quinta-feira, 1 de março de 2018

Brasil: laboratório de intervenção, de tutela militar, por Bob Fernandes

Bob Fernandes


Intervenção à Senzala do século XXI

Para quem ainda não entendeu, Braga Netto informou: “O Rio é um laboratório para o Brasil”. Braga Netto é o Interventor Militar no Rio. General, fardado.

Seu Chefe de gabinete, Mauro Sinott, é general. Fardado. O Secretário de Segurança, Fernandez Nunez é general. Fardado.

Entrevista coletiva de Braga Nunes. Com uma ordem para os jornalistas...

...Perguntas deveriam ser por escrito, antes. Com e-mail e telefone do jornalista. Isso é intimidação. Leva à censura e autocensura. Começa assim. Sabemos como termina.

Dom Phillips, no inglês Guardian, e William De Lucca, no Twitter, expuseram ordem e formulário do "Laboratório".

Ex-Chefe da Polícia Civil no Rio, Hélio Luz ensina:

-O problema do Rio não são os bandidos, são os mocinhos. Se ele recuperar o quadro de mocinhos, pode dar atenção real ao quadro de bandidos.

Hélio Luz define:

-Intervenção não pode se resumir a envio de capitão-do-mato à Senzala do Século 21.

Temer faz de conta presidir enquanto segue entregando o Poder para generais. E a Economia para o “mercadísmo”. Temer admitiu: pode ter Intervenção Militar em outros Estados.

E caiu Segóvia, o Diretor da Polícia Federal que Temer havia nomeado para fazer o serviço. Demitido pelo novo Ministro da Segurança, Raul Jungmann.

Quem manda em Jungmann é o General Etchegoyen. Que manda no Serviço de Inteligência da Presidência. E manda no Serviço de Inteligência do Brasil.

De linhagem secular no Exército, com ascendentes na história de ditaduras e sedições, Etchegoyen tem fome de Poder.

Débora Cademartori, do jornal Zero Hora, registrou frase de Etchegoyen. Ladeado por Carlos Marun, aquele, o general disse:

-Nenhum de nós se incomoda de ser fotografado passando na imigração dos EUA para comprar enxoval do neto ou dos filhos. Ou para levar filhos e netos à Disney...

General: o incômodo é ser fotografo e filmado diante de um fuzil. E não na Disney, mas nas sempre oprimidas comunidades pobres e miseráveis do Rio.

Muito mais do que incômodo é o Brasil, de novo, tornado laboratório de Intervenção, de tutela militar.

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