra expôs de modo imprudente o perfil da frente de conspiradores: Aécio Neves, José Serra, FHC, Gilmar Mendes, Paulinho da Força, Michel Temer, Eduardo Cunha, Paulo Skaf, Ronaldo Caiado, Agripino Maia. Pela primeira vez se via, de forma panorâmica, o que seria a partilha do bolo e quem seriam os novos vitoriosos.
Pelo efeito comparação, estão criando um movimento de reversão da imagem negativa de Dilma.
O segundo movimento termina com alterações em relação ao cenário de 2015:
1. O STF projeta-se, de fato, como poder mediador, pouco propenso a endossar aventuras caudilhescas.
2. A reação geral comprovou que não existirá impeachment indolor, como foi no caso de Fernando Collor. A gana com que os conspiradores se atiraram ao pote despertou um movimento de proteção à presidente. Ficou claro quem representava os vícios do modelo político vigente.
3. A crise interna do PMDB demonstrou também que a frente PMDB-PSDB não seria nenhuma garantia de aglutinação e estabilização política.
A segunda rodada termina com a alternativa Michel Temer queimada e com o impeachment via Câmara inviabilizado. Todo o trabalho de construir a imagem de Temer mediador virou pó com alguns dias de exposição ao sol.
A próxima rodada será novamente no TSE. Com as últimas revelações da parceria Camargo Correia-Cunha-Temer, o vice-presidente será jogado ao mar pela mídia. Restará ao PSDB – liderado por Gilmar Mendes – o protagonismo solitário da próxima tentativa de golpe. O ápice do jogo acontecerá ainda no primeiro trimestre.
O cenário do golpe paraguaio
A substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa permitirá um recomeço na política econômica. Ambos têm como meta a recomposição fiscal. Mas há diferenças radicais nos estilos e propósitos.
Levy tem a mentalidade do Tesouro, de analisar os gastos apenas do lado quantitativo, sem se preocupar com os efeitos sobre a economia. Para ele, bastaria um superávit consistente para imediatamente os investimentos voltarem. Nada de pensar em criar demanda.
Barbosa tem uma visão sistêmica. Sabe que o ajuste não pode ser o único fator motivador dos investimentos. Há desafios na manutenção da demanda, no destravamento de setores baleados.
Essa diferença de visão manifestava-se nas conversas com parlamentares. Levy limitava-se a repetir a retórica do fim do mundo para sensibilizar os parlamentares. Barbosa mostra um todo lógico e acena com a volta do desenvolvimento calçada em uma série mais ampla de fatores: das concessões à recuperação da capacidade de investimento do Estado.
Finalmente, há uma diferença crucial na maneira de analisar o orçamento. Levy preferiria que as vinculações orçamentárias desaparecessem e que oi superávit surgisse da redução dos gastos com educação e saúde. Já Barbosa considera os gastos sociais como indissociáveis com o atual nível de avanço político do país. Aliás, esta é a posição de Dilma, que não permitiu que avançassem as ações visando a desvinculação.
O trimestre decisivo
Mesmo assim, Barbosa enfrentará desafios de monta pela frente.
No primeiro trimestre a crise econômica estará no auge. Haverá ainda pressões inflacionárias e um aumento substancial das taxas de desemprego. A sensação de mal-estar chegará ao auge.
Barbosa terá que atravessar esse período tendo que administrar duas expectativas até certo ponto conflitantes.
Do lado direito, o mercado, que terá que ser convencido de sua responsabilidade fiscal. Do lado esquerdo, os desenvolvimentistas e movimentos sociais terão que conter a impaciência.
O primeiro bicho a ser domado será o mercado.
A ideia de que o mercado é inimigo de Barbosa só se sustenta nas manchetes de jornais. O mercado quer regras claras e previsibilidade. E previsibilidade se consegue com um programa factível que exponha claramente os custos da travessia e o cenário a ser perseguido.
A grande bronca do mercado com o primeiro governo Dilma não foi a queda da taxa de juros. Naquele primeiro momento o mercado acreditou e iniciou uma realocação de recursos para o longo prazo, em infraestrutura. Quando Dilma inverteu a mão e passou a aumentar os juros, quebrou as pernas dos que apostaram no novo ciclo.
No intervalo entre um golpe paraguaio e outro, o desafio do governo será:
1. Acertar o ajuste fiscal com a aprovação da CPMF e demais micro-reformas fiscais anunciadas.
2. Destravar o setor de petróleo e gás em cima da nova Lei de Leniência.
3. Acelerar as concessões. Nesse campo, a indicação de Valdir Simão para o Planejamento é boa escolha. Trata-se do melhor gestor do governo.
4. Convencer o Banco Central a amenizar essa política monetária suicida.
Serão três meses de chumbo grosso. Sabendo que, completada a travessia, a economia terá condições de reagir no segundo semestre, o PSDB junto com parte da mídia apostará todas as fichas na estratégia da terra arrasada.
Mas, ao contrário de 2015, desta vez não haverá a mesma complacência com que suas diatribes foram tratadas pela opinião pública.
