domingo, 26 de dezembro de 2021

Desmond Tutu, símbolo da luta contra o apartheid e Nobel da Paz, morre aos 90 anos

O arcebispo Desmond Tutu, o clérigo anglicano vencedor do Prêmio Nobel da Paz cujo bom humor, mensagem inspiradora e trabalho de conscientização pelos direitos civis e humanos o tornaram um líder reverenciado durante a luta para acabar com o apartheid em seu país natal, a África do Sul, morreu nesse domingo aos 90 anos.



Desmond Tutu sendo cumprimentado pelo meu pai (Luciano Amédée Péret). Foto realizada em 1987, quando o arcebispo sul-africano Desmond Tutu recebeu o diploma de Doutor Honoris Causa pela UFMG

domingo, 21 de novembro de 2021

Obrigado Frei Cláudio: Religiosidade autêntica que resulta em uma cidadania amorosa

Luiz Ricardo Péret 

Frei Cláudio van Balen se foi mas nos deixou um legado imenso.

Faço um breve comentário sobre aquele que foi referência para muitos e que nos ensinou, ao longo de tantos anos, como vivenciar a fé. 

 A sua sensibilidade religiosa e generosidade ética renovou a nossa fé cada vez que assistíamos  sua missa.  

Obrigado Frei Cláudio! 


Frei Cláudio Van Balen : 

Uma vida de dedicação, atuando na Igreja do Carmo. 

Em todos esses anos o que não lhe faltou foi coragem. A sua visão clara e objetiva nos ensinou e nos convidou à uma religiosidade  autêntica - baseada em um jeito transparente de viver a fé cristã - sem medos, sem crendice, sem culpa. Um humanismo que resulta, principalmente em cidadania amorosa.. Sua  vivência nos inspirou. 

A seguir, algumas reflexões do Frei Cláudio: 

 ¨ Forma camuflada do mal: separar vivência da fé da realidade¨. 

 ¨ Adorar a Deus exige inconformismo frente a tudo que desumaniza ¨. 

 ¨ É vedado a cada um e à Igreja, em seu conjunto, fechar-se em si mesmo, reconhecendo a presença real de Cristo em cada pessoa, em cada povo, cultura e religião ¨.

 ¨ Não foi o pecado que tornou Jesus necessário, mas ele veio para salientar a total gratuidade de Deus com a humanidade¨. 

 ¨Quanto mais se aloja Deus no Céu e se desliga a religião da experiência cotidiana, mais nos distanciamos de Deus. O Reino com sua Boa Nova acontece quando a história progride na confraternização, em clima de busca, diálogo, cooperação e paz ¨. 

 ¨Deus se aloja na tessitura das relações justas e fraternas que somos chamados a construir ¨. 

 ¨A verdade e a Salvação não se prendem dentro dos muros de um severo dogmatismo nem dentro de um moralismo opressor¨. 

 ¨Santidade não é algo que , primariamente, se concentra em devocionalismo e num modelo sagrado de viver mas, antes, tem a ver com um engajamento ativo a favor das causas como libertação, direitos humanos e justiça que geram paz ¨. 

 ¨Culto a Deus é vivência de relações em clima de solidariedade. O lugar do encontro com Deus é o cotidiano da própria vida¨. 

 ¨Celebrar a fé que dá boa qualidade às relações : relações fraternas, dignas¨. 

 ¨A Mesa da Eucaristia  deve ser de acolhida e não de exclusão. Todo mundo é convidado¨. 

 ¨Todos incluídos, nos reconhecemos convidados à Mesa do Senhor - Jesus , nosso guia, muito honrados, nos sentimos comensais. " 

"Eis o sinal de quem se faz doação, fonte de inclusão: Vida vence a morte, compaixão inclui excluídos - Com Jesus na solidariedade da partilha. Felizes de nós, convidados à Ceia do Senhor - Seja a comunhão nosso abraço / na paz de Deus. Amém"



quarta-feira, 13 de outubro de 2021

A derradeira e emocionante viagem ao espaço do "Capitão Kirk"

 Para um fã, como eu, da série clássica Jornada nas Estrelas (Star Trek) esse dia é histórico.  O ator William Shatner, o "Capitão Kirk" viajou no Espaço.

