quarta-feira, 10 de julho de 2019

PHA morreu no Campo de Batalha. Fará Falta


Que perda para o Brasil.... Inacreditável!

Esse sim era um grande JORNALISTA, que não se dobrava aos interesses dos patrões. Muito triste...

O jornalista Paulo Henrique Amorim morreu na manhã desta quarta-feira (10) aos 77 anos após um infarto no Rio de Janeiro; ele era referência no jornalismo progressista do país.

Crítico ferrenho do ex-juiz Sérgio Moro, da seletividade da operação Lava Jato, de Jair Bolsonaro e de políticos do PSDB, em especial Fernando Henrique Cardoso e José Serra, o jornalista mantinha atualizado diariamente o blog Conversa Afiada, referência entre os veículos de mídia progressista.
Foi Paulo Henrique Amorim quem criou a sigla PIG para satirizar o que ele chamava de Partido da Imprensa Golpista, alusão aos órgãos de mídia tradicional do país, com destaque para a Rede Globo e os jornais O Globo, Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo.
Também ficou popularmente conhecido pelo bordão “olá, tudo bem?”.
Amorim iniciou a carreira no jornalismo em 1961 e, antes de criar o Conversa Afiada, atuou tanto na televisão como na mídia impressa. Entre as empresas por onde passou estão a Record, Rede Globo, Band, TV Cultura, jornal A Noite, jornal do Brasil, além das revistas Veja, Exame, Realidade, Fatos e Fotos e Manchete.
Premiado, Paulo Henrique Amorim recebeu o prêmio Esso de jornalismo em 1972 por uma reportagem publicada pela revista Veja sobre a renda dos brasileiros.
Em 2005 escreveu o livro "Plim Plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral" :
Fraude nas eleições para governador do Rio de Janeiro em 1982. Entre as empresas de processamento de dados inscritas na licitação do serviço de computação dos votos, que apurariam o pleito, está a Proconsult. Esta acaba ganhando a concorrência, já que as outras duas concorrentes, Serpro e Datamec, desistiram por não concordarem com as condições de apuração. Na madrugada, Leonel Brizola (PDT) recebe uma ligação. Do outro lado da linha ‘uma voz de mulher’ revela que vão roubar dele no resultado. Surgem os primeiros contornos do episódio que ficou conhecido como o escândalo Proconsult. Esse é o enredo de Plim Plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral, do jornalista Paulo Henrique Amorim, em parceria com a jornalista Maria Helena Passos.
‘Ainda naquela madrugada de domingo, véspera de eleição, O Globo chegava às bancas com um editorial de capa que recomendava voto em Moreira Franco’, lembram os jornalistas na obra. Amorim e Passos defendem que está mal contada a explicação da Globo nas investigações da fraude. Ambos argumentam que a emissora manipulou os resultados da eleição. Uma das fontes citadas pelos jornalistas no livro revela, inclusive, que houve pessoas que não apenas ‘distorcia o andamento da apuração, mas mentia’. Enquanto o jornal O Globo dava Moreira Franco na frente, no Jornal do Brasil, onde Paulo Henrique trabalhava na época, Brizola era quem vencia.
Ao mesmo tempo que enumera estatísticas das possíveis fraudes, Plim-Plim traça um pano de fundo que descreve o dia a dia das manchetes, os diálogos e os bastidores da apuração. Isso confere ao livro um ar de suspense policial, porque sua narrativa também investiga civis escoltados pela Polícia saindo, na madrugada, de prédio de zona eleitoral carregando sacolas; cédulas rasuradas encontradas nas ruas da periferia carioca; canetas de eleitores fazendo sua tinta apagar horas depois; e um caminhão tombando na av. Brasil, espalhando laranjas e… urnas eleitorais.

Em 2015, PHA  lançou o livro “O Quarto Poder” com críticas ao Partido da Imprensa Golpista.

O quarto poder - uma outra história é um livro de memórias e um livro de história: a história pouco conhecida dos meios de comunicação no Brasil desde os primórdios, no período Vargas, passando pela criação e pelo apogeu da Rede Globo, a partir do governo militar, e incluindo os bastidores de grandes momentos da história contemporânea (ditadura, período de transição, governos Sarney, Collor, FHC e PT) - além de encontros reveladores com os principais nomes da mídia e do poder que fizeram e desfizeram a história recente do país e os bastidores dos episódios mais marcantes (Plano Cruzado, Plano Collor, negociação da dívida externa, Plano Real, debate eleitoral Collor x Lula...), até os dias de hoje.

Qual era o salário do Boni no auge do seu poder na Globo? Como Roberto Marinho se relacionava com o governo de turno em Brasília (e vice-versa)? O que Paulo Francis tinha de mais ácido além de seu estilo? Quem inventou o PiG (Partido da Imprensa Golpista), Carlos Lacerda ou a Folha de S.Paulo? Os ministros da Economia eram escolhidos em Brasília ou no Rio? O modelo da mídia brasileira segue o padrão americano, europeu ou nenhuma das alternativas? É possível (ou desejável) regulá-lo (democratizá-lo)? Paulo Henrique Amorim é dono de uma memória, de um estilo e de um cabedal de informações de bastidores que, juntos, fazem de O quarto poder - uma outra história um livro ao mesmo tempo muito sério e nada sisudo. A história recente do país e da imprensa brasileira jamais serão as mesmas.
Paulo Henrique Amorim nasceu na cidade do Rio de Janeiro, era formado em Sociologia e Política. 
Paulo Henrique Amorim deixa uma filha e a esposa.
Fará falta.

Morreu, disse alguém, no campo de batalha. Tristeza!

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