quinta-feira, 31 de julho de 2014

Obrigado, Ronaldinho

Por Jaeci Carvalho
(Estado de Minas)


Obrigado, R10

Ronaldinho Gaúcho pisa hoje (foi ontem, quarta-feira - dia 30) pela última vez na Cidade do Galo, para sua derradeira entrevista coletiva no clube pelo qual conquistou seu maior título no futebol brasileiro: o da Copa Libertadores.

R10 está no coração dos atleticanos, com quem formou parceria de amor eterno. Se antes parecia utopia vestir a camisa preta e branca, como um dos poucos gênios da bola em atividade, o sonho virou realidade na segunda-feira de junho (de 2012)  em que ele surgiu no CT batendo bola com os novos companheiros, em imagem jamais imaginada pelos mais otimistas.

Desde então, uma página na história atleticana foi virada e o clube nunca mais foi o mesmo. Passou de time surrado e maltratado a vencedor e admirado. De humilde a celebridade. O ídolo tinha esse poder e pôs o alvinegro na rota mundial. Que saudade vai deixar! Talvez seja, em tão pouco tempo, o maior ídolo dessa sofrida massa.

Não importa se o pivô da saída é o técnico Levir Culpi, como me revelou com exclusividade Roberto Assis, irmão e empresário de Ronaldinho.

O que vale a pena ser dito neste momento é que o craque e a massa viraram um só. Os milhões de alvinegros no planeta bola viram, nesse mago dos gramados, um malabarista da bola, tudo o que faltava aos demais.

Eleito duas vezes o melhor do mundo, R10 chegou com a humildade que o caracteriza.

Relembro aqui o episódio de quando contraí pneumonia na Olimpíada de Sydney’2000 e ele passava todo dia no meu quarto para me dar entrevista. Solidário, companheiro dos jovens em campo, como Bernard, a quem estimulou e ajudou a se transformar em grande jogador, foi também ao amigo aqui, no Alterosa no ataque, quando deu a primeira entrevista exclusiva em BH, horas depois de sua chegada.

Ronaldinho sofreu com a doença da mãe, dona Miguelina, mas contou com a oração de milhares de fiéis atleticanos, e ela acabou curada. Curvando o corpo no Independência para reverenciar a torcida ou com jogadas decisivas, como aquela em que iludiu Rogério Ceni e acabou deixando Jô livre para marcar contra o São Paulo, R10 fez história, com gols de todas as maneiras, e arranjou uma forma especial de comemorá-los, ao ir de encontro a Jô e se peitarem no ar, como os astros da NBA.

Que saudades o cara vai deixar! Pelo sorriso, que corrigiu numa cadeira de dentista em BH; pelo cabelo preso por uma tiara; pela camisa nº 49 que usou no primeiro ano, para homenagear o ano de nascimento da mãe; ou pela 10. Símbolos que serão guardados na memória de cada torcedor alvinegro.


Ronaldinho levou o nome do Atlético a toda a América do Sul. Causou frisson por onde passou e fez até adversários do Galo torcerem por ele, na Libertadores. No Mundial de Clubes, fez o Marrocos se curvar a seus pés, tamanha a popularidade. Recentemente, na China, não podia aparecer que causava histeria coletiva. Na Ásia, também é rei. É esse mito que deixa hoje o Galo
 para não mais voltar – será?; Assis diz que o irmão vai jogar até os 42 anos... Não importa se vai voltar. Seu nome está marcado como um dos maiores, senão o maior, ídolos do clube. Seus gols, seu sorriso, suas jogadas jamais serão esquecidos. A cada jogo do Galo no caldeirão do Independência, a imagem dele será cultuada, mesmo que não esteja mais presente de corpo, pois de alma sempre estará.

Vá com Deus, R10. Mito, gênio, classe, gol. Obrigado por tudo o que representou. Por chamar a bola de “meu amor” num momento em que o nosso futebol é tão questionado.

Não se esqueça de propagar aos quatro cantos do mundo que jogou no Galo, que vestiu a camisa preta e branca amada por uma legião fanática. A mesma que lhe deu amor, carinho, compreensão, numa das fases mais difíceis da sua vida. Siga em frente, mas, quando olhar para trás, lembre-se sempre do Independência, dos títulos no Mineirão.

Aqui você foi muito feliz. Tenha a certeza de que fez também muita gente feliz. Os amantes do futebol arte o reverenciam. Você não é ídolo apenas da torcida atleticana, mas de todos os que sabemos e conhecemos a essência do verdadeiro futebol brasileiro. Até qualquer dia. Obrigado, de coração.




Sugestão

Que no dia em que Ronaldinho encerrar a carreira a despedida seja no Mineirão lotado, diante da massa, com vários craques com quem ele desfilou pelos gramados. E que ele receba uma placa de agradecimento do clube que lhe devolveu a alegria de jogar e recebeu em troca a maior conquista de sua história.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A despedida de R10

30 de julho de 2014 

Vai na fé, Ronaldinho Mineiro


Pouco mais de dois anos de mágica, títulos e invencibilidade no Horto. Assim foi a vitoriosa passagem de Ronaldinho pelo Atlético, de onde o craque se despediu na tarde desta quarta-feira, em entrevista coletiva na Cidade do Galo, após rescisão amigável de contrato.

O eterno ídolo atleticano foi homenageado com a honraria maior do clube, o Galo de Prata, contendo uma placa com os seguintes dizeres:

“A união entre Atlético e Ronaldinho ficará eternamente marcada na História. Para o Galo, você agora é Ronaldinho Mineiro. Nossa Homenagem e Agradecimento”.

Cidade do Galo 30/07/2014

Alexandre Kalil – Presidente do Clube Atlético Mineiro

“Achei muito importante fazer esse tipo de despedida com o Ronaldinho porque, há dois anos e pouco, eu sentado aqui, neste mesmo lugar, disse para o Brasil inteiro que eu queria saber quem era o bagunceiro, se era o antigo clube dele, que tinha outra gestão, ou o Ronaldo. E, hoje, sabemos quem era. Então, esse menino veio e, aqui, nos fez muito felizes. Trouxe para nós, atleticanos, uma
valorização e uma geração de novos atleticanos com os títulos que conquistou com todo esse grupo.

