sábado, 5 de dezembro de 2015

Sociedade dos Poetas Mortos: a importância da educação para provocar reflexão sobre a vida



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8 de jul de 2015 - Vídeo enviado por Orhan Budak
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Planeta Educação:
 Por João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

O professor John Keating entra na sala de aula assobiando, é o primeiro dia do ano letivo, passa pelos alunos e desperta olhares curiosos, encaminha-se para uma outra porta, de saída para o corredor, todos seus pupilos ainda estão de sobreaviso, curiosos e sem saber o que fazer. Keating olha para eles e faz um sinal, pedindo que os estudantes o acompanhem. Todos chegam a uma sala de troféus da escola, onde ao fundo podem ser vistas fotos de alunos, remontando ao início do século, fazendo-nos voltar ao começo das atividades da escola. Pede-se silêncio e, que a atenção de todos volte-se para os rostos de todos aqueles garotos que freqüentaram aquela tradicional instituição de ensino em outros tempos.
O que aconteceu com eles? Para onde foram? O que fizeram de suas vidas? Suas vidas valeram a pena? Perguntas como essas são lançadas aos alunos. Muitos ainda sem saber o que estariam fazendo ali, afinal, não era para estarmos estudando literatura inglesa e norte-americana?
Desconforto e desconserto. O personagem do professor Keating, vivido pelo eclético e versátil (além de extremamente talentoso) Robin Williams, conseguiu o que queria. Deixou seus alunos em dúvida. Iniciou seu relacionamento com eles tentando demovê-los de sua passividade, provocando-os a uma reflexão sobre a vida. Afinal, será que estamos fazendo valer nossa existência? "Carpe Diem", ou seja, aproveitem suas vidas, passou a ser como uma regra de ouro a partir de então para alguns de seus alunos, afinal, vejam o exemplo daqueles que já estiveram por aqui (retratados nessas fotografias esmaecidas, amareladas) e pensem se vocês querem que o tempo passe e vocês venham a se tornar "comida de vermes" em seus caixões sem que nada do que tenham feito por aqui tenha repercutido (como, acreditem, muitos desses jovens das fotografias o fizeram, deixando passar a vida sem perceber a riqueza contida na mesma).
Para fazer com que suas existências tenham valor vocês devem viver com intensidade cada dia que lhes é dado, cada momento que lhes é concedido, cada experiência a qual tem acesso, diz com sabedoria inconteste o ilustre mestre Keating. Por isso, repete, "Carpe Diem".
"Sociedade dos Poetas Mortos" foi, em seu ano de lançamento (1989), candidato ao Oscar em várias categorias, levou para casa o prêmio de melhor roteiro (com enorme justiça dado a Tom Schulman) e, para a decepção de muitos (entre os quais me incluo), não foi agraciado como a melhor produção daquela temporada. Uma injustiça irreparável tendo em vista a qualidade do roteiro, a mão sensível do diretor Peter Weir, a atuação de Robin Williams e do jovem elenco que depois ganharia notoriedade em outras produções pelas suas grandes habilidades dramáticas (principalmente Robert Sean Leonard e Ethan Hawke) e a fotografia excepcional com locações lindíssimas.
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Como já se viu, trata-se da história de um grupo de jovens alunos que tem o privilégio de trabalhar com um professor visionário, de atitudes inesperadas, que os instigou a pensar por conta própria (o que lhe rende críticas dos colegas e da instituição) e que arrebatou-lhes os corações. Por ter sido aluno dessa escola, Keating teve sua vida acadêmica retratada nos famosos "Year books" das "high schools" norte-americanas e, entre as informações sobre esse nobre aluno, consta uma a respeito de ter participado de uma tal "sociedade dos poetas mortos". Essa informação desperta a curiosidade dos alunos, que lhe pedem informações acerca das atividades desse grupo. Informados de que se tratava de uma turma de alunos que se reunia para ler poesias e aproveitar tudo aquilo que aqueles grandes escritores tinham produzido para seu próprio prazer e engrandecimento, resolvem fazer com que a "Sociedade" ressurja.
Não é só a sociedade que retoma suas atividades, todos os alunos envolvidos se vêem as voltas com uma verdadeira renovação em suas existências, todos encontram novos interesses e vocações, todos parecem ter despertado de um sono profundo, de uma letargia tão envolvente que parecia tragar-lhes a juventude sem possibilidade de volta.
O professor Keating deu a eles uma oportunidade sem igual e, ao mesmo tempo, fez com que os estudantes fossem se encantando com a literatura (que nos fala daquilo que é essencial, verdadeiramente fundamental em nossas vidas, o amor, a amizade, a paz, a dor e as desilusões; segundo Keating, estudar para que nos tornemos advogados, engenheiros ou médicos é importante, mas o que torna nossas existências válidas tem a ver com o espírito, com o prazer e, a poesia, a literatura, são fontes riquíssimas nesses quesitos).
Ao lidarmos com adolescentes muitas vezes, por conta do excesso de atividades, dos programas extensos que temos que cumprir, das avaliações ou do nosso próprio descaso, deixamos de vê-los como pessoas em formação, que alimentam sonhos e fantasias (que muitos de nós parecemos ter esquecido lá atrás, no tempo de nossas próprias juventudes), que planejam verdadeiras revoluções (dizem que quando temos 16 anos queremos incendiar o mundo e que, ao chegarmos a idade adulta, nos tornamos bombeiros; a maturidade é saudável, no entanto, devo dizer que preservar alguns focos de incêndio acesos em nossos corações e mentes também é fundamental. Sonhar é preciso!) e que, necessitam desesperadamente de nosso apoio e orientação, de nosso carinho e atenção.
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Keating incorpora nosso idealismo, nossa pureza de princípios. Os alunos simbolizam a força e a vitalidade do novo, dos elementos de transformação que esperamos venham a transformar esse mundo num espaço muito mais justo, mais equilibrado. Há no entanto, os choques com as forças conservadoras, com a opressão da ordem que não aceita desequilíbrios (mesmo sabendo-se que eles trarão recompensas e melhorias). Nesses confrontos nem sempre o que está por vir é o que gostaríamos que acontecesse.
"Sociedade dos Poetas Mortos" é um filme imperdível para quem ama a educação, para quem alimenta ideais de reformular, para quem tem um profundo respeito e preocupação com essa juventude com que trabalhamos. Discutir esses temas todos, reformular as nossas práticas, alimentar nossos sonhos, rever posturas e condutas e, principalmente, olhar para nós mesmos e para nossos alunos em busca daquilo que nos faça sentir orgulho do que fizemos em nossas vidas, vale o ingresso. Boa diversão e "Carpe Diem"!
Ficha Técnica:
Sociedade dos Poetas Mortos 
(Deads Poets Society)
País/Ano de produção:- EUA, 1989
Duração/Gênero:- 128 min., drama
Distribuição:- Abril Vídeo
Direção de Peter Weir
Elenco:- Robin Williams, Robert Sean Leonard, Ethan Hawke e Josh Charles


