domingo, 28 de outubro de 2018

As previsões que revelam o tempo


Por Luiz Ricardo Péret

PREVISÃO DO TEMPO:
Temperatura sufocante.
Aproximando nuvens carregadas, tornando de chumbo a cor do céu. A noite se prolongará.
Raios de sol tentarão insistentemente romper a escuridão.

Com esta previsão lembro e homenageio a célebre edição de capa do Jornal do Brasil, coordenada por Alberto Dines, do dia 14 de Novembro de 1968, após a edição do AI-5. Uma mensagem velada de protesto:




Coitados de todos nós se não salvarmos a democracia, por Durval Muniz

Coitados de todos nós se não salvarmos a democracia!

Hoje não se trata apenas de escolher um novo presidente da República. Hoje não vamos às urnas para optar por um plano de governo, por uma proposta para administrar o país. Hoje, passados pouco mais de cinquenta anos do último golpe na democracia, que instalou uma ditadura, que se estendeu por cerca de vinte e cinco anos, vamos dizer se queremos preservar as conquistas políticas, sociais e civilizacionais asseguradas pela Constituição de 1988, ou se vamos mergulhar em mais um período de Estado de exceção, em mais um período de obscurantismo político e civilizacional. A democracia brasileira pode permitir hoje, por mais contraditório que possa parecer, que o país opte por pôr fim ao próprio regime democrático. É visível o descompromisso com os valores democráticos de um dos candidatos que chega, hoje, à reta final do segundo turno. Por incrível que possa parecer, podemos ter um ditador eleito em eleições livres por uma população descrente da vida política, ressentida pela perda de direitos, apavorada com a insegurança pública, envenenada pela campanha contra as agremiações de esquerda promovida pela grande imprensa do país, manipulada pelo derrame de notícias falsas através das redes sociais, desinformada por uma campanha que se notabilizou pela ausência do debate propositivo e pelo apelo às reações morais e afetivas em detrimento de decisões racionais, apoiadas em argumentos.
Hoje, todos aqueles que afetivamente valorizam a liberdade, valorizam o direito de ir e vir, o direito de livre expressão e manifestação tem que se colocar contrário a um candidato que não para de afirmar publicamente seu desapreço pela liberdade, suas simpatias pelas ditaduras, que diz com todas as letras que acabará com todo ativismo político no país, que conclama e promete o assassinato e o encarceramento dos opositores. Não há democracia sem o direito a oposição, sem o direito assegurado ao contraditório, sem o reconhecimento do direito do outro pensar e ser diferente, sem o reconhecimento por parte das instituições de Estado do direito ao conflito, a discordância, a militância em prol de causas políticas, económicas e sociais. Um candidato que já disse que caso chegasse ao poder fecharia o Congresso Nacional, que daria um golpe. Um candidato cujos partidários e, até seu filho, ameaçam com a desobediência às leis, com o não reconhecimento das decisões judiciais, inclusive daquelas emanadas pelos tribunais superiores. Um candidato que ameaça de invasão o Supremo Tribunal Federal, que desqualifica publicamente os juízes da Suprema Corte, que pretende submeter aquele tribunal modificando a sua composição com um aumento do número de cadeiras, tal como fez a ditadura de 1964, não pode ser visto como um defensor da vida democrática. A democracia exige o respeito à lei e as instituições, e a contestação de qualquer injustiça ou violação de direitos através dos trâmites legais.
Ninguém pode dizer que foi enganado pelo candidato. Ele está aí há anos mostrando seu desprezo pelas opiniões alheias, seu desprezo pelos mais pobres, pelos mais vulneráveis, pelos negros, pelos gays, lésbicas e trans, pelos portadores de deficiência. Quem já defendeu a castração e a laqueadura dos homens e mulheres pobres, quem mede os negros em arroba e disse que seus filhos são bem criados por isso não fariam promiscuidade casando-se com uma pessoa negra, quem defende que as mulheres devem ganhar menos que os homens pois engravidam, que diz preferir um filho morto do que um filho agarrado com um bigodudo, que considera a homossexualidade uma doença, que foi condenado por fazer apologia do estupro, é o pior ser humano que se pode ter para se dar um voto. É muita cegueira, é tapar os ouvidos para não ouvir que esse homem não é apenas uma ameaça a democracia, mas uma ameaça à civilização. Ele no poder pode significar a instalação da mais pura barbárie.
Enquanto a nossa grande mídia finge que nada está vendo, que tenta, inclusive, tornar palatável um candidato tão amargo, que se torna descaradamente comitê de campanha de uma candidatura, sem que a Justiça Eleitoral tome providências, a imprensa internacional, desde os órgãos mais conservadores até os mais a esquerda, estão todos perplexos com a escolha que a sociedade brasileira pode fazer hoje. Causa perplexidade que uma sociedade possa marchar com seus próprios pés para o abismo, se lançar numa aventura que pode significar a desagregação social e a destruição econômica do país. O candidato da extrema-direita é uma excrescência para a própria extrema-direita, pois, apesar de seu slogan nacionalista, é um entreguista, que bate continência para a bandeira norte-americana, que tem como projeto de governo entregar à iniciativa privada, ao capital estrangeiro, todas as nossas empresas estatais, mesmo as mais estratégicas, que não deixa de fora da entrega nem mesmo a Amazônia. Por isso os empresários brasileiros e estrangeiros estão por trás do financiamento ilegal de sua campanha de mentiras e difamação.
