A Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale, possui um valor singular para a reflexão sobre a história das políticas de patrimônio histórico.
Tendo pertencido ao Barão do Paraopeba, importante figura política da então Província de Minas Gerais, a fazenda pertence, desde a década de 70, ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG) que, logo depois da aquisição, efetuou o tombamento do Conjunto paisagístico, artístico e histórico da Fazenda da Boa Esperança.
FOTO: Izabel Chumbinho |
Detalhe da pintura parietal na capela atribuída ao Mestre Ataíde |
A sede da fazenda foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (hoje Iphan), ainda nos anos de 1950, com pareceres de ninguém menos do que o arquiteto Lúcio Costa, o historiador Salomão de Vasconcelos e o escritor Carlos Drummond de Andrade. A inscrição no seu Livro de Tombo de Belas Artes é de 27 de agosto de 1959 e a justificativa do tombamento remetia-se sobretudo ao valor “dos trabalhos de talha dourada e valiosíssimos painéis, nos tetos e nas paredes laterais” presentes na sua pequena capela e atribuídos ao artista Manoel da Costa Ataíde (Citação retirada do Parecer de Tombamento da Fazenda Boa Esperança, de 1 de julho de 1974).
Tratava-se, portanto, de um tombamento diverso ao feito pelo Iepha posteriormente (em fevereiro de 1975), que considerava o Conjunto paisagístico, artístico e histórico da Fazenda da Boa Esperança. Nas palavras do então diretor do Instituto, Luciano Amedée Peret o tombamento abrangia “não só a sede, mas também todos os seus anexos e suas terras, onde há pequenas matas, cursos d água e cachoeiras, procurando assim manter o seu aspecto paisagístico, além de conservar suas condições ecológicas” (Estado de Minas, 1º de dezembro de 1974).
FOTO: Izabel Chumbinho |
Vista panorâmica do jardim interno |
Uma fazenda, dois tombamentos diversos. Um deles, federal, apenas da sede, e voltado, sobretudo, para o valor artístico dos elementos presentes em sua capela. O outro tombamento, estadual, estende para outro valor: o da paisagem e da natureza.
Do site: www.iepha.mg.gov.br
foto: Glauco Umbelino
Situada de frente para a Serra, ao leste, onde na entrada uma varanda larga e artística acolhe os primeiros raios de sol matinal, a sede da Fazenda Boa Esperança conseguiu sobreviver, resistindo ao tempo e às intempéries, guardando os indícios da opulência de outrora e mantendo o caráter do tratamento adotado para as construções mineiras da época.
Em seu pátio, logo à frente bem plantadas as centenárias e silenciosas sapucaieiras escutam o tempo passar.
¨CULTURA E NATUREZA NÃO ESTÃO DISTANTES, PAISAGEM CULTURA e PAISAGEM NATURAL SE CONFUNDEM.
CONCEITO JÁ COMPREENDIDO NA DÉCADA DE 70, POR LUCIANO AMÉDÉE PÉRET. O TOMBAMENTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E NATURAL DA FAZENDA BOA ESPERANÇA É UM EXEMPLO INTERESSANTE¨.
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Linda Demais!!
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