MINAS SE LEVANTA EM DEFESA DO BRASIL
Conforme foi amplamente divulgado nas redes sociais (e rigorosamente boicotado e ignorado pela mídia corporativa), realizou-se nesta sexta-feira, 6 de agosto de 2015, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) em Belo Horizonte, o evento intitulado "Frente Popular de Esquerda," com a pretensão de aglutinar um espectro o mais vasto possível da militância progressista, com vistas a buscar saídas para a grave crise institucional que tomou o nosso país de assalto em meses recentes.
A Mesa Coordenadora do evento contou com vários elementos representativos da política e dos movimentos populares e sindicais da atualidade, como o deputado Rogério Correia (PT-MG), o deputado Durval Angelo (PT-MG), a deputada Jô Morais (PCdoB-MG), frei Leonardo Boff, os presidentes regionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e magistrados comprometidos com o Estado de Direito. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) compareceu na qualidade de representante do governador Fernando Pimentel.
Ainda que a exigüidade do espaço só comportasse cerca de 500 poltronas, o salão do CREA ficou inteiramente superlotado, com gente sentada no chão e mesmo de pé fazendo que esse número atingisse praticamente o dobro. Em suma, a assistência que afluiu à reunião superou as expectativas mais otimistas dos seus organizadores. Mais que a presença numérica, todavia, ficou patente o alto nível de entusiasmo, engajamento e disciplina da militância que acorreu ao local.
Como resultado dessa convenção, foi lavrada a Carta de lançamento da Frente Mineira Pelo Brasil (reproduzida mais abaixo). Para aprofundar o debate em torno dos tópicos suscitados na mesma, quais sejam, uma vigorosa e intransigente rejeição a qualquer forma de golpismo, a defesa da soberania nacional ameaçada, e a retomada das lutas populares da classe trabalhadora, foi aprovada a seguinte agenda imediata:
- 20 agosto 2015 - Manifestações de massa nas ruas de todo o país, reunindo todas as forças progressistas comprometidas com a citada Carta;
- 5 e 6 setembro 2015 - Realização de uma Convenção Nacional em Belo Horizonte, reunindo representantes de todo o país, ocasião em que a Frente deixará de ser Mineira para tornar-se Brasileira, e irá propor ações concretas no sentido de tornar realidade as suas metas.
Rogamos aos leitores reproduzir esse texto pelos meios ao seu alcance, com o fim de levá-lo ao conhecimento do público o mais numeroso possível.
Obrigado.
Redação do Olhar Livre.
Carta de lançamento da Frente Mineira Pelo Brasil
Belo Horizonte 7 de agosto de 2015
Percebemos em curso a restauração e alinhamento de um campo neo-liberal, anti-popular e anti-nacional, demarcado pelo Imperialismo e composto pela grande mídia, a oligarquia financeira, líderes políticos conservadores e setores do Judiciário. Estes atacam os direitos sociais, os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a soberania nacional, e orquestram pretextos artificiais para a interrupção da legalidade democrática. Aproveitam-se para isso do aprofundamento da crise econômica internacional e de erros cometidos por setores democráticos e populares, entre os quais aqueles cometidos pelo governo federal. A Frente Mineira Pelo Brasil se posiciona convicta e firmemente contra qualquer tentativa de golpear o Estado Democrático de Direito.
O combate à corrupção é dever do Governo e de toda a sociedade, mas a operação Lava-Jato não pode manter sua descarada seletividade, ou deixará de cumprir a função de expor os desvios e promiscuidades estabelecidos entre o setor privado e o Estado. Nesse sentido, a Frente Mineira Pelo Brasil chama atenção para que no debate da reforma política seja privilegiada a discussão do fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.
No Congresso Nacional, o mais conservador e mais caro desde a abertura democrática, busca-se a aprovação de uma contra-reforma política, a redução da maioridade penal, a generalização da terceirização no trabalho, e a alteração na Lei da Partilha do Pré-Sal, onde se sedimentam os planos de privatização da Petrobrás, a maior empresa do país.
Portanto, não há governabilidade ou pacto possível no terreno anti-popular capitaneado por Eduardo Cunha!