Nesse momento em que há uma real ameaça ao processo democrático, é preciso que todas as forças comprometidas com a democracia se reúnem em sua defesa. É preciso, nesse momento, deixar as divergências de lado, o que não significa deixar de discordar ou ser crítico em relação a candidatura e o partido que representam nesse segundo turno a defesa dos valores democráticos. Nesse aspecto, o partido e o candidato das forças democráticas não merecem o menor reparo em suas trajetórias. Se alguns de seus membros se deixaram tragar pelo sistema de corrupção que financiavam eleições no país, se cometeu equívocos quando de sua permanência no governo, se fez alianças com forças que merecem reparo, se mesmo nesse processo eleitoral cometeu erros, temos que relevar tudo isso em nome de valores maiores: o da liberdade e o da democracia, dos quais o partido nunca se distanciou. Não é jogando o país num abismo que vamos punir os possíveis erros das forças democráticas. Não é apostando no quanto pior, melhor, não é desprezando a política, votando branco ou nulo, ou se abstendo de votar que iremos aperfeiçoar nossa democracia, podemos é a estar matando no berço.
Para aqueles que pensam que ditadura resolve alguma coisa, estude um pouco de história e aprenda que saímos da ditadura instalada em 1964 com uma sociedade das mais desiguais do mundo, com uma concentração de riqueza brutal, com um sistema educacional em frangalhos, com uma dívida externa imensa, com grandes deficiências nos serviços públicos, com uma relação entre Estado e empresas mediada pela corrupção sistêmica, com um enorme retrocesso em termos civilizacionais, com uma violência urbana crescente. Vivemos, naquela época, tempos de medo, repressão e violência, tempos de torturas, prisões e desaparecimentos por motivos políticos. Foram muitos anos de luta e muitos sacrifícios de vidas para conquistarmos a democracia que temos, não a jogue fora porque a liderança religiosa te disse para votar numa figura que representa tudo o oposto do que Cristo pregou. Não jogue fora a democracia porque o seu patrão lhe intimidou ou convenceu de que o candidato dos ricos vai salvar seu emprego e melhorar sua vida. Ele sempre demonstrou nos vinte sete anos em que está presente no Congresso Nacional que é um inimigo da classe trabalhadora, sempre votando contra seus interesses. Ele advoga a volta dos tempos em que as relações de emprego e trabalho eram mediadas pela bala e pelo jaguncismo. Ele disse com orgulho que votou contra os direitos trabalhistas das empregadas domésticas. Ele já disse que pobre só presta para votar, com um diploma de burro no bolso. E ofereceu capim aos nordestinos, a quem chamou de coitados. Acabar com o coitadismo significa acabar com as políticas sociais, com o Estado de bem estar social e apostar na ausência completa do Estado. Por isso ele é o candidato dos ricos, pois eles não precisam do Estado e não o querem financiar pagando impostos e contribuições. O candidato da extrema direita é a encarnação do egoísmo e da falta de consciência social das nossas classes dominantes, sempre preocupadas apenas com seus privilégios.
Não serão apenas os negros, os pobres, os LGBTs, os nordestinos, os índios que serão coitadinhos se o candidato fascista vencer. Já vimos nesses últimos dias de segundo turno o que poderá se tornar o país sem democracia. Começamos a perceber que coitados também serão os professores, os intelectuais, os artistas e agentes de cultura, serão os estudantes e técnicos das Universidades, que foram invadidas de forma ilegal por forças de segurança que se tornaram aliadas de um candidato. Reconhecendo que o candidato é fascista e antidemocrático, manifestações a favor da democracia e contra o fascismo foram consideradas propaganda eleitoral, por agentes da justiça eleitoral militante de uma candidatura. A violação da autonomia universitária, do direito de manifestação e reunião, do direito de ir e vir, a prisão arbitrária de professores, a recolha de material em defesa da legalidade democrática, a invasão de aulas, reuniões, bastando para isso qualquer denuncia de um partidário do candidato antidemocrático, deu uma amostra do que se tornará o país se fraquejarmos nesse domingo na defesa do bem maior que é a democracia. Só com ela preservada é que nossas diferenças e divergências políticas, morais, éticas, religiosas, ideológicas, poderão ser respeitadas e debatidas. Sem democracia aquele que inicialmente se considerará vencedor descobrirá, com o tempo, que também é um coitado, por ter acreditado que ódio, violência, opressão, pode construir segurança, ordem, paz e progresso. Se a democracia fenecer, a longo prazo, todos serão coitadinhos, mesmo aqueles que hoje apoiam as forças do retrocesso. Foi assim na ditadura de 1964, os apoiadores de primeira hora foram sendo vítimas do regime que apoiaram. Quem aposta no arbítrio, quem abre a porta para o desamparo da legalidade, pode, mais dias, menos dia, ser uma de suas vítimas.
Coitados de todos nós se hoje não vencer a democracia!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Bolsonaro avisou: vem aí ditadura, por Tereza Cruvinel

Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil :
Depois deste final de semana, ninguém poderá alegar inocência no futuro, quando cair sobre nós a escuridão anunciada por Jair Bolsonaro e seu grupo, se confirmada sua eleição no domingo.
Eles mesmos nos avisaram de que haverá desprezo e talvez violência contra as instituições democráticas, de que o regime será tirânico, perseguindo adversários, mandando-os para o exílio ou para a prisão. O nome disso é ditadura.
Começando pela fala do deputado eleito Eduardo Bolsonaro, de que o STF poderia ser fechado por um soldado e um cabo, dispensado até o uso de um jipe.
Isso haveria caso o STF impugnasse a candidatura de seu pai, embora a matéria seja afeta ao TSE.
O ministro Celso de Mello, decano da corte, qualificou-a de “inconsequente e golpista” e o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, afirmou em nota que atacar o Judiciário é atacar a democracia.
Palavras enérgicas mas insuficientes para o tamanho da afronta.
Como disse a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, “o tempo dos tribunais deve ser o tempo de salvar a democracia”.
“Já adverti o garoto”, disse o pai.
A fala foi em julho mas não vem ao caso.
O que ela expressa é a ideologia do grupo que integra, que transpareceu também, neste final de semana revelador, em declarações do senador Magno Malta, fiel escudeiro do candidato: “O Brasil tem bandidos também nos tribunais superiores. O Supremo Tribunal Federal deste país, cada um tem o seu bandido de estimação”.
O repúdio enérgico de Mello e Toffoli é insuficientes porque Eduardo Bolsonaro incorreu em crime previsto pela Lei de Segurança Nacional, como lembrou o ministro Alexandre de Morais.
Caberia um pedido de abertura de inquérito, talvez pela Procuradoria Geral da República.
A LSN trata de crimes “contra o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito”, além dos que atentem contra a integridade e a soberania nacionais, e contra a pessoa dos chefes de poderes.
O deputado eleito blasfemou contra o Estado de Direito, segundo previsão da lei, ao “fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para a alteração da ordem política ou social”. Fechar o Supremo é isso, e portanto, caberia uma ação. Mas o Judiciário, que ajudou a criar o monstro, agora lida com ele cheio de dedos, temendo ser devorado.
Foram também indicadoras da tirania que nos espera, se Bolsonaro for eleito, suas próprias declarações, em mensagem por vídeo aos apoiadores reunidos na avenida Paulista: “Vamos varrer do mapa esses bandidos vermelhos do país. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia.”
Não duvidemos: os adversários serão perseguidos, forçados ao exílio ou a prisões arbitrárias.
Na mesma fala, ele falou de um Brasil “sem Folha de São Paulo”, em outro aviso macabro, este à imprensa livre que tanto contemporizou com ele. E proclamou que o ex-presidente Lula vai mofar na cadeia, explicitando a intenção de controlar o Judiciário, pois não cabe ao Executivo decidir sobre a execução da pena de nenhum preso.
Avisou ainda que o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, será preso e fará companhia a Lula, juntamente com o atual candidato do partido, Fernando Haddad.
Bolsonaro aponta para o terror de Estado, com o governo decidindo quem prender, fora do devido processo legal, fora do Estado de Direito. Quem for capaz, que arranje outro nome para esta ditadura anunciada.
Não podem os democratas brasileiros comungar da resignação do ministro do STF Roberto Barroso, para quem “os países, como as pessoas, passam pelo que tem que passar, para amadurecerem e evoluírem”.
Isso equivale à teoria espírita do karma, que não pode ser aplicada às Nações.
O Brasil que venceu uma ditadura há de evitar o seu retorno, se os democratas saírem de seu imobilismo.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Fóssil de Luzia é encontrado nos escombros do Museu Nacional

"O crânio foi encontrado fragmentado. Já achamos praticamente todo o crânio e 80% dos fragmentos já foram identificados e podemos aumentar esse número”, disse Alexander Kellner, diretor do museu.

"Luzia ficava num local diferente do acervo, justamente para podermos tirá-la imediatamente caso fosse necessário. Estava dentro de um armário e de uma caixa de metal", declarou Claudia Carvalho, uma das responsáveis pela equipe de buscas.
A caixa foi parcialmente destruída durante o incêndio.
"Precisamos fazer uma restauração e precisamos de casa para ela. Estamos lutando no Congresso Nacional pelo orçamento. É um trabalho de tempo e de recursos. Vai demorar muito tempo para fazer isso porque é milimétrico", acrescentou o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner.


