quinta-feira, 30 de maio de 2019

O Papa foi sutil: "A verdade vencerá" é exatamente o título do livro do Lula


A verdade vencerá - o Papa foi sutil

É exatamente o titulo do livro do Lula...



O Papa escreve em linguagem clara, mas isso não impede que haja mensagens sutis.

 Não é coincidência que a expressão usada por ele na carta ao Presidente Lula - “a verdade vencerá” - seja o título da obra coletiva de entrevista com o Lula, na qual o Papa apôs a sua benção ao ex-presidente, quando da visita que o grande chanceler Celso Amorim fez em 2/VIII/2018.

Fonte: Conversa Afiada

quarta-feira, 29 de maio de 2019

É a segunda vez que o Papa se comunica com Lula



Essa é a segunda vez que o Papa se comunica com o ex-presidente desde que Lula foi preso injustamente em Curitiba. Em 2018, o Pontífice enviou um rosário abençoado e uma mensagem de paz escrita na versão italiana do livro “A Verdade Vencerá”, de Lula.

Desta vez, o Papa Francisco enviou uma carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político desde abril de 2018.

Na carta, o Papa ressalta que, ao final, “o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”.

Papa envia carta para Lula e a mídia conservadora omite


Mauro Lopes:

O PAPA AO LADO DE LULA E CENSURADO PELA MÍDIA CONSERVADORA

 Um Papa manda uma carta de apoio a um preso político. Isso é manchete em qualquer país do mundo, certo? Menos na mídia conservadora brasileira. A notícia, publicada pela Folha discretamente na coluna da Mônica Bergamo, está sendo solenemente ignorada pela mídia das elites do país -apenas a mídia democrática e de esquerda está dando o destaque jornalístico óbvio.

 Leia a carta publicada pela Fórum -publicamos no 247 logo às 6 da manhã mas o site está fora do ar, sob ataque milionário das milícias digitais fascistas.

O Papa Francisco enviou uma carta ao ex-presidente Lula neste mês, em que ele pede para o petista não “desanimar e continuar confiando em Deus” diante das “duras provas” vividas ultimamente.
“Tendo presente as duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente a perda de alguns entes queridos – sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente 7 anos -, que lhe manifestar minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus”, diz o Papa.
No texto, provavelmente escrito durante o período da Páscoa, Francisco fala da ressurreição de Jesus Cristo e que o triunfo d’Ele “sobre a morte é a esperança da humanidade”.
“A sua Páscoa, sua passagem da morte à vida, é também a nossa páscoa: graças a Ele, podemos passar da escuridão para a Luz; das escravidões deste mundo para a liberdade da Terra prometida; do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a Ele; da incredulidade e do desespero para a alegria serena e profunda de quem acredita que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”, diz o texto, que é uma resposta a carta de Lula enviada ao líder católico em 29 de março.
“É uma carta que carrega muitas mensagens, além daquelas de afeto”, disse a advogada Carol Proner à Mônica Bergamo, na edição desta quarta-feira (29) da Folha de S.Paulo. Amiga de Lula, a jurista faz parte de um grupo de estudos no Vaticano e teve acesso à correspondência.

A íntegra da carta:




segunda-feira, 27 de maio de 2019

O abraço do Papa a Raoni


O abraço de Francisco a Raoni

VATICAN NEWS

O encontro entre o Santo Padre e o líder indígena da etnia caiapó, Raoni Metuktire, foi nesta segunda-feira na Casa Santa Marta.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência privada na Casa Santa Marta na manhã desta segunda-feira, 27, o líder indígena brasileiro Raoni Metukire, da comunidade Caiapó. O cacique está na Europa desde 14 de maio, numa viagem de três semanas, para se encontrar com os chefes de Estado e a opinião pública para alertar sobre as crescentes ameaças à Amazônia.
O encontro do Pontífice com o líder do povo Caiapó - ameaçado por madeireiros e pelo agronegócio - havia sido confirmado no último sábado pelo diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti. Com a audiência – explicou ele -  “o Papa reitera a sua atenção pela população e pelo ambiente da área amazônica, e o seu compromisso pela preservação da Casa Comum”.
Gisotti também havia explicado que “a audiência insere-se no contexto da preparação para a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica, que se realizará de 6 a 27 de outubro, no Vaticano, sobre o tema ‘Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e por uma Ecologia Integral’”.
O líder indígena brasileiro também está recolhendo fundos para a proteção da reserva do Xingu, no Mato Grosso.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Papa Francisco entrega sua cruz peitoral à comunidade de Brumadinho

Do Fala Chico


Papa Francisco entrega sua cruz peitoral à comunidade de Brumadinho

O Papa Francisco entregou sua Cruz peitoral, para a comunidade de Brumadinho, através de seu enviado o Monsenhor Bruno Marie Duffè, que esteve em visita àquele município, atingido pelo crime da Vale. A entrega ocorreu no dia18 de maio, durante atividades do Sábado da Compaixão e da Solidariedade:  Visita e Celebração da Esperança em Brumadinho (Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira e Igreja Matriz de Brumadinho).

