sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dia D – Dia Drummond

Data especial para celebrar um de nossos maiores poetas
                        


 
 Do  blog do Kennedy Alencar:
Daniela Martins
Brasília
O dia 31 de outubro é a data de aniversário de Carlos Drummond de Andrade. Para celebrar o poeta, o Instituto Moreira Salles comemora, desde 2011, o ‘Dia D’. O IMS guarda o acervo pessoal de Drummond e os 4 mil volumes de sua biblioteca.
 
Diversas instituições, pesquisadores e artistas se unem, a cada ano, para difundir a obra de Drummond. A comemoração tem como inspiração o ‘Bloomsday’, data em que se homenageia o escritor James Joyce na Irlanda.
 
Drummond merece ganhar festa em seu dia especial. O ‘Dia D’ é uma ótima iniciativa. Que funcione como ponto de partida para que sua poesia seja sempre revisitada. Sem dia certo ou hora marcada.
 
 
Poema de Sete Faces
 
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
 
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
 
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
 
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
 
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
 
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
 
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


EBC:

Carlos Drummond de  Andrade faria hoje 112 anos.

O poeta da cidade mineira de Itabira é considerado pelos críticos como um mais importantes da literatura brasileira.

Na vasta obra estão livros como Alguma poesia, Brejo das almas, Antologia Poética e O Corpo. 
Várias obras de Drummond foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas.
Além dos livros e poemas, Drummond também se dedicou às crônicas, no Correio da Manhã e também no jornal do Brasil.

Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro , no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.
 

 

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