Fóssil de Luzia é encontrado nos escombros do Museu Nacional


jornal do Brasil

A equipe de resgate que trabalha nos escombros do Museu Nacional/ UFRJ encontrou Luzia, o fóssil mais antigo da América Latina, com cerca de 12 mil anos





A equipe de resgate que trabalha nos escombros do Museu Nacional/ UFRJ encontrou Luzia, o fóssil mais antigo da América Latina, com cerca de 12 mil anos. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa no início da tarde desta sexta-feira (19).
Maior tesouro do museu, que foi atingido por um incêndio no dia 2 de setembro, foi achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974. Trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil. 
O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face - revelando traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos - estão em exibição no museu. A descoberta de Luzia mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas. É considerado o maior tesouro arqueológico do país.



"Luzia(Foto: Divulgação)




O crime eleitoral de Bolsonaro

Whatsapp pago não é ‘apoio voluntário’, é crime eleitoral


A reação do deputado Jair Bolsonaro às denúncias de que empresas pagaram para que centenas de milhões de mensagens do aplicativo Whatsapp, chamando de “apoio voluntário” o que é um crime não o exime das consequências do fato, que vai muito além da punição por propaganda eleitoral irregular, o que seria passível de multas.
É que o uso de recursos empresariais em campanhas politicas não é propaganda em desacordo com as normas, mas financiamento da campanha (que é, essencialmente propaganda) com recursos ilegais. A questão central, juridicamente, é o dinheiro, não a corrente de whattsapp que a admissão do nosso TSE deixou correr frouxa.
É, para usar a  expressão popular, pior que “Caixa 2”, porque esta seria apenas o uso de recursos não  declarados ou contabilizados, mesmo que, na época, não fosse ilegal doação de empresa. Como agora é, passam a ser valores ilegais, criminosos.
Embora seja importante o fato, denunciado pelo PT, de que há provas de que Bolsonaro pediu este tipo de ajuda a empresários, durante jantares, ele ter conhecimento ou não dos detalhes das operações, do ponto de vista legal, não muda o crime, porque o beneficiário é ele.
É o famoso brocardo jurídico do Cui prodest? dito por Cícero, usando as palavras de Sêneca em Medéia: “cui prodest scelus, is fecit”-  “aquele que lucra com o crime foi quem o cometeu”.
A agora presidente do TSE, Rosa Weber, no julgamento da Ação de Inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados e acolhida por 8 votos a 3 pelo Supremo disse que ““a influência do poder econômico culmina por transformar o processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas, que faz o eleitor um fantoche.”
Resta saber se a Doutora vai deixar que o jogo prossiga com as cartas marcadas e que Jair Bolsonaro ascenda ao governo pelo crime.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Paulo VI, o Santo da Justiça e Paz

Do Fala Chico

Paulo VI santo da Justiça e Paz

São Paulo VI criou a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz, na Igreja Católica, em 1967. Seu foi marcado pelo diálogo, pela abertura,  por sua incansável sede por Justiça e Paz no mundo (justiça social, justiça nas relações de trabalho, justiça nas relações entre nações e Estados).

Foi canonizado pelo Papa Francisco no dia 14 de outubro, em cerimonia no Vaticano.

Com nome civil Giovani Batista Montini, Paulo VI, enquanto era cardeal de Milão, foi a referência de professores católicos e estudantes universitários durante o fascismo.  Animou o movimento estudantil universitário ao espírito democrático e ao antifascismo.

Paulo VI foi um papa muito atento à América Latina. Ele participou, em 1968, da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellín, que assumiu a opção preferencial pelos pobres, chamando a atenção para importância da doutrina social da Igreja e de uma igreja dos pobres e para os pobres. Nessa conferência a Igreja assuniu um rosto latinoamericao

Por em prática o Concílio Vaticano II

Em 1967, pouco mais de um ano do termino do Concílio Vaticano II, Paulo VI criou a “Comissão Pontifícia Justiça e Paz”, com representantes de todos os continentes e na mesma mensagem em criou também o “Conselho dos Leigos”. O "conselhos dos leigos" foi proposta do decreto de Concílio Vaticano II sobre o apostolado dos leigos: Apostolicam Actuositatem, n. 26. 

Ele estabeleceu como função da Comissão Justiça e Paz o “estudo dos grandes problemas da justiça social, com vistas ao desenvolvimento das nações jovens e especialmente quanto à fome e à paz no mundo”. Paulo VI colocava assim em prática a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n.90, do Concílio Vativano II, que indicou julgar “muito oportuna a criação de um organismo da Igreja universal, com o fim de despertar a comunidade dos católicos para que promovam o progresso das regiões indigentes e a justiça social entre as nações”.