Quero deixar para todo o Brasil que tive o orgulho de presidir um dos maiores jogadores de todos os tempos do futebol mundial e um dos maiores ídolos da história do Atlético”, declarou o presidente Alexandre Kalil.

“Ele cumpriu um ciclo, sai feliz, só deixou amigos aqui, inclusive o presidente. Chegou aqui chorando e vai embora às gargalhadas, falando para o Brasil inteiro que aqui é Galo”, completou Alexandre Kalil.


Ronaldinho exaltou os momentos felizes com a camisa atleticana, afirmou ter cumprido a meta de entrar para a história do clube que, segundo ele, tornou-se a sua segunda casa.


“Aqui, marcou muito. Entrar para a história de um clube dessa forma é muito marcante. Por tudo isso, posso estar morando em qualquer lugar do mundo que vou poder sempre dizer que tenho uma segunda casa. Aqui, vai ser sempre minha segunda casa”, disse o craque.

“Deu tudo muito certo. Foram títulos e muitas alegrias. Poucos têm o privilégio de sair em um momento de alegria e é assim que eu gostaria que o torcedor do Atlético lembrasse de mim, como um jogador que fez história, ganhou os títulos mais importantes da historia do clube e nunca perdeu dentro do Horto”, acrescentou o ídolo, que deu apenas um até logo para a Massa.

“Para a torcida do Galo, não é um adeus, é um ate breve porque vou continuar vindo aqui, visitando meus amigos. A torcida do Galo, para mim, é eterna e vou com eles até o fim. Para a torcida, o meu mais sincero muito obrigado, por todo o carinho que demonstraram por mim, a cada jogo, a cada dia.

O que vivi aqui nunca tinha vivido em nenhum outro clube. Estou emocionado e fico sem palavras para demonstrar todo o carinho que tenho por essa torcida. O momento mais emocionante foi quando tive o problema com a minha mãe e pensei em parar, então, por muitas coisas, o Galo é inesquecível para mim”, disse R10.


Ronaldinho revelou ter sentido que sua passagem no Galo seria vitoriosa logo que teve o primeiro contato com o presidente Alexandre Kalil.

“Começou quando conversei com o presidente, senti firmeza no cara e, para mim, ele é o cara. Senti que seria bem quisto e poderia dar a volta por cima em um grande clube”, contou.

Ronaldinho chegou ao Galo de maneira discreta. Antes que todos percebessem, ele já estava uniformizado e treinando na Cidade do Galo, que era sobrevoada por helicópteros. A mídia mundial voltava os olhares para Belo Horizonte.

E, como um meteoro, o craque caiu rapidamente nas graças da torcida. As grandes atuações, jogadas geniais, dribles desconcertantes, assistências precisas e golaços logo elevaram Ronaldinho à condição de ídolo da Massa.

Com a camisa alvinegra, Ronaldinho fez 28 gols em 88 jogos e conquistou os títulos da Copa Libertadores da América (2013), Campeonato Mineiro (2013) e Recopa Sul-Americana (2014), além de ter retornado à Seleção Brasileira.


Mas a recíproca também foi verdadeira. Ronaldinho sentiu-se em casa no Atlético, onde recuperou a boa forma e o desejo de jogar futebol. Teve na torcida o apoio necessário para superar momentos difíceis, como o problema de saúde que sua mãe, Dona Miguelina, enfrentou em 2012.


Na figura do presidente Alexandre Kalil, a quem trata por “papai” tamanha a relação de carinho existente entre eles, o camisa 10, que no Galo também vestiu o número 49, encontrou a liderança necessária para voltar a brilhar nas quatro linhas.

Atlético e Ronaldinho se completaram, fizeram bem um ao outro e o resultado foi um período extremamente vitorioso para ambos e uma parceria que será lembrada por toda a eternidade.

Fotos: Bruno Cantini / Atlético

 

terça-feira, 29 de julho de 2014

Conheça o portal Saúde Baseada em Evidências

   

Os profissionais de saúde contam com um grande aliado: o Portal Saúde Baseada em Evidências.
Ferramenta de educação permanente totalmente gratuita, o portal é uma iniciativa da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
Com foco principal na atenção básica, o Saúde Baseada em Evidências reúne diversas bases de dados que funcionam como uma consulta a uma segunda opinião para contribuir no trabalho dos profissionais de saúde.
O cadastro é rápido. Basta acessar o site periodicos.saude.gov.br e preencher formulário com dados pessoais e o número do registro profissional.
O Portal é uma ferramenta de referência clínica baseada em evidências que democratiza as condições de acesso dos trabalhadores em saúde, nas suas diversas áreas de atuação, a conteúdos cientificamente fundamentados na perspectiva de melhor atender à população.
“O Portal é mais uma ferramenta, como Telessaúde, UNA-SUS e cursos de pós-graduação, colocada à disposição dos profissionais do SUS para que eles continuem se aperfeiçoando e se reciclando. Assim, o profissional, em especial da atenção primária, pode utilizar o portal Saúde Baseada em Evidências para se atualizar nas mais diversas áreas sem precisar se deslocar”, afirma o Coordenador-Geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde, Aldiney José Doreto.