Essa cruz ira passar por cada família das comunidades de Brumadinho e após ficará esposta no memorial que será construído pela Arquidiocese.

O monsenhor Duffé, Secretário do Vaticano para Desenvolvimento Integral esteve em Brumadinho, reafirmou o compromisso do Vaticano em permanecer no apoio às comunidades que defendem seus territórios frente à mineração, ao transmitir  a mensagem de solidariedade do Papa Francisco aos familiares das vítimas do rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Fez, também, severas críticas ao liberalismo que tem o dinheiro como prioridade, deixando as pessoas e a natureza em segundo plano, o que resulta em ocorrências como as dos crime em Mariana e Brumadinho. Afirmou ainda que as populações não podem viver em um clima de insegurança e de irresponsabilidade, como nos casos de eminência de rompimento de barragens, na região metropolitana de Belo Horizonte. Citou explicitamente, o já anunciado colapso de talude da cava da mina de Congo Soco,  município de Barão de Cocais, que poderá resultar no rompimento da barragem Sul Superior daquela mina.

Durante a visita à comunidade de Córrego do Feijão, Monsenhor Duffé ouviu testemunhos de fiéis que perderam familiares e seus meios de vida em consequência do rompimento da barragem. Emocionado,  partilhou: “consigo imaginar a dor do povo de Brumadinho e trago, a pedido do Papa, uma mensagem de esperança. Crendo que, no Córrego do Feijão, está o coração da Igreja e da humanidade”. O Monsenhor convidou o povo de Brumadinho a se tornar “profeta que anuncia um tempo novo, que consola e lutam por um mundo mais justo, combatendo a ganância”.

Vale tentou impedir que representante do Papa chegue até a lama.

Na comunidade do Córrego do Feijão Vale bloqueou a procissão, com o representante do Papa, impedindo a chegada junto à lama. Um momento forte que revelou um Estado capturado pela empresa, uma organização criminosa, que controla a cena do crime e o território. Triste realidade, onde a lama que desceu sem pedir licença, matando pessoas, destruindo meios de vida e a natureza.

Na comunidade do Parque da Cachoeira, a Vale tentou novamente bloquear a procissão e impedir o representante do Papa, chegar na lama. Contudo, a comunidade, o representante do Papa, padres, religiosos e religiosas, no, em não pararam diante da barreira, e chegaram até a lama. A Vale, com seus funcionários, não conseguiu impedir que se abençoasse a lama, Campo Santo de tantas vidas. Momento importante que afirmou que o território é do povo que nele habita e da natureza que é vida. Monsenhor Duffé abençoou essa grande sepultura de vidas humanas, fruto da ganância das corporações minerarias. O povo rezou pela vida, por suas lutas e dignidade. Ficou demostrado que nada segura o povo, o amor de Deus e a vontade de mudar a realidade.

Duffé afirmou: “É muito importante começar pensando na proteção da vida, porque não é possível pensar no futuro, não é possível desenvolver um novo paradigma, um novo modelo, disse o Papa Francisco. E não é possível que a lei seja a lei do dinheiro e só do dinheiro”.
Presente durante a visita o Dom Sebastião, bispo de Caxias no Maranhão, presidente do GT de MIneração da CNBB.

Representante do Papa participou de Seminário na PUC

Monsenhor Duffé esteve na PUC Minas, em Belo Horizonte no dia 17 de maio, quando participou do Seminário: A Mineração e o Cuidado com a Casa Comum.  O evento debateu a missão da Igreja Católica na defesa da Casa Comum e seu necessário posicionamento frente ao modelo econômico extrativista.

Dom Walmor, recém eleito presidente da CNBB, viajou de Honduras, onde participava da Assembleia Geral do Conselho Episcopal Latino Americano para presidir o evento. O Arcebispo destacou a relevância da iniciativa e sua sintonia com Carta Encíclica do papa Francisco, Laudato Si, que trata do desafio de cuidar da casa comum: “Esse Seminário tem altíssima relevância, pela importância do tema, pelos desafios que nós enfrentamos com o meio ambiente, a exigência do cuidado com a Casa Comum. Tem grande importância porque entrelaça corações e mentes na mesma direção – o coração da Arquidiocese de Belo Horizonte e o coração do Papa Francisco- por meio da presença do monsenhor Bruno-Marie Duffé, do Pontifício Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral -, com os muitos grupos religiosos e segmentos  da sociedade. Somos todos nós, juntos, nos dando as mãos  e nossos corações, para fazermos um novo caminho, que é tão necessário, se quisermos um desenvolvimento integral , se desejarmos um desenvolvimento sustentável”.
O Arcebispo, anunciou ainda que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pretende criar uma Comissão Episcopal para tratar de assuntos referentes ao meio ambiente e desenvolvimento, em especial a mineração, com foco no diálogo da Igreja com setores da sociedade, com o Poder Legislativo e outras instâncias.   A notícia foi recebida em grande otimismo por todos os presentes, e em particular,  pelo atual presidente do Grupo Trabalho de Mineração da CNBB, dom Sebastião Lima Duarte, que destacou a sensibilidade de dom Walmor no tratamento dessa questão.

