A UM PASSO DA BARBÁRIE!
Em qualquer lugar minimamente civilizado, todas as autoridades e organizações sociais, independentemente de sua orientação ideológica, repudiariam o ataque.
Mas por aqui, não. Incrível!
Leiam dois comentários sobre o ocorrido:
Luiz Felipe Miguel
Professor da UnB
Do seu facebook
Menos de duas semanas após a execução de Marielle Franco, o atentado contra a caravana de Lula comprova que descemos um patamar na civilidade da disputa política no Brasil. A intimidação aberta e o assassinato político entraram de vez para o repertório da direita, não como sobrevivências do passado nos grotões, mas nas maiores cidades e na política nacional.
Marielle, ao que parece, foi vítima da convergência entre crime organizado e aparelho repressivo de Estado. A incrível lentidão da investigação corrobora a tese. O ataque a tiros contra Lula, tudo indica, partiu de militantes de extrema-direita radicalizados pelo discurso de ódio contra o PT e o ex-presidente, alimentado há anos na mídia.
Assim como a narcopolítica, para além dos grupos de extermínio, tem laços com o establishment, a direita que se quer civilizada e a extrema-direita fascista fazem uma tabelinha. Geraldo Alckmin e João Doria não foram capazes de condenar o atentado contra Lula. Pelo contrário, condenaram as vítimas. Recorreram ao discurso de que os petistas "estão colhendo o que plantaram" e que "o PT sempre utilizou da violência". São afirmações mentirosas, que não encontram um único indício que as sustente, mas que ecoam no público da direita por terem sido repetidas à exaustão por seus líderes. São afirmações que servem de combustível para os atiradores; que não apenas os absolvem, mas os inocentam. Alckmin e Doria tornaram-se cúmplices da violência contra Lula.
Lula e o PT optaram por um caminho de moderação extrema, cuidando de não enfrentar privilégios para conseguir reduzir a miséria. Mas a elite brasileira prefere mergulhar no fascismo a viver em um país um pouco menos desigual.
Face da Legalidade Democrática
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O atentado contra a democracia no Paraná
Relato da jornalista Eleonora Lucena, ex Zero Hora e Folha de São Paulo, que estava no ônibus atacado a tiros no Paraná, por milícias fascistas, protegidas pela segurança do Estado, que tentam, desesperada e agressivamente, parar a caravana Lula no sul do país:
"Foi um atentado. A escalada fascista subiu mais um degrau. Grupos ultradireitistas não enxergam limites. Ovos, pedras, projéteis, chicotes. São milícias armadas que planejam atentados. Como as gangues que precederam as SS nazista. O mesmo modus operandi terrorista.
Vi isso num crescendo nos últimos dias. Adeptos de Bolsonaro, ruralistas, pessoas violentas que berram e xingam. Eu mesma levei uma ovada na cabeça no sábado só por estar saindo do hotel onde estava hospedado Lula. "Lincha, é comunista", ouvi em algum momento.
O país precisa reagir. O atentado não foi só contra Lula. O projétil foi contra a democracia. Democratas precisam aprender com a história e formar já uma frente ampla contra o fascismo."
A complacência da imprensa faz parte do cenário de terror em desenvolvimento.
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