Em seu pronunciamento ao instituir a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz, Paulo VI, definiu o que seria sua missão:

“Representais ante nossos olhos a realização da último voto do Concílio (GS 90). Como em outros tempos, uma vez construída a igreja ou a torre do sino se colocava no alto do telhado um galo, como símbolo de vigilância da fé e de todo o programa da vida cristã; da mesma forma, sobre o edifício espiritual de Concilio foi colocado este Comitê, cuja missão não é mais que manter abertos os olhos da igreja, o coração sensível e a mão pronta para a obra da caridade que está chamada a realizar com o mundo, com objetivo de promover o progresso dos povos mais pobres e a justiça entre as nações.“

Ainda em 1967, Paulo VI lançou sua Encíclica sobre o Desenvolvimento dos Povos (Populorum Progressio), na qual fez uma dura crítica ao capitalismo liberal:

[…] construiu-se um sistema que considerava o lucro como motor essencial do progresso econômico, a concorrência como lei suprema da economia, a propriedade privada dos bens de produção como direito absoluto, sem limite nem obrigações sociais correspondentes. Este liberalismo sem freio conduziu à ditadura denunciada com razão por Pio XI, como geradora do "imperialismo internacional do dinheiro".

Paulo VI nasceu em 1897 e Exerceu o seu ministério sacerdotal durante 58 anos. Foi ordenado em 29 de maio de 1920. Foi Papa de 1963 à 1978.

Doutor em filosofia, direito civil e direito canônico, serviu a diplomacia da Santa Sé e a pastoral universitária italiana, e a partir de 1937, foi colaborador direto do Papa Pio XII. Durante a II Guerra Mundial trabalhou no Vaticano com os refugiados e os judeus.

Após o conflito, em 1954, foi nomeado arcebispo de Milão. Foi criado cardeal pelo Papa João XXIII em 1958, e participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II. Cinco anos depois, em 21 de junho de 1963 foi eleito Papa. 


Foi o primeiro Papa que visitou a Terra Santa. Em Jerusalém, em 1964, encontrou-se com o patriarca ortodoxo Atenágoras I e celebraram juntos o levantamento das mútuas excomunhões impostas depois do Grande Cisma entre o Oriente e o Ocidente, em 1054. O Papa Francisco visitou a Terra Santa em 2014 para celebrar os 50 anos deste acontecimento.

domingo, 14 de outubro de 2018

Frei Cláudio: A graça de viver no serviço a excluídos


Frei Cláudio - Missa: 14/10/2018 - Igreja do Carmo

" O mais importante não é o ter nem o que, o fundamental é o como.  O essencial é como nós construímos as nossa relações.

Irmãs e irmãos, riqueza maior é a benevolência no conviver.

 Mais que tudo, vale o investimento que fazemos em relações fraternas.
Nada vale sem o investimento em boa causa.
E as relações fraternas implicam em inclusão, tolerância, respeito e solidariedade.

... Deus reina à medida que imprimimos dignidade ao viver e solidariedade ao conviver. Dignidade é o esforço  de praticar justiça e caridade; solidariedade é a atitude constante  de abertura a outros na prática do bem em um esforço de promoção.

Promover irmãos menos favorecidos nos leva a louvar a Deus.

Deus da Paz, sigamos nos passos de Jesus para melhorar a nossa convivência. "





Papa canoniza Dom Oscar Romero

PAPA CANONIZA DOM OSCAR ROMERO

Dom Oscar Romero, bispo que foi assassinado após denunciar violências de militares e paramilitares contra civis em El Salvador  no final da década 70 e início dos anos 80, tornou-se Santo , hoje, pelo Papa Francisco.

 “A missão da Igreja é identificar-se com os pobres. 

Assim a Igreja encontra sua missão”

São Oscar Romero


São Oscar Romero continua mais do que vivo nas lutas dos pobres e de todo povo, contra a violência, o militarismo e o fascismo. Romero viveu o Cristo, amou os pobres, deu sua vida pela libertação dos oprimidos.


Do Fala Chico

Papa Canoniza Dom Oscar Romero

Por se opor a opressão militar, em El Salvador, o arcebispo Dom Oscar Romero foi assassinado, em 1980. Neste dia 14 de outubro de 2018, foi feito santo da Igreja Católica Romana em uma cerimônia presidida pela Papa Francisco, no Vaticano. Seu assassinato, enquanto celebrava uma missa, se deu a mando da junta militar que governava aquele país.

Romero era uma das poucas vozes de resistência ao regime militar naquele país, dentro da igreja, e recebia muitas ameaças por conta da sua atuação crítica e engajada com a sociedade.

 São Oscar Romero Mártir da América Latina.