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e reitor da PUC Minas, dom Joaquim Mol , falou sobre a Missão da Igreja -novos caminhos frente à mineração, em Minas Gerais e no Brasil. O Bispo ressaltou que evangelizar é o anúncio e o testemunho da mensagem central de Jesus, o Reino de Deus, que Ele anunciou, que é dom e precisa ser sinalizado pelas nossas práticas de vida: “Evangelizar é anunciar o Reino que deve penetrar todas as realidades humanas, sociais, ambientais, políticas e culturais com os valores que Jesus anunciou. E Evangelizar em um mundo de mineração, significa evangelizar em um mundo de extrema agressão humana e ambiental”. O bispo lembrou que, assim como em Minas Gerais, essa realidade é secular e comum a muitos outros estados do País. Dom Mol cobrou, ainda,  a responsabilização dos gestores que permitem a ocorrência de tragédias como a de Mariana e a de Brumadinho.


Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret, que integra o  Grupo de Trabalho da CNBB sobre  Mineração  fez uma exposição a respeito do tema “O cenário da mineração em Minas Gerais e no Brasil: Rede Igrejas e Mineração”. A articuladora social da Arquidiocese de Belo Horizonte, e moradora de Brumadinho , Marina Oliveira, apresentou  sua vivência  nas múltiplas realidades sociais, em Brumadinho. O Promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais André Sperling falou sobre as estratégias utilizadas pelas mineradoras para dividir as Comunidades. As Políticas Públicas em defesa dos territórios e das comunidades foi o tema da exposição da defensora pública Caroline Morishita , da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
Um momento de comoção e fé marcou o Seminário, quando um grupo de índios da etnia Pataxó, fez uma oração em sua língua de origem – da família maxakali, tronco macro-jê. Hoje, eles estão com a vida na aldeia comprometida,  em razão da poluição das águas do rio Paraopeba,  atingidas pelos dos rejeitos de minério da barragem da Vale .


A visita terminou com a celebração da eucaristia e a mémoria dos mortos.

sábado, 18 de maio de 2019

O que significa o "momento Jânio Quadros" de Jair Bolsonaro?





Luiz Felipe Miguel
Do seu facebook

O que significa o "momento Jânio Quadros" de Jair Bolsonaro?

 A divulgação do estapafúrdio manifesto tem como objetivo evidente insuflar a base bolsonarista contra o que possa existir de Estado democrático de direito no país: respeito à lei, independência dos poderes, vigência de direitos.

 Mas qual é o objetivo: fortalecer o ex-capitão, mostrando que ele mobiliza uma militância aguerrida grande o suficiente para inviabilizar outro governo, impedindo que a parcela cada vez maior da classe dominante insatisfeita com seu desempenho o apeie do poder?

 Ou pavimentar o caminho para um golpe pessoal, que lhe permita instaurar uma ditadura aberta e mergulhar o Brasil de vez no desvario?

 Há dois fatores que precisam ser lembrados para tentar entender esse movimento de Bolsonaro. Um, evidente, é o caso Queiroz, que avançou com a quebra dos sigilos fiscais e promete logo tornar insustentável não apenas a posição de Flávio, mas de todo o clã. O outro fator é a massiva mobilização da quarta-feira. Até então, com a oposição desorientada e com baixíssima capacidade de reação, parecia que a política brasileira seria protagonizada por três grupos: o clã Bolsonaro com os olavistas, os generais no governo e o centrão sob a liderança de Rodrigo Maia, guindado ao improvável papel de guardião da república.

 O 15M mostra que isso está mudando e que o campo democrático está de novo entrando no jogo. Ao compartilhar o manifesto conspiratório neste momento, Bolsonaro passa o recado de que é necessário fechar o regime para impedir que as forças derrotadas com o golpe de 2016 retornem à cena.

 Seja qual for a interpretação, está ficando claro que o regime híbrido inaugurado pelo golpe tem dificuldade para se sustentar a longo prazo.