Médicos, enfermeiros e demais profissionais ligados à área da saúde costumam comprar bases de dados para auxiliar no seu trabalho. “O que o Ministério da Saúde fez foi comprar várias bases de dados na área da saúde e disponibilizar gratuitamente aos profissionais”, afirma Anna Carolina Alencar, consultora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério.
Com conteúdos disponíveis em português, inglês e espanhol nas 14 áreas de saúde, a busca no portal pode ser feira por bases individuais ou dentro de áreas específicas, como diagnósticos, tratamentos, prevenção, interações medicamentosas, fatores de risco, guias de cuidado, entre outros. Além disso, o Saúde Baseada em Evidências oferece treinamentos online disponibilizados pelas próprias editoras.
De acordo com o Coordenador-Geral, o Portal traz as mais recentes produções científicas em saúde de forma rápida e organizada, apresentando aos profissionais um compilado de informações já processadas. “Com o Portal, o médico, enfermeiro, fisioterapeuta não precisa ler tudo o que foi produzido na área. Essa ferramenta já apresenta os melhores resultados para a condução do caso, com o que há de mais moderno, aceito e preconizado em todo o mundo”, destaca Doreto. Para o paciente, isso significa um atendimento melhor, mais atualizado, seguro e eficaz.
O Portal – As melhores evidências científicas estão disponíveis em 13 bases de dados, sendo elas: Access Emergency Medicine, Access Medicine, Accesses Phisioterapy, Atheneu, Best Practice, BMJ Learning, BVS Atenção Primária, DynaMed (EBSCO), Micromedex 2.0, ProQuest Hospital Collection (Family Health, Health Management Information, Nursing & Allied Health Source information, Psychology Journals), Revealed Anatomy Phisiology, Rebrats.
Como o objetivo da plataforma é a utilização no ambiente de trabalho, algumas bases do Portal, como BMJ Best Practice e o DynaMed, estão disponível para acesso móvel através de smartphones e tablets. Nesse formato os conteúdos podem ser acessados tanto online quanto offline.

O Ministério da Saúde e a CAPES lançam o Portal Saúde, uma plataforma online que disponibiliza a aplicação Periódicos, destinada à profissionais e pesquisadores em Saúde. O conteúdo da base Periódicos está disponível apenas para profissionais de saúde vinculados aos respectivos conselhos profissionais. O portal contém conhecimento baseado em evidência, cobrindo as seguintes especialidades em Saúde: Medicina, Nutrição, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Saúde Coletiva, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Portal da Saúde: página inicial
Portal da Saúde: página inicial
Com o objetivo de fornecer acesso rápido ao conhecimento científico por meio de publicações atuais e sistematicamente revisadas, as informações, provenientes de evidências científicas, são utilizadas para apoiar a prática clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do cuidado tão necessários aos profissionais da saúde.
O conteúdo da aplicação Periódicos está condensado em um portal que engloba várias bases de dados, a saber:
  • Access – Emergency Medicine: oferece grande conteúdo confiável ligado a Medicina de Emergência. Permite consultas rápidas em informações de diagnósticos e tratamento;
  • Access – Medicine: com acesso rápido e direto as informações necessárias para conclusões de avaliações, diagnósticos e decisões clínicas. Disponibiliza milhares de imagens ilustrativas;
  • Access Physiotherapy: dedicada ao estudo, instrução e prática da Fisioterapia, oferece conteúdo de livro destacados na área. Contém vídeos, imagens e ilustrações;
  • Atheneu: engloba a área das Ciências da Saúde como um todo, em especial Farmacologia, Ciências Farmacêuticas, Toxicologia. Em Medicina, cobre também Alergia Imunologia, Oncologia, Neurologia, Cardiologia, Química Medicinal e descoberta de drogas;
  • BestPractice: oferece informações detalhadas de como fazer diagnósticos, incluindo testes, diagnósticos diferenciais e diretrizes. O sistema oferece apoio à decisão clínica usando dados do paciente;
  • BMJ – Learming: é o principal recurso de aprendizagem on-line internacional para profissionais da área médica. Vasto conteúdo interativo de aprendizagem baseado em evidências;
  • BVS – Atenção Primária à Saúde: faz a gestão da informação científica e técnica relacionada à atenção primária à saúde e as Redes de Atenção além das produções do programa Telessaúde Brasil Redes;
  • DynaMed: uma espécie de enciclopédia médica, fornece tópicos médicos com interface organizada por temas e com atualização periódica constante. É uma ferramente de referência clínica para uso no local de tratamento, criada por médicos para médicos;
  • Embase – Biomedical Answers: aborda todas as fases de fabricação de medicamentos, legislação internacional e normas de segurança de medicamentos, farmacovigilância e farmacoeconomia. Também oferece tesauros da área;
  • Micromedex 2.0: acesso a dois módulos, o primeiro, Diseasedex - Emergency Medicine, apresenta dados e informações para as primeiras 72 horas de uma emergência médica, com suporte à vida, tratamentos e apresentação clínica. O segundo, Diseasedex - General Medicine, engloba o período posterior as primeiras horas de emergência como prevenções, sintomas e complicações;
  • ProQuest – Hospital Collection:  formada por um conjunto de bases de dados com cobertura na área da Ciência da Saúde, Medicina e sua especialidades, conta com cobertura desde 1986 até a presente data. Inclui a ferramenta de cálculo e análise de estatísticas de medicina baseada em evidência, Medical Evidence Matters, que permite avaliar opções terapêuticas para condições médicas conhecidas;
  • Revealed – Anatomy Physiology: ferramenta de estudo da anatomia humana através da dissecação cadavérica e de uso de conceitos relevantes em fisiologia, com slide, animações bem como perguntas e respostas;
  • Rebrats: busca promover e difundir a área da Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS) no Brasil. A rede estabelece a ponte entre pesquisa, política e gestão, fornecendo subsídios para decisões de incorporação, monitoramento e abandono de tecnologias no contexto de suas utilizações nos sistemas de saúde.
Para usufruir dos recursos deste portal, o profissional deve seguir os passos abaixo:

1- Acesse o link direto da aplicação.
Periódicos Portal da Saúde: página inicial
Periódicos Portal da Saúde: página inicial
2- Se for cadastrado, acesse o sistema, caso não for, clique em “cadastro de novo usuário”

Periódicos Portal da Saúde: Acesso ao sistema e/ou cadastro de novo usuário
Periódicos Portal da Saúde: Acesso ao sistema e/ou cadastro de novo usuário
Em caso de dúvidas sobre o acesso ao sistema ou sobre processo de cadastro, entrar em contato com o Disque Saúde no telefone 136 e discar a opção relativa aos Sistemas do Ministério da Saúde ou enviar um email para periodicos@saude.gov.br.
Por enquanto, o Portal Periódicos está restrito apenas para profissionais da saúde com registro no conselho profissional, todavia há uma futura expansão destes serviços para bibliotecas cadastradas, o meio acadêmico e para usuários comuns, mas ainda sem previsão.

