D. Paulo Evaristo Arns celebra 50 anos de ordenação episcopal em missa na Sé
Celebração teve a participação de 200 padres e 40 bispos; mensagem do Papa Francisco exalta dedicação de d. Paulo à defesa dos direitos dos pobres
por Redação RBA publicado 02/07/2016
MARCELL RONCON/FUTURA PRESS/FOLHAPRESS
São Paulo – O arcebispo emérito de São Paulo, o cardeal d. Paulo Evaristo Arns celebrou hoje (2) 50 anos de sua ordenação episcopal, com missa na Praça da Sé. Participaram cerca de 200 padres e 40 bispos em cerimônia presidida pelo cardeal-arcebispo, d. Odilo Scherer.
Em mensagem ao cardeal Arns pelo jubileu de ouro, o Papa Francisco escreveu: “Quem, de fato, não conheceu a tua grande dedicação na promoção dos direitos dos pobres, na defesa da vida digna para todos, na ajuda às famílias e aos oprimidos! No entanto, não achamos necessário que sejam recordados cada um dos teus encargos e méritos, que são muitíssimos e que, por certo, somente por Deus são conhecidos.”
Na homilia para a missa, d. Odilo enfatiza sobre a importância da esperança cristã e diz que “Dom Paulo exerceu seu ministério episcopal, animado por essa esperança, deixando marcas profundas na cidade e na arquidiocese. Hoje, aqui nos reunimos em torno dele para agradecer a Deus pelos 50 anos de sua ordenação episcopal. Foi muita graça de Deus para ele e para a Igreja”.
Em 2012 foi lançado o livro “O Cardeal da Resistência - As muitas vidas de Dom Paulo Evaristo Arns”, Ricardo Carvalho conta muitas histórias do religioso que enfrentou generais-presidentes em plena ditadura ao abrir as portas da igreja para abrigar perseguidos políticos e denunciar os crimes do governo.
Fontes:
Rede Brasil Atual
memoriasdaditadura/biografia-da-resistencia
Dom Paulo foi ordenado bispo em dia 3 de julho de 1966 e começou como auxiliar na Região Episcopal Santana.
Biografia
Filho de imigrantes alemães, Dom Paulo Evaristo Arns nasceu em 1921 em Forquilhinha, Santa Catarina. Ordenado sacerdote em 1945, ele foi estudar na Sorbonne, em Paris. Formou-se em estudos brasileiros, latinos, gregos e literatura antiga.
No Brasil, foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos 60 e 70 e se destacou por sua luta política, como contra as torturas praticadas durante a Ditadura Militar e a favor do voto, nas Diretas Já.
Em 1985, o cardeal criou a Pastoral da Infância com o apoio da irmã Zilda Arns, que morreu no Haiti vítima do forte terremoto que destruiu parte do país, em 2010. Ela realizava trabalhos humanitários.
Livro narra a luta de D. Paulo pela democraciaFilho de imigrantes alemães, Dom Paulo Evaristo Arns nasceu em 1921 em Forquilhinha, Santa Catarina. Ordenado sacerdote em 1945, ele foi estudar na Sorbonne, em Paris. Formou-se em estudos brasileiros, latinos, gregos e literatura antiga.
No Brasil, foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos 60 e 70 e se destacou por sua luta política, como contra as torturas praticadas durante a Ditadura Militar e a favor do voto, nas Diretas Já.
Em 1985, o cardeal criou a Pastoral da Infância com o apoio da irmã Zilda Arns, que morreu no Haiti vítima do forte terremoto que destruiu parte do país, em 2010. Ela realizava trabalhos humanitários.
No Brasil, sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base (CEB) nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana. Ordenado sacerdote em 1945, foi estudar na Sorbonne, em Paris. Formou-se em estudos brasileiros, latinos, gregos e literatura antiga. Foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos 1960 e 1970. Destacou-se por sua luta política contra as torturas praticadas pela ditadura, para que documentos não fossem eliminados, e também a favor do voto, no movimento Diretas Já.
Sua atuação contra a repressão da ditadura ganhou destaque já em 1969, quando passou a defender seminaristas dominicanos presos por ajudarem militantes opositores. Três anos depois, como presidente da Regional Sul-1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), após um encontro com todos os bispos do estado de São Paulo em Brodósqui, liderou a publicação de “Testemunho de paz”, documento com fortes críticas ao regime que ganhou ampla repercussão.
Em março de 1973, presidiu a “Celebração da Esperança”, em memória de Alexandre Vannucchi Leme, estudante universitário morto pela ditadura. No ano seguinte, acompanhado de familiares de presos políticos, apresentou ao general Golbery do Couto e Silva um dossiê sobre os casos de 22 desaparecidos. Em outubro de 1975, celebrou na Catedral da Sé o histórico culto ecumênico em honra de Vladimir Herzog, jornalista morto pelo regime. Em 1978, apoiou o Movimento contra o Custo de Vida, que protestava contra a carestia.
Entre 1979 e 1985, coordenou com o pastor Jaime Wright, de forma clandestina, o Projeto Brasil: Nunca Mais. O trabalho foi realizado em sigilo e o resultado foi a cópia de mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM). Entre outros episódios de sua trajetória, destacam-se sua atuação contra a invasão da PUC comandada pelo então secretário de Segurança, coronel Erasmo Dias, em 1977; e o planejamento da operação para entregar ao presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, uma lista com os nomes de desaparecidos políticos.
Em 1972, criou a Comissão Justiça e Paz de São Paulo. Incentivou a Pastoral da Moradia e a Pastoral Operária. Em 1985, o cardeal criou a Pastoral da Infância, com o apoio da irmã Zilda Arns, que morreu no terremoto de 2010 no Haiti, onde realizava trabalhos humanitários.
Como reconhecimento por sua obra humanitária, Dom Paulo recebeu vários prêmios no Brasil e no exterior, como o Prêmio Nansen do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o Prêmio Niwano da Paz (Japão), e o Prêmio Internacional Letelier-Moffitt de Direitos Humanos (EUA). Em outubro de 2012, o jornalista Ricardo Carvalho lançou a biografia “O cardeal da resistência – As muitas vidas de dom Paulo Evaristo Arns”.
Em 2012 foi lançado o livro “O Cardeal da Resistência - As muitas vidas de Dom Paulo Evaristo Arns”, Ricardo Carvalho conta muitas histórias do religioso que enfrentou generais-presidentes em plena ditadura ao abrir as portas da igreja para abrigar perseguidos políticos e denunciar os crimes do governo.
Fontes:
Rede Brasil Atual
memoriasdaditadura/biografia-da-resistencia
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