Ou se aprofunda a transição à ditadura ou teremos que reencontrar o caminho da democracia.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Às Ruas! A greve é pelo país que se encontra à beira do abismo


Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia
A greve não é só pela Educação que está sendo dizimada. Mas, pelo país que se encontra à beira do abismo.
A greve é contra a ignorância, o preconceito, o atraso, a selvageria, a delinquência, o entreguismo, a maldade, o belicismo, a arrogância, a homofobia, a desonestidade, a misoginia.
É pelo trabalhador e pelo aposentado.
A greve é contra tudo o que vem embutido no desgoverno de uma família que, se deixarmos, faz do Brasil uma ditadura armada, miliciana e genocida.
A greve é contra essa colônia norte-americana que se quer fazer do País.
A greve é pela família em seu sentido lato, amplo, correto. Seja ela como for, em todas as formas de amor e de luta.
A greve é contra o armamentismo criminoso que se quer implantar em nossa terra. É por mais escolas, mais universidades, mais creches e menos clubes de tiro.
É pelas florestas e pelos rios que já sentem o descaso, a falta de fiscalização e a política devastadora e suicida contra o meio ambiente.
A greve é contra a ditadura religiosa, contra a ditadura da bala, contra a ditadura da bola. É contra todas as formas de ditadura. Mesmo as disfarçadas de democrata. Sobretudo as oriundas de golpe que tira do poder governos legítimos e democráticos.
A greve é um NÃO rotundo (para usar o genial termo brizolista) à Bolsolândia.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

EUA provam que procuradores da Lava Jato cometeram crime de lesa-pátria




O Procurador Daniel Kahn, do Departamento de Justiça [DoJ] dos EUA, chefia a área de investigação de corrupção fora dos EUA.
A existência da "área de investigação de corrupção fora dos EUA" seria algo esdrúxulo não fosse o papel que a potência imperial se autoproclama [ao estilo Juan Guaidó], de xerife internacional; de Nação que concede a si mesma o direito à jurisdição extraterritorial para concretizar seus interesses geopolíticos, militares ou econômicos onde quer que seja.
O procurador do DoJ mantém operoso relacionamento com os procuradores da Lava Jato. Em entrevista publicada pelo jornal Estado de São Paulo sábado, 11/5/2019 [aqui], Daniel Kahn fez revelações que provam que operadores da Lava Jato cometeram crime de lesa-pátria.
O procurador dos EUA não poupa elogios à "cooperação" da turma da Lava Jato e expressa sua gratidão por isso: "[...] estamos muito, muito gratos pela oportunidade de trabalhar com os brasileiros". Ele também enaltece a submissão total dos capachos de Curitiba: "Tem sido uma das parcerias mais fortes que poderíamos ter com uma autoridade estrangeira".
Em tom positivo, Daniel Kahn afirma que "A confiança entre nossos países é algo que se desenvolve trabalhando juntos pelo tempo que temos trabalhando juntos e vendo que ambos estamos trabalhando pelas razões certas". Beatriz Bulla, a Correspondente do Estadão que entrevistou o funcionário estadunidense esqueceu-se de esclarecer qual o significado para a afirmação de que o DoJ e a Lava Jato estão "trabalhando pelas razões certas".
O procurador dos EUA deixa claro que instruções judiciais e procedimentos legais das investigações são descumpridos e manipulados. O funcionário norte-americano revela inclusive que o DoJ escolhe o procurador brasileiro mais "adequado" para executar os serviços em cada caso. É uma espécie de Guantánamo da Lava Jato:
"O que é útil no relacionamento, em termos de aspecto positivo, é: como temos um relacionamento bom e forte, podemos chamá-los e dizer se há evidências do que estamos procurando e vice-versa. O que geralmente isso permite é agilizar o processo de obtenção da prova do que se feita de uma maneira mais formal. O bom disso é que, se pudermos ter uma conversa antecipada, podemos começar reunir informalmente a coleta de provas e, em seguida, quando enviamos a solicitação formal, podemos encaminhá-la a um promotor específico no Brasil e eles podem encaminhá-la a um promotor específico aqui. Então, isso funciona muito bem".
Perguntado sobre os motivos para o DoJ atuar na Lava Jato, o funcionário norte-americano citou os interesses nacionais – dos EUA, naturalmente:
"Sempre que estamos analisando um caso, temos de determinar quais são os interesses dos EUA. Então, se olharmos para a própria Petrobrás, é uma empresa brasileira de petróleo, com funcionários brasileiros trabalhando para ela, que estava sendo usada para pagar várias autoridades brasileiras, mas a própria Petrobrás também é uma empresa de capital aberto nos EUA. Há vários acionistas americanos comprando ações da Petrobrás sob falsos pretextos e vítimas de fraudes que estavam sendo realizadas".
Daniel Kahn confia na continuidade da "cooperação" com a turma titular da Lava Jato:
"O lado positivo é que em nosso país os promotores são promotores de carreira, por isso não mudamos de governo para governo. Minha impressão é de que pelo menos os promotores com os quais estamos lidando permaneceram constantes durante o período. Assim, mesmo onde possa haver mudanças em certas posições de liderança, ainda mantemos o forte relacionamento com os promotores que estamos trabalhando nos casos do dia a dia.
Ele aposta na continuidade desse relacionamento "profícuo", por assim dizer, e sugere a existência de outras operações em outros países em "parceria" com o Partido da Lava Jato:
"Posso dizer que ainda temos um relacionamento extraordinário com os promotores brasileiros e estamos trabalhando em vários casos em vários países e regiões. Não acho que seria surpreendente se aparecer outro caso envolvendo o Brasil. Mas além disso eu provavelmente não deveria dizer com qual país estamos trabalhando agora".
Não é novidade que a Lava Jato foi concebida no eixo Curitiba/Brasília-Washington e é executada em coordenação fina com os Departamentos de Justiça e de Estado dos EUA, que aportam conhecimentos, estratégias e tecnologias aos funcionários públicos brasileiros envolvidos na Operação. A entrevista do procurador do DoJ deixa isso muito claro.
Segundo as normas brasileiras, entretanto, tal "cooperação" do Partido da Lava Jato com os EUA é ilegal e inconstitucional, pois nunca existiu formalidade do Poder Executivo brasileiro, que tem a competência privativa para firmar convênios e protocolos com outros países.
Não existe nenhum acordo formal, e tampouco mandato legal, que ampare o intercâmbio dos agentes da Lava Jato com agentes dos EUA para o fornecimento de documentos, informações, dados estratégicos e sigilosos, como processos judiciais cobertos por segredo de justiça.
O relacionamento da Lava Jato com os EUA, portanto, é uma associação secreta e clandestina que trai os interesses nacionais e causa graves lesões ao país e à sua ordem econômica e social.
A Lei 1.802/953, que define os crimes contra o Estado e a Ordem Política e Social, tipifica como crime:
"Art. 26. Fornecer, mesmo sem remuneração, à autoridade estrangeira, civil ou militar, ou a estrangeiros, informações ou documentos de caráter estratégico e militar ou de qualquer modo relacionados com a defesa nacional.
[...]
Art. 34. É circunstância agravante, para os efeitos desta lei, quando não fôr elementar do crime:
a) a condição de funcionário público, civil ou militar, ou de funcionário de entidade autárquica ou paraestatal;
b) a prática do delito com ajuda, ou subsídio de Estado estrangeiro, ou organização estrangeira ou de caráter internacional.
Parágrafo único. Constitui agravante, ou atenuante, respectivamente, a maior ou menor importância da cooperação do agente do crime, e seu maior ou menor grau de discernimento ou educação".
É razoável supor que o agravante previsto no inciso [b] do Artigo 34 fica caracterizado no crime de desvio de R$ 2,5 bilhões das multas da Petrobrás para criar a fundação [batizada por Lula como Fundação Criança Esperança do Deltan Dallagnol] do Estado paralelo do Partido da Lava Jato.
A Lei 7.170/1983, que define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, também explicita os crimes de lesa-pátria perpetrados pelos agentes da Lava Jato:
"Art. 13 – Comunicar, entregar ou permitir a comunicação ou a entrega, a governo ou grupo estrangeiro, ou a organização ou grupo de existência ilegal, de dados, documentos ou cópias de documentos, planos, códigos, cifras ou assuntos que, no interesse do Estado brasileiro, são classificados como sigilosos.
Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.
Parágrafo único – Incorre na mesma pena quem:
I – com o objetivo de realizar os atos previstos neste artigo, mantém serviço de espionagem ou dele participa;
[...]
III – oculta ou presta auxílio a espião, sabendo-o tal, para subtraí-lo à ação da autoridade pública;
IV – obtém ou revela, para fim de espionagem, desenhos, projetos, fotografias, notícias ou informações a respeito de técnicas, de tecnologias, de componentes, de equipamentos, de instalações ou de sistemas de processamento automatizado de dados, em uso ou em desenvolvimento no País, que, reputados essenciais para a sua defesa, segurança ou economia, devem permanecer em segredo".