O "mercado", que toca o terror na eleição, quebrou o mundo

Por Bob Fernandes

Bob Fernandes / O "mercado", que toca o terror ... - YouTube


 

O “mercado” não quer Dilma. Isso está nas manchetes há dias, semanas. A Bolsa sobe ou cai a depender de pesquisas que mostram Dilma em baixa ou em alta.

E não só pelos erros do governo Dilma. Em 2002, em pleno governo Fernando Henrique, o “mercado” fez terror com a hipótese da vitória de Lula. Qual foi o resultado daquele terror todo?

Basta conferir num site de buscas.

O governo Fernando Henrique terminou melancólico, com dólar a quase R$ 4, risco-país acima de 4 mil pontos, e inflação de 12, 53% ao ano.

Sobre qualquer assunto que tenha algo a ver com economia, largos setores da mídia dão voz preferencial e, a depender da mídia muitas vezes única, a “especialistas” do “mercado”.

O que é o tal “mercado”? É o sistema de bancos e demais instituições financeiras.

Assim sendo, vale lembrar os custos da crise criada no e pelo “mercado” e que explodiu em 2008. Mark Anderson, ex-chefe da Standart and Poor’s, o homem que rebaixou a nota de crédito dos EUA, diz que o custo final da crise mundial é de US$ 15 trilhões.

Estima-se que hoje o chamado “mercado de derivativos” seria de US$ 1,2 quatrilhão. Isso é 20 vezes todo o PIB do mundo. Ou seja, é só ficção. É “dinheiro” de mentira. Isso existe apenas como alavanca para quem pilota o tal “mercado” acumular ainda mais fortuna. Com grandes riscos para o próprio sistema financeiro. Nem se diga para os demais pobres mortais.

Relatório da ONG britânica Oxfam informa: 85 pessoas das 7 bilhões e 200 milhões da Terra têm patrimônio igual à metade da população do mundo.

O 1% mais rico do mundo tem US$ 110 trilhões. O que é 65 vezes mais do que tudo que tem metade da população mundial. No Brasil, apenas 4 dos bancos tiveram lucro líquido de R$ 50 bilhões em 2013.

Isso é mais do que a soma do PIB de 83 países no mesmo ano passado. Isso é o tal “mercado”.

O resto é conversa mole e disputa pelo Poder.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

"Parem, por favor", pede Papa em nome da paz

O papa Francisco fez um apelo emocionado pela paz neste domingo durante seu discurso semanal de Angelus na Praça de São Pedro; afirmando que seus pensamentos estavam no Oriente Médio, no Iraque e na Ucrânia, o papa pediu de forma emocionada o fim dos conflitos "Parem, por favor! Eu lhes peço de coração, está na hora de parar. Parem, por favor!"; pedido foi feito poucas horas após a trégua humanitária na Faixa de gaza ter sido quebrada.

O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://www.estadao.com.br/noticias/geral,parem-por-favor-diz-papa-francisco-em-apelo-pela-paz,1534766
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Pope Francis waves as he delivers his Sunday Angelus prayer from the window of the Apostolic Palace in Saint Peter's Square at the Vatican July 27, 2014.  REUTERS/Alessandro Bianchi


Reuters - O papa Francisco fez um apelo emocionado pela paz neste domingo durante seu discurso semanal de Angelus na Praça de São Pedro.
Quando o pontífice argentino encerrava o seu discurso habitual para os fiéis, ele falou sobre o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, que está se aproximando, e disse que seus pensamentos estavam no Oriente Médio, no Iraque e, especialmente, na Ucrânia.
Com a voz aparentemente emocionada, o papa saiu do script do seu discurso, para fazer um apelo direto pelo fim dos combates. "Parem, por favor! Eu lhes peço de coração, está na hora de parar. Parem, por favor!"
Embora ele não tenha feito nenhuma referência direta à situação na Faixa de Gaza, os comentários vieram depois que uma trégua humanitária foi quebrada neste domingo com a retomada dos combates, em que mais de mil pessoas, a maioria civis, incluindo dezenas de crianças, foram mortas.
"Irmãos e irmãs, nunca a guerra, nunca a guerra", disse ele. "Estou pensando principalmente nas crianças que estão sendo privadas da esperança de uma vida digna, de um futuro", acrescentou.
"Crianças mortas, crianças feridas, crianças mutiladas, crianças órfãs, crianças cujos brinquedos são coisas que sobraram da guerra, crianças que não conseguem mais sorrir", disse ele.

sábado, 26 de julho de 2014

Os humoristas de Israel: os anões fora-da-lei, por Rodrigo Vianna

 


