terça-feira, 26 de maio de 2015

O ovo da serpente está sendo chocado. Ascensão da intolerância e da atitude antidemocrática

Uma onda de ódio se alastra. Já foram hostilizados Jaques Wagner, Alexandre Padilha e Guido Mantega, este por duas vezes. Outro dia, também, em São Paulo, o filho do jornalista Ricardo Noblat(por ironia, feroz crítico do PT), foi hostilizado,simplesmente por estar vestindo uma camisa vermelha. Não respeitaram nem sua filha, um bebe, que estava em seu colo. Até onde vai esse ódio, essa intolerância, essa atitude reacionária?


Vídeo sobre Mantega:
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A próxima fase é quebrar vidros e cristais !  Por Paulo Henrique Amorin





Mantega é hostilizado. Merval apoia?
Por Altamiro Borges

Ou as autoridades públicas tomam alguma atitude ou a onda de ódio fascista em São Paulo – centro das elites reacionárias do país – ainda resultará em tragédias. Na noite do sábado (23), o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi novamente hostilizado num restaurante na capital paulista. Segundo relato da Folha, um dos jornais que mais estimula o antipetismo doentio na sociedade, o economista e a sua esposa foram vítimas de provocações gratuitas ao deixarem o local após o jantar.

"Ao ouvir as primeiras provocações, o petista parou e perguntou quem havia falado com ele. Um senhor assumiu a autoria do comentário e disse que só não falaria mais em 'respeito' à mulher de Mantega. O ex-ministro tentou responder, mas foi interrompido por vaias. Dois clientes saíram em defesa do petista, pedindo 'educação' aos demais. O primeiro pediu que Mantega voltasse ao restaurante e o cumprimentou. O ex-ministro foi vaiado novamente e então deixou o local. Em seguida, uma senhora pediu que parassem com a provocação", descreve a jornalista Daniela Lima.

Esta é a segunda vez, em curto espaço de tempo, que o ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma (2006-2014) – responsável pelas menores taxas de desemprego da história do Brasil e pela viabilização de inúmeros programas sociais – é hostilizado por ricaços reacionários e elitistas. Em fevereiro passado, numa cena ainda mais detestável e macabra, ele sofreu provocações quando levava a sua esposa para um sessão de tratamento do câncer no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Alguns fascistóides gritaram "vai para o SUS" e "vai para Cuba", fazendo o casal deixar o local para evitar mais traumas. Na ocasião, nada foi investigado e ninguém foi punido pelo gesto odioso.

O presidente da instituição privada – um sionista famoso por suas posições direitistas – até procurou atenuar a ação criminosa. Em uma nota lacônica, o hospital – que abocanha recursos milionários do SUS – afirmou que "recebe igualmente a todos... e rechaça qualquer atitude de intolerância em seu ambiente". Nem os vídeos internos do hospital foram analisados para descobrir os fascistóides. Para piorar, a mídia "privada" – nos dois sentidos da palavra – ainda tratou o lamentável episódio como algo natural. O jornalista Merval Pereira, o “imortal” da Globo, ainda justificou o ato criminoso.

Em seu ódio doentio ao “lulopetismo”, ele publicou um artigo repugnante no jornal O Globo, em que afirmou que a hostilidade ao ex-ministro Guido Mantega e a sua esposa é “reflexo do estilo agressivo de fazer política que o PT levou adiante no país nos últimos 12 anos”. Para ele, a cena corroborou a tese das forças golpistas. “O importante a notar é que o impeachment já se tornou um tema inevitável nas análises sobre o futuro do país, e seria hipocrisia tratá-lo como algo de que não se deve falar. O país está convulsionado, e sem uma liderança com grandeza que possa levar a acordos políticos indispensáveis para a superação do impasse que se avizinha”.

Será que agora, após a nova hostilidade ao ex-ministro da Fazenda – uma semana antes, outro dirigente petista, Alexandre Padilha, também foi vítima de provocação de um empresário falido e picareta num restaurante em São Paulo –, o "imortal" da Globo dará novamente seu apoio aos fascistas? Será que as chamadas autoridades públicas vão tomar alguma atitude para conter a onda de ódio que se alastra em São Paulo? Cadê a reação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo? O ovo da serpente está sendo chocado e poderá resultar em cenas ainda mais lamentáveis para a jovem e frágil democracia brasileira.

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