Fonte: Brasil 247

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Papa Francisco recebe fotos de todos os mortos do crime da Vale em Brumadinho


Papa Francisco recebeu hoje (3 maio), das mãos de Dari Pereira sobrevivente do crime da Vale em Brumadinho e Frei Rodrigo Péret da Rede Igrejas e Mineração e Grupo de Trabalho de Mineração da CNBB, as fotos com os nomes das 270 pessoas mortas, pelo crime da Vale. O Papa, emocionado, abençoou as fotos e expressou sua solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos e à todos os atingidos. Em seguida o Papa ficou com as fotos, num gesto de carinho, respeito e solidariedade.

No dia 18 de maio, um representante do Papa, Mosenhor Duffé, estará visitando Brumadinho e conhecendo de perto a realidade e a luta dos atingidos.

Durante a audiencia o Papa afirmou que:  "As condições precárias de nossa casa comum se devem principalmente a um modelo econômico que vem sendo seguido há muito tempo. É um modelo voraz e orientado para o lucro, com um horizonte limitado e baseado na ilusão de crescimento econômico ilimitado. Embora muitas vezes vemos seu impacto desastroso no mundo natural e na vida das pessoas, ainda estamos relutantes em mudar. "As potências econômicas continuam a justificar o atual sistema mundial, no qual prevalecem a especulação e a busca de renda financeira, que tendem a ignorar todos os contextos e os efeitos sobre a dignidade humana e o meio ambiente" (Laudato Si, 56).