A goleada israelense

por Rodrigo Vianna
 
A cultura judaica já produziu bons comediantes. Alguns associam o humor a reflexões existenciais, sendo capazes de rir de si próprios - como Woody Allen.
O porta-voz do Estado israelense parece ser herdeiro de um outro tipo de humor. Em vez de rir de si próprio, prefere transformar em piada o assassinato de milhares de mulheres e crianças palestinas na faixa de Gaza.
Palmor: quem é o anão fora-da-lei?
A nota do governo brasileiro, que condenou de forma veemente o ataque brutal a Gaza e apontou o uso “desproporcional” da força por parte do governo israelense, fez com que o porta-voz Yigal Palmor manifestasse toda sua veia humorística: “desproporcional é perder de 7 a 1″, disse.
Israel já havia chamado o Brasil de “anão diplomático” e “politicamente irrelevante”, recebendo a justa resposta de  Marco Aurelio Garcia (que você pode ler aqui, na íntegra):
“É evidente que o governo brasileiro não busca a “relevância” que a chancelaria israelense tem ganhado nos últimos anos. Menos ainda a “relevância” militar que está sendo exibida vis-à-vis populações indefesas.  Como temos posições claras sobre a situação do Oriente Médio – reconhecimento do direito de Israel e Palestina a viverem em paz e segurança – temos sido igualmente claros na condenação de toda ação terrorista, parta ela de grupos fundamentalistas ou de organizações estatais.”
Freud (assim como Marx e Darwin, outros gênios que ajudaram a Humanidade a compreender melhor sua aventura – e suas desventuras – nesse Planeta) era judeu. Freud foi pioneiro em apontar atos falhos e piadas ditas assim, de forma “impensada”, como indicadores do que anda pelo inconsciente das pessoas. Quem tiver curiosidade sobre o tema pode consultar “Os chistes e sua relação com o inconsciente”, um clássico publicado pela primeira vez em 1905 (Freud, diga-se de passagem,  não era entusiasta do projeto de um Estado judeu, que àquela época começava a ganhar apoio na Viena onde vivia).

Ao comparar a morte de milhares de inocentes em Gaza com a goleada sofrida pelo Brasil na Copa, o lamentável porta-voz faz o mundo compreender: para o Estado de Israel, a guerra é um jogo. É isso o que o senhor Yigal Palmor deixou escapar. Fez uma piada e com ela revelou-se ao mundo. Ótimo!

O porta-voz aplicou uma goleada mental em si mesmo. E fez Israel levar uma outra surra na batalha de comunicação.

No cálculo do número de mortos, claro, não há dúvida de que os palestinos estão perdendo de goleada.  Mas isso não é um jogo. É uma tragédia humanitária e política – tão grave quanto quanto os “pogroms” contra judeus no século XIX, ou o apartheid sul-africano no século XX.

Aos olhos do mundo, é Israel quem se transforma em anão. Um anão moral. E que tem entre seus altos funcionários, além de tudo, péssimos humoristas.

Isolado, acostumado a ser o amigo preferido do menino fortão da rua (EUA), o Estado de Israel vê sua imagem se desmanchar perante o mundo.

No Brasil, setores da imprensa e jornalistas/apresentadores/comentaristas que costumam se reunir às escondidas com representantes da diplomacia dos Estados Unidos, alinham-se agora com os piadistas israelenses. Também são anões. Usam globos, cbns e outras concessões públicas para defender um estado fora-da-lei, o Estado de Isarel.

Pode demorar um ano, cinco anos, cinco décadas. Mas os anões fora-da-lei serão derrotados. No Brasil e no Oriente Médio.

 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

PML: Israel teve postura ¨insolente¨ do ponto de vista histórico



247 - O colunista Paulo Moreira Leite classifica como "disparate", "absurda" e "insolente" do ponto de vista histórico a reação da chancelaria israelense, que chamou o Brasil de "anão diplomático". O jornalista relembra a atuação do diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, fundamental na ONU para a criação do Estado de Israel. Leia abaixo:

DISPARATE ISRAELENSE

Ao dizer que Brasil é "anão diplomático" porta-voz da chancelaria de Israel esconde papel brasileiro na fundação de Israel

A reação de um porta-voz da chancelaria do governo de Benjamin Netanyaou à notas de repúdio do governo brasileiro diante do massacre de Gaza reflete uma reação insolente, pela diplomacia, e absurda, do ponto de vista histórico.

Definir o Brasil – e qualquer outro país – como "anão diplomático" é um gesto mal educado em qualquer caso mas puro delírio nas relações entre Israel e Brasil.

Isso porque a delegação brasileira presente a Conferência da ONU em San Francisco, em 1948, teve um papel importante na decisão que permitiu a partilha da Palestina, medida que deu origem ao Estado Judeu.

Vamos recapitular o que houve. Encarregado de presidir a sessão da ONU, entidade então em seus rascunhos, o antigo chanceler Oswaldo Aranha, um dos homens fortes durante a maior parte do governo Vargas, foi a San Francisco como chefe da delegação brasileira. Estávamos no governo de Eurico Dutra, bastante alinhado com os Estados Unidos.

Em San Francisco, Aranha fez um levantamento prévio das preferências entre os países presentes. Descobriu que a partilha da Palestina, que o Brasil apoiava, não reunia o mínimo de 2/3 de votos necessários para ser aprovada. Atuando em sua própria lógica, os soviéticos de Josef Stalin apoiavam Israel porque ajudava a prejudicar os inglêses. Os norte-americanos tinham alguma simpatia pela ideia, mas não podiam assumir um alinhamento aberto. Aranha fez, então, uma pequena manobra diplomática.

Adiou a decisão, dando tempo para que os aliados de Israel conquistassem os votos necessários. Foi assim que os israelenses venceram e a ideia de instalar um Estado de fora para dentro numa terra habitada, há pelo menos dois mil anos, por uma população árabe, foi aprovada. A noção de dar uma terra sem povo para um povo sem terra, uma das frases mais absurdas do marketing político mundial – mesmo com a imigração massiva promovida por entidades sionistas nas décadas anteriores a demografia do lugar apresentava dois árabes para cada judeu – ganhou legitimidade internacional. O prestígio de Oswaldo Aranha entre a comunidade israelense tornou-se gigangesto, a ponto de seu nome virar nome de rua em Tel Aviv.

Pesquisas nos arquivos do Itamaraty vieram a demonstrar, décadas depois, que no final da década de 1930 Aranha foi um dos responsáveis pela postura anti-judeus da política de imigração que o governo brasileiro assumiu durante a maior parte da Segunda Guerra. Ainda que na prática tenha ocorrido – por vias legais e também pelo contrabando – uma imigração judaica muito maior do que os textos escritos sugerem, não faltam ordens e resoluções assinadas por Aranha que envergonham quem as lê. Mesmo considerando que refletem um mundo no qual noções de hierarquia racial faziam parte da ideologia vigente, são inaceitáveis.