Na medida em que Barbosa consiga definir com clareza sua estratégia, e coloca-la em prática, haverá uma reação cada vez maior da opinião pública contra o oportunismo dos incendiários.
sábado, 19 de dezembro de 2015
Ditadura militar agiu para impedir Nobel da Paz a Dom Helder Câmara revela dossiê
Dom Helder Câmara poderia ter vencido Nobel da Paz, revela dossiê
O Globo
Clique abaixo para ver a reportagem
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, poderia ter sido o primeiro brasileiro a vencer o prêmio Nobel da Paz, no início dos anos 1970, não fosse a intervenção do governo militar do general Emílio Garrastazu Médici. A revelação foi feita pela Comissão Estadual da Memória e Verdade, que leva o nome do religioso, durante o lançamento da obra "Prêmio Nobel da Paz: A atuação da ditadura militar brasileira contra a indicação de Dom Helder Câmara", realizado na manhã desta sexta-feira (18), no Palácio do Campo das Princesas.
O dossiê reúne diversas correspondências trocadas por autoridades entre os anos de 1970 e 1973. De acordo com o coordenador da comissão, Fernando Coelho, Dom Helder apresentava todos os pré-requisitos para ganhar a premiação devido a sua atuação humanitária e contrária à ditadura. Porém, ganhar o prêmio daria uma grande visibilidade para os problemas que o Brasil vivia como torturas e perseguições a quem era oposição.
"Ele foi sucessivamente, durante três anos, indicado e rejeitado graças a essas intervenções do governo brasileiro. Nós conseguimos até, junto ao Itamaraty, uma série de documentos que comprovam, sem sombra de dúvida, essa intervenção. Por exemplo, há correspondências entre o embaixador do Brasil em Oslo [Noruega] e o Itamaraty dando notícia das providências que tinha tomado e as dificudades que estava encontrando. Por sinal, entre as correspondências, na terceira indicação, o embaixador disse: 'não temos mais o que dizer, dessa vez está correndo o risco dele vir a ser'", revela Coelho.
Dossiê reúne correspondência de autoridades e pode ser lido no site da Comissão da Verdade (Foto: Thays Estarque/G1)
Dom Helder Câmara esteve à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife entre 12 de março de 1964 e 15 de julho de 1984. Fernando Coelho ainda conta que, durante esse período, o arcebispo sofria ameaças por defender firmemente os direitos humanos e se opor às violências cometidas pela ditadura. "Inclusive, foi metralhado o local onde trabalhava. O assassinato de padre Antônio Henrique foi um recado mandado a Dom Helder, já que assassiná-lo teria uma repercussão desfavorável", completa.
Para o atual arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, a divulgação do material é um presente de Natal para a arquidiocese e a população. "É algo que se especulava muito. Agora, temos essa documentação comprovando que Dom Hélder foi indicado mais de uma vez para receber o Prêmio Nobel da Paz e opositores fizeram por onde isso não acontecer. A justiça agora se faz, a comissão conseguiu comprovar a questão e nós estamos contentes de termos a clareza de tudo que aconteceu na época", comemora.
Família holandesa
Um holandês foi o responsável por organizar a campanha internacional para que Dom Hélder concorresse ao Nobel à época. Francisco Mooren, que morreu no ano passado, atuava com causas humanitárias e tornou-se um propagador das ideias do religioso na Europa. As filhas dele, Fleur Mooren e Gabriela Hélder Câmara Mooren, estiveram presentes no lançamento do dossiê no Recife e a família contribuiu para os estudos da comissão. Segundo Gabriela, o pai acreditava que a única maneira de proteger Dom Hélder da ditadura militar era tornando ele famoso no mundo.
Família holandesa
Um holandês foi o responsável por organizar a campanha internacional para que Dom Hélder concorresse ao Nobel à época. Francisco Mooren, que morreu no ano passado, atuava com causas humanitárias e tornou-se um propagador das ideias do religioso na Europa. As filhas dele, Fleur Mooren e Gabriela Hélder Câmara Mooren, estiveram presentes no lançamento do dossiê no Recife e a família contribuiu para os estudos da comissão. Segundo Gabriela, o pai acreditava que a única maneira de proteger Dom Hélder da ditadura militar era tornando ele famoso no mundo.
Gabriela Mooren é afilhada de Dom Hélder e o pai
dela organizou a campanha pelo Nobel
(Foto: Divulgação/Wagner Ramos/SEI)
dela organizou a campanha pelo Nobel
(Foto: Divulgação/Wagner Ramos/SEI)
"Isso [as manobras da ditadura contra Dom Hélder] não é novo, meu pai já falava sobre tudo isso. Nós sabíamos o que Dom Hélder defendia e a posição dos opositores", disse Gabriela, que tem 46 anos e é médica. "Estou emocionada e com muito orgulho. Dom Helder me batizou e era amigo do meu pai. Meu pai está de mãos dadas com meu padrinho lá no céu", acredita.
A documentação não repara a injustiça cometida contra Dom Helder, mas para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), o dossiê por si só já conta pelo valor da verdade apresentado. "Dom Hélder foi um brasileiro que buscou a democracia, muito perseguido, e essa história não foi contada como tinha sido. Em plena democracia que vivemos, é muito importante restaurar a verdade e que ela siga de exemplo para as novas gerações. A gente tem sempre que trabalhar mansagens de pessoas que fizeram bem ao Brasil e ao mundo", conclui.
O caderno especial "Prêmio Nobel da Paz: A atuação da Ditadura Militar Brasileira contra a indicação de Dom Helder Câmara" pode ser conferido na página da Comissão Estadual da Memória e Verdade no Facebook.
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