Continuando a citar sua Encíclica Laudato Si, o papa disse em seu discurso: “Estamos conscientes de que "o mercado por si só não garante o desenvolvimento humano integral e a inclusão social" (LS, 109) e que "a proteção ambiental não pode ser assegurada apenas com base no cálculo financeiro de custos e benefícios" (LS, 190). Precisamos de uma mudança de paradigma em todas as nossas atividades econômicas, incluindo a mineração.” Papa Francisco chamou a atenção sobre o Sinodo da Amazônia, dizendo: "é essencial prestar atenção especial às comunidades aborígines com suas tradições culturais. Eles não são apenas uma minoria entre outros, mas eles devem se tornar os principais interlocutores, especialmente quando prosseguimos com grandes projetos que afetam seus espaços "(LS, 146). Exorto a todos que respeitem os direitos humanos fundamentais e a voz das pessoas dessas belas, mas frágeis comunidades. E em comunhão com os bispo da América Latina denunciou que o extrativismo é “uma tendência desenfreada do sistema econômico para transformar os bens da natureza em capital. A ação de "extrair" a maior quantidade de materiais no menor tempo possível, convertendo-os em matérias-primas e fatores de produção que a indústria utilizará, será transformada em produtos e serviços que outros comercializarão, a empresa consumirá e, portanto, a própria natureza receberá na forma de lixo poluente, é o circuito consumista que é criado com velocidade e risco cada vez maiores ”. Papa Termina seu discurso pedido para não perdermos de vista que “o que está em jogo é a dignidade de nós mesmos. Somos os primeiros interessados em transmitir um planeta habitável para a humanidade que virá depois de nós. É um drama para nós mesmos, porque isso põe em questão o significado de nossa passagem nesta terra "(LS, 160).

Esta audiência se deu no contexto da reunião do Dicasterio pela Promoção do Desenvolvimento Integral Humano, com comunidades atingidas por mineração e mineradoras, em Roma.

Leia na integra o discurso do papa:

Caros irmãos e irmãs

Saúdo a todos e agradeço ao Cardeal Turkson pela sua introdução. Agradeço-lhe por ter vindo ao Vaticano para tratar deste diálogo sobre o tema "Mineração para o bem comum".

Na encíclica Laudato si ', sobre o estado preocupante do planeta, enfatizei a necessidade de "dialogar com todos sobre a nossa casa comum" (nº 3). Precisamos de um diálogo que realmente responda ao grito da terra e ao grito dos pobres (veja ibid., 49). Eu particularmente aprecio que, em sua reunião, representantes das comunidades envolvidas nas atividades de mineração e os responsáveis ​​pelas empresas de mineração estejam reunidos em torno da mesma mesa. Isso é louvável e é um passo essencial no caminho para o progresso. Devemos encorajar esse diálogo para continuar e se tornar a norma, e não a exceção. Felicito-o porque empreendeu o caminho do diálogo mútuo com espírito de honestidade, coragem e fraternidade.

As condições precárias de nossa casa comum se devem principalmente a um modelo econômico que vem sendo seguido há muito tempo. É um modelo voraz e orientado para o lucro, com um horizonte limitado e baseado na ilusão de crescimento econômico ilimitado. Embora muitas vezes vemos seu impacto desastroso no mundo natural e na vida das pessoas, ainda estamos relutantes em mudar. "As potências econômicas continuam a justificar o atual sistema mundial, no qual prevalecem a especulação e a busca de renda financeira, que tendem a ignorar todos os contextos e os efeitos sobre a dignidade humana e o meio ambiente" (ibid., P. 56).

Neste contexto, o título da sua reunião, "Mineração para o bem comum", é muito apropriado. O que isso implica concretamente? Permitam-me articular algumas reflexões a esse respeito que poderiam ser úteis para você em seu diálogo.

Em primeiro lugar, a mineração, como qualquer atividade econômica, deve servir toda a comunidade humana. Como São Paulo VI escreveu: "Deus destinou a terra e tudo o que ela contém para o uso de todos os homens e todos os povos, para que os bens da criação fluam igualmente para as mãos de todos" [1]. Este é um pilar do ensino social da Igreja. Nesta perspectiva, o envolvimento das comunidades locais é importante em todas as fases dos projetos de mineração. «É sempre necessário obter consenso entre os diversos atores sociais, que podem trazer diferentes perspectivas, soluções e alternativas. Mas no debate as pessoas locais devem ter um lugar privilegiado, que se questionem sobre o que querem para si e para seus filhos, e podem levar em consideração os objetivos que transcendem o interesse econômico imediato "(Enc. Laudato si '). , 183).