O braço ideológico e mobilizador do bloco conservador, a grande mídia, cultiva o ódio entre o povo e dissemina o veneno a ser inoculado nas veias da Democracia. Com isso, prepara o palco para a naturalização das pretensões das elites reacionárias e enfurecidas de retornarem ao poder central mesmo que para isso precisem arrastar o país para o fundo do poço. A desfaçatez com que foi tratado o atentado fascista ao Instituto Lula é sintomático da completa ausência de compromisso democrático da grande mídia.
Barrar o golpismo, isolá-lo e derrotá-lo é a missão urgente a ser enfrentada. Somente uma ampla unidade será capaz de realizá-la. A Frente Mineira Pelo Brasil se coloca nessa trincheira.
GOVERNABILIDADE POPULAR
Nos últimos meses as organizações sociais do povo brasileiro deram uma poderosa demonstração de que há muita energia para resistir e superar o avanço conservador. As dezenas de atos e manifestações realizadas impediram que retrocessos maiores acontecessem. Essa resistência indica o caminho a ser perseguido no próximo período. O programa vitorioso em 2014 precisa ser resgatado.
Não é mais aceitável que 0,3% dos que declaram imposto de renda no Brasil detenham 22,7% da riqueza do país, e que as grandes fortunas, heranças e o rentismo não sejam taxados, especialmente em um momento de crise internacional, em que a conta é empurrada sobre a classe trabalhadora mundo afora.
A democracia brasileira é amordaçada pelo poder do dinheiro privado na definição das eleições, e pelo monopólio dos meios de comunicação. As grandes cidades são estranguladas pela especulação imobiliária e pelos oligopólios do transporte público. O campo clama por uma reforma agrária popular. O extermínio dos jovens pobres e negros nas periferias é o retrato mais dramático da necessidade de construção de um vigoroso processo de lutas por avanços em direitos sociais, econômicos, culturais e políticos.
O Brasil precisa construir um outro ciclo de desenvolvimento para atender as históricas e novas demandas de seu povo. Esse ciclo deve almejar em seus horizontes a realização de reformas democráticas e estruturais, ampliação de direitos sociais, uma política econômica marcada pela geração de emprego, distribuição de renda e fortalecimento da indústria nacional, ao contrário da vigente política de juros altos. Esse ciclo somente se abrirá e será vindouro se for conduzido pela força social organizada de milhões de brasileiros.
Os mineiros conheceram, combateram e derrotaram o projeto conservador que pretende restaurar-se no país. A reforma neo-liberal do Estado batizada de "Choque de Gestão," e conduzida por Aécio Neves foi a responsável por colocar Minas na pior situação da sua história. A realidade ocultada por doze anos, mas amargada pelo povo mineiro, veio à luz: elevação da dívida pública, precarização do funcionalismo e serviços públicos, e fragilização da indústria, economia e empresas públicas. Sem falar das denúncias de corrupção sistematicamente blindadas pelo aparato conservador da grande mídia, Ministério Público, Tribunal de Contas, e demais órgãos de controle.
A resposta do povo veio nas eleições de 2014, o campo conservador perdeu em Minas nos dois turnos, e na eleição para o governo estadual foram exemplarmente derrotados no primeiro turno. Conscientes de nossa responsabilidade nesse momento que o país atravessa, novamente nos embandeiramos de esperança, e ousamos enfrentar o necessário conflito.
A História do nosso país é a história da luta de seu povo. A herança maior de Minas, para a construção da nação brasileira, é o exemplo da luta do povo pela Liberdade. É com esse espírito, alicerçado nos interesses e lutas do povo brasileiro, que nasce a Frente Mineira Pelo Brasil.
Belo Horizonte 7 de agosto de 2015
Percebemos em curso a restauração e alinhamento de um campo neo-liberal, anti-popular e anti-nacional, demarcado pelo Imperialismo e composto pela grande mídia, a oligarquia financeira, líderes políticos conservadores e setores do Judiciário. Estes atacam os direitos sociais, os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a soberania nacional, e orquestram pretextos artificiais para a interrupção da legalidade democrática. Aproveitam-se para isso do aprofundamento da crise econômica internacional e de erros cometidos por setores democráticos e populares, entre os quais aqueles cometidos pelo governo federal. A Frente Mineira Pelo Brasil se posiciona convicta e firmemente contra qualquer tentativa de golpear o Estado Democrático de Direito.