A realidade da América Latina a partir de meados do século XX se tornou dramática, com uma série de golpes de estado, que instauraram regimes militares, ditatoriais e fascistas. Em 1964, o golpe militar no Brasil, assim como no Chile e Uruguai, em 1973 e ainda na Argentina de 1976. Em meados da década de 1970 a violência havia aumentado muito em El Salvador, época em que o governo e o exército começaram a matar pessoas pobres que defendiam seus direitos. Ao mesmo tempo por todo o continente surgia um clamor por libertação. Quando o exército matou três pessoas na aldeia de Tres Calles na diocese de Romero, ele consolou as famílias e escreveu ao presidente protestando contra os assassinatos. 

Em 1970, Romero tornara-se bispo auxiliar de San Salvador, a capital de El Salvador e em fevereiro de 1977, ele foi nomeado  para ser o novo Arcebispo de San Salvador. Famílias ricas ficaram felizes porque achavam que ele impediria os padres de ajudar os pobres defenderem seus direitos básicos. Mas poucas semanas depois, em março de 1977, o padre Rutilio Grande foi baleado e morto, junto com dois camponeses. No domingo seguinte, Romero permitiu apenas uma missa em toda a diocese - na Catedral -, onde ele falou contra os assassinatos.

Esse assassinato, transformou Romero, que passou a denunciar as injustiças sociais por meio da rádio católica Ysax e do semanário Orientación. De todas as partes de El Salvador vinhas pessoas para relatar as atrocidades dos militares.

 “A missão da Igreja é identificar-se com os pobres. 
Assim a Igreja encontra sua missão”

Nos três anos seguintes, o conflito social e político em El Salvador se intensificou com uma fraude eleitoral que bloqueou a possiblidade de mudança e com protestos pacíficos sendo recebidos com massacres e assassinatos por esquadrões da morte. Do púlpito da Catedral, o arcebispo Romero tornou-se a voz dos pobres sem voz, "A voz dos sem voz". Segundo Romero: “A missão da Igreja é identificar-se com os pobres. Assim a Igreja encontra sua missão”

Ele falou incansavelmente a verdade dos fatos que estavam acontecendo no campo; denunciou os assassinatos, a tortura e os desaparecimentos de líderes comunitários; ele exigiu justiça pelas atrocidades cometidas pelo exército e pela polícia e criou projetos de assistência legal e programas pastorais para apoiar as vítimas da violência. Quando irrompeu a guerra civil, ele esforçou-se em promover soluções pacíficas para a crise de seu país. Essa guerra durou 12 anos (1980 - 1992) e morreram entre 60 mil a 80 mil pessoas.

Dom Oscar Romero foi vilipendiado na imprensa, atacado e denunciado em Roma por católicos conservadores e das classes abastadas, foi assediado pelas forças de segurança e contrariado publicamente por vários colegas bispos.

Romero viveu o Cristo, amou os pobres, deu sua vida pela libertação dos oprimidos

Na homilia do Sábado de Aleluia, (1979), Dom Romero falou de uma Igreja viva, que assume a causa dos pobres, defende a justiça, incomoda os grandes e vai ao encontro dos que sofrem a opressão, ele afirma:

“Graças a Deus, temos páginas do martírio não somente na história do passado, como também na hora presente. Há sacerdotes, religiosos, catequistas, homens humildes do campo assassinados e massacrados que tiveram seus rostos desfeitos e esmagados, foram perseguidos por serem fiéis ao único Deus e Senhor”.

E acrescentou:

“Tenho sido frequentemente ameaçado de morte. Devo dizer-lhes que como cristão não creio na morte sem ressurreição. Se me matam, ressuscitarei no meu povo salvadorenho. Digo isso sem orgulho, com a maior humildade… Como pastor, estou obrigado a dar a vida por quem amo, que são todos os salvadorenhos, como também aqueles que vão me matar. Se chegarem a cumprir as ameaças, desde agora ofereço a Deus meu sangue pela redenção e ressurreição de El Salvador”.

Se me matarem, ressuscitarei no meu povo salvadorenho.”


As ameaças de morte se multiplicaram. O Arcebispo Oscar Romero percebeu que ele ia ser morto. E com serenidade e amor profético não se calou. Às 6h36 do dia 24 de março de 1980, com uma única bala do atirador, celebrando uma missa, ele caiu ao pé do altar. Ele morreu como Mártir Eucarístico, Mártir da Opção pelos Pobres, Mártir do Magistério da Igreja, Mártir da Libertação - e agora reconhecido como:

 Santo Oscar Romero Mártir da América Latina.
Rogai por nós!

