quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Saldo comercial: as ¨lições¨ de quem não as pode dar

   

balanca

Artigo de Fernando Brito, no tijolaço.com.br

Saldo comercial: as ¨lições¨ de quem não as pode dar, o PSDB

Os tucanos – e Aécio Neves, pessoalmente – “tiram onda” das dificuldades do Brasil em obter saldos mais expressivos na balança comercial.
Digo saldos mais expressivos porque, até agora, não houve déficit comercial no Brasil nos governos Lula e Dilma.
E os déficits foram crônicos durante o período FHC, como você pode ver no gráfico.

É lógico que Lula foi beneficiado por um contexto de alta dos preços das commodities – que tiveram alta muito expressiva entre 2005 e 2008 – mas também é igual verdade que o superavit continuou expressivo quando elas despencaram com a crise de 2008.

Para que você tenha ideia, o Índice Dow Jones de Commodities – um mix de várias delas – caiu de 233 pontos em junho daquele ano para apenas 117 em dezembro/08.
Tombo pra ninguém botar defeito que, aqui, “marolou”.

Fernando Henrique só enfrentou desvalorização nestes preços no ano 2000.

A queda no saldo comercial brasileiro, que existia no governo Itamar e foi destroçado no do “Príncipe” foi função, até o “mundo mineral” do Mino Carta sabe, fruto de uma cotação fantasiosa do US$1 = R$ 1, o, o planeta mágico que Fernando Henrique criou.

A imprensa brasileira sabe disso, exceto os meninos e meninas que eles mandam cobrir coletivas, que não têm idade nem capacidade de compreender este processo e tratam números como se fossem o resultado de uma partida de futebol.

Como não têm capacidade de entender que o esforço do Brasil, na última década, foi o de abrir mercados e de fugir do impasse de trocas comerciais com dois grandes mercados – o americano e o europeu – afundados com a crise.

Diziam – e dizem – que o Brasil estava fazendo “caridade” ideológica com o Irã, com Cuba, com a África, com a Venezuela, quando Lula perambulava feito um mascate sedutor pelo mundo, abrindo caminhos diplomáticos para um relacionamento comercial crescente.

E mais: que o Brasil “fechou-se” ao mundo, por conta de uma política nacionalista obsoleta, populista, arcaica, quando as nossas trocas comerciais se expandiram a taxas incríveis de, na média 18% ao ano, em valor, de 2002 para cá.

Aos, números, pois, senhores, e chamemos Aécio Neves para conversar sobre eles.

PS. A propósito, o  índice de commodities, hoje, está bem pouco acima do “fundo do poço” que chegou em 2008: apenas 128 pontos.

ANO
exportação
importação
saldo
2013
242,178
239,617
2,561
2012
242,468
223,142
19,438
2011
256,041
226,251
29,790
2010
201,916
181,638
20,278
2009
152,252
127,637
24,615
2008
197,953
173,148
24,805
2007
160,649
120,620
40,039
2006
137,807
91,350
46,457
2005
118,309
73,545
44,764
2004
96,475
62,779
33,696
2003
73,084
48,283
24,801
2002
60,141
47,048
13,093
2001
58,223
55,581
2,642
2000
55,086
55,783
-0,697
1999
48,011
49,272
-1,261
1998
51,120
57,594
-6,474
1997
52,990
61,347
-8,357
1996
47,747
53,301
-5,554
1995
46,506
49,664
-3,158
1994
43,545
33,105
10,440
1993
38,597
25,659
12,938

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