Mas, em 1948, ele assumiu outra postura, viabilizando um projeto que o movimento sionista buscava desde 1897. Ao contrário do que disse o porta-voz do governo de Israel, que chegou a lembrar a derrota de 7 a 1 para a Alemanha na Copa!, foi, do ponto de vista israelense, um gesto de gigante.
A reação disparatada, 66 anos depois, só não é estranha porque faz parte do comportamento dos governantes israelenses há muito tempo. Ajuda, no plano externo, a evitar a discussão que interessa: a necessidade de interromper um novo ataque brutal a população palestina, massacrada numa região de onde não pode sequer escapar. A nota do governo brasileiro lembra, corretamente, os direitos da população palestina, atacada cotidianamente.

Também ajuda a estimular o nacionalismo judaico, um elemento importante na política israelense desde sempre.

Já em 1949, o drama dos refugiados palestinos – milhares foram retirados e expulsos de suas casas e conduzidos até a fronteira – tornou-se um assunto da diplomacia internacional.

Interessado em encontrar uma saída negociada, o governo do presidente americano Harry Truman mostrou-se decepcionado com a postura de Israel, que não exibia a menor disposição de encontrar uma saída satisfatória para a situação. Fazendo uma analogia dramática, mas que seria usada com frequencia pelos críticos e adversários de Israel nos anos seguintes, Truman usou um emissário para informar Ben Gurion, ministro da Defesa de Israel e seu patrono, para registrar uma mudança em sua visão do problema naquela região que ia muito além de uma simples querela diplomática. Truman mandou dizer que "agora estava inclinado a apoiar os árabes, da mesma forma que anterioramente havia suportado a causa sionista porque tinha simpatia com com os refugiados judeus, sobreviventes do Holocausto." ("1949 – the first israelis," de Tom Segev, página 35 e seguintes).

O mesmo Tom Segev, historiador registra a reação de Ben Gurion a mensagem do presidente dos EUA. Em seu diário, Ben Gurion sustenta que Israel foi criado por conta própria e não deve satisfação a ninguém – nem a aliados internacionais, nem a ONU. "O Estado de Israel não foi estabelecido como consequencia da resolução da ONU," escreve ele. Mais adiante: "a América não levantou um dedo para nos salvar..." Ainda: "não existem refugiados – mas combatentes que querem nos destruir (...) nos exterminar uma segunda vez." E ainda: "nossa autopreservação é mais importante para nós do que a obediência" aos Estados Unidos.

O que se construiu, ao longo dos anos seguintes, foi uma visão mitológica de Israel, avalia o estudioso Geoffrey Wheatcroft, no livro "The Controversy of Zion." Analisando um histórico que envolveu várias formas de perseguição, como progroms na antiga Russia, sem falar no Holocausto, Wheatcroft lembra que "é claro que Israel deu aos judeus um novo sentido de orgulho e auto-respeito." Mas adverte: "sem apoio do Ocidente, Israel não poderia sobreviver." Investigando essa contradição, Wheatcroft lembra duas questões. Se o nacionalismo judaico ajudou a emancipar os judeus como homens "donos de seu destino", a criação de Israel se fez na "dependência e generosidade" norte-americana, situação que ajuda a compreender traços que define como "paranóicos" no discurso político israelense.

Há um aspecto curioso nessa dependência em relação aos Estados Unidos, contudo. Envolve uma ajuda militar entre 3 e 5 bilhões de dólares por ano mas não pode ser descrita como uma clássica relação do tipo metrópole-colonia. Os interesses israelenses tem uma presença descomunal na política interna norte-americana.

Desde a guerra pelo Canal de Suez, em 1957, quando mostrou sua importância para enfrentar a resistência dos países árabes, Israel tornou-se a nação amiga dos países ocidentais numa região hostil a exploração imperial do petróleo. Este é seu papel e sua função geopolítica. Mas, se Harry Trumann já havia encontrado problemas com a política de Israel em relação aos vizinhos, o republicano Dwight Einsenhower também encontrou os seus. Explorando a divisão de poderes, lobistas israelenses fizeram uma fortaleza no Congresso americano, graças a um sistema político favorável a intervenção de grandes interesses. Não só não há limites para contribuições privadas em eleições.

Também não há verbas públicas para o funcionamento de gabinetes dos parlamentares, que dependem, assim, de amizades endinheiradas para pagar assessores – oferecidos pelas grandes empresas – para tocar boa parte de seus gabinetes. O saldo é que os lobistas de Israel tem a maior organização de Washington, e só perdem para a NRA, a associação dos fabricantes de armas. Embora a população judia dos Estados Unidos represente pouco mais de 2,2% da população, seus lobistas têm 50 milhões de dólares por ano para gastar. Na década passada, venceram por 60 a 0 uma disputa no Senado. Conforme um levantamento da insuspeita revista Economist, sua única derrota relevante ocorreu na década de 1950. Naquela época, o secretário John Foster Dulles, chegou a dizer, ironicamente, que não se considerava inimigo dos judeus "mas não podemos ter nossas políticas feitas em Jerusalém."

A historiadora brasleira Arlene Clemesha já registrou que os Estados Unidos usaram seu poder de veto mais de 40 vezes para impedir a aprovação de resoluções desfavoráveis a Israel no Conselho de Segurança da ONU. Ela lembra:
"Por que duvidar que a manutenção do conflito israelo-palestino não seja do interesse dos Estados Unidos? Lobistas em Washington pouco poder teriam se suas posições não estivessem em frequente acordo com interesses dos sucessivos governos norte-americanos."

Esta é a questão. Falar em anões é só um disfarce.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Rei da América: Galo é campeão da Recopa Sul-Americana 2014

Do site oficial do Atlético:

Clube é o atual detentor do título de duas das três competições promovidas pela Conmebol.
A galeria de troféus do Galo ganhou uma nova e ilustre integrante: a taça da Recopa Sul-Americana.

Na noite desta quarta-feira, diante de mais de 54 mil torcedores no Mineirão, o Atlético venceu o Lanús por 2 a 0 na prorrogação, depois de perder por 3 a 2 no tempo normal,  e conquistou o título da competição continental.



