sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Mississipi em Chamas: um filme corajoso e ainda atual

¨É incrível como, mesmo nos dias de hoje, o tema sobre preconceito ainda é atual. Mississipi em Chamas coloca o dedo na ferida do assunto. Um filme corajoso é assim que defino esta obra. É duro ver um filme deste, décadas depois de sua realização e ver que as coisas não estão muito diferentes hoje em dia. Segregação de raça, cor, sexo, opção sexual, a lista só aumentou invés de diminuir. Gera certa raiva, mas mais dor. Dois agentes do FBI, Gene Hackman e Willoem Defoe vão investigar um crime contra ativistas dos direitos civis, dois brancos e um negro, numa pequena cidade de Mississipi e se deparam com um cenário muito mais preocupante que imaginavam. Obrigatório! Curiosidade. O Filme foi indicado a 7 Oscars, incluindo Melhor Filme, Diretor, Ator e Atriz Coadjuvante. Ganhou o de Melhor Fotografia.¨
( Alexandre Ayub Stephanou, jornalista e doutor em história, pesquisador e professor)

No final da matéria clique no vídeo para assistir o filme.


Mississipi em Chamas



Mississipi em Chamas
Mississippi Burning. EUA, 1988, 128 minutos. Direção: Alan Parker. Elenco: Gene Hackman, Willem Dafoe e Frances McDormand. Contexto histórico: atuação da Ku Klux Klan nos anos 60, o racismo no Sul dos Estados Unidos. Retrata o período que ficou conhecido como verão da liberdade, quando centenas de jovens engajados chegavam ao sul para cadastrar os negros como eleitores. Sinopse: o filme apresenta três ativistas dos direitos civis que são assassinados no Mississipi, o estado mais racista dos EUA, no ano de 1964. Dois agentes do FBI (Polícia Federal) chegam ao local para investigar o caso e toda a cidade parece conspirar contra a investigação. Uma onda de atos violentos contra os negros é promovida. Ponto forte: Mississipi em Chamas é o filme mais popular a mostrar os horrores da Ku Klux Klan, somente isso já seria um mérito. Mas o filme vai além, se reveste de um caráter de suspense que prende o telespectador até o último minuto, graças à precisão do seu roteiro e a atuação brilhante do elenco. A crítica que se faz, de que “são brancos” (os agentes) resolvendo as questões de negros e que os negros “sempre aparecem amedrontados” é injusta, há cenas de negros que enfrentam todo o poder público, controlado pela elite branca racista, inclusive nos tribunais, e aparece uma passeata organizada pelos negros. Mas o maior mérito do filme é a caracterização dos membros da Ku Klux Klan e a vinculação deles com o poder público.




Curiosidade: Um ano antes dos assassinatos, em 1963, noventa mil negros do Mississipi foram às urnas mostrando o desejo de mudança, apesar dos incêndios, da ameaças e das torturas que sofreram. Curiosidade II: Em 2005, 41 anos depois do ocorrido, um ex-integrante da KKK, Edgar Killen, aos 80 anos, foi declarado culpado pela justiça pelo assassinato destes três jovens. 






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