À luz do próximo Sínodo sobre a Amazônia, gostaria de enfatizar que "é essencial prestar atenção especial às comunidades indígenas com suas tradições culturais. Eles não são apenas uma minoria entre outros, mas eles devem se tornar os principais interlocutores, especialmente quando prosseguimos com grandes projetos que afetam seus espaços "(ibid., P. 146). Essas comunidades vulneráveis ​​têm muito a nos ensinar. "Para eles, de fato, a terra não é um bem econômico, mas um dom de Deus e dos ancestrais que nela habitam, um espaço sagrado com o qual precisam interagir para nutrir sua identidade e seus valores. [...] No entanto, em diferentes partes do mundo, eles estão sob pressão para abandonar suas terras e deixá-las livres para projetos de mineração, agricultura ou pecuária que não prestam atenção à degradação da natureza e da cultura "(ibid.). Peço a todos que respeitem os direitos humanos fundamentais e a voz das pessoas dessas belas, mas frágeis comunidades.

Em segundo lugar, a mineração deve estar a serviço da pessoa humana e não o contrário. Como escreveu o Papa Bento XVI, "nas intervenções para o desenvolvimento deve ser preservado o princípio da centralidade da pessoa humana, que é o assunto que deve primariamente assumir o dever de desenvolvimento". [2] Cada pessoa é preciosa diante dos olhos de Deus e seus direitos humanos fundamentais são sagrados e inalienáveis, independentemente do status social ou econômico. A atenção à proteção e ao bem-estar das pessoas envolvidas nas operações de mineração, bem como o respeito pelos direitos humanos fundamentais dos membros das comunidades locais e aqueles que defendem suas causas, são princípios não negociáveis. Somente a responsabilidade social corporativa não é suficiente. Devemos garantir que as atividades de mineração levem ao desenvolvimento humano integral de toda e qualquer pessoa e de toda a comunidade.

Em terceiro lugar, é necessário incentivar o desenvolvimento de uma economia circular, especialmente no âmbito das atividades de mineração. Considero que a observação de meus irmãos bispos da América Latina, feita em sua recente carta pastoral sobre atividades extrativistas, é muito pertinente. Eles escrevem: "Por" extrativismo "queremos dizer uma tendência desenfreada do sistema econômico para transformar os bens da natureza em capital. A ação de "extrair" a maior quantidade de materiais no menor tempo possível, convertendo-os em matérias-primas e fatores de produção que a indústria utilizará, será transformada em produtos e serviços que outros comercializarão, a empresa consumirá e, portanto, a própria natureza receberá na forma de lixo poluidor, é o circuito consumista que é criado com velocidade e risco cada vez maiores ". [3]

Temos que denunciar e evitar essa cultura de desperdício. «O sistema industrial, ao final do ciclo de produção e consumo, não desenvolveu a capacidade de absorver e reutilizar resíduos e escórias. Ainda não conseguimos adotar um modelo de produção circular que assegure recursos para todos e para as gerações futuras, e que nos obrigue a limitar tanto quanto possível o uso de recursos não renováveis, o consumo moderado, a maximização da eficiência da exploração, a reutilização e reciclar »(Enc. Laudato si ', 22). A promoção de uma economia circular e a abordagem de "reduzir, reutilizar, reciclar" também estão muito de acordo com o Consumo Sustentável e os Modelos de Produção promovidos no 12º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Além disso, as tradições religiosas sempre apresentaram a sobriedade como um componente-chave de um estilo de vida ético e responsável. A sobriedade também é vital para salvar nossa casa comum. "Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a terra" (Mt 5: 5).

Queridos irmãos e irmãs, nossos esforços e nossa luta para salvaguardar a casa comum são verdadeiramente uma jornada ecumênica que nos desafia a pensar e agir como membros de uma casa comum (oecumene). Estou particularmente satisfeito por seu encontro ter reunido representantes de igrejas e comunidades de fé de todo o mundo. Agradeço também aos representantes do setor de mineração por participarem dessa conversa. Precisamos agir juntos para curar e reconstruir nosso lar comum. Somos todos chamados a "colaborar como instrumentos de Deus para o cuidado da criação, cada um com sua própria cultura e experiência, suas próprias iniciativas e capacidades" (LS 14).

Espero que sua reunião seja realmente um momento de discernimento e possa levar a ações concretas. Espero que, como os bispos latino-americanos escreveram, você possa "analisar, interpretar, discernir o que é apropriado ou não sobre atividades extrativistas nos territórios e, portanto, propor, planejar, agir para transformar nosso estilo de vida, influenciar políticas energéticas". mineração de estados e governos, bem como políticas e estratégias de empresas dedicadas ao extrativismo, a fim de alcançar o bem comum e um autêntico desenvolvimento humano, sustentável e integral ". [4]

Sua reunião é importante porque você está lidando com questões que dizem respeito ao futuro de nosso lar comum e ao futuro de nossos filhos e das futuras gerações. "Precisamos perceber que o que está em jogo é a dignidade de nós mesmos. Somos os primeiros interessados em transmitir um planeta habitável para a humanidade que virá depois de nós. É um drama para nós mesmos, porque isso põe em questão o significado de nossa passagem nesta terra "(Enc. Laudato si ', 160). Que você nunca perca de vista este grande horizonte!