No tempo normal, os gols atleticanos foram marcados por Diego Tardelli, que fez história marcando o seu centésimo gol com a camisa alvinegra, e Maicosuel. Ayala, Santiago Silva e Acosta fizeram os gols argentinos.

Na prorrogação, Gustavo Gómez e Ayala, ambos contra, fizeram os gols do Galo.

No jogo de ida, disputado no Estádio La Fortaleza, em Lanús, Buenos Aires, na Argentina, o Atlético venceu por 1 a 0, com gol de Diego Tardelli.


A Recopa Sul-Americana 2014 é o segundo título internacional do Atlético no período de um ano, uma vez que o clube venceu a Copa Libertadores da América no dia 24 de julho de 2013.

O Galo também é bicampeão da Copa Conmebol (1992 / 1997), competição equivalente à atual Copa Sul-Americana.

O presidente Alexandre Kalil comemorou mais uma conquista internacional inédita à frente do Atlético.


“Fico muito feliz por ter dado para a torcida do Atlético mais essa alegria e por ter colocado, como presidente, mais essa taça importante dentro da galeria do Atlético”, declarou o presidente.
Esta foi a 22ª edição da Recopa Sul-Sul-Americana, que é disputada anualmente entre os campeões da Copa Libertadores da América (Atlético) e Copa Sul-Americana (Lanús).

O Alvinegro volta a campo neste domingo para enfrentar o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O JOGO


Na primeira boa oportunidade atleticana, Emerson Conceição recebeu passe de Ronaldinho pela esquerda, foi à linha de fundo e cruzou na tentativa de encontrar Diego Tardelli na segunda trave, mas a defesa argentina conseguiu fazer o corte.

Aos cinco minutos, Ronaldinho cobrou escanteio pela direita, Leonardo Silva subiu mais alto que a defesa, cabeceou e Ayala cometeu pênalti ao colocar o braço na bola.

Com a categoria de sempre, Diego Tardelli fez a cobrança no canto direito do goleiro e abriu o placar no Mineirão. A Massa Atleticana fez a festa com o atacante, que marcou o seu centésimo gol com a camisa alvinegra e foi erguido por Ronaldinho Gaúcho: Galo 1 x 0.

Foto: Bruno Cantini / Atlético
Foto: Bruno Cantini / Atlético

Aos 8 minutos, o Lanús empatou com Ayala, em chute forte da entrada da área. Aos 16, Maicosuel aproveitou a sobra de bola e concluiu para a defesa do goleiro Marchesín.



Santiago Silva fez o segundo gol da equipe argentina aos 25 minutos. Mas a reação atleticana veio 12 minutos depois, com Maicosuel, aproveitando cruzamento de Marcos Rocha pela direita: 2 x 2.

Foto: Bruno Cantini / Atlético
Foto: Bruno Cantini / Atlético

O Galo quase conseguiu a virada aos 43 minutos, quando Emerson Conceição foi à linha de fundo pela esquerda e cruzou para Jô cabecear e exigir boa defesa de Marchesín.

SEGUNDO TEMPO

O Atlético voltou do intervalo sem alterações e levou perigo pela primeira vez no chute de fora da área de Pierre.

Aos seis minutos, Ronaldinho recebeu grande passe de Diego Tardelli na grande área, tirou do goleiro e o zagueiro Braghieri conseguiu evitar o gol.


Aos 17 minutos, Marcos Rocha fez desarme providencial sobre Santiago Silva em lance pela esquerda do ataque argentino. Aos 19, Ronaldinho foi substituído por Luan.

O terceiro gol alvinegro quase saiu aos 24 minutos, em chute de fora da área de Diego Tardelli, defendido por Marchesín. Aos 32, foi a vez de Maicosuel deixar o campo para a entrada de Guilherme.

Aos 36 minutos, depois de boa troca de passes na intermediária, Jô cruzou rasteiro pela direita e a zaga do Lanús conseguiu interceptar.

O time argentino também levava perigo, proporcionando um grande jogo no Mineirão. Aos 43 minutos, Tardelli foi substituído por Dátolo.

Aos 46, Acosta fez o terceiro gol do Lanús, levando a final para a prorrogação.

PRIMEIRO TEMPO DA PRORROGAÇÃO
Aos dois minutos, após escanteio pela esquerda, o cabeceio de Réver explodiu no travessão.
O Lanús respondeu na cobrança de falta de Ayala e a bola saiu à direita do gol de Victor.
Aos nove minutos, Emerson Conceição cruzou pela esquerda e o goleiro Marchesín fez a defesa.
Aos 12 minutos, Luan incendiou o Mineirão ao forçar um gol contra argentino. O atacante avançou pela esquerda, tentou o cruzamento e a bola foi para a rede depois de desviar em Gustavo Gomez.

Foto: Bruno Cantini / Atlético
Foto: Bruno Cantini / Atlético
SEGUNDO TEMPO DA PRORROGAÇÃO

O Galo teve a primeira chance na cobrança de escanteio de Dátolo, cortada pela defesa do Lanús.
Aos quatro minutos, Luan recebeu grande lançamento de Guilherme e tentou o cruzamento rasteiro, mas a zaga argentina fez o corte.

Aos seis minutos, Ayala fez gol contra de cabeça: Galo 2 x 0. Aos 14 minutos, Victor fez duas grandes defesas em sequência, assegurando o resultado que deu ao Galo mais um título internacional.


FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO  (2) 2 x 3 (0) LANÚS
Motivo:
Recopa Sul-Americana – Final – Jogo de volta
Data: 23/07/2014
Estádio: Mineirão
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Gols: Diego Tardelli (6′), Ayala (8′), Santiago Silva (25′), Maicosuel (37′), Acosta (93′); Gustavo Gomez (12′ P (C)), Ayala (21′ P (C))
Público pagante:
54.786
Renda:
R$ 5.732.930,00
Árbitro: Roberto Silvera (URU)
Auxiliares:
Miguel A. Nievas (URU) e Nicolas Taran (URU)
Cartões amarelos: Diego Tardelli, Pierre, Réver (Atlético); Victor Ayala, Leandro Somoza, Diego González, Acosta, Diego Braghieri, Gustavo Gómez (Lanús)
Cartão vermelho: Acosta (Lanús)

Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho (Luan) e Diego Tardelli (Dátolo); Maicosuel (Guilherme) e Jô. Técnico: Levir Culpi.
Lanús
Agustín Marchesín; Carlos Araujo (Lucas Melano), Gustavo Gómez (Oscar Benítez), Diego Braghieri e Maximiliano Velázquez; Diego González, Leandro Somoza, Jorge Ortiz (Pasquini) e Víctor Ayala; Santiago Silva e Acosta. Técnico: Guillermo Barros Schelotto.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Galeano: pouca Palestina resta. Pouco a pouco, Israel está apagando-a do mapa

Carta Maior:
Por Eduardo Galeano



Para justificar-se, o terrorismo de Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo os seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem sequer respirar sem autorização. Têm perdido a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes. Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se numa ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou legitimamente as eleições em 2006. Algo parecido tinha ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador.

Banhados em sangue, os habitantes de El Salvador expiaram a sua má conduta e desde então viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem. São filhos da impotência os rockets caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desleixada pontaria sobre as terras que tinham sido palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à orla da loucura suicida, é a mãe das ameaças que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está a negar, desde há muitos anos, o direito à existência da Palestina. Já pouca Palestina resta. Pouco a pouco, Israel está a apagá-la do mapa.

Os colonos invadem, e, depois deles, os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o despojo, em legítima defesa. Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel engoliu outro pedaço da Palestina, e os almoços continuam. O repasto justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita. Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, o que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, o que escarnece das leis internacionais, e é também o único país que tem legalizado a tortura de prisioneiros.
 
Quem lhe presenteou o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está a executar a matança em Gaza? O governo espanhol não pôde bombardear impunemente o País Basco para acabar com a ETA, nem o governo britânico pôde arrasar Irlanda para liquidar a IRA. Talvez a tragédia do Holocausto implique uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde vem da potência 'manda chuva' que tem em Israel o mais incondicional dos seus vassalos? O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis chamam-se danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais.

Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são meninos. E somam milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está a ensaiar com êxito nesta operação de limpeza étnica. E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Por cada cem palestinos mortos, um israelita. Gente perigosa, adverte o outro bombardeamento, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a achar que uma vida israelense vale tanto como cem vidas palestinianas. E esses meios também nos convidam a achar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada comunidade internacional, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos assumem quando fazem teatro? Ante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial destaca-se uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade. Ante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos.

A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma ou outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um costume europeu, mas desde há meio século essa dívida histórica está a ser cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão a pagar, em sangue, na pele, uma conta alheia.

(*) Artigo publicado no Sin Permiso.

Tradução de Mariana Carneiro para o Esquerda.net.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Aécio aposta em alinhamento com EUA; Dilma, em visão 'multilateral' de mundo




Jornal GGN:
Por Cíntia Alves

Uma breve análise dos programas de governo que ambos os postulantes à Presidência apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral é suficiente para concluir que a política externa brasileira pode continuar seguindo a lógica dos acertos preferenciais com países emergentes ou mudar de rumo e priorizar associações a potencias econômicas lideradas pelos Estados Unidos. Dependerá do resultado das urnas.

A partir da página 56, o programa de governo de Aécio Neves, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, versa sobre o assunto reforçando as diretrizes já conhecidas do PSDB. A ideia principal é “reavaliar as prioridades” para o desenvolvimento do Brasil (classificado pelo lado tucano, aliás, como um país “isolado” nas "negociações comerciais interessantes").

Na proposta de Aécio, o Itamaraty ganhará mais poder de decisão na formulação da nossa política externa. “Ao mesmo tempo, serão garantidos o contínuo aprimoramento de seus quadros e a modernização da sua gestão”, promete o candidato.

A Ásia, na visão do bloco tucano, terá mais atenção do governo brasileiro, “em função de seu peso crescente”, além, de claro, os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, “pelo acesso à inovação e tecnologia”. 

O grupo de Aécio propõe o “reexame das políticas seguidas [durante os últimos anos de administração petista no plano federal] no tocante à integração regional para, com a liderança do Brasil, reestabelecer a primazia da liberalização comercial”.

O texto ainda classifica o Mercosul como um grupo “paralisado e sem estratégia”, e afirma que é preciso “recuperar seus objetivos iniciais e flexibilizar suas regras a fim de poder avançar nas negociações com terceiros países”.


Já o programa de governo da presidente Dilma deixa claro que o princípio é priorizar os vizinhos no fomento do comércio e na integração produtiva. “A prioridade à América do Sul, América Latina e Caribe se traduzirá no empenho em fortalecer o Mercosul, a Unasul e a Comunidade dos Países da América Latina e Caribe, sem discriminação de ordem ideológica", sustenta.

Na visão da ala petista, “a importância dada aos países do sul do mundo, que tem expressão concreta nos BRICS, não significa desconsiderar os países desenvolvidos. Ao contrário: é de grande relevância o relacionamento com os Estados Unidos, por sua importância econômica, política científica e tecnológica". O mesmo vale para a União Europeia e o Japão.

Porém, Dilma promete intensificar as relações com a África, asiáticos e com a China, além de afastar o fantasma do Estado que se sobrepõe ideologicamente a outras nações. “Nossa presença no mundo será marcada pela defesa da democracia, pelo princípio de não-intervenção e respeito à soberania", diz o programa.

Por fim, a candidata à reeleição reafirma que a “visão multilateral do mundo nos conduz e conduzirá a lutar pela reforma dos principais organismos internacionais, como a ONU, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, entre outros, cuja governança hoje não reflete a atual correlação de forças global.”

O programa de governo do presidenciável Eduardo Campos (PSB), terceiro colocado na disputa, não apresenta um campo específico sobre política externa.