Em espanhol, a mensagem manuscrita diz: A Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe para orar por mim, Francisco.
Mauro Lopes
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O PAPA, LULA, A IGREJA BRASILEIRA E A MÍDIA CONSERVADORA
Nem o serviço brasileiro do Vaticano (Vatican News) nem o site da CNBB registraram a visita de Celso Amorim ao Papa, o fato de ele ter recebido o livro de Lula e as declarações de Francisco, preocupado Lula e com o que chamou de "golpes de luvas brancas" na América Latina.
Por sinal, até agora, o Papa fez dois gestos concretos na direção de Lula: mandou-lhe um terço e uma mensagem pessoal através de Juan Grabois e agora recebeu Celso Amorim e manifestou sua preocupação.
O Vatican News, controlado pelos conservadores, mentiu escandalosamente no primeiro episódio e ficou quieto no segundo.
E a Igreja brasileira? Nenhuma delegação da CNBB ou bispo visitaram Lula, que é declaradamente católico -o maior líder político católico da história brasileira.
Foram a Curitiba líderes de diversas religiões e credos. Dos católicos, lá estiveram Leonardo Boff, Frei Betto, padre Júlio Lancellotti, o monge Marcelo Barros e frei Sérgio Görjen. Da hierarquia, ninguém. Uma vergonha.
Quanto à imprensa conservadora, que fez uma campanha mentirosa e agressiva contra a mídia independente do país, acusando-nos de "fake news" no episódio do envio do terço e da mensagem papal a Lula, até agora não se retratou, depois de ter sido desmoralizada. Hoje, o UOL/Folha e o Valor deram notas discretas sobre a visita de Celso Amorim e, desta vez, não distorceram -gato escaldado tem medo de água fria, não é?
O Papa Francisco, talvez o mais popular da história, manda mensagens e presente para o maior líder católico da história do Brasil, feito prisioneiro político, recebe seu ex-chanceler, ganha de presente um livro de entrevistas de Lula, diz que está preocupado com o que está acontecendo, manda uma benção de próprio punho ao ex-presidente (veja a imagem) e a Igreja no Brasil e a mídia conservadora fazem de conta que nada aconteceu.
As ações do Papa mereceriam manchete em qualquer canto do mundo e seriam seguidas imediatamente de iniciativas da Igreja local.
Quanto às mídias, é uma questão de escolha de lado -o da perseguição a Lula. Quanto à CNBB e aos bispos, é mais covardia mesmo.
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