Portal ebah.com.br:

O filme apresenta dois modelos de educação: o tradicional (arcaico) e o contemporâneo. O primeiro é perpassado pela academia Welton - internato masculino -, um modelo de escola preparatória, marcada por concepções tradicionalistas, organizada de forma autoritária, individualista com poder centralizado, que não respeita o aluno considerando-o como objeto a ser moldado, centrada na figura do professor e na transmissão dos conhecimentos. Onde o professor, detém o saber e a autoridade, exerce o ato de ensinar, limitando-se apenas a transmissão de conteúdos, não se preocupa em fazer o aluno aprender a pensar, e desenvolve a educação tradicional, baseada nos princípios da Tradição, Honra, Disciplina e Excelência. Ele se apresenta como modelo a ser seguido, dirige o processo de aprendizagem e o aluno atua como um simples receptor de conhecimentos, sendo a obediência uma virtude neste modelo.
A Escola apresenta assim, um modelo de educação que aliena seus alunos ao aceitamento do mundo sem questionamentos, haja vista que conteúdos são reproduzidos de maneira arcaica, ultrapassada, com extremo rigor, e não possuem ligação com o meio exterior, com a vida social dos alunos, resultando na formação de alunos despreparados para conviver em sociedade e adestrados para aceitar tudo que lhes é imposto.
O modelo contemporâneo é defendido no filme pelo professor, John Keating. Um ex - aluno da Academia, que com seu estilo de ensino nada convencional, tampouco conservador, elimina estereótipos e com um modelo renovador de educar, desafia o modelo de ensino tradicional da escola. Ele introduz novas metodologias de ensino ao lecionar em diversos lugares, de variadas formas, pregar o “Carpe Diem” (Aproveite o dia), e inspira seus alunos a seguirem seus próprios sonhos e a viverem vidas extraordinárias.
Keating prega um modelo de ensino que não é pautado no professor, mas que mantém o aluno no centro de todas as atenções. Que não se preocupa apenas em reproduzir um conteúdo científico, visando cumprir um calendário letivo, mas que acredita no potencial de cada aluno, estimula-o a pensar por si mesmo, aplica variadas metodologias e possibilita a ele criar conhecimentos. Este modelo prepara seus alunos para enfrentarem a realidade vigente.
Diante dos dois modelos de educação, vê-se que o perfil metodológico do professor, e sua postura científica, ou resulta na formação de alunos críticos e reflexivos ou na alienação deste.
Então, para que a formação de indivíduos capazes de atuar na sociedade, de maneira a transformá-la, possa ser efetivada, é preciso que os professores tenham capacidades intelectuais de promover a educação emancipadora, libertadora e transformadora. É necessário que estes cumpram o seu papel de agente transformador da sociedade, ajudando a desenvolver cidadãos/profissionais com senso crítico, ético e socialmente responsável, como um ser livre e transformador da realidade. Que sejam então modelos a serem seguidos, que sejam integrantes da Sociedade dos poetas mortos, “que dedicam-se a extrair a essência da vida”, que atuem motivando seus alunos a não desistirem dos seus sonhos e despertem neles o desejo de aprender, e transformar o mundo.









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