Com carinho te abençoo, suas famílias e suas comunidades. Por favor, ore por mim também. Obrigado.
Papa Francisco

[Texto original: italiano]

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[1] Carta Enc. Populorum progressio, 22.
[2] Lett. Enc. Caritas in veritate, 47.
[3] CELAM, Discípulos missionários custódios da casa comum. Discernimento à luz da encíclica Laudato si ’, Bogotá, janeiro 2018, 11.
[4] CELAM, Discípulos missionários custódios da casa comum. Discernimento à luz da encíclica Laudato si ’, Bogotá, enero 2018, 12.

Fonte: Fala Chico

quinta-feira, 2 de maio de 2019

É hora de parar Bolsonaro, por Luis Nassif

Por Luis Nassif
GGN


O país ainda não se refez do trauma do impeachment de Dilma. O desmonte institucional, induzido por Aécio Neves e convalidado pelo Supremo Tribunal Federal, produziu um caos geral. Assim, há sempre o prurido de reincidir e banalizar o impeachment como saída para as crises institucionais.
Mas o caso Bolsonaro é diferente de tudo o que se viu no país antes e depois da democratização. O país está entregue a um celerado, com ligações diretas com as milícias do Rio de Janeiro, comandando um bando de alucinados que assumiram posição de destaque no Ministério e que tem como único objetivo a destruição de todo sistema formal construído ao longo da história.
O que está ocorrendo não são apenas erros de políticas públicas que poderão ser consertados a partir das próximas eleições: estão promovendo desmontes irreversíveis, que se refletirão sobre o presente e sobre as futuras gerações.
A maneira como estão exercendo o poder, atropelando a noção de freios e contrapesos, esmagando o espaço político de quem pensa de forma diferente, subverte a noção de democracia. Em qualquer circunstância, uma ameaça de tal monta à democracia precisa ser combatida com a arma definitiva da própria democracia: o impeachment.
No campo ambiental, há um Ministro acusado de negocista, desmontando o sistema de defesa do meio ambiente, escondendo mapas ambientais, indispondo o país com a comunidade global civilizada, com reflexos inevitáveis sobre as exportações do agronegócio. E afastando fiscais que ousaram, em outros tempos, multar Bolsonaro por pesca ilegal. É o absolutismo nas mãos de pessoas sem nenhum nível, com comportamento das milícias.
Na educação, um celerado que anuncia cortes de verbas às universidades, como consequência da tal guerra cultural. E, em vez de programas educacionais, incentiva o conflito entre professores e alunos.
Na economia, um Ministro sem a menor noção do mundo real, movendo-se exclusivamente pela ideologia, desmontando uma instituição com a história do BNDES, comprometendo as estatísticas do IBGE, ameaçando as redes de proteção social que, até agora, impediram a explosão final da violência e da miséria. Está matando os instrumentos de financiamento da infraestrutura, sem colocar nada no lugar.
Na presidência, uma família de desequilibrados, com ligações diretas com as milícias e, agora, estimulando a guerra no campo, criminalizando movimentos sociais, e interferindo em rebeliões internas de países vizinhos, expondo não apenas os vizinhos, mas o próprio Brasil, às consequências de uma guerra, comprometendo século e meio de tradição diplomática.
Liberais podem julgar que o interesse nacional está no mercado; desenvolvimentistas acreditam que está no Estado. Os Bolsonaro, pelo contrário, não têm a menor noção sobre o interesse nacional. E, junto com governadores irresponsáveis, como Wilson Witzel, do Rio, e João Dória Jr, de São Paulo, ampliando a violência policial como resposta à crise social.
O cenário pela frente é óbvio.
No campo econômico, o ideologismo cego de Guedes não permitirá a recuperação da economia e do emprego. A cada mês, mais aumentará o exército dos desempregados e dos desanimados com o próprio país.
Na outra ponta, um presidente enlouquecido tentando eliminar o espaço político de todos que não concordem com suas loucuras. E estimulando a violência de ponta a ponta do país.
Como dois e dois são quatro, persistindo nessa loucura se terá em pouco tempo o caos social, a ampliação da miséria, do desalento, o crime organizado expandindo seu controle sobre o Brasil formal e as explosões sociais.
É impossível que os demais poderes, STF, Alto Comando, presidência da Câmara e do Senado, partidos políticos, assistam passivamente a essa destruição do país. É preciso parar Bolsonaro! Não se trata mais de disputa entre esquerda e direita, entre lulismo e antilulismo, mas de uma aliança tácita entre os setores minimamente responsáveis, para não permitir o desfecho trágico dessa loucura.
Cada dia a mais de governo Bolsonaro representa anos de destruição do futuro, até que o caos torne a selvageria irreversível.
É hora de parar Bolsonaro!