Ninguém um dia poderia imaginar esse feito. E se tornou a pessoa mais velha a viajar para o Espaço.

 Se estivesse vivo, o que estaria pensando hoje o criador da série clássica Gene Roddenberry? 

O ator que há mais de meio século interpretou o Capitão Kirk em "Jornada nas Estrelas" fez uma viagem de verdade ao espaço.

AUDACIOSAMENTE INDO ONDE NENHUM HOMEM DE 90 ANOS JAMAIS ESTEVE ... 

JORNADA NAS ESTRELAS 

O ator norte-americano William Shatner, 90 anos, tornou-se nesta quarta-feira (13) a pessoa mais velha a viajar para o Espaço. O lendário "Capitão Kirk", de "Star Trek", viajou na cápsula da Blue Origin, empresa espacial do bilionário Jeff Bezos, ao lado de Chris Boshuizen, Glen De Vries e Audrey Powers.




Depois do pouso, Shatner se emocionou ao agradecer Bezos pela experiência. "O que você me deu é a experiência mais profunda que eu poderia ter. Eu estou tão cheio de emoção que... é extraordinário", disse ele. Bezos o abraçou em seguida.

 O ator perdeu as palavras ao tentar explicar o que vivenciou, e disse que a coisa mais bonita foi a "maciez" do azul da Terra, contrastando com o preto do espaço. "Embaixo é a mãe Terra, é conforto. E em cima, tudo preto, é... morte? É isso que a morte é?", refletiu.

 "Espero nunca me recuperar disso. Não quero perder o que eu vi. É tão maior do que estar vivo", comentou. "Eu adoraria comunicar o momento em que você vê a vulnerabilidade de tudo. É tão pequeno. Esse ar, que nos mantém vivos, é mais fino que a pele, é uma lasca, é inimaginavelmente pequeno quando você pensa em termos do universo", afirmou.

 Shatner foi um dos quatro tripulantes da missão NS-18, da Blue Origin.  





A volta do capitão Kirk na cápsula que retornou a Terra com os outros três tripulantes.

O espaço, a fronteira final? A célebre frase que marcou os filmes de “Star Trek – Jornada nas Estrelas” terá um gostinho de vitória para William Shatner. O ator de 90 anos se tornou nesta terça-feira, 13 de outubro, o homem mais velho a viajar para o espaço, a bordo de uma aeronave 



domingo, 10 de outubro de 2021

Brasil: o país da naturalização e normalização da barbárie 

 


 POR: Robson Sávio Reis Souza 

 Um acordão, feito em sombrios corredores de Brasília, resulta na normalização de Bolsonaro e seu governo da destruição nacional. 

 Um presidente que liderou ataques à democracia e às instituições republicanas, fragilizando-as; que se associou ao submundo miliciano, levando-o para o centro do Estado; que provocou, por ações e omissões, a morte de milhares de brasileiros com a incúria planejada e sistemática no enfrentamento à pandemia (como prova e comprova a CPI da Covid-19); que se articulou ao fundamentalismo religioso para trapacear e manipular massas de incautos; que se ajoelha no ultraliberalismo pauloguediano para destruir o Estado e esfarelar as políticas sociais criadas a partir da Constituição Federal de 1988; que é parceiro de primeira hora de todo o tipo de predadores: madeireiros, mineradores, garimpeiros, coveiros que odeiam pobres, pretos, indígenas, etc. 

 Tudo está sendo normalizado e naturalizado com o apoio sempre perverso da mídia empresarial, sócia histórica dos capatazes do povo brasileiro.

 Depois do último estupro público da democracia promovido por Bolsonaro e bolsonaristas em 7 de setembro, os moralistas sem moral de sempre costuraram o acordo que "protege" a vítima estuprada, a democracia, salvando e redimindo o predador. Exatamente como ocorre nas famílias de homens de bem e dos bons cristãos .

 Não "impichar" Bolsonaro - depois de tudo o que ele fez - representa uma derrota para a democracia que foi e é fortemente atacada; uma derrota para as oposições e os movimentos populares que não conseguem vitórias significativas a partir das mobilizações nas redes e nas ruas; enfim, uma derrota moral para o Brasil porque Bolsonaro é desumano, tem mente sombria, é perverso e servidor do mal e, mesmo assim, continua no poder. 