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O time de Pilatos: democracia traída, por Tereza Cruvinel

Tereza Cruvinel
Journal do Brasil

O time de Pilatos

Ciro Gomes declarou apoio crítico, lavou as mãos e foi para a Europa. Marina Silva declarou neutralidade, criticou Bolsonaro e também lavou as mãos, não pregando o voto em Haddad. Os partidos de centro-direita fizeram fila no lavabo para lavar mãos. O último a sair foi o MDB, que ontem declarou sua neutralidade. Fernando Henrique renegou a promessa anterior de apoiar o PT contra a extrema-direita. Nele cai pior, por tudo que é e foi, a roupa de Pilatos. Não é o PT e Haddad que estão jogando ao mar. É o Brasil, sua democracia, suas instituições e seu futuro que ele colocam em risco, omitindo-se diante da possível eleição do candidato que representa o autoritarismo e o mais agudo “reacionarismo cultural”, como definiu FHC, mas sem por isso se mexer.
Antes de falar de tantos Pilatos, um parêntesis sobre o aumento dos casos de violência envolvendo bolsonaristas e outros brasileiros, nem sempre petistas, como a jovem do Recife espancada porque usava botton de Ciro e criticou Bolsonaro. Ganharam destaque o assassinato de Moa do Katendê, em Salvador, e o caso da jovem gaúcha tatuada com uma suástica mas, segundo a Agência Pública, já foram notificados 50 casos de agressão por bolsonaristas. Seis deles também foram atacados. Isso faz calar fundo o que diz o antropólogo e ex-secretário de segurança do Rio, Luiz Eduardo Soares: “ Não tenho dúvidas de que, se acontecer um desastre histórico imenso, uma tragédia, e a candidatura fascista passar –o que eu espero que não aconteça–, no dia seguinte, não vai ser nem necessário esperar a posse, no dia seguinte teremos banhos de sangue nas periferias e nas favelas. Porque a vitória será percebida como uma grande autorização para que se transforme em ato a disposição para a violência.”
Razões menores
E como podem, diante do cenário claramente projetado, os partidos centrais do sistema político, e suas lideranças mais importantes, optarem pelo conforto da neutralidade? A situação criada não comporta isenção. Quem não está contra Bolsonaro, está a favor dele. Ontem foi o MDB que declarou sua neutralidade, liberando os filiados para apoiarem quem quiser. Já haviam feito isso PP, PPS, PR, PRB, SD, Novo, Patriota, Podemos e DEM. O PTB assumiu que apoia. Quase todos estes aí se apresentam como integrantes do “centro democrático”, fugindo ao rótulo de centro-direita. Não há mal no nome e uma direita civilizada faz falta, se tem compromisso com a democracia. Para ficar só no exemplo francês, ela se uniu com a esquerda e centro-esquerda para enfrentar a extrema direita no grande susto de 2002.
Todos estes partidos lavam as mãos, piscando para Bolsonaro, pensando numa composição lá adiante, quando ele precisar da maioria . Mas são movidos também pelo horror ao PT, pelo medo que o ingresso numa frente contra Bolsonaro seja visto pelos eleitores como um socorro ao PT, e não ao país que desperta a piedade do mundo. Desnecessário repetir que o PT cometeu seus erros, mas é importante assinalar que foi sua diabolização constante, seu espancamento como culpado de tudo, a amplificação do que fez, agregando calúnias e até mentiras toscas, como a do kit gay em que os evangélicos acreditam, que produziram isso aí: o furacão que passou sobre os partidos e a classe política, elegendo arrivistas e ameaçando nos impor Bolsonaro como presidente.
Não menos grave é a omissão do PDT e de Ciro Gomes, de quem se esperava um apoio decidido e firme à frente que já conta, além de PT e PC do B, com o PSB, o PSOL e o PPL. Corretamente Haddad já deixou de ser candidato do PT e de Lula para tornar-se candidato da resistência democrática. Mas o PDT declarou foi “apoio crítico” e em seguida Ciro pegou um avião para a Europa.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A estratégia de manipulação via bode expiatório