O combate à corrupção é dever do Governo e de toda a sociedade, mas a operação Lava-Jato não pode manter sua descarada seletividade, ou deixará de cumprir a função de expor os desvios e promiscuidades estabelecidos entre o setor privado e o Estado. Nesse sentido, a Frente Mineira Pelo Brasil chama atenção para que no debate da reforma política seja privilegiada a discussão do fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.
No Congresso Nacional, o mais conservador e mais caro desde a abertura democrática, busca-se a aprovação de uma contra-reforma política, a redução da maioridade penal, a generalização da terceirização no trabalho, e a alteração na Lei da Partilha do Pré-Sal, onde se sedimentam os planos de privatização da Petrobrás, a maior empresa do país.
Portanto, não há governabilidade ou pacto possível no terreno anti-popular capitaneado por Eduardo Cunha!
O braço ideológico e mobilizador do bloco conservador, a grande mídia, cultiva o ódio entre o povo e dissemina o veneno a ser inoculado nas veias da Democracia. Com isso, prepara o palco para a naturalização das pretensões das elites reacionárias e enfurecidas de retornarem ao poder central mesmo que para isso precisem arrastar o país para o fundo do poço. A desfaçatez com que foi tratado o atentado fascista ao Instituto Lula é sintomático da completa ausência de compromisso democrático da grande mídia.
Barrar o golpismo, isolá-lo e derrotá-lo é a missão urgente a ser enfrentada. Somente uma ampla unidade será capaz de realizá-la. A Frente Mineira Pelo Brasil se coloca nessa trincheira.
GOVERNABILIDADE POPULAR
Nos últimos meses as organizações sociais do povo brasileiro deram uma poderosa demonstração de que há muita energia para resistir e superar o avanço conservador. As dezenas de atos e manifestações realizadas impediram que retrocessos maiores acontecessem. Essa resistência indica o caminho a ser perseguido no próximo período. O programa vitorioso em 2014 precisa ser resgatado.
Não é mais aceitável que 0,3% dos que declaram imposto de renda no Brasil detenham 22,7% da riqueza do país, e que as grandes fortunas, heranças e o rentismo não sejam taxados, especialmente em um momento de crise internacional, em que a conta é empurrada sobre a classe trabalhadora mundo afora.
A democracia brasileira é amordaçada pelo poder do dinheiro privado na definição das eleições, e pelo monopólio dos meios de comunicação. As grandes cidades são estranguladas pela especulação imobiliária e pelos oligopólios do transporte público. O campo clama por uma reforma agrária popular. O extermínio dos jovens pobres e negros nas periferias é o retrato mais dramático da necessidade de construção de um vigoroso processo de lutas por avanços em direitos sociais, econômicos, culturais e políticos.
O Brasil precisa construir um outro ciclo de desenvolvimento para atender as históricas e novas demandas de seu povo. Esse ciclo deve almejar em seus horizontes a realização de reformas democráticas e estruturais, ampliação de direitos sociais, uma política econômica marcada pela geração de emprego, distribuição de renda e fortalecimento da indústria nacional, ao contrário da vigente política de juros altos. Esse ciclo somente se abrirá e será vindouro se for conduzido pela força social organizada de milhões de brasileiros.
Os mineiros conheceram, combateram e derrotaram o projeto conservador que pretende restaurar-se no país. A reforma neo-liberal do Estado batizada de "Choque de Gestão," e conduzida por Aécio Neves foi a responsável por colocar Minas na pior situação da sua história. A realidade ocultada por doze anos, mas amargada pelo povo mineiro, veio à luz: elevação da dívida pública, precarização do funcionalismo e serviços públicos, e fragilização da indústria, economia e empresas públicas. Sem falar das denúncias de corrupção sistematicamente blindadas pelo aparato conservador da grande mídia, Ministério Público, Tribunal de Contas, e demais órgãos de controle.
A resposta do povo veio nas eleições de 2014, o campo conservador perdeu em Minas nos dois turnos, e na eleição para o governo estadual foram exemplarmente derrotados no primeiro turno. Conscientes de nossa responsabilidade nesse momento que o país atravessa, novamente nos embandeiramos de esperança, e ousamos enfrentar o necessário conflito.
A História do nosso país é a história da luta de seu povo. A herança maior de Minas, para a construção da nação brasileira, é o exemplo da luta do povo pela Liberdade. É com esse espírito, alicerçado nos interesses e lutas do povo brasileiro, que nasce a Frente Mineira Pelo Brasil.
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