 Mas, afinal, sejamos francos, qual é a novidade?

 Um país que, historicamente, naturaliza o racismo, a mortandade de mais de 50 mil pessoas por ano (pobres, pretos, vulneráveis); que convive em berço esplêndido com uma das mais abissais desigualdades sociais do planeta; que tem um sistema bancário que rouba descaradamente com juros pornográficos... 

 Olhamos para o Executivo e enxergamos uma gangue de predadores; miramos o Congresso onde prevalecem os intrereses privados, que sustentam o Executivo, em detrimento dos interesses públicos e, como se não bastasse, temos um sistema de justiça seletivo que é bajulado pelas elites por fazer chantagem contra outros poderes.

 Bolsonaro não está só em seu projeto contra o povo e a Nação. 

 Verdadeiramente os três poderes que governam o país atualmente são "o vírus, o desgoverno e a indiferença", como lembra Janio de Freitas.

 O desemprego, a miséria, a fome campeando...

 Cidadãos nas filas dos ossos, um escândalo internacional que aqui é naturalizado. E tudo parece que é obra do acaso. 

 Enquanto isso, as "instituições que funcionam" seguem exercendo sua função de naturalização e normalização da barbárie. 

 E num tempo de barbárie, os templos estão em festa, funcionando como outras tantas empresas que usam de engrenagens humanas para justificarem sua existência.

Sim. Há muitas formas potentes de resistências. Poderia ser pior. Mas, a realidade se impõe à qualquer otimismo de ocasião. 

Tudo muito sórdido, hipócrita, perverso.

 Tudo muito próprio do Brasil...

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Bolsonaro e seus crimes contra a humanidade

 

Augusto de Arruda Botelho

Colunista do UOL


É essencial uma breve explicação sobre o que significa dizer que alguém cometeu um crime contra a humanidade.

O Estatuto de Roma, legislação que rege o Tribunal Penal Internacional, estabelece em seu art. 7º que a configuração de um crime contra a humanidade pressupõe a existência de um ataque contra a população civil; que esse ataque seja generalizado ou sistemático; e, por fim, que haja uma política de Estado na implementação e realização desse ataque.

Atualmente, para essa reflexão nos interessa, sobretudo, esse último ponto. Um crime contra a humanidade que tenha origem em uma política de Estado que vise atacar a população civil.

Desde os primeiros casos confirmados de contaminação por coronavírus no Brasil, Bolsonaro adotou uma estratégia para combater o que hoje é considerada a maior pandemia de nossa história: a imunidade de rebanho.

Para tanto, boicotou absolutamente todas as recomendações da comunidade médica internacional e adotou protocolos divergentes de praticamente todos os países do mundo: não incentivou o distanciamento social e o uso de máscaras; não investiu em pesquisa e não comprou vacinas antecipadamente; não isolou conhecidos focos da doença, e, por outro lado, patrocinou tratamentos com base no uso de drogas cuja comprovação científica ainda era duvidosa e que posteriormente tiveram sua ineficácia confirmada.

Os fatos revelados pela CPI da Covid, mais especificamente com relação à Prevent Senior, exibiram um cenário ainda mais grave. Até o momento, há indícios bastante sólidos de que a operadora de planos de saúde ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo para testar a eficácia de um tratamento que foi amplamente divulgado e, mais, incentivado pelo presidente da República.

Além disso, o Governo Federal, com dinheiro público, introduziu nacionalmente, por meio de um acordo com a referida operadora medicamentos para o tratamento da Covid-19, o chamado "kit covid".

Ontem a CPI colheu o depoimento da advogada Bruna Morato. Não há como negar que seu relato, além de ter trazido novos e detalhados fatos, foi bastante incisivo.

Tais acusações, ainda que preliminares, devem ser objeto de aprofundamento não apenas por parte da CPI, mas do Ministério Público e das Polícias (e aqui é necessário que se faça um parêntese para relembrar que sempre, não importa a gravidade das acusações, deve-se respeitar a presunção de inocência). Somadas aos fatos já detalhadamente explicitados no parecer dos juristas, essas acusações podem conjuntamente comprovar que a política de estado do Governo Bolsonaro no combate à pandemia foi sim um crime. Crime imprescritível, sujeito a penas de prisão altíssimas: um crime contra a humanidade.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Frei Cláudio comemorou 88 anos: sua vida é alegria para nós

 


Por Luiz Ricardo Péret

Ontem (26/09), celebramos mais um aniversário do frei Cláudio, 88 anos.  Atualmente, encontra-se afastado de suas atividades por problemas de saúde.

 Sua vida continua sendo um exemplo para todos nós.

Com uma profética ternura, o Carmelita, Frei Cláudio Van Balen, durante sua ação na Igreja do Carmo nos cativou, desafiou e nos desconcertou, nos abrindo caminho para uma fé adulta, sem medo e preconceitos.  

Frei Cláudio sempre pregou uma Igreja de portas abertas, acolhedora, onde as pessoas possam entrar e se sentirem em casa, onde o diálogo e a abertura falam ao coração.

Reforçou sempre a ideia de uma fé comprometida com um Deus que está inserido na realidade humana a serviço da transformação, pessoal e social. 

Mensagens de Frei Cláudio:

"Deus não está acima, mas dentro de nós. 
 A ¨mesa¨ do pão implica para todos um convite incondicional. É de inclusão. Dessa forma, longe de nós gestos de excluir diferentes."

"Viver é abrir horizontes e confraternizar as relações. Pessoa sábia não avalia por boatos e aparências. Agentes irresponsáveis vão na onda da leviandade...  Vinculada a Deus, toda pessoa é portadora de dignidade. Baixa auto-estima carece de bom trato com piedosa acolhida... Comunidade a serviço da paz, não admite preconceitos."

 Como afirma Frei Cláudio no seu livro ¨Ouvir a Escritura¨ :
 "Prestar culto a Deus não é simplesmente ir á missa, cantar, bater palmas ou colocar-se de joelhos. Louvar a Deus implica solidariedade, relações fraternas, respeitar todos os seres, lutar por justiça. A prática da fé vale por atitudes; há de fazer-se autêntica ¨cidadania¨ que, em sua essência, é o mais sagrado: presença transformadora no mundo." 

"Mesa posta, a Igreja contemporânea há de ser inclusiva. A prática de Jesus é movimento que, por cidadania, visa beneficiar todos. Conviver com diferenças, não discriminar. Esta é a conversão, à qual o Mestre nos convida. Todos podem sentir-se atraídos, inspirados e mobilizados a fazer parte da festa da vida. Na terra: paz; alegria no céu!" 

¨...que Deus seja por nós acolhido em tudo que fazemos, sofremos e celebramos...Nossa missão confirme muitos no bem-viver. Sigamos no caminho de abençoada convivência.. Pessoa de fé confirma outros. Endireitar caminhos é investir na convivência. Agradam a Deus nossos encontros de alegre confraternização."

"Na construção da paz, nossa presença faz a diferença. Mãos à obra.¨ 
(Frei Cláudio Van Balen)

sábado, 25 de setembro de 2021

William Shatner, o capitão Kirk de Star Trek, fará viagem espacial aos 90 anos.

 


William Shatner, de Star Trek, fará viagem espacial aos 90 anos.

  Ator, que interpretou capitão James T. Kirk em missões espaciais na ficção, se tornará a pessoa mais velha a ir ao espaço. 

 William Shatner, que ficou famoso por interpretar o capitão James T. Kirk em Star Trek, está se preparando para realizar na vida real sua primeira viagem espacial.

 A notícia foi dada pelo site TMZ, que afirma que aos 90 anos, o ator será um dos convidados da segunda tripulação ao espaço do bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon.

Caso a informação seja confirmada, Shatner se tornará a pessoa mais velha a passear para fora do planeta. Atualmente, o recorde pertence a aviadora Wally Funk, que tinha 82 anos quando fez o trajeto junto com Bezos e outros civis na primeira tripulação enviada ao espaço pela companhia do bilionário.

Fontes do portal afirmaram que a ida de Shatner será totalmente filmada para um documentário. Supõe-se que, por ter sido convidado pelo dono da empresa, o ator não terá que desembolsar o preço de um ingresso na cápsula New Shepard: 28 milhões de dólares (cerca de 146 milhões de reais em cotação atual).