Análise de Daniela Gontijo/por Bárbara Furtado

"Como uma pessoa que estuda violência há 15 anos eu tenho algumas coisas a dizer sobre o momento político que estamos vivendo.
Fiz uma tese de doutorado sobre violência, mímesis, contágio. Estudei a estratégia do bode expiatório que, para mim, vem tomando proporções escabrosas no Brasil.
Entendo a estratégia do bode expiatório como um dos pilares do golpe que podemos sintetizar no Grande Acordo Nacional – “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", disse Romero Jucá. Trocando em miúdos, trata-se de uma estratégia para desmontar o estado de bem estar social que já era capenga, para servir aos interesses do grande capital.
Não sou petista e fiz muita oposição ao Governo Dilma e às escolhas catastróficas de um modelo econômico conservador e predatório.
Mas é tão óbvio que o PT se tornou um bode expiatório e que o ódio ao PT é um catalisador de temores e insatisfações, projeto das elites e da grande mídia pra manipular pessoas. Eu tenho visto tanta gente conhecida que já não reconheço: de uns tempos pra cá enrubesce ao falar, trava o queixo, baba de ódio. O fenômeno tem sido relatado por amigas/os também sobre familiares e colegas.
Não tem nada com mais força na sociedade que catalisar os ódios num insígnia única. É densamente amalgamador e se potencializa numa espécie de tautologia, como se tudo passasse a justificar esse ódio e o ódio também passasse a balizar tudo.
Um sinal contundente do êxito da estratégia do bode expiatório é a relativização de todo o resto. Quem comprou o “Ódio ao PT” não odeia, não de um modo contundente e avassalador, o Jair Bolsonaro, o Michel Temer, o Aécio Neves, o Gilmar Mendes, o golpe jurídico-midiático, o “grande acordo nacional, com Supremo, com tudo”. Não discursa, com indignação contra nenhum deles. PEC do congelamento, retrocesso de direitos, fascismo, homofobia, racismo, machismo, apologia ao estupro, apologia à tortura. Não odeia nada disso. As coisas mais hediondas não cabem na indignação de quem comprou o ódio único ao PT. Mas o antipetismo empedernido é nada mais, nada menos que um projeto de manipulação feito em modelos consolidados historicamente.
O antropólogo René Girard dedicou uma vida ao estudo do tema com centenas de livros publicados. Em sociedades em crise, as massas, focadas no bode expiatório, elegem a vítima sacrificial, que nunca é a verdadeira culpada. Hordas sociais catapultam o ódio e expurgam a vítima. Apesar de parecer um movimento espontâneo, há sempre o interesse de uma elite por trás, que precisa poupar o verdadeiro culpado e zelar pelo status quo. Por isso, a vítima sacrificial é sempre uma figura que foi marginalizada, que carrega um estigma, o que torna mais fácil sua designação como bode expiatório.
Evidente que o PT não é uma quadrilha, tampouco o partido que mais roubou na história do país. Muito pelo contrário, tirou o país do mapa da fome e estamos aí, nesse exato momento, vendo retrocessos na educação, na saúde, na assistência social etc. Teve Fies, teve Prouni, teve “Ciência sem fronteira”, teve “Fome zero”, teve “Minha casa, minha vida” e tanta política pública acertada que o Lula tem recolhido reconhecimento em todo canto do mundo e acaba de ganhar seu 35o honoris causa. Teve problema? Teve muito! Mas nada diferente nem pior do que os que sempre estiveram no poder. E certamente nada que justifique catalisar ódios num partido só.
E em geral, quando a pessoa vem com o “fora todos”, é eleitora do inominável, se não no 1o, no 2o turno, e sequer se dá conta de como seu ódio segue exclusivista. Porque outro sintoma que constato do bode expiatório e da onda de ódio é o ofuscamento para o restante.
O ódio, já dizia Sara Ahmed, é pegajoso. Mobiliza-se mais gente que se junta contra algo do que a favor. O ódio tem essa potência do expurgo. Nada é mais agregador que o ódio. E a estratégia de manipulação via bode expiatório tem dado certo por toda a história mundial. No Brasil, agora vemos no “tudo, menos PT”, a ascensão do autoritarismo, o declínio do diálogo e o escalonamento da intolerância e agressividade. Pra quem brinca com fogo e acha que Jair não fará o que diz, Jessé Souza já nos relembrou que Hitler já avisara tudo que faria. Se você é do tipo “tudo, menos PT”, você cogita votar num ser extremamente perigoso, que propaga e estimula o ódio, banaliza a violência e cuja propaganda é uma mão em forma de arma. Um ser que diz que “o erro da ditadura foi torturar e não matar”, e que já deveria estar preso, se nosso país fosse sério. Se você cogita votar nele, você certamente foi tomado/a pelo Ódio Único e anda relativizando o oco. O oco é a cara do fascismo. O oco tem a cara de uma pessoa que não articula nem o bê-a-bá da economia, que já foi condenado por apologia ao estupro e comentário racista, que tem como herói um torturador sanguinolento, responsável por 45 mortes e desaparições, exaltado pelo Jair em rede nacional. O oco é a cara do seu ídolo Brilhante Ustra, que torturou uma mulher grávida de 7 meses e levou duas crianças, uma de 4, outra de 5 anos, para assistir os pais torturados, sujos de fezes e vômito.
Horror não se relativiza. Não queiramos ver o oco. Todo mundo perde."

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Zap, a porta de entrada para as maldades e fakes perversos da turma do ex-capitão- Por Bob Fernandes.

Bob Fernandes: Zap é a entrada do universo paralelo de Bolsonaro

Tivemos, antes do processo eleitoral, juras pomposas do TSE, então sob o comando de Luiz Fux, de que não permitiria a proliferação de fakenews.
E, de fato, os esforços se voltaram contra o Facebook, onde, ao menos – embora com perfis falsos – a informação tem autoria.
Mas no whatsapp, aplicativo de mensagens , fotos e vídeos mais disseminado no país, a coisa correu frouxa e – talvez por isso mesmo – o bolsonarismo ali se instalou.
No comentário desta segunda-feira, no Jornal da Gazeta, Bob Fernandes descreve o inferno que o aplicativo se tornou, porta de entrada do universo paralelo de Jair Bolsonaro, onde os males do  país são versões falsas,  mamadeiras eróticas, montagens pornográficas e o que mais a imaginação de sua vasta fauna de robôs seja capaz de  propagar: